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Humberto Theodoro Junior Processo de Execucao | € -—- . Cumprimento da Sentenca | 25° Edicao iCoUtie Me-Weel ier Mow-Warel VCO) De acordo com as Leis n* 11.232, de 22.12.2005 e 11.382, de 06.12.2006 Dados Internacionais de Catalogacio na Publicagiio (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) ‘Theodoro Jinior, Humberto, 1938- Processo de execugao e cumprimento da sentenga / Humberto Theodoro Jinior. 25. ed, rev., ampl. e atual. ~ Sao Paulo : Liv. e Ed. Universitaria de Direito, 2008. “De acordlo com as Leis n® 11.232, de 22.12.2005 ¢ 11.382, de 06.12.2006" Bibliografia 1. Execugées (Direito) L Titulo. 04.0193 CDU-347.952 {indices para catélogo sistematico: 1. Execugio : Processo civil 347.952 2, Processo de execugio : Direito civil 347.952 ISBN 978-85-7456-234-6 64 Humberto Theodore Jtnior corporagao formal em um documento com as feigGes especfficas determinadas pelo direito processual Em suma, o tftulo executive deve ser havido como o documento revestido das formali- dades que a lei exige, com contetido também especificado pela lei, apto a propiciar a seu por- tador a utilizagao das vias do processo de execugio. Alids, depois de tanto debater em prol de sua tese, do titulo como prova legal, CARNELUTTI acabou fazendo, em sua Gitima obra, uma importante concessao aos adversd- rios, ao reconhecer que © titulo executivo €, realmente, alguma coisa mais que uma prova legal: “questo qualcosa di pid & gia espresso, con una felice intuizione, dalla parola titolo, Ya quale serve appunto a significare un documento fornito di una efficacia pit intensa di quella de] mezzo di prova, in quanto vale a stabilire l'esistenza di un rapporto giuridico o, in altri termini, l’efficacia giuridica di un fatto” 22. Principios informativos do processo de execugéo Rege-se a execugiio forgada por alguns princfpios especiais que costumam ser assim classificados: a) “Toda execugio 6 real”, porque incide sobre 0 patriménio e niio a pessoa do de- vedor.” - Nesse sentido, dispae o art. 591 do nove Cédigo de Processo Civil que “o de~ vedor responde, para o cumprimento de suas obrigagdes, com todos os seus bens presentes e futuros”. Salvo os casos excepcionais do devedor de alimentos ¢ do depositario infiel (Const, Fed., art. 5*, LXVII), nfo tolera o direito moderno a pristo civil por dividas. Em linha de prine‘pio, portanto, frustra-se 4 execugiio e suspende-se proceso quando o devedor nao disponha de bens patrimoniais exequiveis (art. 791, n® TH). b) “Toda execugdo tem por finalidade apenas a satisfagio do direito do exe- qitente”,” isto €, deve ser parcial, nao atingindo todo o patriménio do devedor, mas apenas a porgdo indispensavel para a realizagio do direito do credor. ispOe 0 art, 659 que serio penhorados “tantos bens quantos bastem para o paga- mento do principal atuatizado, juros, custas ¢ honorérios advocaticios”. Equandoa penhora atingir virios bens, “ser suspensa a arrematagao, logo que o produto da alienagdo dos bens (alguns deles, naturalmente) bastar para o pagamento do credor” (art, 692, pardgrafo Gnico). 71. FRANCESCO CARNELUTTI~ Dirito ¢ Processo, Nepoli, Morano, 1958, n. 188, p 301. Explica o autor que “uma prove retrala a existéncia des fatos, dos quais deriva arelagao, enquanto ue) trudo retrata nfo apenas a exist@ncia dos ‘tos, dos quais deriva a relagdo juridica, mas a exist€ncia da relagae mesma” (op. cit, loc. cit). 72 LOPES DA COSTA — Op. cit. vol. IV, n*48 pSg. 53; JAMES GOLDSCHMIDT, Derecho Procesal Civil § 87, pig. 575, 73. LOPES DA COSTA ~ Op. cit. voi. IV, n*4, pig. $3; JAMES GOLDSCHMIDT. op cic, § 87, pa, 576, Processo de Execugao ¢ Cumpsimento da Sentenca ~ Capitulo Il 65 c) “A execugdo deve ser titil ao credor.”" F intolerével 0 uso do proceso de execugiio apenas para causar prejuizo ao de- vedor, sem qualquer vantagem para o credor. Por isso, “nio se levaré a efeito a penhora, quando evidente que o produto da execugao dos bens encontrados sera totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execugio” (art. 659, § 2°). Por forga do mesmo principio, o Cédigo de Processo Civil, com a inovagio intro- duzida pela Lei n® 8,953/94 no art. 692, profbe a arrematagao de bens penhorados, mediante lango que importe preco vil, devendo considerar-se como tal 0 que seja grandemente desproporcional 20 estimado na avaliaco, ou 0 que, mesmo corres- pondendo a avaliacao, tenha-se defasado em relagdo ao mercado, pelo longo tempo passado entre a pericia e a hasta piiblica, 4) “Toda execucao deve ser econémica”, isto 6, deve realizar-se da forma que, satis- fazendo o direito do credor, seja o menos prejudicial poss{vel ao devedor.” Assim, “quando por varios meios o credor puder promover a execugao, o juiz mandaré que se faga pelo modo menos gravoso para o devedor” (art, 620) e) “A execugdo deve ser especifica’’.” Deve propiciar ao credor precisamente o que ele obteria, se a obrigagao fosse cum- prida pessoalmente pelo devedor. Permite-se, porém, a substituigdo da prestagao pelo equivalente em dinheiro (perdas e danos) nos casos de impossibilidade de obter-se a entrega da coisa devida (art. 627), ou de recusa da prestagao de fato (art. 633). Em regra, o que prevalece é 2 inviabilidade, seja de o credor exigir, seja de 0 devedor impor prestagio diversa daguela constante do titulo executivo, sempre que esta for realizavel in natura. Por isso mesmo, nas sentencas que condenam a0 cumprimento de obrigacdes de entrega de coisa e de fazer ou ndo-fazer, a lei deter- mina ao juiz. que seja concedida, sempre que possivel, a tutela espectfica. Na hip6- tese de obrigagdes de fazer ou niio-fazer, a sentenga, portanto, hé de determinar providéncias coneretas para assegurar o resultado pritico equivalente ao do adim- plemento (art. 461, caput); e, no caso de obrigagdes de dar, a recomendaco seré de ‘expedico, em favor do credor, de mandado de busca e apreensio ou de imissao na Posse, conforme se trate de entrega de coisa mével ou imével (art. 461-A, § 2°). A conversao em perdas ¢ danos somente se dard quando requerida pelo proprio credor, ou quando se tornar impossfvel a tutela especifica (arts. 461, § Ie 461-A, § 3%. LOPES DA COSTA — Op. cit., vol. TV. n# 50 pag, 54. Dando aplicacao prética ao principio da wilidade da execugeo,

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