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Ocupação: ocupação de Marrocos, avanço ao longo da costa atlântica para o Sul do cabo Não,
intervenção na concorrência econômico-política no mediterrâneo.
Expansão mediterrânea?? Que plano é esse? Expansão ao longo da costa mediterrânea do Norte
da África.
A expansão terrestre portuguesa está ligado ao comercio do ouro e o comercio das especiarias.
Alcançar as regiões auríferas e obter escravos. Viagem dos portugueses para Guiné para colher
ouro e malagueta.
As especiarias Africanas eram conhecidas por Portugal. Era sabido que os mouros de parte da
Guiné que atravessavam a grande região de Mandiga e os desertos da Líbia, a que eles chamam
Saara. Não tem habitação fixa, mas andam sempre vagueando por aqueles desertos vão a terra
dos Negros e vem a costa mediterrânea ocidental da África. São em grande número cáfilas de
camelos, com cobre, prata e ouro, malagueta que trazem da terra dos Negros.
Caravanas transaarianas traziam esses materiais não era enviado para Europa setentrional.
A busca portuguesa das especiarias africanas teria sido conexa a uma solicitação econômica de
Veneza e Genova interessadas em obter maior porção desses objetos.
Problema básico de Portugal de Quatrocentos era atingir a região do ouro, da malagueta e dos
escravos, por conseguinte, um objetivo nitidamente comercial, relevando do grupo dos
mercadores e armadores.
As navegações de descobrimento se limita entre 1419 e 1425 ente o descerco de Ceuta por um
lado, e a expedição as Canarias e o início do povoamento da Madeira por outro. A iniciativa parte
do Infante D. Henrique. A iniciativa não partiu de qualquer particular. Para isso era indispensável
uma previa acumulação de capitais de escala não reduzida, de maneira a manter uma despesa
que não se sabia quando seria compensada por futuros proventos. Logo o primeiro ato de
expansão só pode ser pelo Estado Português.
No século XV as ordens militares já não são o que eram antes. As ordens militares dos séculos
XIV e XV não correspondem a mesma necessidade político-religiosa que as gerou. São
constituídas por poderosas concentrações de propriedades fundiárias e de riqueza mobiliaria.
Passam e ter forças sociais-econômicas.
Todas as navegações de 1415 a 1460 não se devem todas a D. Henrique e por particulares. Mais
ouve a participação do Estado.
Marrocos era um centro cerealífero e de indústria têxtil e de produção de cavalos que muito
importava ao comercio da África saariana e negra. Em 1445-1456 precisamente pensou-se em
Portugal em tomar Safim: esta cidade comanda a mais rica zona cerealífera de Marrocos, é um
dos principais escoadouros do ouro do Sudão, e os alambéis e alquices que saem dos seus teares
e que servem para comprar os negros esse ouro.
A sociedade do antigo regime, na esfera politica corresponde a monarquia absoluta, nasce nas
viagens de descobrimentos e fixação além-mar. Ela declina no final do século XVIII e nas
revoluções liberais no século XIX. Os povos peninsulares são pioneiros na criação do mercado a
escala mundial por meio das navegações. E que contribuirá para forja a economia capitalista
moderna. No século XVIII a Inglaterra inicia com o tear mecânico, fiação mecânico, energia a
vapor meios estes que contribuíram para a produção em massa e novas condições de vida social.
Por outro lado os povos peninsulares que tinham feito a sua gloria no antigo regime,
permaneceram enraizados nessas estruturas que agora são contrariantes as civilizações
industrializadas, muita das vezes recusando a modernidade. Ai tem o jogo de interesse e a perda
de benefícios e privilégios.
Isso gera um problema fundamental: que para ser respondido tem que ser recorrido ao século
XV e XVIII e não apenas a Portugal mais a toda península Iberica.
Primeiramente devemos observar a sociedade do Antigo Regime. Ela é formada por uma divisão
jurídica e divisão de valores e de comportamentos. Como por exemplo a aparente divisão em
estados ou ordens (clero, nobreza e povo). Uma hierarquia rígida, onde cada qual ocupa uma
posição numa hierarquia. Fazendo com que uma pessoa, tenha ou não tenha títulos, passara a
ter ou não ter certas obrigações.
Formas de tratamento
A maneira como as pessoas podem se dirigir um ao outro foram reguladas por lei em 1587 e
1739. Dar tratamento correto a quem merecia, e quem não merecia era obrigado ter outro
tratamento senão o seu. E essas formas de tratamento desaparecem no meio do século XVIII.
As formas de tratamento superiores vão-se depreciando a medida que os escalões inferiores
buscam obter esse tratamento para ascenderem socialmente. Assim as pessoas são inscritas em
categorias que se distinguem pelo nome, forma de tratamento, pelo traje e pelas penas que
estão sujeitas. O mais baixo era o povo a massa sem representação em cortes.
Exemplo arrenegar de Deus, da Fé, Nossa Senhora, blasfémias contra santo se é fidalgo,
cavaleiro ou escudeiro paga pena ou pode ser degredado para Africa. Já se for peão além da
pena pecuniária, recebe açoites.
Então a pena varia de acordo com a qualidade, estado e condição do criminoso e isso mantem
para totós os crimes, delitos e infrações.
Ocioso e vadio será preso e açoitado publicamente se for pessoa que não cabe açoites era
degredado para os lugares Além por um certo período de tempo.
Taberna de vendagem em lugares não autorizados, alugar casa a mulheres solteira fora de
bairros autorizados, mulher que ensina moças sem licença da câmara, homem que dormir com
uma virgem ou viúva honesta. Adultério, o marido que encontrar a mulher em adultério é licito
matar o adultero, mas não se este for fidalgo, cavaleiro ou de semelhante qualidade.
Uma sociedade hierárquica e que o poder está ao serviço da preservação dessa hierarquia.
Essa escala de valores da sociedade estruturada em ordens está a tal ponto assimilada pela
mentalidade coletiva que conduz a atitudes aparentemente paradoxais.
A contradição são os procuradores (pessoas de certo status) das cidades e vilas que se queixam
contra o alastrar do luxo, contagiando gente meã e meuda. E esses procuradores passam a
repreender a gente baixa por vestir panos de seda e fina lã. Esses procuradores passam a pedir
a fixação do vestuário e calçado segundo as categorias, numa hierarquia minuciosa e rígida. Teve
momento que só aos nobres era autorizado o uso de seda. E os mercadores e industrias se
apegam a hierarquia tradicional e condenam a confusão dos estados, elevação do nível de vida.
Como ainda não vêem o interesse econômico da transformação em negocio de massa de um
negocio até ai de luxo.
Na ordem jurídica ainda haviam certas discriminações de origem raça ou religiosa. Depois das
expulsões e conversões forçadas do reinado de D. Manuel, mouros e judeus só podem andar no
Reino e Ultramar com licença do rei e tem que trazer sinal pelo qual sejam conhecidos como
tais: os judeus, carapuça ou chapéu vermelho, os mouros uma lua de pano vermelho de quatro
dedos cosida no ombro direito, na capa e no pelote.
Em 1713 os grandes negócios estavam nas mãos dos judeus. Tal discriminação agiu como freio
poderoso no sentido de travar a formação de uma burguesia economicamente inovadora e de
defender uma nobreza profundamente mercantilizada dos assaltos da concorrência.
Os escravos
Sociedade de estados ou ordens modelada por uma economia mercantilista e que os escravos
desempenha papel fundamental. Escravos nas Indias de Castela, nas minas, plantações de
exportação, para Espanha outras zonas mediterrâneas, nas explorações agrícolas, nos engenhos
nos arquipélagos e outros do Atlantico, no Brasil, servir nos navios e servir no Reino.
Escravo no Imperio Romano- simples instrumento com voz mas continua a ser contado como
gado e coisas. Se tornado cristão não pode ser vendido somente dado.
Mais do oriente também vinham numerosos, pela rota do Cabo, japões, que exercem todas as
artes com bom entendimento, de igual modo que os chins, de maravilhosa inteligência e
extraordinários cozinheiros, pretos de Moçambique para os trabalhos pesados.
O clero constitui o primeiro braço do Reino. Por outro lado forma uma organização própria, com
a sua hierarquia interna, possui foro privativo, rege-se por leis próprias (direito canonico), tem
regras de comportamento próprio e o resto da sociedade esta-lhe subordinado. É como um
estado dentro do estado. A igreja é ordem não tributária, isenção do serviço militar. Sua renda
e seus bens não sofrem deduções a favor do Estado.
A igreja além de todos esses rendimentos anuais é grande proprietária de toda a sorte de bens.
A igreja recebiam heranças, faleciam sem testamento iria para a igreja.
Uma boa parte dos rendimentos do clero não é gasto pelo clero. O clero nos seus escalões
superiores está intimamente relacionada com a nobreza. No século XVII 95% do solo peninsular
pertencem aos nobres e ao clero. Participação na produção agro-pecuaria, detentora de
percentagem dos bens de raiz. Nobres a monopolizar as saboarias do Reino, armar navios para
excer um corso frutífero. Explorar engenhos industriais, trafego lucrativo, nobres acionistas de
companhias comerciais, em tratos e mercancias.
Comendas e vínculos
A classe dominante está ligado a propriedade do solo pelo sistema das comendas (usufruto dos
bens de ordens religioso-militares) e pelo sistema do morgadio (centralizar bens de raiz).
Portugal um pais de vínculos, comendas e bens da coroa. Vinculo é um conjunto de bens que
está vinculado a uma família, propriedade inalienável e indivisível transmitida em linha
masculina através do primogênito. Vinculo morgado, vinculo capela.
Distribuição da propriedade
Jornaleiros, trabalham dia a dia recebendo por cada uma dessas jorna de trabalho o respectivo
salario-jornal. Representam mais de metade da produção rural. Em qualquer região da península
os proprietários cultivadores, os donas da própria terra alcançam metade da população agrícola.
O senhorio
Gozam certos nobres de funções de autoridade sobre o comum integrado na sua donataria e
arrecadam certos direitos fiscais rendosos.
O terceiro estado
A camada superior do terceiro estado compõe-se dos proprietários rurais e dos mercadores, a
camada inferior e composta dos mesteirais e dos trabalhadores na terra por conta de outrem,
mais da metade da população agrícola e composta por jornaleiros.
Situação estranhamente paradoxal: a população agrícola, setor primário não tem a maioria nem
mesmo a aproxima da metade fica por volta de 1/3. Ora numa economia de antigo regime que
desconhece a mecanização da agricultura, a escolha de sementes, os adubos artificiais, que não
dispõe portanto de meios de fomentar a produtividade agrícola por trabalhador e em que essa
produtividade é extremamente baixa, se estamos perante uma sociedade em que o setor
primário se encontra muitíssimo reduzido não pode deixar de tratar-se de sociedade cujos
mecanismos estão bloqueados.
o terciário antigo não fomenta a produção. Ele opera sobe uma punção extremamente violenta
para despesas de sumptuárias (de luxo). Gastar mais do que a renda define em boa parte a
mentalidade desse terciário nobiliárquico eclesiástico; falta a ideia de investimento de poupança
para empregar produtivamente. O que não é gasto pode constituir reserva de valor, mas sob a
forma de bens de raiz ou de joias e objetos preciosos.
Atrofia do setor primário, hipertrofia do setor come a renda sem fomentar a produção. Uma e
outra resultaram da expansão ultramarina, quer para Portugal quer para espanha, com o
correlativo crescimento mercantil e a possibilidade de satisfazer, gralhas aos circuitos comerciais
as necessidades que a produção nacional não pode satisfazer. Sabemos hoje que a Revolução
Industrial foi precedida tanto na Gra-bretanha como na frança e na Alemanha, por uma
revolução agrícola, ligada a pressão demográfica, ao aumento de produtividade na produção de
subsistências, libertou a mao-de-obra que afuiu as cidades e constituiu as base do mercado do
trabalho industrial, podendo graças as trocas internas ser alimentado pelo trabalho do
camponês. Foi o que não se processou na península.
Por varias vezes em Portugal como no resto da península a burguesia tentou forjar os quadros
da sociedade, chamar a si a iniciativa econômica e a influencia politica, mas também por varias
vezes esses esforços se goraram e a nobreza e o clero conseguiram recuperar o terreno perdido
ao longo prazo a sociedade assume por isso esse caráter ambíguo que lhe imprime uma ordem
nobiliárquico eclesiástica assenta numa economia mercantilista ate a medula.
O problema da mentalidade
A burguesia não consegue vingar uma sociedade moldada pelo seu sistema de valores.
Nos séculos XVII e XVIII constatamos na verdade que a cultura portuguesa e essencialmente
nobiliárquica e eclesiástica, extremamente atrasada em relação a europa além-pireneus. Na
mentalidade das classes dirigentes esta sem duvida a outra razão da travagem da evolução social
peninsular.
as causas do bloqueio nos séculos XVII e XVIII das sociedades hispânicas. Por um lado essa
peculiar estrutura em que há um incrível inchaço das classes não produtoras, o terciário do
antigo regime, e uma inesperadíssima contração da população ocupada na produção das
subsistência de base. Por outro lado formas de mentalidade -conexas dessa estrutura- que
permaneciam voltadas para o passado