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Consumismo Tc na contramao da sustentabilidade O poder transformador das novas geracgoes IMC cele cae ste Mawel reeset de uma nacao promover o bem-estar desta e das Oe ele eel Com ceo meo aT mee forma responsavel os recursos naturais disponiveis, eee erence eae Chee cucicletn além de reduzir a quantidade de lixo gerado. Garantir um futuro abundante aqueles que hoje sao criangas nao depende apenas da mudanca de com- Pee IaC ues ERe TC mec MOR e Ile ant educar para o consumo. Esse 0 caminho que deve- Liles ar em busca do desenvolvimento susten- acon ee ese a le WEN eUeM sack tice Detect Re ce) tlm cada uma de suas acées tem impacto no coletivo e CNM TMs aes cide Rel eet Rec MeN url) Tae a omer (ok Mell CCN Re ETUC 91 oad sentadas ao mundo do consumo, elas também Cel als a esa cutee se Reese ater) CME Ee Med Me MS scutes ROMs eae Cee eet as ior) Cr CET Cok ue Roe Embora esse percurso de aprendizagem sobre o Rede ener cnet rier role eas natural, néo é assim que tem acontecido. Um dos maiores desafios da contemporaneidade é reverter 0 Cer ROC aCe: Saute Cae te Lich) cidadania, somos treinados a consumir de forma eS CTL eMC EC CReCRci oN ia Len DY ERR ace lutere cee CER Boel (a feted conceito amplo e de responsabilidade comparti- lIhada, que nao se da s6 em casa ou na escola, mas Pelee OCLC a CL et Ue a eure Che Tie R CIC) um futuro mais sustentavel. Se aprenderem a agir ea consumir com consciéncia, seréo importantes trans- oltre elo ere OM EMSC Ue ERIC OT Ue ok OUT Cet Tose DES eo) AECL UO ESCORT R UCD atividades pedagégicas voltadas principalmente para (rele fe(oMTl yh] Mole MN a) [a Col cec a) errs Cok ule Cool ue CoM me) do impacto de nossas escolhas no planeta e do dano CMSs ror TUT murese 3 (eRe uSULUIELC BL Rec CoN Ao mesmo tempo, os alimentos industrializados car- regados nas lancheiras e oferecidos nas cantinas, os brinquedos eletrénicos produzidos sem respeito as cee ec REN sere et) excessiva com 0 acesso a bens materiais sao apenas Pant: aCe neue sumer kris uma educacao para a sustentabilidade. ORR ect enn ascent RCE RRC MSc latte rcM Miia oe om a E qual 6 0 impacto disso na sociedade? Ninguém nasce consumista. COKsola saa eR AU Mar) eli coe Rol LIT) a partir de valores materialistas e que traz sérios problemas para a sustentabilidade. E possivel mudar este quadro. h— — mae) = Consumismo, na contramao da sustentabilidade Cada vez mais as criangas tém sido o alvo preferencial de apelos comerciais e ages de marketing, mesmo que ainda no estejam preparadas para lidar com as complexas relacoes de consumo. Mal sabem falar, mas jé reconhecem marcas logotipos. Nos primeiros passos, jd so espectadoras fiis de programas televisivos e de seus personagens, depois ampla- mente reproduzidos em embalagens, materiais escolares, roupas, brinquedos, sapatos, produtos de higiene... A lista pode ser infinita. Diante disso, como explicar a um pequeno que a embalagem de pléstico daquele bolo que traz a divertida figura de seu personagem favorito da tevé, somada as embalagens consu- midas por seus coleguinhas e todas as criangas no mundo, ¢gera um impacto acumulado no meio ambiente? Como leva- loa compreender que seu brinquedo pode ter sido produzido em condicées de desrespeito ao meio ambiente ea satide dos trabalhadores? Exemplos como esses so apenas 0 comeco. © mais importante & garantir o direito de as criangas vivenci- arem todas as etapas de seu crescimento e, aos poucos, ensiné-las valores mais humanos e menos materialistas. Ser feliz nada tem a ver com possuir bens materiais e status social. Também ¢ fundamental que até os 12 anos as criancas sejam protegidas dos apelos para o consumo.e que aprendam a lidar com 0 consumo sempre com a mediagio de adultos. S6 assim elas serao capazes de desenvolver espirito critica. Caso continuem sendo estimuladas a consumir sem condigées de refletir sobre suas escolhas, haveré um impacto negativo ainda maior em problemas que ja afetam a socie- dade. Alguns dos principais séo: ~> Aumento exacerbado do consumo @ Aumento da geracao de residuos —> Obesidade infantil = Adultizagao da infancia e erotizagdo precoce — —» Consumo precoce de alcool e tabaco @Diminuicgao das brincadeiras criativas _Estresse familiar Todos esses problemas sao multifatoriais, mas se acirram em decorréncia da alta exposicio de criancas a mensagens mercadolégicas. Em consequéncia, acirra-se também o esequilibrio social, econémico e ambiental. As criancas brasileiras estao entre as que mais assistem a televiséo no mundo, com uma média impressionante de mais de 5 horas por dia, segundo levantamento do Ibope 2011. Além do consumo de energia edo aumento do sedentarismno infantil, essa exposicao excessiva contribui para o consumismo, jé que a televisao € o principal canal de veiculagio de campanhas comerciais que falam diretamente com as ctiangas. Pesquisa da Universidade Federal do Espirito Santo feita em parceria com o Instituto Alana apontou que 64% de todos os andincios veiculados nas emissoras monitoradas as vésperas do Dia das Criangas de 2011 foram direcionados para o publico infantil. A obesidade infantil cresce em um ritmo assustador e J atinge 15% da populacio infantil brasileira. Segundo 0 IBGE, o sobrepeso entre criangas dobrou nos ultimos 34 anos e esta intimamente relacionado ao aumento do consumo de alimentos industrializados, amplamente divulgados pelo mercado produtor e distribuidor. Segundo pesquisa da insterScience, de 2003, os fatores que mais influenciam o consumo de produtos infantis em geral sao: 1°, Publicidade na tevé; 2°. Personagem famoso; e 3°. Embalagens. A publicidade de alimentos ndo saudaveis estimula o consumo excessivo de produtos industrializados e agravao aumento dos indices de sobrepeso ¢ obesidade infantil. 1 em cada 3 criangas de 5 a9 anos esté acima do peso e o sobrepeso dobrou nos ltimos 34 anos, segundo dados da POF 2008-2008, produzidos pelo Ibope. Em relaco ao consumo precoce de Alcool, 62% dos adolescentes brasileiros afirmaram terem sido expostos quase todos os dias, até mais de uma vez por dia, a publicidades de bebidas alcoglicas, de acordo com pesquisa da Unifesp de 2009. A idade na qual se inicia o consumo regular de bebidas alcodlicas no Brasil esté entre 12 e 14 anos. Somente 38,3% das criangas entre 5 e 10 anos consomem frutas, legumes & verduras em sua dieta alimentar, de acordo com 0 Ministério da Satide. Esses dados retratam uma realidade que precisa ser repensada. A crianga nao deve ser alvo do mercado nem iniciada no mundo do consumo sem que seja educada para Isso. Antes de conhecer marcas e produtos, a crianca precisa ser preparada para ser cidada, além de consumidora consciente e responsével. Um problema de todos ‘A questéo do consumismo infantil ndo se restringe apenas esfera da familia. Todos nés temos o dever de garantir as criangas ber-estar, satide, educagao, moradia, alimentacéo, cultura ¢ lazer, como determina 0 artigo 227 da Constituicéo Federal. Também todos nés temos direito a viver em um meio ambiente ecologica- mente equilibrado, de onde deriva o dever de defendé-lo preservé-lo para as presentes e futuras geracées. Sao questies que passam,necessariamente, pela mudanca de nosso comporta- mento de consumo. Para tanto, cada um tem um papel fundamental. No que diz respeito & educagao para o consumo sustentivel: Pais e responsavels devem dialogar com seus filhos e impor limites. Dizer ‘ndo” a cada pedido de consumo desnecessério muito importante para que a crianga aprenda a lidar com frustrag6es e entender que suas agdes podem ter impactos no coletivo, Também & importante dar o exemplo e ensinar as criangas a fazer algumas reflexdes a cada novo pedido: ‘preciso realmente comprar isso?","/4 nao tenho algo parecido que possa ser reaproveitado?", Educadores e cuidadores devem aproveitar 0 convivio diario comas criangas para fortalecé-las e contribuir para a formacéo de agentes auténomos, criativos e criticos. Levar o debate sobre consumo e seus impactos para o ambiente escolar é imprescin- divel no proceso de formacao das criancas, Empresas e organizacées da sociedade devern agir com responsabilidade e ética, olhando para a infancia como ela deve ser vista. riangas no devem ser vistas como pequenos consumi- dores, porque elas nao estéo formadas para isso. Apelos ao consumo devem ser direcionados aos pais. Estado brasileiro tem a obrigacdo de oferecer a seus cidaddos um ambiente minimamente regulado, que proteja as criancas frente 8s relagbes de consumo. Cada um precisa cumprir suas responsabilidades para a formagéo de criancas mais saudévels, felizes e atentas & sustentabilidade, Valorizar a linguagem da crianca é também educa-la para a cidadania Obrincar éa linguagem universal da crianga. £ por meio dela que os pequenos aprendem sobre o mundo, ‘experimentam relacdes afetivas e socials e exercitam comportamentos da vida adulta. E 0 que isso tem a ver com consumo sustentavel? Tudo! Respeitar o tempo das criancase permitir que até os 12 anos elas vivenciem todas as fases do desenvolvimento com plenitude é uma maneira de fortalecé-las. O brincar Eessencial nesse periodo, Segundo a psicéioga norte- americana Susan Linn, especializada em desenvolvi- mento infantil “a brincadeira criativa é a fundacao do aprendizado, da criatividade, da resolugao constru- tiva de problemas, da habilidade de dar continui- dade a projetose de ter autocontrole. Mas também é a maneira pela qual a crianga lida com a vida para atribuir-lhe sentido’ Entdo, atengio: brincadeira é coisa sérial Além de toda a relevéncia que o brincar tem na formacio de cada ser humano, hd ainda os impactos do consumo desen- freado de produtos infantis que muitas vezes sao tidos ‘como imprescindiveis para a atividade lice. Seré que so mesmo? ‘Muitas vezes (nem sempre), as brincadeiras necessitam de brinquedos chamados estruturados - a boneca, 0 cartinho, 0 rob6, 0 videogame etc, E hoje, em um mundo que valoriza mais 0 actimulo do que o conheci- mento, hé um incentivo maior ao consumo desses objetos, principalmente estimulado por mensagens comerciais. Um levantamento feito pelo Observatério de Midia da Universidade Federal do Espirito Santo em parceria com © Instituto Alana revelou que nos 15 dias que antece- deram o Natal de 2011, 70% de todas as publicidades veiculadas nos canais segmentados para o piblico infantil monitorados foram de brinquedos. O apelo para Coconsumo & grande e quase sempre divulga um tipo de produto que exige muito pouco da crianca, Uma alternativa ao consumo desenfreado desses produtos é estimular que as criangas brinquem de forma criativa e, em alguns momentos, substituam o brinquedo tradicional por um confeccionado por elas ‘mesmas a partir de sucata. CM Le Mle ERT Lie 1y sobre consumo? Essa 6 uma pergunta recorrente de pais, cuidadores e educadores. O que é preciso terem mente éque, desde que nascem, as criancas s4o impactadas de alguma maneira pelo ambiente, pelas pessoas e pelos valores sua volta. Por isso ¢ tio importante oferecer-Ihes condicées para que crescam de forma saudével e sejam educadas com base em valores e principios éticos que as ajude a agir com mais responsabilidade cidadania na vida aduta. ‘Algm de mostrar dia apés dia que o mundo extrapolao individuo e que nossas acées fazem a diferenca negativa ou positivamente, dialogar com as criancas e saber ouvi-las é essencial No que diz respeito ao consumo, 0 entendimento da ctianca sobre 0s impactos de suas proprias acées leva um tempo maior para ser construido, natural do processo de formacéo de uma consciéncia critica sobre o tema. Por isso, apresentamos no verso deste caderno um conteddo especialmente desenvolvido para vocé instigar riangas de 9 10 anosa pensar em alternativas a0 consumo exacerbado. Esse material deve ser sempre utilizado com a mediagao de um adulto, com atengéo a faixa etd icada, Vamos invadir as rua’ de brincadeiras? Que tal desligarmos um pouco a tevé, a internet € sairmos para rua em busca de espacos divertidos para brincar? Além de nao gastar quase nada, um passeio na praca ou no parque pode nos ajudar a fazer novos amigos e aprender brincadeiras diferentes. A cidade é nossa! Portanto, devemos invadir as ruas ocupando os espagos ptiblicos com muitas brincadeiras e alegria, mas lembrando sempre de cuidar do que é de todos entao... nada de lixo na rua! =) Fe yi Ganhou, doou! Para que os armarios nao fiquem cheios de coisas guardadas que nao usamos mais e ocupem muito espaco que tal fazer um combinado? Para cada brinquedo ou roupa nova que ganhar ou comprar que tal doar aquilo que ficou antigo para outras criangas? E o mais legal é que para o novo dono, tudo seré novo de novo! Vale experimentar porque essa moda pode pegar! Eu quero ou Eu preciso? Vocés jd pararam para pensar de onde vem nossa vontade de comprar alguma coisa? Sera que tudo o que é anunciado na tevé nos interessa de verdade ou é um desejo passageiro? E, por ultimo, sera que precisamos de todas essas coisas e podemos comprar tudo que queremos? Por isso, que tal combinar primeiro o que vamos comprar ou se vamos comprar algo antes de ir passear num shopping ou supermercado? Assim ninguém fica triste; pais ou criangas. Outra ideia bacana é fazer uma economia junto com nossos pais para comprar algo que queremos muito ou escolher uma data bem especial para esse presente. Desligue os bot6des e entre em contato com a natureza. Praias, bosques, trilhas, lagos, rios. Tudo isso existe em nossas vidas, mas parece esquecido. Que tal se passar por um detetive e redescobrir espacos ao ar livre para brincar? A curiosidade e a imaginagao podem nos levar a lugares nunca antes experimentados ou vividos. Muitas vezes é preciso desligar os botées da tevé, da internet e dos jogos eletrénicos para descobrir novidades da natureza e de nossa imagina¢ao. a i QS <— Sabia que lanches mais Saudaveis podem gerar menos lixo? Sera que podemos escolher nossos lanches de maneira mais saudavel e que nao deixe tanto lixo? Frutas, sucos naturais e sanduiches feitos em casa sao uma boa opcao para nossa satide e para natureza. Uma boa ideia é tentar escolher nossos lanches nao s6 pelos personagens que estao nas embalagens, mas pelas coisas boas que esses alimentos podem trazer para nossa satide. Usar lancheiras ou potinhos também contribui para diminuir o lixo, Peca ajuda para seus pais! Trocar pode ser mais divertido do que comprar... Vocés sabiam que criancas de outros lugares e paises adoram trocar coisas em feiras? Muitas vezes familias ou grupos de amigos organizam feiras de troca em espacos publicos como. pragas, igrejas ou parques. A ideia é muito simples: basta escolher um tema - roupas, material escolar, jogos, brinquedos, sapatos — e levar aquilo que nao usamos ou nao gostamos mais para trocar por outros itens. A Unica regra é querer trocar. E tudo isso pode ficar mais divertido se cada participante levar um prato com comidinhas gostosas. Topam? Vamos tentar dar um final mais feliz para as embalagens? Quase tudo que compramos hoje vem dentro de uma embalagem que pode ser caixa, garrafa, saquinho ou lata. E para onde vao todas essas caixas? Para 0 lixo! Agora, sera que nao podemos dar um destino mais feliz para elas? Claro! Uma ideia é separar as embalagens pelo seu material (plastico, vidro, papel e metal) antes de jogarmos no lixo, pois assim elas poderao ser recicladas e transformadas em coisas novas. Outra ideia é reutilizar as embalagens: caixas, por exemplo, podem ser Uteis depois de vazias. Crie, invente, use de novo! alana de Ministério do Meio Ambiente GOVERNO FEDERAL Pals RICO & PAIS SEM POBREZA A série "Cadernos de Consumo Sustentavel" é uma publicagao do Ministério do Meio Ambiente. O Instituto Alana colabora neste volume. Mais informacdes podem ser obtidas nos sites: wwwalana.org.br, www.mma.gov.br e www.consumosustentavel.gov.br.

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