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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

1. INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Com o crescimento da construção civil e das tecnologias na decorrência


desse crescimento, observou se um grande aumento da poluição do meio ambiente e um
grande transtorno gerado a população devido a esse crescimento.
Ações tem sido criadas para reverter essa situação, é o caso da Resolução do
CONAMA nº307/02, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a Gestão
dos Resíduos da Construção Civil e cria a cadeia de responsabilidade: gerador –
transportador – municípios. A resolução 307, de 2002, define resíduos da construção
civil como gerados pela construção civil, seja reformas, reparos, demolições. Além
disso faz uma classificação dos resíduos em quatro classes, sendo:
 Classe A são resíduos reciclável ou reutilizável como agregado;
 Classe B são resíduos reciclável para outras destinações, como plásticos,
papelão/ papel, metais, vidros, madeiras etc;
 Classe C são os que ainda não existe tecnologia e soluções
economicamente viáveis.
 Classe D, resíduos perigosos e originário do processo de construção

Após a resolução Nº 307/2002 do CONAMA a responsabilidade para estabelecer


ações para gerenciamento dos Resíduos de Construção e Demolição (RCD) ou qualquer
que seja o tipo de resíduo gerado pela construção civil passou a ser do poder público
municipal. Devido à grande necessidade de uma organização a ABNT NBR 15113
(2004) veio para a organizar e facilitar a destinação os resíduos da construção civil.
(Revista de Gestão Social e Ambiental. (2016). RGSA, 1.)
De acordo com a ABNT NBR 15113 (2004) o aterro de resíduos da construção
civil e de resíduos inertes, conforme a classificação da resolução CONAMA nº307,
deve ser confinados ao menos volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao
meio ambiente
Segundo Ribeiro et al. (2008), estima que a construção civil usa entre 20 a 50%
de recursos naturais, comprovando que o setor é um grande consumidor de matéria-
prima e gera resíduos em proporções consideráveis.
Conforme a Secretária Nacional de Saneamento Ambiental no Brasil, os RCD
atingem uma proporção de cerca de 51 a 70% totais de resíduos nas regiões urbanas.
Ainda que já existe legislações consolidadas sobre o tema e empresas que se
preocupam com o gerenciamento dos RCD, há pouca fiscalização sendo realizada pelos
órgãos competentes, fazendo com que ainda haja uma quantidade significativa de
resíduos descartados de maneira inadequada que geram um impacto ambiental
considerável.

1.2 JUSTIFICATIVA

Em decorrência do alto índice de construção civil e do seu aumento no


município de Coromandel, observou se a necessidade de uma acompanhamento a essas
construções para se dizer onde está sendo descartado os resíduos e qual a participação
da prefeitura do município para com o mesmo. Saber se tem ou se estão em projetos,
planos de controle e subdivisão desses resíduos e a quantidade do mesmo que é
descartada sem as devidas legalização necessária e os danos provocados ao município
sendo ele para o ambiente ou para a população.

2.0 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Realizar pesquisa para saber o real posicionamento dos Resíduos de Construção


Civil e Demolição (RCD) no município de Coromandel – MG.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

A) Mapear os locais de disposição dos RCD no município de Coromandel.

B) Identificar os agentes geradores e transportadores de RCD no município.

C) Analisar o que a gestão do município adotada atualmente.

D) Propor ao final melhorias e sugestões para a gestão do RCD.


2.0 REFERENCIAL TEORÍCO

Em vista do grande crescimento no ramo da construção civil nos últimos anos, é


visível o aumento de resíduos provenientes das edificações, seja em reformas, novas
obras ou até em demolições, consequentemente a geração de entulho é inevitável, e por
esse motivo houve grande preocupação quanto ao seu destino. Nessa premissa foi criada
a Resolução 307/02 do CONAMA que traz com ela definições, responsabilidade e
destinos para esses resíduos, a fim de minimizar os impactos ambientais que surge a
partir destes, a construção civil cria normas para nível estadual e municipal. Não
obstante o crescimento da demanda por novas edificações observa-se o fim da vida útil
de muitos empreendimentos, e com isso são desencadeadas as práticas de reformas,
reabilitações, demolições e novas construções, gerando o aumento de resíduos de
construção, manutenção e demolição. (DEGANI, 2003)
O problema ambiental é gerado por estes resíduos quando são depositados de
forma descontrolada em aterros clandestinos, em acostamentos, em rodovias, em vários
tipos de mediações, essa questão deve ser resolvida visando preservar o meio ambiente
(KARPINSKI, et al, 2008). Ainda o mesmo autor reforça que a atenção dispensada ao
meio ambiente e o indício da escassez de recursos naturais reforça a necessidade da
busca por soluções que tragam o desenvolvimento econômico juntamente com o
crescimento sustentável.
Portanto cria-se o conceito de sustentabilidade:

Sustentabilidade é a situação desejável que permite a continuidade da


existência do ser humano e de nossa sociedade, é o objetivo máximo do
processo de desenvolvimento sustentável. Ela busca integrar aspectos
econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana com a
preocupação principal de preservá-los, para que os limites do planeta e a
habilidade e a capacidade das gerações futuras não sejam comprometidas.
(CIC, 2008. p.13).

Segundo Marques Neto e Schalch (2006), os municípios não possuem recursos


humanos qualificados e especializados para gerenciar tamanha demanda, e as medidas
adotadas são de caráter emergencial e corretivo. É necessário saber se as
municipalidades estão estruturadas para o correto gerenciamento de um volume tão
significativo de resíduos e para os inúmeros impactos por ele criados (FRAGA 2006).
Os mecanismos de gestão das cidades e municípios devem incorporar em suas
questões ambientais, o plano de gestão de resíduos, ou seja deve incluir políticas de
prevenção que juntamente com os regulamentos abrangentes no âmbito separação de
resíduos, reciclagem ou reutilização, e os procedimentos de descarte conduza a um
tratamento adequado dos resíduos (AZEVEDO; MERINO; GRACIA, 2007).
Torna-se necessário que haja um modelo de gerenciamento sustentável para
estes resíduos, tendo em vista desgaste ambiental, é necessário que se trabalhe um
projeto mesmo que regional ou municipal, mas que contemple a dimensão ambiental no
sentido de obter um novo e mais eficaz método de administrar os recursos do ambiente
para aquela região (RAMPAZZO, 2002).
Por tratar-se de um assunto bastante abrangente, o tema proposto foi abordado
de maneira genérica, porém focado no município de Coromandel, com base em dados e
informações obtidas na cidade, conjuntamente com artigos e trabalhos publicados e
legislação vigente, serão abordadas definições básicas sobre RCD, além de definir suas
classes.
O CONAMA, através de sua Resolução 307, classifica os RCDs em:1 - Classe A
– são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados: a) de construção,
demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura,
inclusive solos provenientes de terraplanagem; conforme pode-se ver na Figura 1; b) de
construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos
(tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto.

Figura 1: Classe A – são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis.

Fonte: Autora própria.


Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, como: plásticos,
papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso; conforme visto na Figura 2:

Figura 2: Exemplo de resíduo Classe B, conforme CONAMA 307/2002.

Fonte: Autora própria.

A Classe C detém os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias


ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação,
tais como a lã de rocha, visto na Figura 3.

Figura 3: Exemplo de resíduo Classe C, conforme CONAMA 307/2002.

Fonte: Autora própria.


E por último a Classe D que são resíduos perigosos oriundos do processo de
construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou
prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas,
instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que
contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde, conforme Figura 4.

Figura 4: Exemplo de resíduo Classe D, conforme CONAMA 307/2002.

Fonte: Autora própria.

O Resíduo de Construção e Demolição (RCD), devido ao seu volume, gera um


alto impacto ambiental, econômico e social, trazendo deste modo a preocupação
crescente sobre sua gestão. A falta de um planejamento voltado para as questões
ambientais e a escassez de áreas de deposição de resíduos são alguns dos grandes
responsáveis pela emissão descontrolada dos resíduos sólidos diretamente na natureza.
Dessa forma podem, não só gerar mais gastos que o planejado, com também causar
impactos ambientais e, consequentemente, sociais.

“Os avanços tecnológicos têm provocado uma continua e crescente pressão


sobre os recursos naturais do planeta à medida que o desenvolvimento
demanda uma quantidade razoável de matéria prima e gera um grande
volume de resíduos” (AGUILAR et al., 2008, p. 2).

De acordo com a Resolução 307, CONAMA, em seu artigo 10° define qual a
destinação dos resíduos pela sua classe, estabelecendo diretrizes técnicas e
procedimentos a âmbito municipal para a gestão de resíduos da construção civil,
cadastrando áreas públicas ou privadas, aptas para o recebimento, triagem e
armazenamento temporário, possibilitando a destinação posterior dos resíduos, como
também proíbe a disposição de resíduos em áreas não licenciadas.
A Construção Civil é responsável por transformar o ambiente em seu estado
natural em ambiente construído, atuando diretamente na relação homem x meio
ambiente. Devido a isso, a indústria construtora não poderia passar despercebida diante
dos olhos das políticas sustentáveis. (CIC, 2008)
Portanto toda atividade humana gera impactos relevantes ao meio ambiente,
entretanto, a construção civil, responsável por 14% do PIB (Produto Interno Bruto) do
Brasil, tem grande responsabilidade no índice de impactos ambientais, por necessitar
diretamente de recursos naturais, sendo assim um dos maiores emissores de resíduos
sólidos do país, causando alterações significativas na qualidade do meio ambiente.

“O consumo de materiais pela construção civil nas cidades é pulverizado.


Cerca de 75% dos resíduos gerados pela construção nos municípios provêm
de eventos informais (obras de construção, reformas e demolições,
geralmente realizadas pelos próprios usuários dos imóveis). ” (PINTO, 2005,
p. 8).

Através desse conhecimento, buscar mecanismos de evitar a degradação


ambiental causada a partir desse efeito que ocorre nas construções. Contudo, buscar
alternativas para tentar manter a preservação e a reciclagem desses recursos.
REFERÊNCIAS

KARPINSKI, L.A. Gestão diferenciada de resíduos da construção civil : uma


abordagem ambiental [recurso eletrônico]. Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul- Porto Alegre. 2009. Disponível em
http://www.sinduscondf.org.br/portal/arquivos/GestaodeResiduosPUCRS.pdf

PINTO, T.D (2005). Manejo e Gestão de Resíduos da construção Civil. Parceria


técnica entre o Ministério das Cidades, o Ministério do Meio Ambiente e a Caixa
Econômica Federal. ISBN: 85-86836-04-4. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro.
Disponível em http://www.cuiaba.mt.gov.br/upload/arquivo/Manual_RCD_Vol1.pdf

MOVILLA, Mariana Lenti. Gerenciamento de resíduos sólidos na construção civil.


2017.

PROTA, Lygia. Gerenciamento dos resíduos sólidos da construção civil. Cadernos de


Arquitetura e Urbanismo, v. 21, n. 28, p. 46-65, 2014.

DA SILVA, Enedina Aíra Alves et al. GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA


CONSTRUÇÃO CIVIL.

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