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O sorriso de Monalisa
Questionamentos  sobre  o  mundo  artístico  na  perspectiva  de  uma  produção  de  Hollywood  

 
 Ludimila  Cordeiro1  
 Rubens  da  Cunha/Waleska  Martins  2  
 
 
Resumo: O seguinte artigo apresenta uma análise comparativa da obra
cinematográfica “O sorriso de Monalisa” tanto na sua perspectiva fílmica quanto em
seu contexto socio-cultural. A pesquisa se desenvolve sob um recorte específico em
três cenas da obra, de acordo com uma abordagem que traz a tona temáticas
constantemente debatidas pelo sendo comum e pelos intelectuais artísticos. Estes
temas enfatizados nas cenas que utilizei como foco, se referem a questões sobre a
influencia exercida por um consenso social a partir da criação dos gostos, da
valorização de uma estética canônica, que posteriormente determina a valorização e
a desvalorização de determinadas obras de arte paralelo á um período de
transformações e inovaçãoes artísticas que foi a década de 50. Mesmo após
diversas mudanças e evoluções na arte, ainda atualmente permanecem concepções
voltadas para um padrão que impõe um olhar e consequentemente limita a maneira
de enxergar a amplitude da arte. Portanto, a finalidade deste estudo é discorrer
quanto à conexão entre as idéias contidas no objeto estudado e que ainda refletem-
se no momento atual ao qual nos encontramos, a partir de teorias existentes nos
textos de Pierre Bourdieu, Luigi Pareyson e Jorge Coli no intuito de obter possíveis
compatibilidades conceituais.

Palavras-chave: obra cinematográfica, sócio-cultural, estética canônica, arte, padrão.

Abstract: The insuing article presents a comparative analysis of the cinematographic


work "Mona Lisa Smile" both in its filmic perspective and in its socio-cultural context.
The research develops under a specific clipping in three scenes of the work,
according to an approach that brings up themes constantly debated by the common
being and artistic intellectuals. These themes emphasized in the scenes that I used
as focus, refer to questions about the influence exerted by a social consensus from
the creation of the tastes, from the valuation of a canonical aesthetic, that later
determines the valorization and the devaluation of certain works of parallel art to a
period of artistic transformations and innovations that was the decade of 50. Even
after several changes and evolutions in the art, still today they remain conceptions
directed to a standard that imposes a look and consequently limits the way of seeing
the amplitude of the art. Therefore, the purpose of this study is to discuss the
connection between the ideas contained in the studied object and that are still
reflected in the present moment to which we are, from theories existing in the texts of

Keywords: cinematographic work, social-culture, canonical aesthetic, art, pattern.

                                                                                                                       
¹Discente   do   Bacharelado   interdisciplinar   em   cultura,   linguagens   e   tecnologias   aplicadas  –   BICULT   do   Centro   de  
cultura,  linuagens  e  tecnologias  aplicadas  –  CECULT  da  Universidade  Federal  do  Recôncavo  da  Bahia  –  UFRB  I  
² Docentes do Bacharelado interdisciplinar em cultura, linguagens e tecnologias aplicadas do componente de
leitura e produção de textos acadêmicos
   
 

       

1. Introdução

Uma das principais motivações para a utilização do presente objeto de estudo na


realização desta pesquisa, foi identificar a presença de diversas críticas ao campo
das artes especialmente no que se refere ao momento que se apresentava a arte na
década de 50. Pode-se notar que neste período apesar dos olhares ainda muitos
voltados para as obras de arte com aspectos do romantismo³, o movimento abstrato
e expressionista ganha espaço no cenário artístico e cada vez mais adeptos.
Apesar da obra ser um produto carregado de clichês, aponta indagações referentes
á influência dos gostos de acordo com o pensamento Europeu que enaltece uma
estética padronizada por uma visão canônica. Percebe-se essa observação durante
a cena em que as alunas desconhecem um quadro fora dos padrões clássicos e que
não se encontra no planejamento de estudo, a partir disso, vale salientar uma
imposição de um grupo de pessoas para limitar o gosto daquelas estudantes e
fazerem com que elas pensem que aquele tipo de obra de arte possui a estética
absoluta e apropriada para ser apreciada, de acordo com a idéia de Pierre Bourdieu,
pensador francês os gostos compõem-se da seguinte maneira;

Chega-se assim a uma definição provisória: os gostos, entendidos como conjunto de


práticas e de propriedades de uma pessoa ou de um grupo são produto de um
encontro (de uma harmonia pré-estabelecida) entre bens e um gosto (quando digo
"minha casa é do meu gosto", estou dizendo que encontrei a casa conveniente para
o meu gosto, onde meu gosto se reconhece, se reencontra). (BOURDIEU, 1980,
p.02).

Na concepção de Bourdieu a formação do gosto é fruto de uma prática frequente do


indivíduo, se ele tiver condições de para que se perceba uma classificação do que é
ao ponto de vista particular “bom” e “ruim”. Todavia, o que ocorre quando esses
indivíduos estão inseridos num contexto ao qual lhe são impostas preferências as
quais devem seguir? Não há um processo de desenvolvimento desses gostos sendo
eles desenvolvidos a partir de uma visão pré-

   
 

       

estabelecida por um consenso social feito por críticos de arte, curadores, intelectuais
e etc.
E a partir dessa idéia inicial irão se definir no longa metragem discussões a partir de
três momentos específicos de acordo com as leis da estética que consequentemente
abrem margem para a idéia de que arte deve ser associada a beleza e
especialmente uma beleza clássica, romântica, um pensamento difundido durante o
século IXX inicialmente às obras literárias e posteriormente às artes plásticas e
música, pois anterior a este período não haviam questionamentos sobre feio e belo.
Esse pensamento que se originou do romantismo reformulou o estudo filosófico de
“asthesis” (estética) e a partir disso, se institui uma concepção que associa arte a
beleza.

2. Apresentação do objeto fílmico

A obra cinematográfica “O sorriso de Monalisa” do diretor norte americano Mike


Newell, de certa forma transmite em alguns aspectos a junção entre arte e
sociedade como instrumentos influenciadores de transformação social a partir do
posicionamento do artista e do que ele expressa a partir da sua obra.
O longa metragem ocorre no ano de 1953, e retrata o cotidiano da “Wellesley
College” uma escola tradicional para mulheres. A trama é protagonizada por Julia
Roberts, que dá vida à Katherine Watson, uma professora progressista de artes que
decide lecionar nesta escola que é muito diferente dos abientes aos quais ela está
habituada.
Durante suas primeiras aulas ela percebe o controle exercido pelo colégio, tanto
para com discentes como docentes através de um plano de ensino no qual são
definindas quais obras de arte devem ser estudadas dentro dos parâmetros
canônicos estéticos do que deva ser visto como arte. Sendo assim, a experiência
artística limitada das discentes consequentemente influi em suas preferências, num
local que teoricamente deveria ser desenvolvido para expandir o intelecto podendo
também efetivar-se através de contatos diversificados com outros saberes e outras
culturas.

   
 

       

Diante dessas condições, Katherine se vê numa posição difícil, estando num lugar
que confronta suas próprias ideologias de liberdade intelectual e profissional,
entretanto, isso torna-se uma motivação a mais para que ela promova uma mudança
na escola.
A professora então, planeja realizar uma revolução a partir da sua forma de
transmitir o conteúdo sobre história da arte, e provoca as alunas a se questionarem
a respeito das suas concepções da arte e do que ela representa.

3.1 Análise do objeto fílmico


Pretende-se por meio da análise de três cenas em especial, elucidar os
questionamentos e problematizações mais percebíveis na obra sobre o campo das
artes, que posteriormente irão tornar-se o ponto de conexão com as idéias presentes
nos textos dos autores anteriormente citados.
O primeiro momento em que essa crítica se faz presente ocorre na cena em
que Katerine se reúne com o conselho da escola para que assim possma discutir a
respeito da sua trajetória de ensino, suas ambições na escola e a impressão que
causou em sua primeira aula. Durante esta reunião, o diretor da escola indaga
Katherine a respeito do tema escolhido para desenvolver sua tese que se trata do
seguinte título: “Picasso fará pelo século XX o que Michelangelo fez pelo
renascimento”.

                                 

Capela  Sistina,  Michelangelo  (1508-­‐1512)   Les Demoiselles d'Avignon (1907)

   
 

       

Perante a isso, o conselho da Wellesley College não compreende como um


conjunto de desenhos que para eles não possuem uma estética adequada e são
definidos como “borrões de tinta”, podem comparar-se ao marco artístico da capela

sistina que foi uma obra de arte consagrada pela estética representada por ela. O
conselho mostra-se bastante preocupado com a postura subversiva da professora e
sabem que isso pode refleteir na sua metodologia.
Em continuidade ao raciocínio anteriormente iniciado, diante da tese de Katherine e
o ponto de vista do conselho sobre o que foi dito, por qual motivo Picasso e suas
obras não seriam capazes de ter a mesma significância e destaque que as
Michelangelo? As obras de Picasso não se encaixam nos padrões de beleza
necessários para serem consideradas arte? Os borrões e rabiscos não poderiam
também ser belos? Segundo Pareyson a lei da arte liga-se não somente à mas a
algo que está além disso;

Qualquer que fosse, pois, o modo concreto de entender a beleza, ou como harmonia
e proporção, ou como perfeição interna, ou como unidade variada de um múltiplo, ou
qualquer que fosse o lugar designado à beleza com relação à arte, ou como objeto
de imitação, ou como cânone, ou como finalidade, este foi um modo de conferir à
arte uma lei geral, sobre um plano estético, para além das mudanças das poéticas,
dos programas, dos gostos. (PAREYSON, 1985, p.9).

Para que de fato possa se organizar um conceito por trás das obras de arte há a
necessidade de um parâmetro de análise a ser seguido, do contrário qualquer coisa
poderia ser considerada arte. De acordo com o pensamento de Luigi Pareyson o
modo de compreender a beleza das obras artísticas vai muito além dessas regras,
pois a beleza está no resultado da obra de arte e não somente na forma como se
apresenta;

[...] Além de um conflito de poéticas e de gostos, que é a contraposição do programa


de figurar objetos feios àqueles de representar objetos belos, isto é, o princípio de

   
 

       

que a beleza não é lei mas resultado da arte: não seu objeto ou fim, mas seu efeito e
êxito. Não que a obra de arte seja artística porque bela,
mas é bela porque é artística: o artista deve preocupar-se não com seguir a beleza,
mas com fazer a obra, e se esta lhe sai com êxito, então terá conseguido o belo.
(PAREYSON, 1985, p.9).

Portanto, norteados por esta visão do belo apresentada por Pareyson a lei da arte
não se limita á beleza, mas á uma antinomia que visa estabelecer um rigor quanto á
invenção, originalidade, liberdade, unicidade, legalidade e coerência da obra de arte.
O que torna a obra bela é o seu teor artístico, sendo assim o objetivo de almejar a
beleza será alcançado.
Há alguns anos atrás, a arte era vista como forma artificial de expressão cultural,
sendo assim, havia uma “cartilha” e conjunto de regras a partir do conceito ocidental
de “programa de arte” e leis da estética, a partir de uma representação que
basicamente é tornar-se presente a respeito do que absorvemos e representamos a
nível de seres humanos, que ocupam um espaço, de acordo com a filosofia a
representação não condiz com o que é real estar dentro do contexto: ser pertinente
a algo.
A principal diferença entre Michelangelo e Picasso se dá nitidamente de acordo com
os estilos de ambos, Michelangelo (falar das obras de Michelangelo) e Picasso (falar
das obras de Picasso) A existente nas obras de Picasso que se encaixam numa
adequação canônica analisando a capela Sistina por exemplo é valorizada por
atender algo que está acima da própria estética, julga-se pois de acordo com as
preferências de um determinado grupo que dita tendências e gostos que
consequentemente serão passados adiante como absolutos e serão difundidos
dessa maneira.
Picasso e suas obras possuíam bastante admiradores não apenas a nível de
intelectuais artísticos, mas também de pessoas comuns que não se encontravam
ligadas á este espaço e apreciavam suas obras. Desse modo o maior conflito

existente em torno destes dois artistas ocorre apenas por questões de preferências
artísticas, cada um em sua particularidade possui seu valor dentro desta perspectiva
a antinomia se faz presente acima dos gostos.

   
 

       

3.2 Análise do objeto fílmico


A segunda cena da obra fílmica inicia-se com uma polêmica acerca do que é arte, e
do que pode se encaixar nesse significado artístico. A professora Katherine depois
de conversar com os membros do conselho da escola sente que sua permanência
ali encontra-se ameaçada e resolve a partir disso desenvolver uma maneira
diferente que propõe exigir das alunas um esforço intelectual mais apreciativo e
filosófico do que essencialmente teórico.
Katherine inicia a exibição dos slides com uma obra de arte expressionista que é a
“Carcaça” de Soutini (1925) que retrata a carcaça de um animal exposta em seus
detalhes. No momento em que visualizam a imagem as alunas procuram aquela
obra no programa de estudos estabelecido pelo colégio, e nada encontram, curiosas
elas se questionam umas às outras e logo após à professora sobre o que se trata
“aquilo”. Katherine então, devolve com um questionamento, que as educandas
possam dizer a ela o que elas vêem, que não há nenhum livro dizendo a elas como
deveriam pensar no que diz respeito ao contato com uma obra de arte, elas
começam a analisar a pintura a partir dos seus aprendizados tradicionais algumas
acham feio, grotesco, outras acham erótico, outras nem acham que a obra poderia
ser intitulada como arte.

‘Carcaça”  de  Soutini  (1925)  

Em seguida uma das alunas levanta a indagação: “A arte não pode ser grotesca?”
Seguindo esta lógica de raciocínio por qual motivo a arte não pode também ser
grotesca? Além da questão da antinomia que analisa um padrão de análise a ser
   
 

       

seguido, se esta arte possui as técnicas artísticas adequadas para sua produção, na
sua composição, nas harmonias das cores utilizadas e etc, o que poderia impedir a
mesma de ser uma obra de arte? Tudo depende dos padrões tradicionais estéticos
que delimitam a aceitação de uma obra como esta, para Jorge Coli (1997) a
concepção artítica se têm através de;

Para decidir o que é ou não arte, nossa cultura possui instrumentos específicos. Um
deles, essencial, é o discurso sobre o objeto artístico, ao qual reconhecemos
competência e autoridade. Esse discurso é o que proferem o crítico, o historiador
da arte, o perito, o conservador de museu. São eles que conferem o estatuto de arte
a um objeto. (COLI, 1997, p.10).

Dados os conhecimentos pertinentes a este estatuto da arte, como afirma Coli,


pode-se afirmar que determinado objeto artístico só é arte até alguém dizer que é
arte? Sabemos que existe um grupo seleto de pessoas que estudaram para
ocuparem esses cargos, essas pessoas que detém esta competência e porque não
dizer “poder” de definir a arte através de determinados instrumentos e são as
pessoas certas para fazê-lo (críticos, historiadores, peritos e curadores de museu)
talvez se um pedaço de carne apodrecendo fosse tão famosa e consagrada quanto
“Davi” de Michelangelo (ano) seria também avaliada?

Na maioria das vezes existe muito rigor em avaliar a obra e talvez se passa
despercebida a reflexão por trás da obra, talvez falte mais apreciação e empatia ao
estabelecer o valor artístico e material de uma obra de arte.

3.3 Análise do objeto fílmico


Numa das ultimas cenas do filme a professora Katherine leva até a sala
alguns quadros do pintor Vincent Van Gogh (ano) e conta um pouco da história
dele. Van Gogh pintou durante grande parte da sua vida, entretanto a sua
maneira de pintar não agradava, taxavam suas obras como toscas e infantis,
porém ele pintava o que sentia e não o que via, e sendo assim o artista foi
reconhecido apenas após a sua morte.

   
 

       

Van Gogh tornou-se tão famoso que suas obras foram reproduzidas de
diversas formas, cartões postais, calendários, entre outros instrumentos de
divulgação que além de auxiliarem a difundir as obras de Van Gogh permitiram o
acesso massivo à estas pinturas que se encontravam presentes apenas em
museus ou eram vendidas por valores altíssimos os quais a maioria da população
não dispunha de condições para obter.

Katherine também havia levado algumas caixas com dizeres “Van Gogh
numa caixa, a nova forma de arte para as massas” este conteúdo permitia,
portanto que qualquer pessoa que adquirisse o material pudesse se sentir como
um artista ao reproduzir o clássico quadro dos girassóis de Van Gogh.

Podemos perceber por meio desse momento do filme uma discussão


relevante principalmente referente ao livro de Walter Benjamin “A obra de arte na
era da sua reprodutibilidade técnica” na qual o autor traz claramente a como se
apresenta a idéia da reprodução das obras de arte, que posteriormente abrem
margem para a quebra da aura daquela obra, e o grau de autenticidade, todavia,
as obras de arte mais valorizadas e consumidas encontra-se centralizada no eixo
Europa e América do Norte, esta via de acesso às obras de arte trariam uma
outra significância à criação daquele artista.

4. Considerações finais

Convém ressaltar que paralelo ás análises realizadas em relação a esta obra


cinematográfica utilizando o apoio das idéias dos autores aqui citados, podemos
perceber que a arte encontra-se em constante transformação apesar dos
impedimentos existentes e dificuldades de alguns artistas em se encaixarem nestes
padrões é necessária uma ação de descolonização da arte, para que diversas
expressões artísticas que não são consideradas arte possam ter não somente um
título de valorização apesar de ser importante para a visbilidade do artista, mas
principalmente por saber que seu esforço foi recompensado e sua obra reconhecida.
A arte é o principal elemento de mudança, além de haver a fantasia por trás
do mundo das artes é um elemento de extrema importância para a expressão, seja
ela em forma de crítica, de protesto, de admiração, o tempo em que a arte
   
 

       

reproduzia apenas o que existia passou, vivemos numa época em que há uma
necessidade gritante da arte se fazer presente como forma de posicionamento com
relação aos problemas pertinentes à nossa sociedade, principalmente quando se
trata de descolonizar a forma como a arte é vista.
Artes são componentes de um sistema técnico que faz parte da sociedade
humana, expressa a necessidade da sociedade socializado na aceitação de uma
intervenção, a arte é essa intervenção necessária o instrumento principal de
mudança social.
 

Referências

COLI, Jorge “O que é arte” Brasiliense, São Paulo, 1995, p.115

PAREYSON, Luigi “Os problemas da estética” Martin Fontes, São Paulo, 2005,
p.264

BOURDIEU, Pierre, “A metamorfose dos gostos” extraído de BOURDIEU, Pierre.


1983. Questões de sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero. p. 127-135.

   
 

       

BENJAMIN, Walter “A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica” 1955

Anexos

“Carcaça” Soutini (1925)

“Capela Sistina” Michelangelo (1508-1512)

“Les Demoiselles d'Avignon (1907)

   
 

       

   

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