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Agradecimentos Sumário

Água produzida na extração de petróleo


AGRADECIMENTOS

À Petróleo Brasileiro S/A que tornou possível nossa participação neste Curso e a execução deste trabalho;

Ao Professor Asher Kiperstok, Coordenador do Curso;

Aos colegas da Petrobrás, Machado e Celso/CEN-NOR e Rosane/GEREV, pela ajuda e artigos técnicos que
em muito contribuíram para a elaboração deste estudo;

Aos colegas que nos orientaram e forneceram dados sobre o processo de Tratamento e uso da Água
Produzida em Araçás;

À professora Lígia Costa que revisou e orientou a execução final deste trabalho;

À Tânia Mariza, minha mulher, pelo seu apoio e ajuda efetiva na execução deste trabalho;

À Aline e Bruno, nossos filhos, que contribuíram para este trabalho com alguns fins de semana.

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Água produzida na extração de petróleo


SUMÁRIO

O principal resíduo ligado à atividade de Extração do Petróleo é a água que, quase sempre, está associada
ao óleo produzido.

Diversos fatores devem ser levados em conta para se estabelecer e manter um gerenciamento cuidadoso
deste efluente, entre eles, o volume de água produzido, que é sempre crescente em virtude da maturação
das jazidas e da utilização de processos de recuperação secundários; o conteúdo salino; a presença de óleo
residual e de produtos químicos.

Atualmente, tendo em vista os aspectos legais e econômicos pertinentes, o melhor método indicado para a
disposição da Água Produzida é a injeção no subsolo. A injeção pode ser simplesmente um processo de
disposição ou parte de um projeto de recuperação secundária.

Em pesquisa feita nos campos produtores de Imbé e Araçás, na Bacia do Recôncavo-Ba, observou-se que
toda a injeção de água para recuperação secundária é de Água Produzida. Não há injeção de descarte. Com
isso, minimiza-se o impacto ambiental da atividade.

Neste estudo, verificou-se que melhorias nos sistemas de injeção e de recuperação, tais como aditivação do
fluido injetado e tratamento com polímeros, junto aos poços produtores e injetores, devem ser testados e
implementados com a finalidade de minimizar custos nos processos, maior eficiência na recuperação de óleo
e menores danos ao ambiente.

Água produzida na extração de petróleo


1. INTRODUÇÃO

O Meio Ambiente tem sido cotidianamente agredido por atividades antrópicas. A busca pela melhoria na
qualidade dos processos, materiais, técnicas e a sensibilização do pessoal técnico envolvidos resulta
prioritariamente da necessidade de se adaptar a exigências legais explicitadas através da Resolução
CONAMA Nº 20 e na nova lei sobre Crimes Ambientais.

O atendimento as exigências legais, geralmente resulta para as empresas em reconhecimento dos


consumidores e da sociedade como um todo na responsabilidade no trato das questões ambientais, além da
minimização dos custos operacionais e dos passivos ambientais.

Na indústria do petróleo vários segmentos podem agredir ao meio ambiente. No segmento representado pela
Extração do Petróleo, o poluente mais relevante, particularmente pelo volume envolvido, é a Água Produzida
juntamente com o petróleo.

Esse estudo consistiu do gerenciamento da Água Produzida durante a extração do petróleo usando as
possibilidades de minimização de sua produção.

A Água Produzida (AP) contém geralmente alta salinidade, partículas de óleo em suspensão, produtos
químicos adicionados nos diversos processos de produção, metais pesados e por vezes alguma
radioatividade. Isto a torna um poluente de difícil descarte agravando-se pelo expressivo volume envolvido.

O descarte inadequado de efluentes implica em efeitos nocivos ao meio ambiente, na repercussão negativa
indesejada, penalidades diversas e um custo elevado com ações corretivas e mitigadoras.

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A AP pode ser, além de descartada adequadamente, ter utilização nos processos de injeção para
recuperação secundária com relativo sucesso. A melhoria na qualidade da água injetada, a adequação desta
à zona de injeção, o uso da aditivação com polímeros, bem como o tratamento das zonas produtoras, pode
contribuir para a diminuição no volume da água produzida e em maior produção de óleo.

Para esse estudo, foram coletados dados sobre a injeção de água no ano de 1998 nos campos produtores de
Araçás e Imbé localizados no centro da Bacia do Recôncavo Bahiano e explorados pela Petrobrás–E&P-BA.
São também apresentados dados obtidos no tratamento de poços produtores com polímeros em outras Áreas
do E&P-BA.

Água produzida na extração de petróleo


2. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE ÁGUA PRODUZIDA

2.1 Caracterização da água produzida

2.2 Procedência

2.3 Produção

2.4 Separação e tratamento

2.5 Tratamento da água produzida

Água produzida na extração de petróleo


2. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE ÁGUA PRODUZIDA
2.1 Caracterização da água produzida

Água Produzida (AP) é o efluente resultante dos processos de separação existentes nas estações coletoras e
de tratamento na produção de petróleo. (Foto 1) O crescente volume resultante constitui-se em um perigo
potencial para o meio ambiente. Os riscos ambientais associados à AP podem variar em função da
composição da água, das características do local em que ela ocorre e da sua disposição final.

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Foto 1 – Instalações de Tratamento de Água Produzida

Para a correta compreensão desse problema, deve-se então conhecer os constituintes da água produzida
que a torna perigosa associado com o local em que pode ocorrer o dano ao meio ambiente. ( Tabela 1 )

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Tabela 1 – Características de águas do mar e produzida

A água produzida pode ser a existente no reservatório de óleo desde a sua formação, a que chamamos Água
Conata, ou a sua mistura com a água subterrânea que pode estar sendo utilizada em processos de
recuperação secundária denominada de Água de Injeção.

A Água Conata pode conter alta salinidade e presença de metais pesados em percentuais variados.

A água destinada à injeção pode ter variada composição. Pode-se utilizar a água doce captada em poços
executados para este fim, a água do mar ou a própria Água Produzida. Esta última contém sal, óleo
emulsionado e durante o processo de separação do petróleo pode receber produtos químicos como
desemulsificantes, anti-espumantes. Pode ainda receber fluidos descartados de outros processos. (Foto 2)

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Foto 2 – Aditivação do Fluído Produzido

A mudança nas condições a que os fluidos estavam submetidos ao serem trazidos à superfície, pode resultar
na deposição/precipitação de sais , produtos da corrosão de metais, bactérias e grãos da formação. A água
selecionada para injeção é tratada em geral por processo de flotação com adição de desemulsificantes e
bactericidas. (Foto 2)

Examinando-se as especificações da Água Produzida, encontraremos um limite de até 95000mg/l de sólidos


totais dissolvidos ou seja componentes inorgânicos. (Tabela 1) A Água Produzida pode também conter uma
grande variedade de componentes orgânicos dissolvidos. Na formação do reservatório, água e óleo
permaneceram em contato por longos períodos geológicos, propiciando a solubilidade de orgânicos.

A composição da AP é então variável assim como a sua toxicidade. Isso precisa ser considerado ao ser-lhe
dado um destino , assim como ao avaliar possíveis impactos ao meio ambiente.

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2. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE ÁGUA PRODUZIDA
2.2 Procedência

A origem básica da Água Produzida juntamente com o petróleo está relacionada as condições ambientais
existentes durante a gênese deste óleo. Um ambiente geológico marinho ou lacustre, em que tenha havido
intensa deposição de matéria orgânica, associada com posterior soterramento, e condições físico-químicas
apropriadas tende a reunir os condicionantes necessários para o aparecimento do petróleo nas rochas
matrizes.

O petróleo gerado migra então para rochas permeáveis adjacentes que, trapeadas estruturalmente por
rochas impermeáveis, resultam em acumulações nas rochas reservatório. Durante milhares de anos o
petróleo se concentra, segregando-se da água mas, mantendo muitas vezes, contato com os aquíferos.
( Figura 1 )

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Figura 1 - Reservatório Esquemático de Óleo

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2. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE ÁGUA PRODUZIDA
2.3 Produção

A produção de petróleo e de água ocorre quando a rocha reservatório portadora do óleo é colocada em
contato com a superfície, por meio de poços de petróleo.

Os poços são perfurados com base em estudos da estrutura geológica, de modo que a quantidade de água
produzida a princípio seja pequena. Em virtude da produção, pode ocorrer o movimento do contato
óleo/água (O/A) inicialmente existente no reservatório. A água começa a alcançar os poços produtores. (Figura
2)

Figura 2 – Movimento do Contato Óleo/Água

Provavelmente, antes que isso ocorra, recorre-se a métodos de recuperação secundária, como a injeção de
água, gás, vapor, etc. Em conseqüência da injeção de água ou de vapor, haverá, com o decorrer do
processo, produção de água junto com o petróleo.

A injeção de água para a recuperação secundária pode ocorrer com o objetivo de assegurar a manutenção
da pressão no reservatório, de modo que desloque o óleo existente no poço de injeção em direção aos poços
produtores. O processo de injeção de vapor é importante na produção de óleos altamente viscosos, em que

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a temperatura pode ajudar na sua fluidificação.

A economicidade do processo de extração do petróleo está relacionada aos gastos operacionais efetuados
na produção e devem incluir: a recuperação secundária e/ou descarte; tratamento de efluentes (água) e a
receita obtida com o produto.

Em resumo, a produção de água é praticamente intrínseca ao processo de extração do petróleo.

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2. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE ÁGUA PRODUZIDA
2.4 Separação e tratamento

Petróleo e água são praticamente imiscíveis em condições normais, o que facilita seu processo de
separação. Porém, em decorrência das condições existentes durante a formação e migração do petróleo e,
em virtude do longo tempo de confinamento, parcelas de hidrocarbonetos podem se solubilizar na água.

Durante as operações de produção, por causa da agitação, formam-se emulsões, gotículas dispersas de um
líquido dentro de outro. Essas emulsões podem ser fácil ou dificilmente "quebradas" em função das
propriedades do óleo, da água e dos seus percentuais. (ARPEL,1 960)

O líquido produzido é separado e dele são retirados água, sal e sólidos presentes; a seguir envia-se o óleo
para o refino. A água que contém outros rejeitos e óleo residual (suspenso, emulsionado, solubilizado) é
tratada e dada uma destinação final.

2.4.1 Princípios básicos

Ao ser iniciado o processo de separação óleo/água, parte da água separa-se rapidamente, é a chamada água
livre. A retirada da água livre do processo pode ser vantajosa para maior economia nos passos seguintes de
tratamento.

Se houvesse tempo para decantação, as emulsões poderiam romper-se naturalmente. Porém, nas emulsões
de água em óleo, as partículas aquosas parecem envolvidas por uma película e não rompem em tempo
previsível. São necessários processos que, utilizando calor, eletricidade, produtos químicos e meios
mecânicos, podem promover o rompimento dessa película, propiciando a aglutinação das gotículas de água
e, conseqüentemente, a separação água/óleo.

2.4.1.1 Separação com produtos químicos

Trata-se da utilização de produtos químicos como os desemulsificantes que desestabilizam as emulsões de


água em óleo. Agem na superfície das gotículas de água de modo que estas se rompam. São produtos
solúveis em óleo.

Nas emulsões de óleo em água, os aditivos têm de ser solúveis na água e agir na superfície das gotículas do
óleo emulsionado, fazendo com que se coagulem e se separem da água.

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2.4.1.2 Separação com aquecimento

É um processo que consiste na separação óleo-água por vários princípios em um mesmo tratador. Um
tratador-aquecedor, em uma só unidade, pode incluir: separador de petróleo e gás, aquecedor, lavagem de
água, filtragem, estabilização, campo eletrostático. A depender do fluido a ser tratado e das condições
climáticas locais, o equipamento é projetado e montado.

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2. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE ÁGUA PRODUZIDA
2.5 Tratamento da água produzida

A Água Produzida ( AP), considerada como um efluente a ser disposto (descartado), terá de passar por
tratamentos eficazes de modo a se enquadrar na legislação vigente, tendo em vista o destino que lhe será
dado. Se for reutilizada (reciclada), precisará ser tratada de modo a atingir os padrões necessários ao
processo em que será utilizada.

Os tratamentos básicos pelos quais a água produzida pode passar são:

l remoção do óleo residual;


l remoção de gases;
l remoção de sólidos suspensos;
l eliminação de bactérias.

Remoção do Óleo Residual

A presença de óleo na água a ser disposta no mar é limitada , em média 40mg/l. No Brasil, a Resolução
CONAMA Nº 20 tolera a presença de iridiscências.

Na água a ser injetada, a presença de óleo pode levar à queda de injetividade, especialmente se a injeção
estiver se realizando em uma zona que não tenha contido óleo anteriormente(poço de descarte).

Remoção de Gases

Quanto aos gases, podem estar presentes H2S, CO2 e O2 que são importantes nessa etapa em virtude do
favorecimento aos processos corrosivos. A corrosão é fato importante em um sistema de tratamento e
injeção de água. O tratamento para eliminar gases pode ser dispendioso, e o uso de anticorrosivos é comum.
Pode ser mais econômico o investimento no uso de materiais resistentes à corrosão.

Remoção de Sólidos Suspensos

Os sólidos suspensos, que não são retirados das águas a serem dispostas no mar, nas águas destinadas à
injeção poderão se tornar causa de queda de injetividade. Devem, pois, ser retirados. Os processos de
filtração são vários. Partículas de até 1/3 do diâmetro mínimo de passagem, na rocha em que a água está

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sendo injetada, devem ser removidas. Como os filtros são, em geral, afetados pela presença de óleo na
água; o óleo deve ser retirado do efluente antes do processo de filtração.

Eliminação de Bactérias

Se houver presença de bactérias, na água destinada à injeção, estas devem ser eliminadas com o uso de
bactericidas. As bactérias causam basicamente problemas relacionados à corrosão do aço por geração de
H2S e acarretam "pits" e trincas. Como efeito da corrosão, existe a formação e deposição de sulfeto de ferro
que, com o tempo, obstrui o local em que a água está sendo injetada.

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3. ÁGUA PRODUZIDA E MEIO AMBIENTE

3.1 Opções de uso ou disposição

3.2 Água de injeção

3.3 Impacto ambiental

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3. ÁGUA PRODUZIDA E MEIO AMBIENTE
3.1 Opções de uso ou disposição

As opções potenciais para a disposição ou reciclagem da Água Produzida são basicamente as seguintes:

l disposição no solo;
l disposição em rios;
l irrigação;
l água potável;
l descarte no mar;
l descarte no subsolo;
l água de injeção.

Disposição no Solo

A Água Produzida tende a ser disposta sem tratamento prévio, no solo, com resultados previsíveis, tais
como: contaminação de aqüíferos e cursos de água, deposição de sal no solo tornando-o improdutivo para
agricultura.

A remediar é difícil e tem custo elevado.

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Disposição em Rios

A Água Produzida, quando lançada em rios, tende a contaminá-los, caso estes sejam de pequeno a médio
porte, em razão da baixa capacidade de autodepuração desses corpos hídricos. Além de impactar
negativamente os mananciais, põe em risco a vida das espécies aquáticas e causa impactos estéticos. A
poluição de um rio pode contaminar as águas subterrâneas e comprometer os sistemas de água potável.

Irrigação

Após tratamento adequado, o uso da Água Produzida para irrigação pode suplementar as reservas de água
de regiões de baixo índice pluviométrico. É utilizado na Califórnia em uma região onde a média de chuvas se
situa entre 100 e 200mm por ano. (ALLEN e ROBINSON,1 993)

Água Potável

A Água Produzida, para adequar-se ao uso como água potável, teria de ser submetida a tratamentos
onerosos com vistas à eliminação de hidrocarbonetos , metais pesados e outras impurezas.

Descarte no Mar – Tem sido feito até o momento, de acordo com critérios locais e, muitas vezes, não
claramente definidos por órgãos governamentais. No mundo, companhias petrolíferas adotam suas próprias
normas, as quais nem sempre são embasadas cientificamente. Tais procedimentos visam basicamente
evitar possíveis efeitos visuais decorrentes do descarte.

Segundo Allen e Robinson (1 993), o assunto concluem desde a inexistência de efeitos nocivos
(particularmente onde haja condições para diluição do efluente) à possibilidade destes a longo prazo, o que
ainda não está totalmente avaliado. A porcentagem global de poluição é pequena, porém as quantidades
localizadas são enormes E podem causar danos ambientais próximos aos locais de lançamento.

A princípio, o método de descarte no mar pode ser utilizado, depende de cada local em particular; mas não
podendo haver generalização por causa da grande variação de impactos reportados.

Descarte no Subsolo - É uma opção adotada em todo o mundo. Trata-se da injeção do efluente em zonas
delimitadas, sem contato com o lençol freático ou portadores de água doce. Deve-se ter cuidado com a
isolação da zona de descarte, bem como das zonas atravessadas pelo poço. Pode ser uma solução
ambientalmente aceitável, desde que seja realizado um estudo geológico criterioso para a correta
interpretação e delimitação da zona em que se fará o descarte. Deve-se, no entanto, verificar a possibilidade
de contato com algum manancial de água doce.

Água de Injeção – Essa disposição revela-se como uma das mais eficazes, pois é utilizada em processo de
recuperação adicional de óleo, com a injeção da água produzida no horizonte de onde foi retirada.

O risco ambiental preocupante, com essas manobras, é a contaminação de aqüíferos. Porém, mediante a
utilização correta de revestimentos para os poços injetores, minimiza-se a possibilidade de contaminação.

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3. ÁGUA PRODUZIDA E MEIO AMBIENTE
3.2 Água de injeção

A água de injeção, ao ser comprimida no horizonte produtor, através dos poços injetores, tende a aumentar
ou manter a produção de uma determinada zona produtora. Esse objetivo é atingido por meio da
manutenção da pressão ou por deslocamento do petróleo, na direção dos poços produtores.

Ao ser injetada na zona produtora, deve ser a mais inerte possível, de modo a evitar danos ao reservatório.
A injeção de água com salinidade inferior à original, em formações argilosas, pode levar à restrição, ao fluxo
e à perda da injetividade no local. A presença de impurezas também pode levar à abstrução mecânica do
local de injeção. Esses danos podem comprometer a própria injeção e o processo de recuperação projetado.

Pode-se ter como água de injeção: água proveniente do mar; águas de superfície; de aqüíferos rasos e a
própria água produzida juntamente com o petróleo.

Na seleção da água a ser utilizada, deve-se considerar a disponibilidade , as características que a


compõem (presença de partículas suspensas, microorganismos, salinidade, gases dissolvidos, metais e
gases corrosivos) e o custo do tratamento necessário para torná-la adequada ao uso.

Em função das exigências legais para descarte(Tabela 2), a tendência é optar por injeção da Água Produzida.
Poderão ser necessários tratamentos para adequar, por exemplo, o teor de sólidos, óleo e salinidade da água
às necessidades do reservatório em que a água será injetada. A utilização de outra água, adequada ao
reservatório, poderia ser vantajosa economicamente, mas ainda persistiria o problema do descarte do
efluente gerado.

A injeção da AP pode ou não estar ligada a um processo de recuperação secundária. Em ambos os casos,
pode haver necessidade de algum tratamento para adequar o fluido à legislação e/ou assegurar a
injetividade do reservatório.

Os critérios adotados com relação ao teor de óleo, produtos químicos e a presença de metais pesados
variam com o tipo de destino que será dado à água. (Tabela 2)

DISCRIMINAÇÃO * CONCENTRAÇÕES
PH 5a9
Öleos e Graxas 20,0
Arsênio Total ( As ) 0,5
Boro ( Bo ) 5,0
Cianetos ( Cn ) 0,2
Cobre ( Cu ) 1,0
Estanho ( Sn ) 4,0
Ïndices de Fenóis 0,5
(C6H5OH )
Fluoretos ( F ) 10,0

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Mercúrio ( Hg ) 0,01
Prata ( Ag ) 0,1
Sulfetos ( S ) 1,0
Zinco ( Zn ) 5,0
Sulfeto de Carbono 1,0
Clorofórmio 1,0
Dicloroeteno 1,0
Material Sedimentar 1,0
Amônia 5,0
Bário ( Ba ) 5,0
Cádmio ( Cd ) 0,2
Chumbo ( Pb ) 0,5
Cromo ( Cr + 6 ) 0,5
Cromo ( Cr + 3 ) 2,0
Ferro ( Fe ) 15,0
Manganês ( Mn ) 1,0
Níquel ( Ni ) 2,0
Selênio ( Se ) 0,05
Sulfitos ( SO3 ) 1,0
Organofosforados e 1,0
Carbamatos
Tricloroeteno 1,0
Tetracloreto de 1,0
Carbono
Pesticidas 0,05

* Concentrações em mg/l
Tabela 2 – Limites estabelecidos pela resolução CONAMA Nº 20

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3. ÁGUA PRODUZIDA E MEIO AMBIENTE
3.3 Impacto ambiental

A Água Produzida é potencialmente perigosa ao meio ambiente por causa dos vários elementos que a
compõem. A combinação de um ou mais desses elementos, a quantidade e as características do local onde
o efluente for descartado devem ser levados em conta para avaliar um possível impacto ambiental.

Poderá ocorrer poluição em rios, mar, lagos , contaminação em aqüíferos e do solo, danos à flora e à fauna.

As principais causas potenciais de perigo atribuídas a Água Produzida podem ser :

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l alta salinidade;
l sólidos suspensos;
l presença de metais pesados;
l presença de orgânicos insolúveis;
l presença de orgânicos solúveis;
l presença de produtos químicos;
l radioatividade.

Alta Salinidade - A salinidade pode impactar os mananciais de água doce, como aqüíferos, lagos e rios que
se destinam à agricultura e consumo humano. O sódio, em particular, é especialmente nocivo se a água for
usada na irrigação, pois a salinidade torna o solo improdutivo para a agricultura.

Sólidos Suspensos - Estão diretamente ligadas à toxicidade da água em função das concentrações de
elementos nocivos. A presença de grande quantidade de sólidos pode interferir na autopurificação de rios e
ocasionar depósitos de lama, danificar pontos de pesca e impactar esteticamente os mananciais.

Metais Pesados - O principal problema relacionado à presença de metais pesados deve-se a sua
capacidade de bioacumulação na cadeia alimentar. Diversos metais pesados podem ser encontrados na
Água Produzida como: Bário, Manganês, Mercúrio, Zinco, etc. Esses elementos podem ser extremamente
tóxicos aos seres humanos.

Orgânicos Insolúveis - A presença de óleo em águas superficiais provoca efeitos antiestéticos, além de
serem tóxicos para peixes, reduzirem a geração, causarem gosto desagradável e aparência inaceitável à
água.

Orgânicos Solúveis e emulsificados são responsáveis por efeitos tóxicos agudos. Tornam-se grande
problema para o tratamento e disposição da Água Produzida por serem de difícil remoção.

Produtos Químicos - A Água Produzida pode conter variados produtos químicos. Deve-se evitar
principalmente o descarte das que contenham Biocidas (Bactericidas), pois podem ser tóxicos a muitos
organismos. Os surfactantes só ocorrem por causa do manejo incorreto e se exceder as concentrações
recomendadas. Produtos biodegradáveis também podem ser potencialmente perigosos quando em
concentrações elevadas.

Radioatividade – Os riscos com o manuseio de Águas Produzidas que contenham elementos radioativos
são considerados pequenos para a vida humana. existe, no entanto, necessidade de estudos já que se
encontram presentes elementos como o Ra-226, Ra-228 e Es-90 os quais tendem a bioacumular, como os
metais pesados, em peixes e crustáceos.

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A Água Produzida tem de ser gerenciada como qualquer outro material perigoso na indústria do petróleo, ou
seja, de maneira segura e inteligente.

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4. CONTROLE DA GERAÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA

4.1 Importância do controle

4.2 Controles tradicionais na produção de água

4.3 Tratamento de poços produtores

4.4 Polímeros na água de injeção

4.5 Polímeros

4.6 Uso de polímeros na Petrobrás E & P - BA

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4. CONTROLE DA GERAÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA
4.1 Importância do controle

A produção de água juntamente com a de hidrocarbonetos é inerente à maioria dos processos de produção
de óleo, devendo-se aos mecanismos de recuperação do petróleo utilizados e à sua própria origem.

O controle desta produção é de grande interesse para produtores de petróleo. O custo empregado na
extração do petróleo inclui a produção da água, a separação óleo/água, a disposição da água produzida,
geralmente salgada, o que impossibilita o seu descarte em operações "on-shore".

A diminuição da produção de água pode levar a otimização do custo com a produção do petróleo, refletindo
nos processos de separação e tratamento do óleo.

Nas bacias maduras, isto é já bastante explotadas, torna-se necessário o uso de processos que aumentem a
recuperação do óleo existente. Alguns destes processos são a injeção de água e a de vapor ,que levam à
produção de água. Uma solução para o problema da disposição da água produzida é injetá-la em poços
escolhidos ou perfurados para descarte, ou como parte do próprio projeto de recuperação secundária.

Quando o volume de água produzida está próximo do limite que a malha de poços de injeção pode receber,
poços produtores com alta saturação de água (BSW), tem que ser temporariamente fechados. Os poços
injetores devem ter a sua injetividade melhorada. Novos poços podem ser perfurados ou convertidos para a
injeção de água.

Com o "envelhecimento" das estruturas e maturação de projetos de extração, a produção de água pode
tornar-se maior do que o necessário para os processos de injeção e recuperação secundária. O volume
excedente deve ser tratado e injetado implicando em custos adicionais. Pode-se elevar a pressurização além
da original ou necessária para a produção. Isto acarreta problemas, como a chegada da água de injeção aos
poços produtores antes do previsto, limitando o volume recuperado e aumentando-se o BSW. Provoca

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também problemas operacionais durante a execução de serviços, como necessidade do uso de fluidos
pesados no controle de poços anteriormente despressurizados e, eventualmente, a necessidade de aguardar-
se a despressurização para o início das operações.

Em resumo, a importância do controle da produção de água na extração do petróleo consiste em otimizar a


produção do óleo, e em minimizar os custos operacionais. A redução do volume de fluidos envolvidos no
processo pode diminuir os riscos potenciais e os danos ao meio ambiente.

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4. CONTROLE DA GERAÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA
4.2 Controles tradicionais na produção de água

Até o momento, foram descritos os procedimentos e a estratégia utilizada no que se refere à água produzida
e sua injeção em um campo de petróleo. Esse controle se dá por atividades que se desenvolvem
individualmente, em cada poço, com o objetivo de controlar a produção de água e recuperar o potencial de
produtor de óleo. Não sendo possível, e tendo em vista sua posição na malha de produção, pode-se optar
por fechar o poço ou convertê-lo em injetor de água.

O controle tradicionalmente executado é o isolamento da zona produtora de óleo e portadora de alta


saturação de água (alto BSW), inaceitável economicamente para determinado local e estágio da produção.

O Isolamento pode ser feito por:

l obturadores mecânicos - quando a zona a isolar se localizar abaixo de outras existentes;

l compressão de cimento - quando a zona a isolar se localizar acima de outra zona produtora a ser
preservada. Posteriormente, pode-se promover a abertura da zona isolada onde a saturação de óleo
ainda for econômica.

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4. CONTROLE DA GERAÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA
4.3 Tratamento de poços produtores

Atualmente, bons resultados estão sendo obtidos no controle da produção de água com a injeção de
polímeros. O tratamento consiste na injeção de soluções poliméricas na zona produtora, próxima ao poço.
Por suas propriedades químicas e local de colocação, os polímeros agem de maneiras diferentes:

l redução da permeabilidade relativa à água;


l barreira impermeável;
l combinação dos tratamentos acima.

Permeabilidade Relativa – quando injetados na zona produtora, alteram as tensões superficiais dos líquidos
envolvidos e a umidade relativa da rocha e fazem com que menor quantidade de água seja conduzida e
produzida no poço. O objetivo é conseguir redução na permeabilidade relativa à água na zona tratada (Kw).

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Barreira Impermeável – São soluções de polímeros injetadas de maneira a criar uma "barreira" dentro do
intervalo produtor, entre a zona de óleo e a de maior saturação de água. Essa camada impermeável reduz a
subida da água (cone de água) em virtude da depressão induzida pelo bombeio. Essa depressão se dissipa
mais para dentro da formação. Esse efeito, além de retardar a produção de água, pode proporcionar
aumento na produção de óleo. (Figura 4)

Figura 4 – Remediação de Cone de Água

A combinação dos tratamentos supracitados, com a utilização da redução da permeabilidade relativa à água
e de um disco impermeável próximo ao contato água /óleo, pode levar a alcançar melhores taxas de
recuperação de óleo, além da redução na produção de água. Esse aspecto o diferencia dos demais
tratamentos usados isoladamente.

Devem ser analisadas as características do reservatório e de cada poço que poderá ser submetido à
aplicação dos tratamentos. Com base nesse estudo, será decidido qual a alternativa adequada de acordo
com as características encontradas, bem como a previsão de êxito.

Água produzida na extração de petróleo


4. CONTROLE DA GERAÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA
4.4 Polímeros na água de injeção

A injeção de água para recuperação secundária é um método tradicional e amplamente conhecido. A água é
injetada em um reservatório de óleo, de modo a pressurizá-lo e aumentar a recuperação após a produção
por meio da energia natural do reservatório (recuperação primária).

Uma das causas de perda de eficiência do método é provocada basicamente pelo fato da viscosidade da
água de injeção ser de aproximadamente 1 cp, enquanto que a do óleo comumente produzido é de 6 a 7
cp’s. Isso faz com que a água tenda a ultrapassar o óleo e forme as "canalizações".

A canalização decorre do percurso que a água faz através de um caminho preferencial em direção ao poço
produtor. Como resultado, tem-se produção excessiva de água e baixa eficiência na recuperação do óleo.

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Figura 5 – Canalização

Pode-se então maximizar a recuperação e minorar a injeção por injeção de um fluido eficiente, com o uso de
polímeros.

A injeção de polímeros, com características de viscosidade adequadas, pode conduzir o óleo para os poços
produtores eficientes que somente com a água. A solução polimérica pode bloquear zonas de maior
permeabilidade e reduzir as canalizações. É possível reduzir a permeabilidade de um canal (finger) por meio
de injeção de um polímero redutor de permeabilidade a fim de tornar uniforme o efeito da injeção. Após o
tratamento no reservatório, o deslocamento dos fluidos injetados torna-se uniforme graças a obtenção de
permeabilidade homogênea.

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4. CONTROLE DA GERAÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA
4.5 Polímeros

A utilização da injeção de polímeros apresenta como vantagens, ante outros métodos, eficiência que se
evidencia em maior recuperação de óleo e menor produção de água por volume de óleo produzido. (Figura 5)

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FONTE : Lindley, J. (1 993). USA.


Figura 5 – Injeção de Polímeros para Controle de Mobilidade,Minimização de
Canalizações e melhor eficiência na recuperação.

Os polímeros agem bloqueando zonas de alta condutividade, em poços injetores e produtores com alta
saturação de água, além de reduzir a mobilidade relativa da água em relação ao óleo.

Os polímeros mais utilizados fazem parte de duas famílias: as poliacrilamidas e os polissacarídeos.


Destacam-se: goma xantana, poliacrilamida hidrolizada, copolímeros, poliacrilamida, ácido poliacrílico, etc.

As poliacrilamidas utilizadas são parcialmente hidrolisadas em 30 a 35% de seus monômeros e fazem com
que suas moléculas sejam elétricamente carregadas. O grau de hidrolisação interfere na solubilização do
produto e nas propriedades, como a viscosidade e grau de retenção:

l baixa hidrolisação, menor solubilidade;


l alta hidrolisação, maior solubilidade, sensibilidade à salinidade e à dureza da água.

A sensibilidade à dureza e salinidade da àgua torna-se um obstáculo à utilização das poliacrilamidas em


muitos reservatórios. São relativamente baratas e resistentes bactérias. Exibem redução de permeabilidade
mais duradoura em comparação com os polímeros polissacarídeos.

Os polissacarídeos são biopolímeros obtidos por processo de fermentação bacteriana. Isso faz com que
sejam mais sensíveis à ação de bactérias. Porém, sua vantagem é a insensibilidade à salinidade e dureza da
água.

A escolha do polímero a ser utilizado depende do reservatório, seus fluidos e das características dos
polímeros disponíveis.

Fisicamente, esses produtos podem apresentar-se em forma de pó, suspensão aquosa e emulsões. Isso é
importante para o armazenamento e, principalmente, no preparo da solução a ser injetada. Pode haver
necessidade de equipamentos especiais em virtude de maior ou menor facilidade de preparo da solução
polimérica, em função do estado físico do produto.

Os polímeros podem degradar e perder sua eficiência por efeito térmico, biológico, hidrólise e substituição de
radicais livres.

Como as temperaturas para degradação térmica são geralmente mais elevadas que as encontradas nos
reservatórios, as outras formas de degradação são freqüentes. A oxidação, a substituição de radicais livres e
a degradação biológica são problemas sérios nesse processo. Para retardar seus efeitos, é recomendado o
uso de aditivos, consumidores de oxigênio e bactericidas.

A exposição a altas velocidades de fluxo em equipamentos, tubulações e particularmente nos canhoneados


constitui-se em fonte de degradação polimérica mecânica. Todos os tipos de polímeros sofrem esse efeito,
especialmente as poliacrilamidas.

O projeto dessas operações é complexo, principalmente quanto aos reservatórios. É necessária análise
criteriosa do reservatório a ser escolhido e que melhor se adapte técnica e economicamente.

Deve-se prever o tipo de efeito desejado, tais como: controle de mobilidade, permeabilidade e o tipo do

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polímero adequado aos objetivos.

Os equipamentos para mistura, filtração e injeção são relativamente simples e devem se adequar ao estado
físico do produto escolhido, bem como os poços devem ser de modo a prevenir a degradação da solução
durante a injeção.

Água produzida na extração de petróleo


4. CONTROLE DA GERAÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA
4.6 Uso de polímeros na Petrobrás E & P - BA

A utilização de polímeros seletivos, que são sensíveis ao fluido que passa junto deles, iniciada em
Setembro/96 tem colhido resultados positivos. Estão sendo utilizados polímeros catiônicos que agem
seletivamente ao fluxo de água ou óleo. Caso o fluido presente seja a água, o polímero adsorvido à rocha se
expande e limita o fluxo. Se o fluído for o óleo, não há interferência. O efeito é a alteração da
permeabilidade relativa à água.

Dá-se grande importância à seleção dos poços a serem tratados, visando otimizar o retorno do investimento
a ser realizado. A identificação dos mecanismos de produção da água no poço é cruzada com dados
geológicos e informações de produção, os quais levam à seleção do poço e da técnica de correção a ser
executada.

Os resultados de alguns tratamentos realizados são apresentados na tabela 3. Não foram considerados
ganhos obtidos com a redução na produção de água.

Investimentos Produção Valor Valor Extrapolado Tempo Retorno


Poços
( US$ ) ( m3 ) Realizado ( 5 anos ) ( meses )
1 18660 5600 422780 700860 11,1
2 13800 0 - 3090 - 43660 -
3 11500 300 20720 15170 8,1
4 13800 - 1000 - 80870 - 191120 -
5 11500 - 500 - 52810 - 182360 -
6 22140 1100 91530 117970 2,5
7 12330 1300 92600 198060 -
8 12330 700 49740 59250 6,1
9 12480 1000 53570 79500 15,3
10 12480 1600 141580 175440 1,3
11 12440 0 - 3280 61240 24
12 68480 0 - 90140 39000 40,8
13 15270 100 - 4220 9760 12,1
14 9380 200 - 18140 - 49740 -
15 12900 1800 146430 465200 1,3
16 12500 - 200 - 7440 31500 12,4

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17 14380 300 16240 16350 4,4


18 9850 300 18360 62330 4,5
19 1270 100 - 1260 31940 9,6
20 11850 500 38100 117630 2,7
21 980 2900 252070 1041130 1,6
22 19720 - 1700 - 200250 - 186240 -
23 23430 1800 151100 297710 4,1
24 14240 - 500 - 65930 - 97590 -
25 19050 - 600 - 76850 - 171800 -
26 62900 3900 295410 469670 7,6
Total 488630 18600 185250 3067000

Tabela 3 – Indicadores econômicos de tratamentos


com polímeros realizados na Petrobrás E & P - BA
( Mota, R. O. et Alii, 1998 )

Água produzida na extração de petróleo


5. PESQUISA DE CAMPO

5.1 Caracterização dos campos observados

5.2 Separação óleo/água em Araçás - BA

5.3 Tratamento da água produzida em Araçás

5.4 Injeção de água em Araçás e Imbé

5.5 Componentes do processo produtivo

Água produzida na extração de petróleo


5. PESQUISA DE CAMPO
5.1 Caracterização dos campos observados

Os campos de Imbé e Araçás, localizados no Estado da Bahia, situam-se no centro da Bacia do Recôncavo,
a mais antiga região petrolífera, no Brasil, foram descobertos nos anos de 1 964 e 1965 respectivamente.
(Figura 6)

Em Araçás, após o estágio inicial de produção, utiliza-se como método de elevação artificial o gás Lift para a
produção dos horizontes mais profundos (2 600m a 3 000m), além de diversos métodos de bombeio, como o
mecânico, por cavidades progressivas e centrífugo nos horizontes mais rasos( 1 000m a 1 300m). Todos
esses sob o efeito da injeção de água como método de recuperação secundária.

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De maneira semelhante, Imbé sofre injeção de água com produção basicamente por bombeio mecânico.

A produção anual de óleo, dos dois campos, situa-se em torno de 285 000m³/ano (239 000m³, em
Araçás, e 46 000m³, em Imbé) para uma produção de água de 481 000m³/ano (438 000m³ de
água, em Araçás, e 43 000m³, em Imbé).

A opção pela injeção da água produzida, para recuperação secundária, ocorre basicamente em função da
localização interior dos campos (on-shore), aliada à necessidade de destinar a Água Produzida. Outros tipos
de destino para a Água Produzida necessitariam de investimento na construção e operação de estações para
tratamento do efluente. Os tratamentos, hoje existentes, para a água a ser injetada são simples e baratos,
mas de baixa confiabilidade.

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Água produzida na extração de petróleo


5. PESQUISA DE CAMPO
5.2 Separação óleo/água em Araçás - BA

A separação Água/Óleo(A/O) é o primeiro tratamento que recebe o óleo produzido. Somente é transferido da
estação coletora para refino o petróleo com, no máximo, 280ppm de salinidade e um volume residual de
água de 2%(BSW). (Foto 1, Anexo 03)

O processo de separação Água/Óleo, em Aracás, hoje está bem simplificado. Ocorre basicamente em um
"tanque lavador" aquecido, onde o óleo produzido é separado da água e de sólidos, porventura existentes,
por efeito da diferença de densidades das fases existentes.

A mistura O/A é aditivada com desemulsificante(Foto 2, Anexo 03), que auxilia no processo de separação, por um
inibidor de corrosão para proteção dos equipamentos metálicos e por um antiincrustante. Além do
desemulsificante, a principal ajuda externa ao processo de separação fica por conta do aquecimento da
mistura, que é mantida a cerca de 60°C. O processo de aquecimento acontece por meio de serpentinas
aquecidas com vapor gerado por caldeiras próximas. (Foto 3, Anexo 03)

A mistura O/A é aquecida e, com o uso de desemulsificante, separa-se por efeito da diferença de
densidades. O óleo, menos denso, flutua e é transferido para outro tanque. Caso não atenda aos parâmetros
pré-estabelecidos, retorna ao processo. A água produzida segregada é transferida da parte inferior do tanque
lavador para um tanque pulmão que armazena e ajusta as vazões de separação e a do tratamento posterior.
(Foto 4, Anexo 03)

No tanque pulmão se inicia o tratamento da água produzida.

Água produzida na extração de petróleo


5. PESQUISA DE CAMPO
5.3 Tratamento da água produzida em Araçás

A Água Produzida, acumulada no tanque "pulmão" , em função de seu nível é transferida automaticamente
por bombas centrífugas para uma bateria de cinco tanques flotadores.

O tratamento da água nos tanques flotadores é também baseado na diferença de densidade dos
componentes presentes na água. O óleo residual flutua em cada tanque e periodicamente é extravazado e
retornado ao processo de tratamento do óleo. Os sólidos são retidos no fundo de cada tanque por
decantação promovida no interior destes. Estes só são retirados nas visitas de manutenção programadas.
(Foto 5, Anexo 03)

A água após percorrer a bateria de flotação é armazenada em outro tanque pulmão, o do 2º estágio. (Foto 6,
Anexo 03) Deste tanque a água é reinjetada no subsolo por bombas alternativas que mantêm nas linhas a
pressão em torno de 1000psi. (Foto 7, Anexo 03)

Todas as linhas existentes no processo de tratamento da água produzida são feitas em fibra de vidro para
controle da corrosão. Linhas tronco, em aço inoxidável e linhas individuais, para cada poço, em fibra de

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vidro, compõem as linhas de injeção. Com isso fica minimizada a corrosão antes existente e é desnecessária
a injeção de anticorrosivo, na água de injeção. (Foto 8, Anexo 03)

Cabe salientar que anteriormente ao uso desses materiais mais nobres, as linhas de injeção não eram de aço
inoxidável, por isso há maior probabilidade de falhas por corrosão, a injeção do produto da corrosão nos
poços e maior quantidade de produtos químicos. A falta desse inibidor poderá acarretar a corrosão
concentrada nos equipamentos de cada poço, o que não está determinado.

O controle do volume de água injetado é feito com o auxílio de hidrômetro fixo na saída das linhas tronco. O
volume injetado em cada poço só é feito periodicamente via hidrômetro portátil à cabeça de cada poço. É
um processo de manutenção periódica que consiste na verificação e limpeza do filtro de linha existente em
cada poço, com a intercalação do hidrômetro, de modo a checar a "cota" recebida. (Foto 9, Anexo 03)

Não são feitos testes sistemáticos com a água de injeção. Testes periódicos determinando teor de óleo e
sólidos suspensos são fundamentais para a manutenção da injetividade. Também o controle de gases
dissolvidos, presença de bactérias e pH são fundamentais para o controle dos processos corrosivos
associados à injeção de água.

De maneira geral, os principais problemas relativos à injetividade são:

l alto teor de óleo para a água de injeção;


l presença de sólidos;
l presença de bactérias;
l salinidade inadequada em formações argilosas.

Água produzida na extração de petróleo


5. PESQUISA DE CAMPO
5.4 Injeção de água em Araçás e Imbé

Em 1 998, a injeção era de cerca de 1 700 m³/dia de água, no campo de Araçás, o que correspondia ao
volume produzido no próprio Campo e complementada com a produção dos campos de Fazenda Boa
Esperança/Salgado e Sesmaria. Faz-se injeção na Fazenda Boa Esperança em pequena escala.

No Campo de Imbé, a injeção se compõe da água produzida em Imbé e do volume produzido no Campo de
Riacho da Barra. Neste último , a injeção existente é de água doce captada através de poços, e a água
produzido com o óleo é escoada para injeção em Imbé.

Os projetos de recuperação evoluem e se ajustam ao conhecimento e ao estágio de desenvolvimento de


cada campo. No primeiro estágio, havia a captação de cerca de 600m³/dia de água doce para injeção na
Zona Cambuqui, em Araçás, com a aplicação de energia e insumos nesta atividade. Com o maior
conhecimento do reservatório, foi possível dispensar esta injeção com conseqüente economia. A partir deste
momento, toda a água injetada em Araçás passou a ser Água Produzida, e toda água injetada faz parte da
recuperação secundária e não há descarte. Na realidade, existem dois poços preparados para descarte, caso
haja necessidade, como alívio para o sistema.

Foi bom avanço, tanto econômico como ambiental. A melhoria pode continuar com a evolução dos
processos de recuperação e de produção.

A melhora na qualidade do fluido injetado é necessária para que a injeção se torne aplicável em zonas onde
não se aplica essa técnica ou para garantir onde o processo já é executado. O tratamento hoje feito na Água
Produzida é simples e adequado para a maior parte das zonas onde ela é injetada. Via de regra, a
injetividade declina em função da qualidade da água. Intervenções com sonda, para sua restauração,

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tornam-se necessárias; às vezes por meio de tratamento químico.

Projetos piloto de tratamentos mais eficientes, como a filtração para a Água de injeção, estão sendo
desenvolvidos. O custo para a implantação em escalas operacionais é um problema a ser analisado, em
vista do retorno a ser observado nas zonas específicas.

Observa-se com facilidade que o sistema de injeção é sensível à qualidade da água. No Campo de Imbé,
com relativa freqüência, é necessário fechar os poços produtores de elevado BSW a fim de condicionar o
volume produzido ao que pode ser injetado por falhas operacionais ou do sistema. Isso acarreta queda da
injeção nos poços injetores e de produção.

Água produzida na extração de petróleo


5. PESQUISA DE CAMPO
5.5 Componentes do processo produtivo

Água produzida na extração de petróleo


6. RECOMENDAÇÕES

A queda no volume de água injetado pode influir diretamente na produção de óleo. Provocar acúmulo de
água produzida nas instalações de superfície e/ou levar ao fechamento de poços produtores com alto BSW.

A queda na injetividade pode ser, na maioria das vezes, conseqüência da qualidade da água injetada.

O estudo da água de injeção e do padrão necessário de qualidade deve ser considerado a fim de que se
mantenha a continuidade operacional, por maior período de tempo entre intervenções.

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O investimento em diferentes processos de tratamento da água produzida, em melhores instalações de


tratamento e de injeção, deve ser comparado com o custo em intervenções e tratamento em poço, bem
como sua freqüência, de modo a se ter subsídio para a decisão sobre o problema apresentado.

Estudos sobre a presença de elementos radioativos, potencialmente perigosos, na água produzida não são
comuns. O estudo do assunto seria recomendável para conhecimento e segurança dos envolvidos na
atividade e partes interessadas.

Água produzida na extração de petróleo


7. CONCLUSÃO

Observando o exposto, conclui-se que:

1) a injeção da Água Produzida, nos horizontes de onde a mesma foi retirada, é adequada às
necessidades do momento. É um método de descarte seguro, não se vendo danos ao Meio
Ambiente neste procedimento.

2) A Injeção, com o objetivo de Recuperação secundária, é ótima solução para o problema do


destino da Água Produzida por não haver simplesmente o descarte do efluente. No caso, é um
processo que, apesar de maiores custos com tratamento, obtém, além do descarte, maior
recuperação de óleo e mantém melhores níveis econômicos para a atividade.

3) A melhora que se pode antever para o sistema está na possibilidade do tratamento no fluido
injetado, com polímeros que indicam eficiência de recuperação e menores volumes a serem
injetados, por volume recuperado. Os tratamentos junto aos poços produtores também tem a
sua participação na redução da produção de água. A produção, com economia de energia,
pode causar menores impactos ao Meio Ambiente. Esses projetos têm de ser integrados e
adequados a cada unidade. Das características individuais de cada poço depende a obtenção
de maior ou menor sucesso.

4) A injeção de água aditivada com polímeros ainda está em fase inicial de implantação.
Provavelmente será mais uma ferramenta a ser utilizada para otimizar a recuperação de óleo e
minimizar a produção de maior efluente da atividade, a Água Produzida.

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8. ANEXOS

8.1 Anexo 01 - Tabelas

8.2 Anexo 02 - Figuras

8.3 Anexo 03 - Fotografias

8.4 Anexo 04 - Glossário

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Água produzida na extração de petróleo


8. ANEXOS
8.1 Anexo 01 - Tabelas

1.CARACTERÍSTICAS DE ÁGUA DO MAR E ÁGUA PRODUZIDA (ÍTEM 2.1)

2.LIMITES ESTABELECIDOS PELA RESOLUÇÃO CONAMA Nº20 (ÍTEM 3.2)

3.INDICADORES ECONÔMICOS DE TRATAMENTOS COM POLÍMEROS REALIZADOS NA


PETROBRÁS E & P- Ba ( ÍTEM 4.6 )

Água produzida na extração de petróleo


8. ANEXOS
8.2 Anexo 02 - Figuras

1.RESERVATÓRIO ESQUEMÁTICO DE ÓLEO (ÍTEM 2.2)

2.MOVIMENTO DO CONTATO ÁGUA/ÓLEO (ÍTEM 2.3)

3.REMEDIAÇÃO DE CONE DE ÁGUA (ÍTEM 4.3)

4.CANALIZAÇÃO (ÍTEM 4.4)

5.INJEÇÃO DE POLÍMEROS PARA CONTROLE DE MOBILIDADE, MINIMIZAÇÃO DE


CANALIZAÇÕES E MELHOR EFICIÊNCIA NA RECUPERAÇÃO (ÍTEM 4.5)

6.LOCALIZAÇÃO DOS CAMPOS DA PESQUISA (ITEM 5.1)

Água produzida na extração de petróleo


8. ANEXOS
8.3 Anexo 03 - Fotografias

FOTO 1 – VISTA DAS INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO (Item 2.1)

FOTO 2 – ADITIVAÇÃO DO FLUIDO PRODUZIDO

FOTO 3 – CALDEIRAS – AQUECIMENTO DO FLUIDO PRODUZIDO

FOTO 4 – TANQUE LAVADOR – SAÍDA DA ÁGUA PRODUZIDA

FOTO 5 - TANQUES FLOTADORES – TRATAMENTO DA AP

FOTO 6 - ARMAZENAMENTO DA ÁGUA PRODUZIDA

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FOTO 7 - BOMBAS – INJEÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA

FOTO 8 – LINHAS TRONCO DE INJEÇÃO

FOTO 9 – HIDRÔMETRO – CONTROLE DO VOLUME INJETADO

Água produzida na extração de petróleo


8. ANEXOS
8.4 Anexo 04 - Glossário

AP = Água Produzida

E&P-BA= Órgão de Exploração e Produção da Petrobrás no Estado da Bahia

PITS= Forma de corrosão

SCALE= Deposição de sais e Carbonatos em tubulações

On-shore = Em terra

BSW= Saturação de água no óleo produzido

FINGERS= Canais de permeabilidade elevada que levam ao poço produtor

GAS LIFT= Método de elevação artificial de petróleo

SPE = Society of Petroleum Engineers

Água produzida na extração de petróleo


9. BIBLIOGRAFIA

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13. Derkies, D. L. & Souders, S. H. (1 993). Pollution Prevention and Waste Minimization
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