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AS POTENCIALIDADES DO USO DA LOUSA DIGITAL NO ENSINO DA

MATEMÁTICA
Carvalho, Marizete Nink de, marizete@unir.br1
Silva, Marinaldo Felipe da, felipe@unir.br2
1
Universidade Federal de Rondônia
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Universidade Federal de Rondônia

Resumo: O presente trabalho apresenta a Lousa Digital (LD) como ferramenta auxiliar para a diversificação das
aulas, no sentido de tornar o ambiente mais propício ao ensino e aprendizagem. Alguns fatores que emperram o
uso deste dispositivo: – alto custo – pouco investimento dos governos – qualificação dos professores. Apesar disso,
a escola é o ambiente ideal para proporcionar o contato com as tecnologias, visando o conhecimento e o domínio,
pois estas serão futuramente as ferramentas utilizadas pelos alunos no mercado de trabalho.

Palavras-chave: Lousa Digital, educação, qualificação, matemática.

INTRODUÇÃO

Desde os tempos mais remotos o ser humano estuda, pensa, cria, recria, copia exaustivamente. É através da
insistência daqueles que buscavam imprimir novos rumos que hoje vivemos neste apogeu tecnológico, alguns
pioneiros, que em nome da evolução, arriscaram a própria vida para alavancar os avanços e as tecnologias atuais. As
escolas estão ficando de fora deste processo, pois andam no passo lento do modelo tradicional, pensado para o
século passado. É necessário olhar para nosso tempo e mudar, apropriar-se das inovações e tecnologias e assim
oxigenar a educação, especialmente aquelas voltadas a área das exatas, onde o deficit é talvez maior que as demais.

1. A ESCOLA E A MODERNIDADE

Nesses tempos tecnológicos, de inovações em velocidade assustadora, cabe a pergunta: Poderia a escola ficar de
fora? Até o mais radical de todos os pensadores concordaria que a escola precisa acompanhar o desenvolvimento,
porém, percebemos um abismo entre o ensino, que continua de forma tradicional, e o uso das tecnologias. O
discurso está longe da prática, pensamos a educação como fomentadora do futuro, de alunos que utilizarão as
tecnologias, porém não permitimos que ela se faça presente nas salas de aula. Este é um pensamento reducionista
latente no Brasil defendido até mesmo por educadores, que invariavelmente ocorre pela falta de conhecimento e
domínio dos aportes tecnológicos, como aponta Malaquias (2003) “A Informática na Educação ainda não
impregnou as idéias dos educadores e, por isto, não está consolidada no nosso sistema educacional, assim como,
nesse mesmo sentido, por parte dos governantes". Como preparar para o futuro se a escola anda em descompasso
com a evolução, vivemos no limiar de novos tempos e o acesso a diferentes aportes tecnológicos oferecem
possibilidades infinitas, instantaneidade nas relações e informações para além do simples, copia, explica, repete.
Conforme Alves (2003) “As rotinas e repetições têm um curioso efeito sobre o pensamento: elas o paralisam. A
nossa estupidez e preguiça nos levam a acreditar que aquilo que sempre foi feito de um certo jeito deve ser o jeito
certo de fazer”. É muito fácil e cômodo a rotina, é necessário romper este ciclo deixando o século passado com a sua
história, e assim escrever novos caminhos. A escola como local que ensina no presente olhando para o futuro
necessita da inserção, do incremento de novas tecnologias, e nesse sentido a LD pode ser o diferencial na
transformação das relações de aprendizado, quiçá um divisor de águas, uma reinveção para o tão almejado salto de
qualidade da educação.
2. LOUSA DIGITAL

A 1ª LD surge em 1991, chamada de Smart Board e a partir deste evento ocorre uma verdadeira corrida
tecnológica, porém o foco continua na educação. Nos EUA pesquisas apontam o aumento da frequência,
participação e interação dos alunos às aulas nas escolas ou disciplinas que passaram utilizar a LD. Para Loureiro
(2010) “... O quadro interactivo também tem credibilidade para o aluno na medida em que é um meio parecido com
o que utilizam e vêem no seu dia-a-dia, embora numa escala muito maior”. Exemplos de uso da LD no Brasil: –
Universidade Federal de Pernambuco, em que o departamento de Matemática tem investido na compra de LD,
colocando a disposição da sociedade acadêmica. – Universidade de Santa Catarina que desenvolve em conjunto com
o Ministério da Educação a criação de LDs nacionais. – Universidade Tecnológica de São Carlos utiliza a LD com
alunos da graduação de diversos cursos, e ainda mantêm site disponibilizando conteúdos – Em Rondônia, o
município de Mirante da Serra foi o 1º a implantar LD (8 na escola Arquimedes Fernandes), já o estado em si,
apontava que para o ano de 2013 “258 escolas receberão, sem custo, o equipamento, como mais um, recurso
tecnológico para dinamizar as aulas de todas as áreas do conhecimento”.

3. A LOUSA DIGITAL E A MATEMÁTICA

Reverenciada como uma das mais antigas ciências, a Matemática também é conhecida, ao menos no Brasil,
como a mais temida das disciplinas do ensino básico. As justificativas para isso podem ser variadas (pouco incentivo
à educação – falta de preparo dos docentes – ambiência inadequada das salas – desestruturação familiar). Ao pensar
aulas diferenciadas, o atual cenário poderia mudar, pois as ferramentas disponíveis nas LDs permitem ao professor
uma série de contruções com agilidade e rapidez, apresentando detalhes, cortes nas figuras, ampliações, perfil
diferentes, rotações, capacidade de inserir mídeas, links da internet. A facilidde com que se pode demonstrar, por
exemplo: animações que mostram o comportamento do gráfico de uma função quando os parâmetros variam. Ou
ainda, inserir com facilidade diversas figuras geométricas planas ou espaciais no tamanho desejado, permitindo
explorar vários conceitos da geometria euclidiana. Posto isto, é crível se pensar um novo momento também para a
matemática, ao apropriar-se destes novos dispositivos, no caso a LD, no afã de contribuir para a quebra da
resistência dos alunos em relação a conteúdos, tornando acessível e concreto os conceitos matemáticos,
desmitificando a imagem cruel que aparenta ter.

CONCLUSÕES

Quando iniciamos a pesquisa, pensávamos que seria um árduo caminho, e de fato foi. Porém de forma
maravilhada, encontramos uma centena ou mais de trabalhos que versam sobre o tema – LD – é claro que em níveis
distintos, nas mais diversas áreas. Percebe-se que a matemática tem avançado, mesmo que tímida (trabalhos
acadêmicos, graduação, pós, mestrado), buscando entender e difundir o uso deste dispositivo na qualificação dos
futuros profesores. A discussão em torno dos rumos da educação precisa trazer a tona a utilização de inovações
tecnológicas, embora isso ocorra lentamente (computador, datashow, internet, mais recentemente robótica e a LD).
Que este momento seja vivido não como êxtase, em que, num imaginário utópico pudéssemos estar num patamar de
igualdade a países desenvolvidos. Que possa ser de criação, de questionamentos, de investimentos e qualificação, de
fechar os olhos e mergulhar, apreendendo tudo o que de nossa era possa surgir.

REFERÊNCIAS

ALVES, RUBEM. Primeira lição para os educadores. Disponível em:


<http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_colunas/r_alves/id200301.htm>.

D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação Matemática: Da teoria à prática. Campinas: Papirus, 23 ed. 2012.

LIMA, ELON LAGES. et. al. A Matemática do Ensino Médio, v. 1, 2 e 3. 6 ed. - Rio de Janeiro: SBM. 2006.

LOUREIRO, MARIA DE FÁTIMA CARMO. Quadros Interactivos no Ensino da Matemática. Universidade de


Aveiro, 2010. Disponível em: <http://ria.ua.pt/handle/10773/2918>.

MALAQUIAS, BRUNO PIRES. O Analfabetismo digital. Instituto Brasileiro de Direito da Informática, Recife, 21
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