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COLECAO ESPIRITO DO NOSSO TEMPO ‘ SIRKARLR, POPPER Vol.13 Capa de CLAUDIO MARTINS _ CONHECIMENTO OBJETIVO FCHA CATALOGRAFICA (Prepartapl Cento de Catalogo m-fone Choa nasnea ern Uma Abordagem Evolucionéria Popper, Kae Raima, 1902 Putte Conerimen cho: una shortage vlan: ao Milos Armia Belo Horaon, Ea ain, (spit de noo temp, ¥. 13) i Tradugio de re MILTON AMADO. | Indo Ls) 2. Tend continent. Ti cpp.121 0032 tet Indes paraocatog sisted: 1. Comtecment: Tears: Metafsn:Flosfa 121 2-Episemelopa:Meufsea: Pose 121 $3 Ioan: Lie 161 ‘Teoria do conhecimeeo: Metafile: Facts 121 & EDITORA ITATIAIA LTDA Belo Horizonte, Rua So Geraldo, 67 — Floresta —Cep. 30150070 Tel. (031) 212-4600 —Fax: (031) 224-5151 EDITORA ITATIAIA Belo Horizonte ae ce eater cat tS Hei teeta “ial dag rina ingles: OBJECTIVE KNOWLEDGE [AN EVOLUCIONARY APPROACH (radu da igi de 1973,coiida ics OXFORD UNIVERSITY PRESS LONDON) i (© KARL R, POPPER, 1972 Dedicado a ALFRED TARSKI 1999 Diretos de Propriedade Literriaadquiidos pela EDITORA ITATIAIA LTDA Belo Horizonte Tmpresso no Brasil Printed in Brazil PREFACIO © FENOMENO do conhecimento humano 4, sem divide, 0 ‘maior milagre de nosso univeso. Consul um problema que ‘no ser resovido em breve e estou longed pensar que pre Sente volume dé a sua solujdo uma’ contribulplo ainda ‘que pequena, Espero, port, ter aldado 0 reiniclar um debate ue tradigio dessa teoria do co- Inhecimento, de'senso-comuan! Sou grande admirader do senso Zomum, que, afrme, &essencialmenteautocritico. Mas, s¢ estou disposi @ sustentar ao fim a verdade essencial do’ realismo do senso comum, consdero a teoria de senso comum do conhe- imento como uma asnera subjetvsta. Essa asnelra tem domi nado @ flosofia ccidental. Tenho tentado erralicé-la e substi- ‘ubla por uma teoria objetiva do conhecimento, essencialmente conjectural. Isto. pode ser uma pretenso audacloss, mat no ero desculpas por ela, ‘into, porém, que devo desculpar.me por certas sobrepo- sigdes: deitel os vérios coptlas, publicados anteriormente ou ido, quase no préprio estado em que foram escrito, memo ‘quando se sobrepunham parcialmente. Esta é também a azo de falar agul, nov Captulos 3 ¢ 4, em “primeiro”, “sequndo e"tereeiro mundo”, embora prefira agora falar gm “mundo 1”, “mundo 2"e “mundo 3”, tl como no Capitulo 2, sequind> sma’ sugesizo de Sir John Eccles em seu Facing Realty. Kant R. Pore ena, Buckinghamshire 20 ds jutho de 3971 ‘ SUMARIO 1 CONRECIMENTO CONSRCTURAL: MINHA SOLUCKO DO PROBLEMA DA INDUCKO. mae 1.250 Problema de Senso Comm du Indugio, 14. 2 — ‘pe Ffena ce Som eccie nportantae fades de ume, 16. a eu Modo de Abwrdar © Problems de Indostorit. 6 <0 Problems, Légi dx Tadugio” eformelagto eS Ta E_Centin btnka Sacto fo Probleme’ Ed fo, sh. Tm Pretertci por Tatas « Prout. de Tidorto de Hume, 38.” if Reformulagto do Pitioas Pekstgee de Indaséo, 96, 12 =O Probleme Tose ‘ial do Indaeho en Intallade de Todge x Principles oo indogte 38 ‘hid Si Protea «te 2. DUAS FACES Do SENSO: ARGUMENTO FAVOR DO 'REALISMO DE SENSO COMUNE CORTISSSTEBRIA DE'SENSO COMUM Do CONKECIMENTO™. 1. Em Dascelpa da Puowta, 1. 2 — 0 Ponto de Davida Teaver Seno Comam eC ote sebre' a Verouimitade, 8) Veesimiinde ee rocorn da Veins, 68." "10 — Vordada» Veromimiede ‘me. Alves S11 — Gonctarin sre ‘Verdade' Veroainilitde, 08, a "Seas ‘comem, do Gomer, “8 Gale “Cone asia. "te poco ttre # Episemologia Subjecite, 17." 30 = Ow beseento no Sentide Objetve, 7,21 — A Procure da (Gerien e& Principal Fraguera ‘Tori de Sena Ooms {5 Combecimente, 79. 29 — Obvervagies Asan sobre fore Be at acts Grin, Pr tralte 0 Problema de Anise de owas Bocolba'e Predigen 86,28 — Gate ‘dat 0, Crescenta do Conhecinets steaée de Grten © venti, Oma Rede Utero are etrontg omy Hae "34 nang 6 oA UTS: Una Powel Geen 6, 8. EPISTEMOLOGIA SEM UM SUIEITO CONHECEDOR . 1.— Tele Teste sobre Epletemologn « 0 Torsiro Mundo, toa, TY "Ue Aborangens Bites do Tere Mae? da 114| GA Objetatindee a Astonia do Peels Monde, 126) dO ay at ihe Ceca Sublets em Fie aR Te oA en ot Bll x ecb, 1411 2 — Dense Hani si 4 SOBRE A TEORIA DA MENTE OBJETIVA 1. —Pluraliamo o 4 Tee doe Tria Mundo, 15:, 2 — As doe, 168, 3 — apeeentago Sabjetiva do Calngwood, 17 5. A META DA CIENCIA ....ccoesoe ‘iblogratia Season, 191, 10 Nota Bibiogétcn, 192 i 180 DE NUVENS B RELOGIOS ‘Una Abordagem do Probleme da Ralonliads « da Liber. (ude de Hen, ‘A EVOLUGKO A ARVORE DO CONHECIMENTO 15 Mga Oma size Pola Coin: foot om Bien «pease mer dy Blog “a. Gre’ Confeqares “Dasliana Cente” 48 ‘ene “0 Renertngees Morse Congeriamcta Bh 5. UMA VISK0 REALISTA DA LOGICA, DA FISICA E DA DMUBTORIA etyosivopestasttort inert ercerecrer a 1. — Rallame e Plraismo; Radueto verses Emersi, bs" plaralinna e, Emereto ag Hissin, 2 3 nealione « Subjecvane er Fae 710." awe Tame eo Lapsa, 218 VERDADE De ‘TARSRI ‘Adendo, ima Nota sobre a Detinigio de Verdade, de Tare- ioe APENDICE. 0 BALDE B 0 HOLOFOTE :DUAS TEORIAS | DO COKRECIMENTO. E NOTAS sassscsssesseesees Guoiaio 1, $88. Ganitalo 2 B36 Spine & Hes Spits & 30 apie 1, Sos. “Rdends, sae Gapteale 5 868. dete! Sor INDICE DE NomES - NDICHE DE ASSUNTOS By a COMBNTARIOR RILOROFICOS SOBRE A TEORIA DA un . 1 — CONHECIMENTO CONJECTURAL: MINHA SOLUGAO DO PROBLEMA DA INDUCAO 0 icracionalieme erent ox todo 9 seaio 19 «ne gor} pam ‘do seato 20 & umm Seqtada nee (arte dentrugde do emptinns por Hume ‘Bexrun Runa, Julgo haver esolvido importante problems filossfico: 0 roblema da indigo, (Devo, ter chegado 2 solugio de 1927 fou por ai(*) Essa solupio tem sido extremamente frutlera, ‘capicitando-me a resolver bom mimero de outros problemas ‘ilosificon. Poors fiofs ontdo, aaron 9 tte de. gue rex 0 problema da indugio. Poucos filsafos tense dado a0 incd- modo de estidar — ou mesmo de criicar — minhas concepedes de. tal problema, ou de tomar conhecimento do fato de haver fu feito algum ‘rabalho 2 esse respeto. Muitos livros publi ‘ados bem receatemente ao fazem menor refertacia a tits ‘obra, embora muitos deles déem mostras de ter sido influen- ‘iados por alguns ecos bastante indretos de minhas idias. E fa obras que tomam conhecimento de minhas idéas costumam ltrbuirme opinges que nudca sustntel, ou eriticarme com bate em evidentes incomprfeasSes ou interpretagSes errr cou com argument inviidgs. Este capitulo 6 uma tetativa ‘expliear minhas concepg6es de novo e de wm modo que conte ‘ha plena rexposta a meus creos. 1 ‘Minhas duas primeiras publicgSes sobre o problema da’ indugio foram miaha nota emt Erkenntns, em 1933,(2) na qual spresenel em siatese minha formulagSo do problema e minha too, e meu livro Logik der Forschung (LiF), em 1936.(3) ‘A note e também 0 liv foram sito concentrados. Esperel, ‘um pouco otimistamente, que ot letores descobrissem, com & a i od, ‘S ajuda de umas sugestBes histéricas que fiz, a razio de ser deci- AE Sets rr pti ps eta 6 fat de hover eon o problema sco doa a & igue trou posse! mu so. Por problema filosice tradicional da inducio quero diet \ ena bonnie como 8 ste fr—ua site gape scree de gue 0 fo S st Cope tn opis Oakes 12 ae x y ba Tienes Sativa para a iferdacas Pi ha pose ‘Scatva para ox infetnciossnfasve alive FormulagSes como estat extio erroneamente rae por visas razdes Por exemplo, a primeira supde que o futuro sera ‘como 0 passado, suposielo que, de inicio, considero errada, & ‘menos que 2 psiavra “como™ Sea tomada em sentido tho fe- ivel que tore a suposigho viza e inécva Iago supde que hi infertnciag indutivas e rormas pate extra ‘duvets, al i tien que também consi Penso, portato, que ambas as Tormulagdes sf0 simplesmente > destiidas de erties © 'semetbanes aplicr-se-iam a mots utes formlacen. ME fart principal ser, ssa, formalgr utra vez 0 problema’ ‘star por trés do ye Xa | Setanta oe 5 Tormulaghes que agora @ toraram tradkionas slo, X tisoreamente, de data bem feseler brown da erica fa {por Hume A indus e de seu ict sobre a teria deesso Wotarer + mats Gtathado Gide des formulaySes tai cionais depois de apreeaat, primo, « conepeto de ses comum, a seguir «concepe40 de Hume e, por fm, minhas peo Prins reformulagSese slopes do problema in Fores 1 0 Probe deus Cin do Ine Bde de uy A teora de senso comum da iadugo (que também epsiies “*eora do balde mental”) € a teotia mais famoss, na forma da ‘sergdo de que “nada hi em nos ineigetcia que aio baja near oy enn ae nit ee esta opti fot formlada primero por Paménies {Btuto satiric! koe mortals ada (én em sua oe | ttansviada que ali nio tena chegado através de seus | teaneiadon)}()>> “4 | Dolerinoas indutivas'=" 056 como ce indus Bor Contudo, temos. fortemente acredtamos em iades (iis da natura, teorias). Isto Teva 20 ‘roblema de'senso comum da indugio'(que chamarel Se): ‘Se— Como podem ter surgido esas expectativas¢crengas? ‘A resposta de senso comum : Pox melo de obseragies repetdas Yeitas v0 passado: acreditamos que 0 tl naxceré ‘amanhi porque ele assim tem feito no pasado. w Na-contepeso de senso comum & simplesmenté sido como ‘cito (sean que quaiguer problemas se suscitem) que nose ‘renga nas regulardades & fustifiada por aquelas_ obvecvagoes repeidas que sfo responséveis por sun génese. (Genete com justiicaiva — ambas devidas A'repeticdo — € 0 que os FS: soos, desde Arist6teles e Cicero, tfm chamado epagOz? on indupo )) Tyg se = 2 — 0s Dois Problemas de Indupio, de Hume enzo conan. Home inereaione pol sito do conbeineno bi sano ou, egno. poles fra, por incaar 0 alguna de tees regan —e ql delat Pera Se fine por ‘es suena) ‘Levaton cle dois problemas; um problems Igo (IL) ¢ um problems pec (Hits) Us Jos pote porns {que foe dus Fenportn a ccs dls poets decom moso ss entecoca (0 probes ligco de Hume &(*}~ Tea Tse ‘Hu Somos jsteadot em rciocnar prin de ete plos repens guns tanen expert pera ros EiSaplor (comeaote}, doe guns nfo emo exprdac? A resposta de Hume a Ht. é: Nio, por maior que seja 0 de epetgges. 0 Sel ww neva? aman lane mbm mostou ges suako lies peemanece xatamente a mesma se sau Ha palavra provua tose ins Fide depois de “conlusGer, ou ses pulavras "para excmplos” {ossem substuides por ‘pea a probebilidade de exemplos™ © problema psicolgico de Hume 6:(*) Firs — Por que, nfo obtans, ode at pesos en csperam, ¢ crdem que exeuplos Ge que 280 ten expertcl onformarse 40” com agueles de que tim experiencia? Isto ox gue tos expecaivas em qbe dpostamos grande con ‘fiagat 1% sepa de Hume a Hs Por cus “une on isto € porge somos ae! S aecanans eg ‘al, diz Hume, te poderfamos sobreviver, Por esses resultados, 0 jo Hume — uma day mais raconas que Jt Bouve =" transformov-se num ase, 40 mesmo tempo, num erent rene mum ‘ani cette da oho sinc nor nos “entendimeato” i 3 — Conseqitncas Importanies das Resutados de Hue ‘omo vendo mio s6 da natureza de crenga, mas de crenga ra- Shonamentindtintel — dena fé ronal "Tomar-setGbwio na secs segintec aus seegSes T0'6 11.» ‘que tal conclusto iracionalista nfo pode ser devivada de piaha ‘tila do poland di ; "A conciusto de Hunt mais vigoroda © despa sudameate expt por B, Rash no cept sobre Huy. de > sua “Hist6ria da Filosofia poblicada em 1946 (trinta quatro anos antes de seu da Filosofia, que,cqn- 3 Tinka uma expesigo belamepte clara do problema da F sem referéacia a Hume).() A respeito do a por Hume a indupio, diz Russell "A Sosofia de . presenta a Dancarota da recionalidade do séeulo 18” "Xeim, € importante descobriv sé wlguna resposa « Heme dentro‘ uma flosotia gue see iene principalmente em Price Se nfo hower, no hi frei intelectual etre & 90% farex ¢@ deménia. © lundico que acredita ser um ovo eal ‘dado s6 serf-condzoado com Shee ea que pertence a ume Ruta prossege steverndo que se «industo (ou o pis cipio Je india) for rejada, "guahuerteatatva para hepa is cients gers patindo Ge" obvervagiesparticulares € fluséria eo ceicismo de Home el para one o “Asi, Rossel acentun o chaque eae a respsta de Hume ‘a HL e (a) a racionaldade, (b) © empirismo e (e) os proce: iments ciation, “Tomarsee Gbvio, nas secgbes 4 10 212, que todor eset chogues detaparecem te for aceita mina solugio do problems 16 a indugio: nfo hé choque entre mina teria de ©. maconaldade, ov © empilsine, OFS ‘ceacia, 4 — Meu Modo de Abordar 0 Problema da Indupdo (1) Considero de extrema importinia a ditingso, mpi) |» ‘ita’no tratameato dado por Hume, cate um problems ligied, ~ um problema psicolégico. Mas nfo penso que seja sats] eoncepeio que Hume tem do que me inclino « Some Siete ees ae . réncia vida; mas eneara-os come procesas ments “rie i cnrpsa un do me ici fn de a © dagen, sempre gue eum em Jogo prema lone, et ur ttor cn eos secon oo pele, epee |, “Crea etc em tron coeor. Asim, emer ce tans de | 's Seng, gnoon, de une “wacrag" ot dens ‘Sev cols yc dune “ingress? io Ge wnt < “assergio de observacio” ou de uma “assercio de teste”; ¢ < ~\ ‘em vez de “Justificativa de uma crenga” falo de “justificativ ___ St Soper be qu uma tea € erent, pono de eloa esr to ido def oj tv ou pc, on Norma” er pads Hy av ako 8 conte: Tene f | ee (2), Una ver reslvido o problems i6pico, HL, a solugto \tansfrida para o problema psicolégico, Hrs, com bese 10 ‘inte principio de transeréncla: 0 que & verdadero em Igica verdadeiro em pscologis. (Principio anslogo se sustenta d ‘modo geral para o que habtualmente se chama “método cient “fico” e também para a hisiria da ciénca: o que & verdad em loge 6 verdadeiro no método cientfico e na histéria da\ citncia.) Isto ¢ confessadamente uma conjctura algo ousada - psiologia da cognigfo ou dos processos de pensement. (3) Bid dup qu mev pina de wantin a ras cinta do dusaloag Se Hane os poole] Ponder a se prispal problema, de Indoydo,incuindo HPs) fem vl 8 pro tanta, so pode bare chogue entre Iogica epsicologiae, portant, neahuma conch de que nosso entendimento & irradional (4) Tal programa, justamente com a solugdo dada Hume a H., implica que se pode dizer, eorhee PERSE er! ah fa re eet eins ence tori citcns & obser, mais do gue 6 dito em HL. (5) Uni de meus prinipais resultados € que, estando Hume cero quant 4 nto exis indo por repetio em i. si, plo pric de traatertcia no pode exis tal coisa fem pricolgia (ou em melon (poato (2) da pree- den yond ttomaa Se une tm odo dette objetivo ou po aris, sbi expt”, de Hone, por “auergen ae ete, €, {ue descr aZomecncatrGbirvtee Coerane dob Seog wertee pene) «ame Tego poise tinh Fae ow sate odor 1 Pate ep de te ame a veal veradeira se foiinds por “recs capa; io {nina sre Se cra series de est on ener ‘observagio (que, pode-e dizer, slo “baseadas em experiacia”)? GF de que ua teria explanativa wai versal ¢ verdade , Set justfieada por “raabes em- Diices"rTsto € pode « sdmisafo. da verdade.de assergbes de| teste jutificar& alegacto de que uma teria universal € verda-| deir, ou a dlegagto de que €falsa? ‘A este problema, minha resposta ¢ positva: Si, adm

(10) No que acaba de ser dito a respite de "melhor" ‘tworiaincu-se @admissio de que uma boa teoria ado 6 ad hoe. ‘Ain de ‘at hoctde”e'oa port, aie er Poss cchamar “ousadia", slo muito importantes. sio_explanagies nfo testivels independemement; io 6, inde- pPendentemente do efeito a ser explanado. Podem ser tidas como Bsrauitas e, portant, de pouco interes teérico. Teaho aids 4 questio’ dos graus de independéncia dor testes eat: viros loi) ¢ um poems iateane «igus soy pretest de simplicidade e-de profundidade, Desde entao, teabo tambéan scentuado(®) a necesidade de referFlo ou relalons-o 69 37o- ‘lema da explanarao que nos dedicamos a resolver e As situagies de problema sob debate, porgue todas estas iéias (dn ligaglo ‘com os graus, de “bondade™ das teoras. concorrents. o giau de ot teoria também de fapdo com suas prdecesoras. ‘enka de explanar o que a velha teoria explanava, corige & velha teori, de modo que de fato contradic a velba teria: conti {quelque a teria de Newton contradiz as teorias de Kepler © de| Galleu = einbora at explane, pelo taté de-contBias, como| ‘pfoximagies;e similamente a tora de Einstein contradic 2 de Newton, que igualmente explana e contém como apro- ximapto, (11) 0 método deserto pode ser chamado método erico 1B um método de experitncias eliminagdo de etros, de propor teoriase submetéas aos mals severos testes que possamos Dro- jetar. Se, em vista de certs admissbes limitadoras, 6 6 consi derado possvel um nimero finito de tcorias concorrente, ese método pode levar-nos a isolar a teoria verdadeira pela elimi ago de todas as, suas concorrentes. Normalmente — isto 6, todos os easos em que o atmero de teorias posivls& inf ‘este método no pode verificar qual das teorias é verda- Acira; nem.g pode fazec qualquer outro método, Ele permanece ‘plcdve, esiborainconclusivo. (12) 0 enriquecimento dos problems por meio da refu- tagfo de teorasfalsase as exigéncas formuladas no ponto (3) foram certo que a predecessora de cada teoria nova — 60 onto de vista da nova tzoria — teré 0 earéter de uma aproxi= Imagfo na direpfo desta nova teoria. Nada, sem divida, pode tomar certo que, para cada teoria que foi mostra falss,eneo0- traremos uma sucesora “melhor” ou uma aproximagéo melhor uma que satisfaca aquelas exigtncias. do hd certeza de que consigamcs fazer progreto na direzao de teorias melhores. (13) Mais dois pontos podem ser aqui aerescentadot. Um 4 que aqulo que até aqui foi dita, pestence, de certo modo, & \6pioe puramente dediciva — dentro da. qual foram ropostos Ly, Ly © Ly. Conrado, ao tentaraplicar isto a situa (6es prticas que surgem em citacis, vamos de encontro 8 pro- temas de tipo diferente. Por exemplo, a relasio entre assergbes de teste teorias pode alo ser tio nit quanto aqu se admite: (ou as préprias assergbes de teste podem ser eritcadss. Este & 0 tipo de problema que sempre surge quando queremos aplicar a bgica pura a qualquer situagio da vide. Em conexto com ‘inci, isto Teva. ao que tenho chamado repras metodolépcas, 1s regras da discussio erties, "ofl 2 © outro ponto & que extas regras podem ser sacradas como suas 40 avo eral de disuse focal, ue # chepet ‘mais perto da verdade. ah 8 — Corroboragio: Os Méritos da Improbabiidade ‘Minha teoria da preferfcia’ aude tem a ver om a prefe- rtocia pela hipétese “mals provlvel”. Ao contri, tho’ mos: trado que a testaildade de uma teoria sumenta com ses coed roma, porta, mw le (no sentido do edleulo de probabilidade). Assim, a hip6tese “melhor”, ou “preferivel”, com maior freaitacta ‘ert! = mais ‘improvével. (Mas € engano dizer, como fez Jobn €. Harti, que ev haja alguma vez proposto um "ertélo de dade para a escola de hipéteses cietficas”:(3) alémr'e fo ter qualquer “ritéro” geal, mutes vere ocorre que flo poss preferir a hipstese logicameate: “melhor” e-aite-improvivel, Porque. alguéen consequiu'refutela expetintnrainent:) ate resultado sem vide, tem sido eicartdo pr wilt cso per- veto, mis meus prncipes arguments ey softens (on- {ido = improbabtidade) 6 receateteate ian Wy He¥ot 6 por alguns proponentes do indutivismo « de um Yeork probe bilista da indugbo, como Camap.(*) Et (2) Apreseatel crginalmente a iia de commoboraiao, ov “erau de corroborapi”, com 0 fte de mostrar clarémente que qualquer teria probablsta de prfertacia (e portato qesluer {eoria probablista de indugio) & absurda Por grau de corroborapo de ima teota ented welato conciso avalando o estado (num certo tempo 1) i diéagsto exftea de uma teora, com respeito ao modo pot que'e réslve ‘seus problemas; seu grau de testabilidade; a sevridede Sov testes que experimentou; e © modo pelo qual reagiu x ess textes. ‘Assim, corroboracio (ou grau de corroborapio) 6 up-avaie- or relato de atardo passida. Como a prefereaci, € esseacal- ‘mente comparativo: em geral, pode-se dizer apenas que tear ‘tem um grau de corroberagéo maior (ou menor) d@-que & {eoria concorrete B, & luz da discussio erica, que Inet 08 testes at certo tempo £. Seodo apenas um relato de amgglo pessada, relaciont-se com uma sitaedo que pode levac a pre- fecie umas tcorias em vex de outas. Mas hada die, em abode 1 respeito da atuagdo futur, ou da “idedigidade” de uma teo- ria, (Isto, naturalmeste, afo seria afetado’ de modo algun 8 algudm conseguisse mostrar que, em certos casos muito espe- 2 iia eg ou done para gan de gro Seoreglo poderam resber uma iterpetapo sumeien)") 'O propéato praca! das fOrmular que propus como deli sigbes do au de Corboragio £10 de star que, ca ios casos 4 hipstese ‘als improvdvel(improvivel bo seatco 0 ‘ilclo de probeblidade) € preter, © moar earamcate os cases em gue to vigorae aguls em Que aio vigora: Deste ‘odo, pade otra gue aprefalldade hao pode ar une pre babiléade no sentido do dlculo de probabidade. Sem dic, pode-se dizer que a tcora prefeivel € 4 mais *provivel at ‘no importa, Ses que Sia 208 leven et, mindor podcmos is ene der de Gas tcoray conoid gue hi 0 esa da dscste ace wo tempo Fe da evideaciaemplrca ansersdes de teste) dlsponiel por ova da dscasto, 4 tora 4 € perv! 8 cons Bou {em ‘melhor comoborsto. do que et, ce videntemente, 0 gra de coraboragbo no tipo FTGHE uma assergio sobre preferbidade no tempo 1) nde dit & Tespelto do futuro — por exempoy a rept do greu de comro- Torso sum tempo posterior a E apenss tn raat @ Ter Dato do estado da discos no tipo y, referent 8 prefer Iidade Wpcae empirin das torasconcorestes, (2) Devo dar éatese a isto porque o trcho segunte de seu lero Lica do Descobrimento Clnifica (Lz Se" D,) ten Sido iterpretad (ou antes, mal interpeetado) como mosiando “Em ter de ducwira “proba Tide” de ume ipstse devemos testar avalar que tee, roves ela exerinenton io & devemos tent vali fie Tol caper de provae sun po pare sobrevve resisindo fos tes, Em sua, devo tata eval te nde et fo caroboreda"() rho pas scree” mista eae a el preake la Se antdio part sobreiver™ mora gue eu at pretend falar de tim apldio pars sobre a0" ftiro, part esi tees ‘tos Lesino se indus lguéa erry mas 36 poo dzet ‘Gsmo,(*) em enigmas lnglisticos tals como, por exemple, se Ii 09 nfo diforencas ene “ser” e "existe". (Como ma arte ‘conlemporines nfo hé padrOes neses mundos de flosofia.) Dispeasivel€ dizer que a difundida atitude ant-inteectual ‘que era tio forte entre os nacional-socalistas e que de novo fe esta tornando forte entre os jovens desludios, especialmente festudanes, €exalamente tho mé quanto esse tipo de esclast- ‘imo e, £6 possvel, um pouco pior até do que a verbosidade presungosa e espris, embora ts vezes bem brifante, de 16. fofos outos intelectusis. Mas 6 apenas um pouguinho pior, pois 8 traigto dos intleetaaisevoca 0 ant-intelecrualismo como feagdo quase inevtivel. Se aos jovens se derem pedras para comer, em vez de pio, cles se revoltardo, ainda que, a fazélo onfundam Um pedeito com um apedzejador. ‘Em ais citcunstincas, € necessiro pedir desculpes por ser flésofo e, mais pariculamente, por resfimar (como pre- “ tendo fazer, mesmo que x6 de passegem) o que deveria ser ‘uma trivaidade, tal como o realismo, a tese da reaidade do ‘mundo. Qual é miaha desculpa? ‘Minha desculpa & esta. Todos née temos nosasfilsofas, Wed). podemos afiemar que pelo menos uma dessas relagbes deve © resultado de tudo isto € podermos dizer que 08 conte do de verdad e of conteidos de falsidade podem ser tornados ‘omparivels em prinepio com ajuda do edlculo de proba- biidade, Como mostiei em vitios locals, quanto maior for © con teido A’ deg, nenor seri a probabiidade ldgica pla) ou (A). Pois, quanto mals iformagSo traga uma asserelo, menor sera ‘probabilidade ldica de que sea Vordadera (acidentalmeate, por asim dizer). Podemos poctanto inroduzir uma “medida” do ontedido (pode ser mais usada topologicamente, isto €, como tum indicador de ordem linear), ofa), isto & 0 contedido (absolut) de a, ¢ também medidas rela. ea) © tla.8), isto 6, 0 conteido reltivo de a dado b ou B respectivamente (Ge B for axiomatizvel, teremos enldo sem divida ova.) ‘GaB).) Estas “medidas” ct podem ser definides com © auxsio ‘do elelo de probabilidae; isto €, com a ajuda da defiigio Fae as ‘Temos agora A nossa disposgdo os meios de defini (medidas de) 0 cotteldo de verdade, cf(a) eo conteddo de falsidade, (a) s7 ,@) = tA, a,(@) = aA,), to & o conteido de falsidade (sua medida) ¢ 0 conteéda rls tio de a (sue medida), dado 0 coneido da verdad de a, de 4; 0, anda em outras palavras, 0 grau a que a vai além dague- las assergbes que (a) decorrem dea (b) que sho verdaderas 8 — Observes sobre a Verosinilitule Com a sjeda desta iis podemos expcar agora i clarameate‘o- que etendenos inshivancne por sees Ihanga ou vewostitde.Tntiemente sande ine cos T, tem mencsverssimiitod do. que unt tena Tse © aon, te, () pets conteidos de verdade e Ge fide (ou sate Aids) forem compraves ou se () 0 coneido Ge verde, Imas no ocoeddo de faldade, Por menor que oat To fu anda te (c) 0 seated de yerdade eT, nib for alot auc ode 7 mas seu sont de faa or mai sume dlzcmos que Ty esté mals pero da verde, ou ¢ mas some. Thane & verdad, do gue Tse © spent se is asees vr dads decorrerem Sela, porkn ho mas enero aes, 00 palo menos igaimente tener asegbe verdad pete enon sere fas Em geal pedomon sr gu x tetas conorenes — tas como as toias dn pavitesto de Newton ¢ de Eaten — So fntkivaneme compersvett com resp a ean soneos {Go medion): mas RE tambem terns concorsts que nfo So compere. ‘A compartildedeinstiva dos conteidos da erin de Newton is da de Ein (E) pode se ete de se fuinte foma:() (a) para cada quetio + que a tora Ge Newton apenas ma fespota tora de Eisen spon ta rete ge & pelo tency, igamente precisa at arte {conte (sn mea) em nego lvement mas amp ue o de Tarski) de-N menor do que ov ual ade EG) he auestes que toa de Eimtin E pode der tna rspste Gato tania), a pss que storia de Nomon N abo 9d, ‘so toma o conto de N denitvamente menor quz'e dF ‘Asin podemor‘omparr inrvamene os contetdos destas dua toi de Esa fo ous aio (Pe 3 “se mostrar que esta intuigho & corroborada pelas medidas de ontetdo cH(N) e cE), Isto tora a teria de Eistein poten- Glalmente ob virualmente a melhor teoria; pois mesmo. sates 4e qualquer teste podemos dizer: se verdadera, ela tem maior poder explicativ, Além diss, desafia.nos arealiat mtiot vatie~ Sade. de testes. Assim, oferecenos novas oporunidades pt aprender mais a rexpeio dos fatos: sem 0 devafio da teoia de Elnsein, aunea terlamos medido (com © maior grau de pre fisios necessiio) a distinciaaparente entre as estelas que Fodeiam o sol durante um eclipse, ou o desvio vermelho da uz femitide plas chamadas “ands brancas” Sto ests algumas das vantagens de uma teoria (logica- mente) mais forte existeates mesmo antes que ela hala sido testada; isto 6, de uma teoria com maior conteido. Elastornam ‘uma teoria poiencialmente melhor, uma teoria mais dessindora ‘Masa tcoria mals forte a tooria de maior coateddo, ser também a de maior verossimiitude a menos que seu conttido de falsidade seja também maior. sta asieredo forma a base Wgica do método da ciéac 6 método de conjeturas ousadas de refutagdes tentadas. Uma teoria ¢ tanto mais ousada quanto maior for seu con teldo. B também a mais srrada: & mais provével de come ‘ar com o qe sera falso. TentaosencostratSeus posts facos, para refutiela, Se falharmos em feuttla, ov seas Tefuapoes (que encontramos forem 20 mesmo tempo também refutages ‘la teoria mais frace que a precedeu,() eat8o temos razSo para suepeitar, ov para conjecturar, que’a teora mais forte nfo tem comteddo de falsidade maior que o de sua predecestora mais fraca e que, portant, tem o mice grav de verssimlitud. — Verosimiltude « a Procura da Verdade ‘Tomemos um quadrado como representando a clase de todas as asserges ¢-dividame-lo em duae sub-iress igual, @ das assergbes verdadeiras (T) © a das falsas (F) T Fo. 1 ° Agora, mudemos um pouco este arcanjo, juntando a classe das astergBes verdadeiras hum cirelo 0 centro do quadrado. ‘A tarela da citncia&, metaforicamente falando,cobtir com acertos 0 méximo possivel do alvo (T) das assergdes verda- eiras, pelo méiodo de propor teorias ou conjecturas que nos paregam promissoras, © cobrit o minimo possivel da sea false! (). 2 muito importante que procuremos conjecturatteoias ver- aderas; mas 2 verdade nto é a nice propriedade importante ‘de noses teoras conjecturais, ois ndo estamos particularmente interessados em propor triviaidade ou tautologas. “Todas as smesas sfo mesas” & certamente verdade — é cerlamente mais verdadeiro do que as teoris de Newton e de Einstein — mas Intelectualmente nto € emocionante: nfo é 0 que procurainos fem ctncia. Wilhelm Busch produziv certa vez o que chamel pra questées de mais substncia, Em outras palevras, nfo estamos simplesmente procurando 1 verdade, estamos procurando ume verdade incressantc e &= larecedora,terias que ofereram solugSes a problemas interes- santes. E, se possvel, estamos & busca de teorias_profundas, ‘Nilo estamos tentando meramenteacertar um ponto dentro de nosso alvo T, mas uma rea de nosso alvo to ampla ¢ interessante quanto possivel duas vezes dos sho quatro, embora verdade, mio &, n0 Seatido aqui pretendido, uma “boa aproxi- rmaio da verdade", simplesmente porque encerta uma vetdade Pequena demais para cobrir alvo da ciéacia ou mesmo uma o parte importante dele. A toria de Newton 6 uma “sproximagéo 4 verdade” muito melhor, ainda que sea flsa (como prove. velmeate €), por causa do tremendo nimero de consequencias ‘erdadeirasinteessantes e informativas que contém: seu on {edo de verdade € muito grand 7d uma infnidade de assergSes verdadcias e sbo de valo- ree muito ferentes. Um modo de avaliélas 6 ldgico: caleu- Tamos 0 tamatho ou medida de seu coneido (que no caso das sssrgGes verdadetas, mas nto das falas, coincide com seu con ‘edo de verdade). Uma assergfo que transmita mais informa- (Ho tem malor coatetdo Informatio ou logico; € a asergto fnelhor. Quanto meior for 0 conteddo de uma asseeHo verda- ai malor sera como abrdagem de soso al 7 to 6 (als pressamente, da classe de todas a5 aster. 3). Pols nko desejamos aprender apenas que fodas as mesas sfo mesa. Se falas de abordagem ou aproxi- magic da verdade referimo-nos A "verdade ise", isto 6 toda a classe de assergesverdadeira, w classe T. ‘Ora, se uma asserio for falsa a situacio é similar, Cada asseoio nfo ambigua é venladeira ou falsa (embora possamos ‘lo saber se & uma coisa ou outra); a logics que aqul consi- dero(*) 26 tem estes dois valores de verdade e nfo ha ter. cra possibiidade. Contedo, uma asergdo fala pode parecer mais proxima da verdade do que outta ssserel0 alsa! "so fagora 9 horas e 45” patese mais perto da verdade do que *s¥0 ‘gore 9 horas e 40", ce de fatoforem 9 horas e 48 quando se faa a observacto. "Nesta forma, porém, a Impressio inutiva é etrOnea: as dduas assergdes io incompatves &, portanto, 280 comparsveis {Ga menos que introduzamos uma medida como ct). Coatudo, hé certo nicleo de verdade na inuigdo errada: se stbstiuirmos as {ues assergdes por asserzder de inervlo (vet 0 parSgrafo se: fuinte), eno « primeira esté realmente mais perto da verdade fo que'a segunda, "Podemos proceder assim: © primeira assepo & subst tuida por "Estamos agora entre 9 horas © 45 ¢ 9 © 48.0.8 segunda por “Estamos agora enre 9 horas 40 09 ¢ 48". Desc modo, substiuimos cada asseelo por uma que admite uma consecutiva escala de valores, uma escala de erros. Agora as fas assergdessubsttuidas se tormam comparivels (pois a pri- imcira acarrea a segunda) ¢ a primeira esta de fato mais pero da verdade do que a segunda; « isto se deve aplcar a qualquer coereate fungio de medida de conteddo, como ci e ct,. Mas visto como mum sistema com uma fungio de medida como ct, nossas primeias asserpes eram compariveis (num tal sistema, em prinlpio, todas as astergbes s8o compariveis), podemos foncluir que’ a medida do conteddo de verdade cr, pode set efinida de modo que ct, da primeira assergio & de fato, pelo menos, tio grande como — ov maior do que — o da segunda assergio; isto justiiea até certo ponto nossa primeira inuigb, TNote-se que & palavra “ene” nas assergBes subatitudas pode ser interpretada de modo a inci ou excluir qualquer dos i interpretarmos como incluindo o limite mas alto, fentdo amas ab sssergben 880 verdadeas © assim cf — cf, vale para ambas. Sto verdadeiras, mas @ primeira asserelo tem maior verossiniltude porque tem tm coatetdo de verdade maior fue o da segunda, Se, por outo lado, inerpretamor “entre” como excluindo o limite maior, entio’ambas as attergies 36 tomnam falas (embora pudessem scr chamadas “quase verds- deiras”); mas permanecem compariveis (no sentido de nio-me- ida) ¢ podemos ainda afirmar que a primeira tem maior vero similhanga que a segunda. (Ver também meus livros Confer: tures and Refutatons, ps. 397 seg. © Logic of Sctentific Dis- covery, secp80 37.) "Assim, sem violar a idéia da Iopica de dois valores (“toda ssserpo nfo ambigua & verdadeira ov falsa © nfo hi terctca Potsibiidsde”), podemos As veres falar de asterges falsas que fo mais ou menos falsas, ou mais afestadas da verdade, ov tals proximas dla, F esta idéia de verossimiitude maiot ov menor 6 aplicivel tanto As assergbes flsas quanto 2s verdadel- fas! 0 ponto etsencial € seu contedo de verdade, que 6 um conceito inteiramente dentro do campo da légica de dois valores. Em outtas palavas, € como se pudéssemos identficar s laéia intultva de aproximardo da verdade com. a de alto con teido de verdade,e baixo "conteido de fasidade” ‘sto @ importante por duas raze: allvia ss dividas que igunsIogcos tm tido a tespelto de operar com a ida itu liva de aproximecdo de verdsde, ¢ nos permite dizer que o avo da citacia € 8 verdade, no sentido de melhor aproximasto da verdede, ou mator verossimiltude 10 — Verdade ¢ Verossiiliude como Alvor Dhue qu oslo da cifsia¢ a veromimite tem conse deratel vantagom sobre formulas, taver mais simple, de ae alo de cena €'a venade Esa time, poe sage fie o ako ¢compctamentesingido quando see vettade Scbidel Segue tga as mess Sto mesmo Se gee a 1 +1=2. Obviamente, ambas esses asserpBes so verdadiras; «, também obviameate neahuma deles pode ser tide como um tipo de faganha cienties. ‘Alée disso, os centstas visam a teorias como a teoria da _savidade de Nevrton, ot de Eistein; e embora estejamos altar Mente interessados a questéo da verdade dessas tors leorias conservam seu interese ainda que tenbamos razio para rer que sejam falsas Newion nunca acredtou que sua tcoria fosse"a hima palavra realmente, © Einstein munca screditou ve sta teoria fosse mais do que uma boa eproximayio da teorie verdadeira — a teoria do campo uniicado, a cxja busca steve desde 1916 até sua morte em 1955. Tudo isto indica ‘que a ida de “procura da verdade” x6 & satsatria xe (a) fatendemos por ‘'erdade” o coajunto de todas as proposigses vetdadeitas — isto nosto inaingvel conjunta alvo & T (a classe das proposigbes verdadeiras de Tarski) —e se (b) que- ‘emos admitir, em nossa busea, assergbes falsas como aprox tmagées, desde que nfo sefam “demasiado falas” (“ato tenham tum conteddo de flsidade demasiado grande”) e encerrem um srande conteddo de verdade. este modo, 2 procura da verossimlitude & um alvo mais ido mais relista do que a procura da verdade. Mas pretendo mostrar um pouco mais Pretendo mostrar que, embora possa- ‘mos nunca ter arguments suficientemente bons, nas ciéncias tmpiricas, para alegar que alcangamos de fato 2 verdade, po- ‘Gemos ter argumentos fortes c razoevelmente bons para slegar {gue € possivel termes feito progresso no rumo da verdade; isto Etque'a teria T-& prelerivel a sua predecesora T , pelo menos luz de todos os argumentos racionsis conhecios. Mais ainda, podemos explanar o método da ciéaca, ¢ muito da histria da céacia, como o processo racional de chegar mais pero da verdade, (Ontra clarficpdo importante pode ser ‘onseguida com a ajuda da iia de verosimilitude em conexio om o problema da indugdo; ver especialmente a secqio 32, adiante) 11 — Comentrios sobre as Nogies de Verdade Verossimiliude Minha defesa da leptimidade da idéia de verosimiltude tem sido as vezes grandemente mal entendida, A fim de evita tessas incompreensdes € aconsthdvel ter em meate minha opinito de que nio 96 todas as Weorias So conjectrais, mas também © 6 So todas as avaliagSes de tori, incluindo es comparagbes 4e tearias do ponto de vista da sua Verossimilitede E estrao que este ponto, que & de total importincia para minha teoria da eitacia, haja sido mal entendido. Como tenbo acentuado muitas vezes, creo que todas as avalagbes de teoris Slo avallapier do estado de sua discussio crea. Creio por fanio que a clareca 6 um valor intelectual visto como, sem ela, 2 iscussio erticn 6 impossivel, Mas nfo creio que a exatidio ‘ou a precisio sejam valores intlecuais em si mesmat; pelo ontréfio, nunca devemos tentar ser mais exalok ou precsos do {que o requerdo pelo problema que nos dfronta (e que € sempre ‘Um problema de dieriminar entre teorias concortentes). Por ‘esta razHo tenho frisado que nfo estou inteessado em detii- ‘8es; como todas as defnigbes devem usar termos indefinidos, ‘io importa, via de raza, que usemos um termo como um termo primitive 08 como um temo definido Por que, entéo, tenho tentado mostrar que a verossimilitude pode ser definida, ou reduzida a outros termos (contetdo de ‘erdade, coateido de falsidede e, em sltima instncia, proba- biidede Wea)? CCertas pessoas tm imaginado que meu av era algo como a exalidio ov a precisio; ou mesmo a aplcabiliade: que ev fsperava encontrar uma fungfo numérica que se pudesse aplicar 4 eorias e que nos disesse, em termos ouméricos, qual a sia ‘erossimilitude (ou pelo menos seu conteddo de verdade; ou talvez seu grau de corroborasio). De fato, nada pode estar mais afastado de meus objeivos. fo penso gue gus de verosimiltude, ov uma medida de contetido de verdade, ou de conteido de falsidade (ou, digamos, fra de corroborapSo, ov mesmo de probabilidade logic) jamais possum ser determinados numericamente exceto em eerlos casos Timitedores (como Oe 1). F embora a introdupso de uma fue de medida tome todos os contetdos comparaveis em prinepio, ‘ou em teoria, ereio que na aplicagio eletiva dependemos in feiramente dagueesraros casos que sio compariveisem terreno ‘nbo-métrico e, por assim dizer, qualtaivo ou de lica perl {ais como os casos de teorias concorrentes logcamente mais fortes e mais fracas; isto 6, teorias que. vsam a resolver os mesmos problemas. Pois a comparacio efeiva depende intira- mente desses casos (paradoxalmente, poderseia dize, visto como as fungSes de medida tis como ae probabiliades tornam seus argumentos em principio geralmente-comparéves) Qual entéo, poderseia perguntar, € 0 sentido de minhas ‘que @ verossimiltude & definivel em termos de probabilidade Wiica? Meu objetivo € conseguir (num raivel de precio mais baizo) para a verosimilitude algo si- milar 20 que Tarski consoguiu para a verdade: a reabiitagio 4e uma nogio de senso comum que se tomou suspeta mas que meu ver € muito necesséria para qualquer reainmo ertco de senso comum e para qualquer teoria erties da ciéncia, Gos: taria de poder dizer que 2 ciéncia visa A verdade no sentido de correspondéncia com of fatot ou com realidede; e também {gostaria We dizer (com Einstein e outros centistas) que a teoria 4a relatividade 6 — ou assim conjecturamos — melhor apro- imaplo da verdade do que a teria de Newton, tal como esta Sikima € melhor aprorimagdo da verdade do que a teoria de Kepler. E gostaria de poder dizer estas coisas sem temer que 0 conceito de proximidade da verdade oa verossimiltude sea log- ‘amente mal coneebido, ou “sem sinficagio". Em outras pa- Javras, meu alvo € a reabiltagio de uma ida de senso comum

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