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Universidade Federal da Paraíba - DCJ

Ricardo de Arruda Lira Filho - P2/manhã


Ana Lia Almeida - IED II

A indisponibilidade democrática a violência e a criminalização dos movimentos


sociais. Entrevista com Roberto Efrem

"Agentes de Estado, classe e grupos sociais dominantes, de modo mais ou menos


explícito ou mediado, nunca tiveram pudor em recorrer a violência e a gestão
criminalizou à combinação dialética de ambas para reprimir as lutas sociais, as lutas
por direitos, os movimentos sociais" Pág 2

Com a nossa frágil experiência democrática, nossa democracia não é efetiva, a luta por
direitos e movimentos sociais que deveriam compor a democracia, são vistas como
obstáculos para a classe dominante.

"Em outras palavras, a criminalização opera através da deslegitimação de militantes,


movimentos sociais e, em ultima instância, de suas pautas políticas a reforma agrária,
o passe livre etc. "Lutadores são redesenhados narrativamente como "criminosos".
Pág 3

Essa classe foi construída historicamente, como criminosos, como se suas pautas e lutas
fossem ilegítimas. Isso favorece a legitimação da punição aqueles que reivindicarem
esses direitos.

"A segunda delas concorre ao equívoco de compreender a criminalização como uma


mera "exterioridade", algo que vem de fora, imposto dissimuladamente ou
ideologicamente sobre mais profundo. A criminalização é o crime, o crime é
incorporável à criminalização" Pág 4

"Seletividade Penal" como apresenta o Foucault. A criminalização constitui o sujeito,


sem-terra=vagabundo ou negro=traficante.

"Em resposta, claro, fez-se um momento para a violência e a criminalização, seletivas,


decreto, enquanto as ruas passaram a ser disputadas inclusive por organizações de
direita - uma bandeira MST foi queimada durante um "protesto em Recife, naquele
junho [...]" Pág 5

Apesar do movimento que estava acontecendo no momento de fortalecimento da


democracia com protestos e greves, não deixou de haver violência e criminalização por
certos grupos, como ocorreu com o movimento MST.

"[...] Pretendo, com isso, apenas argumentar que mesmo quando o judiciário
recepciona as pautas dos movimentos sociais, a forma propriamente jurídica de
realização da política impõe seus preços. Daí que o "sujeito de direito" competente
para acionar as noções de estabilidade [...]" Pág 8
Mesmo quando há o acolhimento do judiciário para com essas pautas dos movimentos
sociais, são para sujeitos específicos, para os que estão dentro do padrão, a parte
"marginalizada" desses movimentos não tem o apoio, ainda são negligenciados.

"A experiência democrática foi fundamental para a ascensão do Poder Judiciário e da


linguagem dos direitos. O Judiciário, entretanto,casta burocráticas de Estado, com
seus supersalários e seus absurdos auxílios-moradia, não demonstrou qualquer apego à
democracia." Pág 10

O judiciário cada vez mais decide por direitos do movimento, o que faz com que eles
possuam visibilidade política, mas o judiciário também possui déficit democrático. Há
divergência entre a vontade do judiciário e o voto popular.

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