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Universidade Federal do Pampa

Centro de tecnologia de Alegrete

Curso de Engenharia Mecânica

BOMBAS HIDRÁULICAS

Rafael Brito Solane

ALEGRETE

2011
Universidade Federal do Pampa

Centro de tecnologia de Alegrete

Curso de Engenharia Mecânica

BOMBAS HIDRÁULICAS

Trabalho apresentado na Universidade


Federal do Pampa como requisito
parcial para conclusão da disciplina
Sistemas hidráulicos e pneumáicos.

Prof. Dr. Daniel F. T. Gamarra

ALEGRETE

2011
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1. DEFINIÇÃO DE BOMBAS HIDRÁULICA

São máquinas hidráulicas operatrizes, ou seja, equipamentos que recebem energia potência e
transformam parte em energia cinética e energia de pressão, cedendo estas duas energias
transformadas ao fluido utilizado no sistema.
As bombas são classificadas, basicamente, em dois tipos: deslocamento positivo (hidrostática) e
deslocamento não positivo (hidrodinâmica). São geralmente especificadas pela capacidade de
pressão máxima de operação e pelo seu deslocamento, em litros por minuto.

1.1. Bombas hidrodinâmicas


Chamadas também de bombas deslocamentos não-positivos, esse tipo de máquina não são muito
utilizados devido o seu poder de deslocamento de fluido se reduz quando se há um aumento de
resistência, outro motivo é a possibilidade de impedir completamente a saída do fluido em pleno
regime de funcionamento da bomba.

1.2. Bombas hidrostáticas

Esse tipo de bomba produz um fluxo de forma pulsativa e sem variação de pressão no sistema,
por isso são muito empregadas em equipamentos industriais, avião e maquinário de construção.
Também conhecidas como bombas de deslocamento positivo.

2. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

No geral a maioria das bombas é acoplada na parte superior dos reservatórios, podem assim
conectar o duto do reservatório direto na bomba, diminuindo as perdas de cargas. No entanto a
energia para deslocar o fluido no reservatório é exercida pela atmosfera.
Toda bombas possuem uma dada faixa de pressão , que não deve ser ultrapassada para não
colocar a vida útil do equipamento em risco, um fator que influência na pressão é o deslocamento
que o equipamento possui, ou seja, o volume de liquido transferido durante a rotação esse fator é
expresso em centímetros cúbicos por rotação. A capacidade de fluxo pode ser expressa pelo
deslocamento, em litros por minuto.
Como na maioria dos equipamentos mecânicos a eficiência é um fator muito importante, nas
bombas não é diferente. Para se calcular a eficiência volumétrica deste equipamento, basta fazer a
relação entre o deslocamento real e o deslocamento teórico do equipamento.

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3. Princípios de Funcionamento
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O funcionamento baseia-se na criação de uma zona de baixa pressão e uma zona de alta pressão.
Devido à rotação do rotor, comunicada por uma fonte externa (motor elétrico, combustão interna
ou manual) o sistema recebe o suprimento de liquido gerando uma pressão menor do que a
pressão atmosférica com isso o sistema fica desbalanceado e o fluxo ocorre, a pressão
atmosférica é muito importante para encher a carcaça da bomba enquanto o rotor gira em alta
velocidade.
Com o rotor em alta velocidade as pás geram um fenômeno chamado cavitação, processo que
interfere no desempenho do equipamento provocando a desintegração da superfície do material
submetido a esse fenômeno. O processo de cavitação consiste na geração de bolhas nas pontas
das pás devido à baixa pressão, essas bolhas implodem na carcaça da bomba causando o
desprendimento de material do equipamento e tornando a vida útil do mesmo menor do que o
esperado, a cavitação pode ser identificada através dos ruídos ou até mesmo por componentes
danificados na bomba.
Outro fator muito prejudicial ao sistema é a aeração , que consiste no succionamento de ar junto
com o liquido, esse processo recebe o nome de pseudocavitação, pois os resultados desse
processo são idênticos ao da cavitação.
Os fabricante s de bombas determinam o nível de cavitação em termos de escala de pressão de
vácuo que é dada em ou seja na escala de pressão absoluta.

4. TIPOS DE BOMBAS

4.1 Bombas de Engrenagem Externa


Este tipo de bomba consiste basicamente em uma carcaça com dois orifícios (entrada e saída)
onde o mecanismo de bombeamento são as engrenagens que estão acopladas à eixos ligados a um
elemento acionador direto. O fluido entra na bomba pelo lado onde os dentes estão
desengrenados, sendo conduzido pelos espaços vazios entre os dentes forçando a saída do fluido
pelo outro lado. Os tipos de engrenagens usados nesses tipos de bombas são: engrenagens
helicoidais, retas e em forma de espinho de peixe.

Fig 1. Tipos de engrenagens.


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4.2 Bombas de Engrenagem Interna (Gerotor)

É um bomba de engrenagem interna com uma engrenagem interna sendo a motora e uma
engrenagem externa sendo a movida. Para que os funcionamento desse tipo de bomba seja
“perfeito” a engrenagem interna possui um dente a menos e é movimentada por um elemento
acionado, fazendo assim com que a engrenagem externa gire.
Devido a diferença entre as engrenagens forma-se um volume crescente no enquanto os dentes
desengrenam e do outro lado da bomba é formado um volume decrescente.
O fluido que entra no mecanismo é separado do fluido que sai por meio de um divisória de
abertura. A vedação é mantida enquanto o liquido é impelido da entrada para a saída.
O volume que é expelido por uma bomba de engrenagem é determinado pelo volume do fluido
que cada dente desloca sendo multiplicado pela . As bombas de engrenagem seja do tipo
interna ou externa, não podem ser submetidas a variação de volume enquanto estão operando.
Um modo utilizado é fazendo a variação no sistema que aciona as engrenagens, por exemplo um
motor elétrico.
As bombas do tipo de engrenagem têm suas vantagens:
- Eficiente projeto simples;
- Excepcionalmente compacta e leve para sua capacidade;
- Eficiente à alta pressão de operação;
- Resistente aos efeitos de cavitação;
- Alta tolerância à contaminação dos sistemas;
- Resistente em operações em baixas temperaturas;
- Construída com mancal de apoio no eixo;
- Compatibilidade com vários fluidos (Fluidos à base de petróleo, água glicol, emulsão, água-
óleo, fluido de transmissão, óleo mineral).

5. BOMBAS DE PALHETA
É uma bomba de deslocamento positivo que consiste de palhetas montadas em um rotor que gira
dentro de uma cavidade, fazendo com que as palhetas acompanhem o contorno de um anel ou
carcaça. Os componentes de uma bomba de palheta consistem de: rotor, palhetas, anel e uma
placa de orifício com aberturas de sucção e recalque.
O bombeamento desse tipo de bomba é geralmente por uma unidade integral que recebe o nome
de montagem de conjunto da bomba. Esse conjunto consiste basicamente de palhetas, rotor, anel
elíptico colocado entre as duas placas de orifício. A vantagem de se usar esse tipo de conjunto é a
praticidade na hora da manutenção do equipamento. Para o funcionamento correto deste tipo de
bomba, um selo positivo deve existir entre a palheta e o anel, este selo é de extrema importância
para garantir total vedação do sistema.
O rotor suporta as palhetas e quanto é acionado por um motor ( manual, combustão interna,
elétrico) tende a expulsa-lás por inércia, com as palhetas sendo pressionados contra a carcaça
forma um sistema de vedação positiva. Um volume crescente na entrada e um volume
decrescente é formado na saída, tudo isso ocorre também dentro do anel.
Todo o fluído entra e sai do mecanismo de bombeamento através da placa de orifício (as
aberturas de entrada e de saída na placa de orifício são conectadas respectivamente às aberturas
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de
entrada e de saída na carcaça das bombas).

5.1 Bombas de Palheta de Volume Variável

Com o parafuso regulado, o anel é mantido fora do centro com relação ao rotor. Quando o rotor é
girado, um volume de fluxo é gerado, ocorrendo o bombeamento.
Recuando-se o parafuso de regulagem há uma redução da excentricidade do anel em relação ao
rotor e, conseqüentemente, redução do volume de óleo bombeado. Com o parafuso todo recuado
o anel está centrado e o deslocamento da bomba é nulo.
Todas a bombas de pressão compensada, de volume variável, devem ter suas carcaças drenadas
externamente.

6. BOMBAS DE PISTÃO

As bombas de pistão geram uma ação de bombeamento, fazendo com que os pistões se alterem
dentro de um tambor cilíndrico. O mecanismo de bombeamento de uma bomba de pistão consiste
basicamente de um tambor de cilindro, pistões com sapatas, placa de deslizamento, sapata, mola
de sapata e placa de orifício.
A placa de deslizamento é posicionada a um certo ângulo. A sapata do pistão corre na superfície
da placa de deslizamento.
Quando um tambor de cilindro gira, a sapata do pistão segue a superfície da placa de
deslizamento (a placa de deslizamento não gira). Uma vez que a placa de deslizamento está a um
dado ângulo o pistão alterna dentro do cilindro. Em uma das metades do ciclo de rotação, o pistão
sai do bloco do cilindro e gera um volume crescente. Na outra metade do ciclo de rotação, este
pistão entra no bloco e gera um volume decrescente.
A bomba de pistão que foi descrita acima é conhecida como uma bomba de pistão em linha ou
axial, isto é, os pistões giram em torno do eixo, que é coaxial com o eixo da bomba. As bombas
de pistão axial são as bombas de pistão mais populares em aplicações industriais. Outros tipos de
bombas de pistão são as bombas de eixo inclinado e as de pistão radial.

6.1 Bombas de Pistão Axial de Volume Variável

O deslocamento da bomba de pistão axial é determinado pela distância que os pistões são
puxados para dentro e empurrados para fora do tambor do cilindro. Visto que o ângulo da placa
de deslizamento controla a distância em uma bomba de pistão axial, nós devemos somente mudar
o ângulo da placa de deslizamento para alterar o curso do pistão e o volume da bomba. Com a
placa de deslizamento posicionada a um ângulo grande, os pistões executam um curso longo
dentro do tambor do cilindro. Com a placa de deslizamento posicionada a um ângulo pequeno, os
pistões executam um curso pequeno dentro do tambor do cilindro.
Variando-se um ângulo da placa de deslizamento, o fluxo de saída da bomba pode ser alterado.
Vários meios para variar o ângulo da placa de deslizamento são oferecidos por diversos
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fabricantes. Estes meios vão desde um instrumento de alavanca manual até uma sofisticada servo
válvula.

6.2 Bombas de Pistões Radiais

Neste tipo de bomba, o conjunto gira em um pivô estacionário por dentro de um anel ou rotor.
Conforme vai girando, a força centrífuga faz com que os pistões sigam o controle do anel, que é
excêntrico em relação ao bloco de cilindros. Quando os pistões começam o movimento alternado
dentro de seus furos, os pórticos localizados no pivô permitem que os pistões puxem o fluido do
pórtico de entrada quando estes se movem para fora, e descarregam o fluido no pórtico de saída
quando os pistões são forçados pelo contorno do anel, em direção ao pivô. O deslocamento de
fluido depende do tamanho e do número de pistões no conjunto, bem como do curso dos mesmos.
Existem modelos em que o deslocamento de fluido pode variar, modificando-se o anel para
aumentar ou diminuir o curso dos pistões. Existem, ainda, controles externos para esse fim.

6. CUIDADOS

6.1 Filtragem
O fluido hidráulico deve ser filtrado durante o enchimento e continuamente durante a operação,
para garantir o nível mínimo de contaminação. Recomenda-se o uso de filtro de sucção de acordo
com o fabricante da bomba. A substituição deve ocorrer após as primeiras 487 horas e
posteriormente a cada 500 horas de operação.

6.2 Montagem, Alinhamento e Operação

As bombas podem ser montadas em qualquer posição, porém a preferencial é com o eixo na
horizontal. Os flanges SAE B, C com 2 furos são padrões para ambos os tipos de eixos,
chavetados ou estriados. Em acoplamentos diretos os eixos da bomba e do motor devem estar
alinhados dentro de 0,1 mm LTI.
Durante a operação levante a pressão da válvula de alívio até atingir o valor de ajuste para a
operação normal, verifique se não a vazamento nas tubulações e seus componentes.

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