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_ RELIGIAO, MODERNIDADE E POS-MODERNIDADE INTERFACES, NOVOS DISCURSOS E LINGUAGENS COrganizadores ose J. Queiroz Maria Luiza Guedes ‘Angola Matis Lucas Quinbiiano Grupo de Estudos © Pesquisa Pts-Religae — Pos-Modemidade e Religiso ‘Programa de Estudos Pés-Graduados em Ciéncias da Regio Pontificia Universidade Catolica de Sao Paulo ~ PUC-SP Cite Dvsron Eaton: Coorseuto Eonont: Mario C.Areuo ‘Ana Leia do Cato Lote Onasnaacones ‘owe Quotes Rewste Maria Luze Guodes Henne Fare Agu ‘gl Moria Les Quetiiane Gare Drowmact: ‘ied Casita ‘Nex Luss Saueira Santos (© lias & Lovas, 2012 CERES EE 20 coco LEAS See Dados interacionas de Catelogagzo na Puiaedo (IP) (liere Brose do Lvo, 8, Bes. elo, madara opesnagaricae: moTarce, novos dscucs oiragen=/ ons Quer, Mata Luxe Guases, Arua Me ose Gran franco) — ‘rein, SPs S Lobo, 2012 4. Eistemdoga 2. Herne 2. Madani 4. Pesracamida 5. Rao 8 othe Fess? Renpase soeucga Teoogstromenatge Guore, Jet "Gandee Mara Luss Qua, Anette Like 1206240 00.210 Incas par extlogo stemsice: |. Roio: Moder «pm Fenomrolopncs reba rca ga 10 ‘SUMARIO Paste pstemologia¢ hermenutiea no campo religos, ‘Aspects erica e préticos Capito 1-0 campo eo estude da religio& luz 4 pensamento de Pal Tilich eS Benne A Higuet, Capitulo I - Por uma superagao de epistemologa tradicional ‘no campo da relgoreligiso a pertr do pragmatisno de Richard Rory. 35, Tina Aveinn Pereira Fiera Cont tA ree de Mie Henry da nomen mpieages hermenéateas ereligioss.. 5 Manvel Gonglves Sumares IV - Devto Postmoderna: da ebvergn0s compas. S Manoel Comes Rodrigues Duque V- Reflexes epstemol6gica sobre Cléncla da Religido rm dislogo com Hans-Jrgen Greschat eg) MoS, 6 _ Resto on Pos Monee Parte "Novos movlmentas rligloss no contesto brasileira e portugués. “AproximagSesediferengas Cpt VO nor movin igs Be ungbes easungses. Silas Guemiew Capitto VIL- Novos movimentosreligosos em Portugal eno Bras Feranda Capos Capito VIL Caractertstins moderna ¢pér-modernas 10 espiiismo de Waldo Vieira eno Valle, Parte ‘Aconda noateia no campo da flosoia eda cnc da religiio Capitulo TX - Atefamas:histrla,cfteaeressenlmento {La Felipe Pond Capitulo X- Tera rligito lugar no espaco pabiico? © politesmo wtépice de Richard Rorty ‘Artur Eman! arco Galvio Capitulo X1- Grandes equivocos do ateismo atl Alfredo Dis 133 as 139 179 205 le Ciencias da Rt, dando soquécia ao prmeio que acontoseu 0 eM Pe eget rao plo Gro de "Moderne eligi - anos da Pouitcia Universidade Cattica de Sto Paul APRESENTAGAO Interfaces e novos discursos da religiéo na atualidade, Ecos de um Simpésio José. Queira! ‘ns ciemifcamente a religo ms sos interfaces foi propos de rupo de especaistas em Flsoia da Religito de Portugal e em Cio a eligi do Brasil que se renin em setembro de 2010 na Ponti Une ‘eid Catlca de So Paul pra realizar 0 Simpsio se Filosofia da Rel e Braga da Universidade Catsica Portuguesa. em janciro de 2009.0 Simp —inepro as stividades do Programa de Pés-Graduagao em Cikacias da eligi @ tudes © Pesquisa Pos Reigate» Pi (Cootan com a parcipaso de docentes sents clr do tem He desenoltam temo coms pano de fund 0 cantexto dt mera moderne, foealizando qustesepistemologiews hermeneweas ligion que se cxpressam em discursoselinguapens. pe nn interface modeenvp-medemo porque, embor as Ue 1 poemoderno e seus temas € a olémicn em torn dees, fei roporgdes relevant, parece consense ue no se pe fale de pk otal pte com as estrtras cla overnite, Enea, wo ve 190 nage das cess da moderidade, qe se ogiganam em CAPITULO VI 0s novos movimentos religiosos no Brasil: jung6es e disjuncdes Silas Guerrero! [Novos Movimentos Regios (NMR) no Brasil que tornem posivel uma comparagbo com o caso portugues. Vamo-nos ater, mals espe- Jas vias agéncias eostumeirament idetifcadas por esse adjetivo nova ert Preocupam-se com as terapas corporis altemativas (massazens yuri ‘essiniicads, composts com biodanga, shiatsu ou do in}, com a via a> as (astologia védia, atrologia o ta). Esto no campo ds espirilidae ‘Temos um bom exemplo de hibridismo, Mas, eno, resaa pergunta, Ode tem mais sentido cassiicareses ge pos? Junto com os grupos eligiososfechados, ou com agulo que pedenos de rominar de as novas espirtuaidades, algo mais solo ¢ varitd? Talvee es8h etnigao de Hanegratf nos aux Quand stamos nesses prups rganizads, eam aero. fehados, 00 ‘HK decerta forma o tu prece mais cil de localiza. Mas, por ot a, esse meio muita coisa scontceinfrmalment, seuindo wn determina i> 1 muita vezes trad pelo pei indvduo. Quando mio fi cont igo (como aque vinos de uma trig) as madangas as incosparagdes de Oa fons poser sero rips que impossitliam qualqes ipo de dtimitagi esse msi das novasespiritulidades hi uma imensa varied, mesmo porque a uier das vivéncias, das préticas eds smo 6 lgeea e entrada | Iindivsduo ts torn immenso oxime das possibildades de arranjo, ‘Olan pra seus agentes, vemos essa diversidade, Pen estar 4) n> ie exclusvismo, mais fundamentalist, mas podem alter arn tp ergo enn sea de wn conecimento Pde ser am mds de juventid, 84 Rexicrio, Monransnes Poss Moerman “A nossa consrugdo tesica,dlimitando parimetos, permite pereeber as ipoas subjacent que esti por dtr dessa imensa variedade. Dependendo in construimos esses conceitos, podemos encontrar Wgieas coetentes 0 no. ‘Qual 60 nosso papel? Como estudiosos peecsaros ola para slém dessa \vesidde aparente.Precisamos caminhar no sentido do enconto das regras vents “Assim caminhando a dzegdo de uma defnigo dss novas espritualido- lon poxemos pezuntaro que faz com que enxorguemos patos de convergéncia Ife novieraeauoajuda? Porque a nova er est no campo das nova esprit: les quando mois de suas priticas esto votadas a um sucesso comercial? ‘Nossa proposta ¢ oars partir da cultura € no da eligi, fo que esses stojmn separa, penaso infcio do nosso oar pode estar centrado em uma wvoutra ‘essa forma, podemos entender que wna marca da nossa cultura octal kaye final de século XX e inicio de século XX € a centalidade no “eu”, Hi inuconcepgo subjacent do “ew eds”. A busca doapereigoamento, © 130 iis alg, se dpa 580 do individ. Esse apereigoumento nfo € apenas Iso ou mental, stem esprit Essa 6 uma chaveinterpretativa impor pa compreensio do que acontecee de como podem olhar para vrios ‘onmenos. Esse esprit est Tonge das insiugtes. Die ela busca, pela ‘pfimentago. Em muitos casos, pode ser um “eran” que faz sua busca in- vid masque num certo momento dessa sua teria "encontra” um arapo ri fehiado, mis serio (aime? ISKCON? Budismo?). ‘inapossivel clasificados NMR podera ser ward da sept mane 1) Novos Grupos surgidos no interior das grandes rliies vist ‘Adventists, Mormons, Testers de Jeovs, Ciencia Crist ire ja Unifeapto, Jesus Freak et. Si, em ger, grupos feehdos fem que os memos no ptcipam, de manera eral, daguilo que poderfamos denominar Novas Espirituaidades. Ty Novas religdes u grupos, orginados no Oriente: Soka Ga, Igrja Messinica, Maka, Carire.o VI- Os xovos movnnT0s nezAcHOs0s No Bast Tf) Movimentos Religiosos Estemos as grandes religides: apa ‘em os grupos mais ectics, ou aqueles que se pautam em reste e trades antgss. Samo Dime, Bargunha, Vale do Amanecer, LLBY, Fé Bohai, Brahma Kumars, HK IV) Novas Espritualidades: grupos divesos estrutura frou gn ‘os que eafaizam um cusbo ccultsa ete; agui se encomtram 3 ‘ras priticas denominadas Nova Era: Rosa Cru, Wicca, neo dismo, Frteridade Branca, Par Géia, Plas Athens, Antoposofa, terapas diversas ete, ‘Se os dos primeios se sproxima mais Jaguilo que entendemos por reli io, no sentido mais tradicional suas times esto mae voltadas&espint slidade, como Hancgraff defini e quel caracteristcas de mudanga da ross sociedad, que Paul Heels Linda Woodhead’ denominaram de Revolugo Es- pra, ¢ Colin Campbell chamou de Monismo orienta ‘As Novas Espiritualidades Essa “Revolugio Espisitual” € algo que ocorre na cultura em eral, © no ‘a reigto especticament. Claro qu tri repecussoes om Su interior. Pode ‘mos ver ss nas prprias ransformagies por que passam as eligies tadicionis, ‘como o eristanismo, ej vertenteeatlca como a visas igrjasevangéicas. E preciso lembrar que qualquer religion ets desvinculada do contexto sociocultural maisamplo. Os elements da nova ea, que no comego inham uma Joye incinagoespivitualsts, tomaram a ptr dos ans 1990, uma conotagto| _mereadolopica, empresa de moda, de autgjuda, fugindo muito daguilo que os entender por eligi. Sera que o sucesso dos livros de autogjuda, como O monge eo execute, igo ver com o sicesso dos livtos de Paulo Coelho e de Harry Poter? sso se liga vistoolitica? © que tema ver com as erapias alteratvas, nega hg way ap 126 _Reviio, Movexvonne » Pos-Moneenine ‘elo que muita estio Jonge de serem alteratvas ej foram ineoxporadas 30 ‘aingrame da esicina? Portanto, nosso ponto de partida&de que a cultura urbana ocidental dese “comego de século passa por mudangasripidas que possbiliam vivncias io di- ‘eriiadas. Um dos pontos chave, justamente esse que acaba fazendo 0 elo entre as iferentesdimensbes soci, é aide mene-corpo-spirio. A mente € Insta com um potencalquaseilimitado(psicologiasto ~potencaizagio da Imeate).A mente éo cere do indviduo fa pessoa em si A buscade uma mente saudavel. Mente si, corpo so. 0 copo, nessa moral, € Visto como a gas esse cu com o mundo exterior. através dele que podemos estar de bem com 3 ‘ida fazer eescer mente. Vis oa terapias corpora. Porém, ocoxpo et ‘mene no so vistos de mancira limita e apenas fisca. Abre-se uma dimenséo ‘para plenitude. O sprite ena aqui no como uma oposio dualisia o expo, ‘como sempre foi vstonatadigio hebnico- ‘gue Capel denon de mel vient Um dos aspctos mas vss des “dang poe see percebido no conceito que cada qual tem da reaidade Gti, ‘Bouma visio duals, com um criador divin, perfeitoe separado do estan do “undo, passimos pra uma visto mania onde no h separagao ene sara ¢ ‘rol, pois 0 costes nite, nee include ser human, é visto come porta “Ye sentido. Ouro aspect lembrado diz respeito& diminagio da import da ‘situ eigiosa © 20 aumento de uma eligi de tipo mists, mais inlivin ‘sa sinc, revista ¢ com fre erena de que eleva epiritual po ser través do esforgo de cil indivi, como um aoaperteigoament Caviruvo VI- 0s Novos novrsesTos ‘uma nova espriualidae bem distita da nogdo tradicional de religio, Em vez de ameag is grandes religies tredicionis, esses NMR no de- ‘veriam ser vistos partir deas, mas eompreendidos no interior das mudangas| ‘ais amplas da pripria sociedade. sso permits compreender melhor © que une priticasreligiosas diversas de pitas terapeuticas corporis e até mesmo ‘© movimento ecoligico, No sentido oposto ao de se olhar um NMR como ua nova religiio no quadro jéconsttuiso do campo relgioso, como mas uma 8 Aisputar espgo, esse novo olhar permite perceber as mudangas als profundes ‘qe esto ocortendo no context da sociedade mais empl. REFERENCIAS: CAMPBELL, Colin. 4 érica romamica e 0 espirito do consunismo madero. io de Janeiro: Rocco, 2001 ‘A orintliapo do Ocident: reflexes sobre ua nova edict para um novo miléio, Regio e Sociedade, 1/1, agosto, 1997, . 5-22. (CHRYSSIDES, George. Defining the New Spistualty. In: CESNUR 14° In- snarional Conference, Riga, Lavi, 2000, p. 9-31. Quipdtwww cesar cry! acesso om 2714/2012). Clifor. A interpretapdo das cultura. Rio e Janeio: hat, 1978 IRRIERO, Silas. Novos movimento religiosos. O.quadeo besser. So 3, WOODHEAD, L. The spiritual revolution. Why eligion i giving 10 spitituality. Oxford: Blackwee Publishing, 200 (Gogdon, Precio. In: PARTRIDGE, €. Enciclopéia das vas re- ‘vos movimento relgisos, setae espirialidades allernativas. Ls-

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