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A Ordem dos Biólogos nos Açores destacou hoje a importância da criação de um

paleoparque em Santa Maria, salientando ser a primeira vez a nível mundial que uma
ilha inteira está a ser assim preservada.

"É a primeira vez a nível mundial que uma ilha inteira está a ser preservada sob o ponto
de vista de uma figura legislativa que foi criada pelo Governo açoriano, após proposta
apresentada por um grupo de investigadores", disse o presidente da Ordem dos
biólogos, Sérgio Ávila, em declarações à agência Lusa.

"Ao criar-se e ao legislar-se no sentido de proteger toda uma ilha e não jazida a jazida,
sob a capa e organização do parque natural da ilha de Santa Maria, é óbvio que é mais
fácil coordenar os trabalhos de defesa do património natural", salientou, referindo ainda
que a medida vai potenciar o turismo de natureza

http://base.alra.pt:82/iniciativas/iniciativas/XIEPpDLR015.pdf

Silêncio dos Actores Sociais:


Defensores da casa rural mariense
Defensores das reservas de mergulho
Pescadores e pesca lúdica
Geólogos e paleontólogos

Impacto na opinião pública nacional e internacional

Lançamento de satélites em Santa Maria – principais mistificações


1 - Os Cientistas têm mais razão que os cidadãos vulgares e a indústria
aeroespacial serve os interesses da humanidade
Maior parte dos cientistas trabalha em projectos condenáveis. Saber
compartimentado (especialização)
Nenhum cientista dá a garantia de ser melhor pessoa.
Lixo espacial, em grande parte desnecessário. Projectos sem interesse
para a humanidade.
Leis do mercado – China e índia. Eua.
Adesão a crenças fabulosas de caris neo-religioso, conjunto de que faz
parte o fascínio pela “conquista espacial” e os seus alardeados “outros
mundos”.

Tecnofilia. Civilização instrumental e racionalista

A ciência e a tecnologia constituem para a maioria das pessoas uma nova


religião. Questionar o monopólio que exercem sobre a razão é
considerado uma heresia.

O mito da máquina: a crença de que a civilização megatécnica não só é


irresistível, como, em última análise, benéfica.

Mas o mundo não é objectivo; essa objectividade é uma fantasia


cartesiana decorrente dos desígnios imperiais da ciência racionalista. A
nossa responsabilidade consiste em captar subtilmente que o mundo é
vivo, que tem alma.

A tecnologia não é neutra. Ela impõe não só a forma, mas também o


conteúdo.

Esta opinião não deve ser vista como uma apologia de uma perspectiva
tecno-pessimista.
Na verdade a tecnologia pode ser construção social a muitas mãos ou o
exercício de um controle predatório sobre a natureza.

2 – Lançamento de satélites é uma oportunidade única para Santa Maria,


com efeitos quase inócuos
Exemplo virtuoso da Noruega (que no entanto não quer a base).
Por que será que muitos não a querem? Porquê Santa Maria?
A China e a Índia são exemplos de países preocupados com as questões
ambientais?
Os maus exemplos que são esquecidos.
As especificidades de uma ilha.
Efeitos: estradas especiais, populações deslocadas, perímetros de
interdição, etc

Alguém tem de se sacrificar (SM). O assunto é demasiado importante.

Elefantes brancos num futuro próximo: Estação Loran polígono acústico

Os incidentes e acidentes são inevitáveis; não podem evitá-los nenhum


controlo cidadão, camiões-cisterna de chapa reforçada, petroleiros de
casco duplo ou sistemas antifalhas. Pensar de modo diferente é cair
naquilo que se chamou falácia da engenharia, que é uma forma de
denegação.

Flores. Pico. Faial. Mosteiros. Porto Santo. Alguém fala nestas hipóteses?

Se a tresloucada ideia de um spaceport em Santa Maria fosse para diante, com o ritmo a
que o sector aeroespacial evolui provavelmente estaríamos confrontados, num prazo de
dez anos, com mais um elefante branco, bastante maior que os do Polígono Acústico e da
Estação Lohran. Depois, claro, viriam as petições para a descontaminação dos solos e os
estudos sobre o impacto na saúde das populações, como na Terceira.
Esta ilha, de facto, precisa de tudo menos de células cancerígenas a corroerem-lhe o
corpo e buracos negros a sugarem-lhe a alma.

3- Santa Maria, sem os satélites, está condenada à decadência económica


e demográfica
Os que protestam são velhos do Restelo. Têm medo do futuro.
Bulling social. Importância do turismo.

Não defraudar as extectativas dos que tiraram cursos na área.


Se no passado tivesse havido contestação, o aeroporto não teria
aparecido.

Enquanto o resto do arquipélago açoriano se transforma num destino de eleição, Santa Maria (a ilha
com maior diversidade cénica, paisagens rurais mais harmoniosas e melhores zonas balneares) é
colocada de quarentena no pavilhão dos patinhos feios, à espera do futuro prometido pelo lobby dos
foguetões. Inocula-se assim o vírus da descrença e do desânimo, com a ideia premeditada de
transformar esta pequena ilha numa coutada à disposição da indústria aeroespacial.

Concentrar energias e manter o foco no aeroporto.

Manipulação das populações através do sempiterno argumento da criação


de empregos. (bombeiros e guardas de cerca)

Ilusões de emprego (tábua de salvação do náufrago).


Perguntar o que é bom para a ilha e não o que é bom para si próprio.

500 ou 600 postos de trabalho (há quem fale)


Que tipo de emprego?
Falta de emprego na ilha. Têm tanto direito a ter emprego na ilha os que estudaram
engenharia aeroespacial ou aeronáutica como os que estudaram agricultura ou
turismo.
Fixação dos jovens de Santa Maria qualificados nas áreas científicas e tecnológicas.

Medo radical (só que o medo está do outro lado)


Crença na preservação absoluta da natureza

Actualmete existem muitas empresas privadas ligadas ao espaço e ao lançamento de


pequenos satélites. A actividade espalha-se em vez de se concentrar, como sonha
Portugal.
Dentro de meia dúzia de anos o space center tornar-se-ia outro elefante branco na
paisagem, como o polígono ou a Estação Loran.

http://airway.uol.com.br/virgin-galactic-vai-lancar-foguetes-a-partir-de-um-boeing-747/

https://www.youtube.com/watch?v=NnG0PkEU1M8

https://www.publico.pt/2017/06/01/tecnologia/noticia/depois-do-maior-iate-paul-allen-possui-agora-o-
maior-aviao-do-mundo-1774283

4 - Uma base de lançamento de satélites não é incompatível com o


turismo. Pelo contrário: o cosmódromo pode atrair turistas.
Baikonur, Guianas, China, Noruega – não há sombra de turismo espacial.
Apenas em Cape Caneveral, devido à idiossincrasia americana e à
mitologia ligada à exploração espacial.
Já há gente a não comprar casa em S. M. devido às notícias.
Industria aeroespacial repele o turismo.

Turismo sazonal.
Kenedy Space Center Visitor Complex – milhão e meio de visitantes.
(As pessoas não vêm para avistar foguetões a subir no céu se as condições
meteorológicas o permitirem, tal como vêm para avistar jamantas).
O caso americano é único. Não há mais nenhum exemplo de turismo ligado à indústria
espacial, nem vai haver. Não se vão vender pacotes turísticos com avistamentos de
foguetões. Ver Guiana.

A imagem da Praia com foguetões no seu traduz bem as diferenças de opinião e visão.

Para além das questões relativas ao meio ambiente e à segurança das populações, foi
também referida a importância de, precisamente nesta altura, quando a região se
assume como um destino mundial de eleição para o turismo de natureza, Santa Maria
não divergir do resto do arquipélago nem hipotecar a sua imagem, ligando-a
irremediavelmente ao lançamento de satélites.

Gui Meneses: O Spaceport “não tem que ser necessariamente contrário à estratégia
priviligiada da agricultura, pescas e turismo”. “O Governo Regional irá acautelar
eventuais impactos negativos que possam advir do desenvolvimento destes projectos,
não se escusando a exigir medidas de mitigação e de compensação, caso se
justifiquem.” (ou seja, trocar o turismo por medidas de compensação + foguetões)

++

A decisão será tomada por instâncias nacionais e supranacionais: argumento falacioso;


hoje em dia as decisões passam, mais que nunca pelas mãos das populações, se estas
quiserem (democracia, peso da opinião pública, receios dos investidores)

Oposição activa e organizada. Repercussões nacionais e internacionais, negativas para


a imagem dos Açores.

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