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Módulo 3 - Trauma em ossos

Este módulo tem como objetivo apresentar os tipos de trauma em


ossos e descrever os procedimentos a serem executados em cada caso.

Para isso, foram relacionadas 3 aulas:


• Trauma em ossos
• Traumatismos Específicos (TCE, TRM e Torácico)
• Manipulação e transporte de acidentados

Aula 1 – Trauma em ossos


Os objetivos desta aula são:

• Definir o conceito de fratura, luxação e entorse e enumerar quatro sinais ou


sintomas que identificam tais lesões;
• Citar duas razões para a imobilização provisória; e
• Descrever os passos para imobilizar fraturas em extremidades superiores,
inferiores e pelve.

Fratura
Ruptura total ou parcial de um osso.

Classes de fraturas
Fechada (simples) - A pele não foi perfurada pelas extremidades ósseas.
Aberta (exposta) - O osso se quebra, atravessando a pele, ou existe uma ferida
associada que se estende desde o osso fraturado até a pele.

Sinais e sintomas de fratura:

Deformidade - A fratura produz uma posição anormal ou angulação num local que
não possui articulação;

Sensibilidade - Geralmente o local da fratura está muito sensível à dor;

Crepitação - Num movimento da vítima podemos escutar um som áspero, produzido


pelo atrito das extremidades fraturadas. Não pesquisar este sinal intencionalmente,
porque aumenta a dor e pode provocar lesões;

Edema e alteração de coloração - Quase sempre a fratura é acompanhada de um certo


inchaço provocado pelo líquido entre os tecidos e as hemorragias. A alteração de cor
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poderá demorar várias horas para aparecer;

Impotência funcional - Perda total ou parcial dos movimentos das extremidades. A


vítima geralmente protege o local fraturado, não pode mover-se ou o faz com
dificuldade e dor intensa;

Fragmentos expostos - Numa fratura aberta, os fragmentos ósseos podem se


projetar através da pele ou serem vistos no fundo do ferimento.

Luxação
É o desalinhamento das extremidades ósseas de uma articulação fazendo com que as
superfícies articulares percam o contato entre si.

Sinais e sintomas de luxação:

• Deformidade - Mais acentuada na articulação luxada;


• Edema;
• Dor: Aumenta se a vítima tenta movimentar a articulação;
• Impotência funcional: Perda completa ou quase total dos movimentos
articulares;

Entorse
É a torção ou distensão brusca de uma articulação, além de seu grau normal de
amplitude.

Sinais e sintomas de entorses

São similares aos das fraturas e aos das luxações. Mas nas entorses os ligamentos
geralmente sofrem ruptura ou estiramento, provocados por movimento brusco.

Amputações
São lesões geralmente relacionadas a acidentes automobilísticos (amputações
traumáticas). Seu tratamento inicial deve ser rápido, pela gravidade da lesão e pela
possibilidade de re-implante.

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O procedimento a ser adotado em caso de amputação é:

• controlar a hemorragia;
• aplicar curativo estéril;
• fixar o curativo com bandagens ou ataduras; e
• guardar a parte amputada envolta em gaze ou compressa estéril (pano limpo),
umedecido com solução fisiológica, colocando-a dentro de um saco plástico e
este, então, dentro de um segundo saco ou caixa de isopor repleta de gelo.

Razões para a imobilização provisória

• Evitar a dor;
• Prevenir ou minimizar lesões futuras de músculos, nervos e vasos sangüíneos;
• Manter a perfusão no membro; e
• Auxiliar a hemostasia.

Regras gerais de imobilização no tratamento pré-hospitalar:

• Informe o que planeja fazer;


• Exponha o local. As roupas devem ser cortadas e removidas sempre que
houver suspeita de fratura, entorse ou luxação;
• Controle hemorragias e cubra feridas. Não empurre fragmentos ósseos para
dentro do ferimento, nem tente removê-los. Use curativos estéreis;
• Observe o pulso distal, a mobilidade, a sensibilidade e a perfusão;
• Reúna e prepare todo o material de imobilização (use se possível, talas
acolchoadas);
• Imobilize e use tensão suave para que o local fraturado possa ser colocado na
tala. Movimente o mínimo possível. Imobilize todo o osso fraturado, uma
articulação acima e abaixo. Em alguns casos a extremidade deve ser
imobilizada na posição encontrada;
• Revise a presença de pulso e a função nervosa. Assegure-se que a imobilização
está adequada e não restringe a circulação; e
• Previna ou trate o estado de choque.

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Materiais utilizados na imobilização de pacientes

• Talas rígidas;
• Talas moldáveis;
• Talas infláveis;
• Talas de tração;
• Colares cervicais.
• Colete de imobilização dorsal;
• Macas rígidas;
• Bandagens triangulares;
• Ataduras.

Na maioria das vezes, é impossível saber sem o uso do raio-X, se o paciente é


verdadeiramente portador de uma fratura, entorse ou luxação. No entanto, até ser
provado o contrário, deve-se sempre tratá-lo como se fosse portador de fratura.

Aula 2 – Traumatismos específicos (TCE, TRM e Torácico)


Os objetivos desta aula são:

• Descrever os principais sinais e sintomas do traumatismo crânio-encefálico;


• Descrever os procedimentos de avaliação e de atendimento pré-hospitalar a
uma vítima com lesões no crânio e na coluna vertebral; e
• Descrever os passos para avaliar e atender uma vítima com fraturas em
costelas, tórax instável e ferimentos penetrantes no tórax.

Traumatismo crânio-encefálico
Fraturas de crânio
As fraturas de crânio são comuns nas vítimas de acidentes que receberam impacto na
cabeça. A gravidade da lesão depende do dano provocado no cérebro.

São mais freqüentes lesões cerebrais, nos traumatismos sem fratura de crânio. As
fraturas poderão ser abertas ou fechadas.

Fraturas Abertas
São aquelas que permitem a comunicação entre as meninges ou o cérebro e o meio
exterior. Há ruptura do couro cabeludo com exposição do local da fratura.

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Fraturas Fechadas
São as que afetam o osso sem, entretanto, expor o conteúdo da caixa craniana, não
existe solução de continuidade da pele.

Lesões encefálicas
Concussão
Quando uma pessoa recebe um golpe na cabeça ou na face, pode haver uma
concussão encefálica. Não existe um acordo geral sobre a definição de concussão
exceto que esta envolve a perda temporária de alguma ou de toda a capacidade da
função encefálica. Pode não haver lesão encefálica demonstrável. O paciente que sofre
uma concussão pode se tornar completamente inconsciente e incapaz de respirar em
curto período de tempo, ou ficar apenas confuso. Em geral o estado de concussão é
bastante curto e não deve existir quando o Emergencista chegar ao local do acidente.

Se o paciente não consegue se lembrar dos eventos ocorridos antes da lesão


(amnésia), existe uma concussão mais grave.

Contusão
O cérebro pode sofrer uma contusão quando qualquer objeto bate com força no
crânio. A contusão indica a presença de sangramento a partir de vasos lesados.

Quando existe uma contusão cerebral, o paciente pode perder a consciência. Outros
sinais de disfunção por contusão, incluem a paralisia de um dos lados do corpo,
dilatação de uma pupila e alteração dos sinais vitais. As contusões muito graves
podem produzir inconsciência por período de tempo prolongáveis e também causar
paralisia em todos os membros.

Mesmo em contusões graves, pode haver recuperação sem necessidade de cirurgia


intracraniana.

As mudanças na recuperação são diretamente proporcionais aos cuidados


dispensados ao paciente desde o início das lesões. Os pacientes devem receber
ventilação adequada, reanimação cárdio-respiratória quando necessário, devendo ser
transportado para o serviço de emergência para uma avaliação e cuidados
neurocirúrgicos.

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Lesões encefálicas
Os tipos de lesões encefálicas são

Diretas
São produzidas por corpos estranhos que lesam o crânio, perfurando-o e lesando o
encéfalo.

Indiretas
Golpes na cabeça podem provocar, além do impacto do cérebro na calota craniana,
com conseqüente dano celular, hemorragias dentro do crânio. Este hematoma
acarreta compressão do tecido cerebral. A hipertensão intracraniana provocada pela
hemorragia e edema causa lesão nas células cerebrais.

Trauma crânio-encefálico – TCE


Sinais e sintomas do trauma crânio-encefálico – TCE

• Cefaléia e/ou dor no local da lesão;


• Náuseas e vômitos;
• Alterações da visão;
• Alteração do nível de consciência podendo chegar a inconsciência;
• Ferimento ou hematoma no couro cabeludo;
• Deformidade do crânio (depressão ou abaulamento);
• Pupilas desiguais (anisocoria);
• Sangramento observado através do nariz ou dos ouvidos;
• Líquido claro (líquor) que flui pelos ouvidos ou pelo nariz;
• Alteração dos sinais vitais;
• Postura de decorticação ou descerebração.

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Trauma crânio-encefálico – TCE


Tratamento Pré-Hospitalar:

• Corrija os problemas que ameaçam a vida. Mantenha a permeabilidade das


• Vias Aéreas (abertas), a respiração e a circulação;
• Suspeite de lesão cervical associada ao acidente e adote os procedimentos
apropriados;
• Controle hemorragias (não detenha a saída de sangue ou líquor pelos ouvidos
ou pelo nariz);
• Cubra e proteja os ferimentos abertos;
• Mantenha a vítima em repouso;
• Proteja a vítima para a possibilidade de entrar em convulsão;
• Monitore o estado de consciência, a respiração e o pulso;
• Trate o choque e evite a ingestão de líquidos ou alimentos; e
• Esteja preparado para o vômito.

Nunca tente remover objetos transfixados na cabeça.

Não se deve conter sangramento ou impedir a saída de líquor pelo nariz ou pelos
ouvidos nos traumatismos crânio-encefálico (TCE). Poderá ocorrer aumento na
pressão intracraniana ou infecção no encéfalo.

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Traumatismos de face
O principal perigo das lesões e fraturas faciais são os fragmentos ósseos e o sangue
que poderão provocar obstruções nas vias aéreas.

Sinais e sintomas
• Coágulos de sangue nas vias aéreas;
• Deformidade facial;
• Equimose nos olhos;
• Perda do movimento ou impotência funcional da mandíbula;
• Dentes amolecidos ou quebrados (ou a quebra de próteses dentárias);
• Grandes hematomas ou qualquer indicação de golpe severo na face.

Tratamento Pré-Hospitalar:

É o mesmo tratamento utilizado no cuidado de ferimentos em tecidos moles, sua


atenção deve estar voltada para a manutenção da permeabilidade das vias aéreas e
controle de hemorragias. Cubra com curativos estéreis os traumas abertos, monitore
os sinais vitais e esteja preparado para o choque.

Traumatismos Raqui Medular – TRM

São aqueles onde ocorre o comprometimento da estrutura óssea (vértebras) e medula


espinhal. Os danos causados por traumas nessas estruturas poderão ocasionar lesões
permanentes, se a região atingida for a cervical poderá comprometer a respiração,
levar à paralisia ou até mesmo à morte.

Sinais e Sintomas

• Dor regional (pescoço, dorso e região lombar);


• Perda da sensibilidade tátil nos membros superiores e inferiores;
• Perda da capacidade de movimentação dos membros (paralisia);
• Sensação de formigamento nas extremidades;
• Deformidade em topografia da coluna;
• Lesões na cabeça, hematomas nos ombros, escápula ou região dorsal do
• paciente;
• Perda do controle urinário ou fecal;
• Dificuldade respiratória com pouco ou nenhum movimento torácico;
• Priapismo (ereção peniana contínua).

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Complicações

Paralisia dos músculos do tórax (respiratórios). A respiração sendo feita


exclusivamente pelo diafragma.

A lesão medular provoca dilatação dos vasos sangüíneos, podendo se instalar o


choque (neurogênico).

Traumatismos raqui medular – TRM


Tratamento Pré-Hospitalar:

• Corrija os problemas que ameaçam a vida. Mantenha a permeabilidade das VA,


a respiração e a circulação;
• Controle o sangramento importante;
• Administre o oxigênio;
• Evite movimentar o paciente e não deixe que ele se movimente;
• Não mobilize uma vítima com trauma de coluna, a menos que necessite RCP,
controle de sangramento que ameace a vida e/ou remoção do local por risco
iminente;
• Imobilize a cabeça e o pescoço com emprego do colar cervical, fixadores de
cabeça e prancha rígida;
• Monitore os sinais vitais constantemente e tenha cuidado com o choque e a
parada respiratória.

Lembre que ao lidar com pacientes com lesão na coluna, o Emergencista deve realizar
todas as manobras mantendo a cabeça e o pescoço fixos.

Traumatismos no tórax
Sinais e Sintomas

Dependendo da extensão, presença de lesões associadas (fratura de esterno, costelas


e vértebras) e comprometimento pulmonar e/ou dos grandes vasos, o paciente
poderá apresentar:
• Aumento da sensibilidade ou dor no local da fratura que se agrava com os
movimentos respiratórios;
• Respiração superficial (dificuldade de respirar, apresentando movimentos
respiratórios curtos);
• Eliminação de sangue através de tosse;
• Cianose nos lábios, pontas dos dedos e unhas;

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• Postura característica: o paciente fica inclinado sobre o lado da lesão, com a
mão ou o braço sobre a região lesada, imóvel;
• Sinais de choque, como pulso rápido e PA baixa.

Tipos de traumatismos no tórax


Fratura de Costelas

Sinais e Sintomas

• Dor na região da fratura;


• Dor ao respirar movimentos respiratórios curtos;
• Crepitação.

Tratamento pré-hospitalar

1) Na fratura de uma ou duas costelas, posicione o braço do paciente sobre o local da


lesão;

2) Use bandagens triangulares como tipóia e outras para fixar o braço no tórax.

Não use esparadrapo direto sobre a pele para imobilizar costelas fraturadas.

Tipos de traumatismos no tórax


Tórax Instável
Ocorre quando duas ou mais costelas estão quebradas em dois pontos. Provoca a
respiração paradoxal. O segmento comprometido se movimenta, paradoxalmente, ao
contrário do restante da caixa torácica durante a inspiração e a expiração. Enquanto o
tórax se expande, o segmento comprometido se retrai e quando a caixa torácica se
contrai, o segmento se eleva.

Tratamento Pré-Hospitalar:
• Estabilize o segmento instável que se move paradoxalmente durante as
respirações;
• Use almofadas pequenas ou compressas dobradas presas com fita adesiva
larga;
• O tórax não deverá ser totalmente enfaixado;
• Transporte o paciente deitado sobre a lesão ou na posição que mais lhe for
confortável; e
• Ministre oxigênio suplementar.

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Tipos de traumatismos no tórax


Ferimentos Penetrantes
São os traumas abertos de tórax, geralmente provocados por objetos que não se
encontram cravados, assim como lesões provocadas por armas brancas, de fogo ou
lesões ocorridas nos acidentes de trânsito etc. Pelo ferimento é possível perceber o ar
entrando e saindo pelo orifício.

Tratamento Pré-Hospitalar
• Tampone o local do ferimento usando a própria mão protegida por luvas, após
a expiração;
• Faça um curativo oclusivo com plástico ou papel aluminizado (curativo de três
pontas), a oclusão completa do ferimento pode provocar um pneumotórax
hipertensivo grave;
• Conduza o paciente com urgência para um hospital e ministre O2, de acordo
com o protocolo local.

Tipos de traumatismos no tórax


Objetos cravados ou encravados
Não remova corpos estranhos encravados (pedaços de vidro, facas, lascas de madeiras,
ferragens etc.). As tentativas de remoção poderão causar hemorragia grave, ou ainda,
lesar nervos e músculos próximos da lesão.

Tratamento Pré-Hospitalar
• Controle a hemorragia por pressão direta;
• Use curativo volumoso para estabilizar o objeto encravado, fixando-o com fita
adesiva;
• Transporte o paciente administrando oxigênio suplementar.

Tipos de traumatismos no tórax


Lesões do coração e pulmão
O ar que sai do pulmão perfurado leva ao pneumotórax hipertensivo que resulta em
colapso pulmonar. As hemorragias no interior da caixa torácica (hemotórax) provocam
compressão do pulmão, levando também à insuficiência respiratória. As lesões na
caixa torácica acabam provocando lesões internas nos pulmões e no coração. O
sangue envolvendo a cavidade do pericárdio pode também resultar em uma perigosa
compressão no coração.

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Todas estas lesões são emergências sérias que requerem pronta intervenção médica.

Sinais e Sintomas
• Desvio de traquéia;
• Estase jugular;
• Cianose;
• Sinais de choque;
• Enfisema subcutâneo.

Tratamento Pré-Hospitalar
Ministre O2 e conduza o paciente com urgência para receber tratamento médico.

Aula 3 – Manipulação e transporte de acidentados


Os objetivos desta aula são:

• Enumerar 3 diferentes formas de manipulação de um paciente;


• Executar corretamente a técnica de imobilização e transporte de um paciente,
utilizando pranchas longas; e
• Executar corretamente a técnica de retirada de capacete.

Mobilização
Manipulação justificada de um paciente a fim de evitar mal maior.

Manipulação e transporte correspondem a qualquer procedimento organizado para


manipular, reposicionar ou transportar um paciente doente ou ferido, de um ponto
para outro.

As técnicas de manipulação abordadas neste curso são:


• Rolamento de 90º;
• Rolamento de 180º;
• Elevação a cavaleiro;
• Retirada de capacete;
• Imobilização de fraturas; e
• Extricação veicular KED e chave de Hauteck.

Estas técnicas serão apresentadas nas páginas seguintes.

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Técnicas de manipulação - Rolamento de 90º
Técnica empregada para posicionar o paciente na prancha, quando este se encontrar
em decúbito dorsal.

Técnica para sua execução

1. O auxiliar nº 1 posiciona-se atrás da cabeça do paciente, com os joelhos apoiados no


chão para obter melhor estabilidade, segurando firmemente as laterais de sua cabeça,
mantendo o alinhamento da coluna vertebral;

2. O auxiliar nº 2 posiciona a prancha do lado oposto ao rolamento, junto ao paciente,


enquanto o chefe posiciona o braço do paciente, do lado que for efetuado o
rolamento, acima da cabeça do paciente, e o outro cruzado ao tórax;

3. O chefe e o auxiliar nº 2 posicionam-se na altura do tórax e da cintura pélvica,


respectivamente, apoiando suas mãos ao longo do corpo do paciente do lado oposto
ao que estão posicionados. O chefe posiciona uma mão no ombro e a outra na lateral
da cintura pélvica. O auxiliar nº 2 posiciona uma mão na coxa e a outra logo abaixo do
joelho;

4. O auxiliar nº 1 pergunta aos demais se estão prontos, após receber o sinal de


positivo (OK), efetua a contagem para execução do rolamento devendo movimentar o
paciente em monobloco;

5. O chefe avalia a região dorsal do paciente em busca de possíveis lesões, após


avaliação, juntamente com o auxiliar nº 2, posiciona a prancha o mais próximo
possível do paciente;

6. O auxiliar nº 1, após posicionar corretamente a prancha, efetua novamente a


contagem para execução do posicionamento do paciente sobre a mesma, observando
a necessidade de reposicioná-lo;

7. O chefe e o auxiliar nº 2 efetuam a fixação da cabeça do paciente, a fim de evitar


movimentos laterais, com o uso de apoiadores. Após a fixação da cabeça, o paciente é
fixado à prancha com o uso de 3 tirantes ao longo do corpo.

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Técnicas de manipulação - Rolamento de 180º


Técnica empregada para posicionar o paciente na prancha, quando este encontrar-se
em decúbito ventral.

Técnica para sua execução

1. O auxiliar nº 1 posiciona-se atrás da cabeça do paciente, com os joelhos apoiados no


chão para obter melhor estabilidade, segurando firmemente as laterais de sua cabeça,
mantendo o alinhamento da coluna vertebral;

2. O auxiliar nº 2 posiciona a prancha do mesmo lado do rolamento, próxima ao


paciente, enquanto o chefe posiciona o braço do paciente, do lado que for efetuado o
rolamento, acima da cabeça do paciente, e o outro ao longo do corpo;

3. O chefe e o auxiliar nº 2 posicionam-se na altura do tórax e da cintura pélvica,


respectivamente, apoiando suas mãos ao longo do corpo do paciente do lado oposto
ao que estão posicionados. O chefe posiciona uma mão no ombro e a outra na lateral
da cintura pélvica. O auxiliar nº 2 posiciona uma mão na coxa e a outra logo abaixo do
joelho;;

4. O auxiliar nº 1 pergunta aos demais se estão prontos, após receber o sinal de


positivo (OK), efetua a contagem para execução do rolamento devendo movimentar o
paciente em monobloco (giro de 90º). Efetua novamente a contagem para a
finalização do rolamento sobre a prancha, observando a necessidade de
reposicionamento do paciente;

5. O chefe e o auxiliar nº 2 efetuam a colocação do colar cervical adequado, em


seguida, também efetuam a fixação da cabeça do paciente, a fim de evitar
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movimentos laterais, com o uso de apoiadores, fixando-o à prancha, com o emprego
de 3 tirantes ao longo do corpo.

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Técnicas de manipulação - Elevação a cavaleiro


Técnica empregada para posicionar o paciente sobre a prancha, quando houver
impossibilidade de executar rolamento.

Técnica para sua execução

1. O chefe e os auxiliares nºs 1 e 2 posicionam-se ao longo do corpo do paciente, de


forma que o mesmo fique entre suas pernas (posição a cavaleiro);

2. O chefe fica na altura da cintura escapular e posiciona as mãos de ambos os lados


do ombro do paciente, mantendo os polegares apoiados na região occipital e os
demais dedos na altura dos músculos trapézio;

3. O auxiliar nº 1 fica na altura da cintura pélvica do paciente e posiciona as mãos de


ambos os lados segurando firmemente a pelve do paciente;

4. O auxiliar nº 2 fica na altura das pernas do paciente, abaixo dos joelhos, e posiciona
as mãos nas panturrilhas, segurando firmemente;

5. O auxiliar nº 3 posiciona a prancha próxima ao paciente, preferencialmente na altura


da cabeça do mesmo;

6. O chefe pergunta aos demais se estão prontos, após receber o sinal de positivo
(OK), efetua a contagem para execução da elevação, devendo movimentar o paciente
em monobloco;

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7. O auxiliar nº 3, uma vez elevado o paciente, deve posicionar adequadamente a
prancha
rente ao solo no sentido crânio-caudal;

8. O chefe, após posicionada a prancha corretamente, efetua nova contagem para


posicionar o paciente em monobloco sobre a mesma;

9. O auxiliar nº 3 estabiliza a cabeça do paciente, liberando o chefe para que este,


juntamente com o auxiliar nº 1, efetue a fixação da cabeça do paciente, a fim de evitar
movimentos laterais, com o uso de apoiadores, fixando-o à prancha, com o emprego
de 3 tirantes ao longo do corpo.

Durante a sua execução, o Emergencista deve agir cautelosamente para não produzir
novas lesões ou agravar as já existentes.

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Técnicas de manipulação
Elevação na prancha

Técnicas de manipulação - Retirada de capacete


Técnica empregada para a retirada de capacete, a fim de facilitar a avaliação e
tratamento de possíveis lesões que o paciente possa apresentar.

Técnica para sua execução

O capacete não deve ser retirado quando:


• ao menor toque, o paciente sentir dor;
• houver objetos transfixados no capacete; e
• houver rachaduras recentes

1. O auxiliar nº 1 estabiliza a cabeça do paciente, apoiando simultaneamente o


capacete e a mandíbula, tencionando-a levemente para posicioná-la anatomicamente;

2. O chefe libera as jugulares do capacete e, em seguida, apoia com uma das mãos a
nuca do paciente, abrangendo a maior superfície possível, atento para o apoio do
antebraço ao solo. Com a outra mão apoia a mandíbula do paciente, a fim de
estabilizar a coluna cervical;

3. O auxiliar nº 1, após o sinal de OK do chefe, procede a retirada do capacete,


liberando primeiramente a região occipital do paciente e, posteriormente, a face. Após
a completa retirada, estabiliza a cabeça do paciente apoiando-a ao solo.

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Técnicas de manipulação
EXTRICAÇÃO VEICULAR – KED

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Técnicas de manipulação
EXTRICAÇÃO VEICULAR – HAUTECK

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Técnicas de manipulação
Imobilização de Fraturas

Técnica empregada para estabilizar o segmento ósseo lesionado (fratura, entorse ou


luxação), a fim de evitar o agravamento das lesões.

Técnica para sua execução (regras gerais)

• Informe o que planeja fazer;


• Exponha o local lesionado ou com suspeita de lesão;
• Controle hemorragias e cubra ferimentos;
• Avalie pulso distal, perfusão, motricidade e sensibilidade, antes e após a
imobilização do segmento lesionado;
• Selecione e empregue o material adequado para a imobilização;
• Estabilize manualmente o segmento corporal lesionado, aplicando uma leve
tensão.
• Imobilize as articulações adjacentes à lesão; e
• Previna e trate o choque.

Algumas lesões devem ser imobilizadas na posição encontrada.

Transporte de pacientes
O paciente não deverá ser movimentado, a menos que exista um perigo imediato para
ele ou para outros se não for feita a sua remoção.

O Emergencista deverá manipular e transportar seu paciente, geralmente, após avaliá-


lo e tratá-lo de forma a estabilizar sua condição.

A escolha da técnica de transporte a ser adotada deve ser baseada nos seguintes
aspectos do paciente:

Paciente traumático
• Levantamento com 04 socorristas;
• Levantamento com 03 socorristas;
• Levantamento com 02 socorristas;
• Rolamentos e imobilização na maca;
• Chave de rauteck;
• Colete de imobilização dorsal (ked);
• Imobilização com outras macas.

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Paciente não traumático

Consciente
• Arrastamento com cobertor;
• Arrastamento pelas roupas;
• Arrastamento de bombeiro;
• Arrasto de pé;
• Transporte bombeiro;
• Transporte de apoio;
• Transporte tipo “cadeirinha”;
• Transporte de trilha.

Inconsciente
• Arrastamento de bombeiro;
• Arrastamento com cobertor;
• Arrastamento pelas roupas;
• Arrasto de pé;
• Transporte tipo “cadeirinha”;
• Transporte tipo mochila;
• Transporte de bombeiro;
• Transporte pelos membros.

Estas técnicas serão apresentadas nas páginas seguintes.

Técnicas de transporte
Para o transporte de pacientes são utilizadas as seguintes técnicas:

Arrastamento com cobertor


Técnica pela qual a vítima é removida por um Emergencista. O cobertor deve ser
arrumado de forma a proteger e suportar a cabeça e o pescoço da vítima.

Arrastamento pelas roupas


Uma pessoa é suficiente para arrastar a vítima. Usado quando não há cobertor
disponível ou em acidentes no meio de vias com trânsito fluindo.

Arrastamento de bombeiro
Essa técnica possui a desvantagem de não oferecer suporte para a cabeça e pescoço,
porém, se não houver outro método disponível, permite que uma só pessoa remova a
vítima. Muito usado em ambientes com fumaça.

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SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007
Transporte pelos membros
Dois Emergencistas transportam a vítima, segurando-a pelos braços e pernas.

Transporte com cadeira


A vítima é posicionada deitada e, debaixo dela, dois Emergencistas colocam uma
cadeira. O transporte é feito com os Emergencistas posicionados lateralmente e a
vítima na posição sentada. Muito usado na remoção de vítimas do interior de edifícios.

Levantamento com 4 emergencistas


Levantamento da vítima direto do solo, sem lesão na coluna. Com o posicionamento
de 4 Emergencistas em fila no lado da vítima.

Remoção emergencial
Usada nas situações de risco iminente. Um Emergencista remove a vítima utilizando o
método da “Chave de Rauteck”.

Instalação de colar cervical


Técnica de instalação de colar cervical - paciente deitado:

O Emergencista nº 1 (líder) posiciona-se atrás da cabeça do paciente, (com ambos os


joelhos apoiados no chão), mantendo distância de um palmo. Com ambas as mãos
protegidas por luvas, segura lateralmente a cabeça do paciente, imobilizando-a e
mantendo-a alinhada com a coluna;

O 2º Emergencista posiciona-se ao lado do paciente e mensura o tamanho adequado


do colar cervical (a lateral do colar dever ter a medida compreendida entre o final da
orelha e o músculo trapézio). Sendo possível, ele deve usar a régua de cores para
facilitar a medição;

O 2º Emergencista, também, remove colares e brincos do paciente;

O 2º Emergencista posiciona o colar aberto por detrás da nuca, apóia à frente do colar
abaixo da mandíbula do paciente, ajusta-o firmemente sem movimentar a cabeça e
fecha o velcro de fixação do colar; e

O 2º Emergencista questiona ao paciente se o mesmo está confortável.

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Deve-se observar, através de palpação, lesões nas partes posterior, anterior e laterais
do pescoço.

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