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MICROECONOMIA II
LEC106
Exame - época normal 08/06/2006
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1ª PARTE (8 valores) VERSÃO A
1. Suponha que a função de produção de uma empresa é dada por: Q = KL + K. Suponha que um
ponto A corresponde a 2 unidades de K e 4 unidades de L. Um ponto B, situado na mesma
isoquanta, corresponde a K igual a 1.
a) O volume de produção do ponto A é de 16 unidades.
b) No ponto B, L é igual a 10 unidades.
c) *** A taxa marginal de substituição de K por L, no ponto B, é 0,1.
d) Todas as alíneas anteriores estão erradas.
2. A empresa Assobio Prateado produz diariamente 100 000 assobios, utilizando dois factores,
trabalho e capital, cujos preços diários são, respectivamente, 100 e 20 euros. Sabe-se que, neste
momento, a taxa marginal de substituição de capital por trabalho tem o valor absoluto de 7.
Considerando apenas o ponto de vista dos custos e aquele volume de produção, e sabendo que os
factores não são substitutos perfeitos, esta empresa:
a) Está a minimizar o custo.
b) *** Para minimizar o custo, deveria utilizar mais trabalho e menos capital.
c) Pelo contrário, se utilizar mais capital e menos trabalho, conseguirá ser mais eficiente.
d) Tem rendimentos constantes à escala, embora consiga obter economias de escala devido a
possíveis variações dos preços dos factores.
R: Pl/Pk= 5 < TMS; Logo, está a produzir acima do ponto de mínimo custo. Para o mesmo nível de produção, deveria
aumentar o trabalho e diminuir o capital.
4. Numa indústria em concorrência perfeita, cada empresa está a produzir, em período curto, 20
unidades, no volume de produção típico, suportando um custo total de 800 euros. O acréscimo de
custo resultante de produzir uma unidade adicional, em período longo, seria de 40 euros. A
autarquia local decidiu impor a cada empresa o pagamento de uma licença anual de 200 euros.
a) No novo equilíbrio de período longo, cada empresa irá continuar a produzir 20 unidades.
b) No novo equilíbrio de período longo, o preço que o consumidor irá pagar será de 80 euros.
c) *** No novo equilíbrio de período curto, as empresas terão prejuízos.
d) Todas as alíneas anteriores estão correctas.
7. O hotel AniMar é o único existente em Boliqueime, e, como tal, funciona como um monopólio.
O AniMar vende para o mercado português, onde pratica perfeita discriminação de preços, e cuja
procura se expressa por: P1 = 240 - q1, e para o mercado externo, onde enfrenta concorrência
perfeita, sendo obrigado a vender cada quarto a 80 euros. O custo marginal do AniMar é de
c’(q) = 20 + 0,1q, em que q representa a quantidade total de quartos produzidos.
a) Serão vendidos 600 quartos no mercado externo.
b) Serão vendidos 80 quartos no mercado interno
c) O preço fixado para todos os consumidores portugueses será de 120 euros.
d) *** No total, o AniMar venderá 600 quartos.
R: RMg=RM; logo: CMg=80, q=600. No merc interno: 80=240-q1, q1=160, e as restantes 140 no mercado externo.
8. Um monopolista actua num mercado cuja procura é P = 100 - 0,5Q. O custo fixo é 750. O seu
custo marginal é de 10 para as primeiras 75 unidades e, por força do custo das horas
extraordinárias, de 20 a partir de aí.
a) *** O lucro total do monopolista é 3 200.
b) O lucro total do monopolista é 1 600.
c) O lucro total do monopolista é 1 200.
d) Não é possível calcular o lucro do monopolista.
R: Rmg = 100 – Q
Cmg = 10 implica Q = 90 > 75 [logo não aplicável].
Cmg = 20 implica Q = 80 > 75 [logo aplicável].
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P = 100 – 0,5x80 = 60. LT = 80 x 60 – (75x10 + 5x20 + 750) = 3200.
9. Numa indústria em concorrência monopolística, cada empresa está a produzir 10 000 unidades
no volume de produção típico. Sabe-se que a escala mínima eficiente, para essa indústria, é de
15 000 unidades. Estas empresas:
a) Podem estar em equilíbrio de período curto, mas não podem estar em equilíbrio de período
longo.
b) *** Podem estar em equilíbrio de período curto e de período longo.
c) Têm necessariamente prejuízos.
d) Deverão produzir mais para obter, no mínimo, lucros normais.
10. Em determinado país, a Coffe Annan (empresa 1) e a Cofee Diz (empresa 2) são as únicas que
integram a indústria de café e concorrem nas quantidades.
a) *** Se o produto for diferenciado, o índice de Lerner da empresa 1 é igual ao inverso do
valor absoluto da elasticidade preço da procura desta empresa.
b) Se o produto for homogéneo, o índice de Lerner da empresa 2 é igual ao rácio que divide a
quota de mercado da empresa 1 pelo valor absoluto da elasticidade preço da procura.
c) Seja o produto homogéneo ou diferenciado, as empresas produzem sempre quantidades
iguais.
d) Se o produto for diferenciado, o índice de Lerner da empresa 2, L2, é igual a:
L2 = (s2-s1) / (e1-e2), em que s1 e s2 representam as quotas de mercado e e1 e e2 as elasticidades
preço da procura, respectivamente, das empresas 1 e 2.
R: A empresa 1 maximiza: p1(q1,q2)p1-c1(q1).
CPO: (dp1/dq1)q1+p1- (dc1/dq1), ou.p1(dp1/dq1)q1/p1+p1- (dc1/dq1),p1- (dc1/dq1)= p1(dp1/dq1)q1/p1
L1 = (p1- (dc1/dq1)/p1=(dp1/dq1)q1/p1. Multiplicando dos dois lados por p1 : L1= 1/e1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A C B A C A C D A B A
B C A B A A D C B C D
C D C B A B C B B C D
D B A C B D A D C B A
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2ª PARTE (12 valores)
GRUPO I (6 valores)
GRUPO II (6 valores)
A Península Hispatuga é constituída por 2 países, Hispanha e Tugal. Apenas duas empresas de
electricidade vendem nesse mercado: a Hispadrola e a EDT. Os custos marginais e médios destas
empresas são constantes e iguais a 40 unidades monetárias.
(2,0) 1 - As empresas encaram o mercado da Península Hispatuga como um todo, estimando que a sua
procura inversa seja dada por:
p = 76 – 0,02Q
Sabendo que as empresas competem fixando a quantidade óptima a vender, dada a quantidade
oferecida pela outra empresa, calcule os lucros auferidos pelas empresas em equilíbrio.
2 – Um estudo recente encomendado pela Hispadrola conclui que as funções inversas da procura
de electricidade em cada um dos países da Península Hispatuga são diferentes:
(2,0) a) A administração da Hispadrola fez uma oferta pública de aquisição da EDT, tendo daí resultado
a fusão das duas empresas numa única, a Mayoral, monopolista em todo o mercado da península
Hispatuga. Que lucro obterá esta empresa monopolista resultante da fusão, se puder vender a
preços diferentes em Tugal e em Hispanha? (Nota: a empresa resultante da fusão pode utilizar
ambas as unidades produtivas).
(2,0) b) A administração da Mayoral receia que o regulador a impeça de fazer discriminação de preços
entre os dois mercados. Determine o impacto dessa medida sobre o lucro da empresa e sobre o
bem-estar dos consumidores Tugaleses.
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RESOLUÇÃO:
GRUPO I (6 valores)
a)
(i) Função custo total de período longo
∂CT
= 0 ⇒ -10q + 20K = 0 ⇒ q = 2K ⇒ K = 0,5q
∂K
CTPL = q3 - 19,5q2 + (200 - 5q)q + 2,5q2 = q3 - 19,5q2 + 200q - 5q2 + 2,5q2 = q3 - 22q2 + 200q
(ii) Equilíbrio de período longo (empresa)
dCTM PL d 2 CTM PL
P = Min q CTMPL = q2 - 22q + 200 ⇒ ⇒ =0∧ > 0 ⇒ 2q - 22 = 0 ∧ 2 > 0 ⇒
dq dq 2
⇒ q = 11 ⇒ P = CTM (q = 11) = 121 - 242 + 200 = 79
Logo, P = 79 ; q = 11 ; LT = 0.
(iii) ) Equilíbrio de período longo (mercado)
Para P = 79, dada a função procura de mercado, serão transaccionados QD (P = 79) = 12 750 - 50(79) == 8 800 guarda-
chuvas.
Q 8 800
n= = = 800
q 11
Logo, P = 79 ; Q = 8 800 ; n = 800.
6
€ Cmdpc Cmgpc S
€
145
79
79
55 55 D
49,9 CVM
D’
GRUPO II (6 valores)
1–
LTa = (76 − 0.02q a − 0.02qb ) q a − 40q a = 36q a − 0.02q a qb − 0.02q a2
LTb = (76 − 0.02q a − 0.02qb ) qb − 40qb = 36qb − 0.02q a qb − 0.02qb2
Condições de primeira ordem de maximização de lucro neste contexto (modelo de Cournot: cada empresa maximiza o
lucro, dada a quantidade oferecida pela outra empresa).
∂qa =0
∂ (36 qb −0.02 qaqb −0.02 qb2 )
∂qb =0
q a = 600, qb = 600
p = 76 − 0.02 ∗ 1200 = 52.0
LTa = LTb = 52 ∗ 600 − 40 ∗ 600 = 7200
2 – a) Se a empresa vender para ambos os mercados, então, pela condição de primeira ordem de maximização de
lucro:
Rmg a = Rmg b = Cmg
Rmg a = 40.0
100 − 0.1qa = 40 , q a = 600.0
p a = 100 − 0.05 ∗ 600 = 70.0
Rmg b = 40.0
50 − 0.02qb = 40 , qb = 500.0
pb = 50 − 0.01 ∗ 500 = 45.0
LT = 600 ∗ 70 + 500 ∗ 45 − 40 ∗ 1100 = 20500.0
b) Sem discriminação de preços:
7
A empresa terá que praticar preços iguais em ambos os mercados, pelo que construir a função receita média agregada,
determinar a receita marginal correspondente e igualar tal função ao custo marginal será equivalente a maximizar o
lucro sob a restrição de receitas médias iguais em equilíbrio.
p a = 100 − 0.05q a , q a = 2000.0 − 20.0 p a
pb = 50 − 0.01qb , qb = 5000.0 − 100.0 pb
100 − 0.05q a = 50 , q a = 1000.0
q = 7000 − 120 Rmd , Rmd = 175 1
3 − 120 q
Hipótese 1:
q a = 600
p a = 100 − 0.05 ∗ 600 = 70.0
LT = 600 ∗ 70 − 40 ∗ 600 = 18000.0
Hipótese 2:
q = 1100
A empresa escolhe a hipótese 1, deixando de vender para o mercado Tugalês. Assim, este mercado perderá todo o
excedente de consumidor de que dispunha com discriminação de preços.
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GRUPO I (6 valores)
Considere o mercado dos guarda-chuvas que se encontra estruturado em concorrência perfeita. A Chuva-a-
Potes, Lda., empresa representativa do sector, apresenta a seguinte família de funções custo total: CT = q3 -
19,5q2 + (200 - 10K)q + 10K2
A procura de guarda-chuvas é dada por: QD = 12 750 - 50P
(3,5) b) Dada a aproximação do Verão, a procura de guarda-chuvas diminuiu, tendo-se a quantidade
transaccionada no mercado alterado para Q = 8 000. Partindo da situação da alínea anterior, determine o
novo equilíbrio de período curto e represente graficamente a nova situação de equilíbrio, comparando-a
com a anterior.
(Nota: caso não tenha resolvido a alínea anterior, arbitre os valores que entender necessários).
Resolução:
b) Da alínea anterior, temos K = 0,5q, q = 11 e n = 800.
(i) Determinação da função custo de período curto:
1. No equilíbrio inicial, cada empresa utilizava K = 0,5(11) = 5,5, donde:
2. CTPC = q3 - 19,5q2 + (200 - 55)q + 302,5 = q3 - 19,5q2 + 145q + 302,5
3. CmgPC = 3q2 - 39q + 145
(ii) Determinação do equilíbrio de período curto: Sabe-se que Q’ = 8000.
Q 8 000
1. Em período curto, como n se mantém, então n = ⇒ 800 = ⇒ q’ = 10
q q
2. Cada empresa maximiza do lucro se P = CmgPC (CmgPC’ >0):
Maxq LT => P = CmgPC (CmgPC’ >0) ⇔ P = 3q2 - 39q + 145 (q > 6,5)
⇒ P = 300 - 390 + 145 = 55
3. A empresa produz se P ≥ minCVMPC (ou LT ≥ -CFT):
CVMPC = q2 – 19,5q + 145
Minq CVMPC ⇒ 2q - 19,5 = 0 (2 > 0) ⇒ q = 9,75 ⇒ CVM (q = 9,75) = 49,9375 < 55
4. LT (q = 10) = 550 - 802,5 = -252,5 > -302.5
Logo, na sequência da contracção da procura, o preço terá baixado para P = 55 e a quantidade
produzida por cada empresa para 10 unidades. Cada empresa aufere um lucro negativo. Porém, o
prejuízo é inferior ao custo fixo, logo, a empresa produz.
€ Cmdpc Cmgpc S
€
145
79
79
55 55 D
49,9 CVM
D’