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dade de seus Rodagto e Assinatwes ddodon~ Revista de un da Mac, 2260 Boat Uebion — Te 2395398 1 — Rio de Jani, Bra | | Vol. 29, n° 1, 1986 /SSW 0011-5258 REVISTA DE Figueiredo: Um Ensaio sobre sua Sociologia A AdministracSo da hustica Criminal no Rio de Janeiro 1942-1967 Hoterogeneidade Estrutual Consciéncia de Clase: Dilema Tedrico Metodlogica A Comida, a Far Construgio do Género Fominina tangusge Ti aos — Revise de Citi Sota Ro de Sa Reneto Boschi 5 Céline Sachs 25 Maria Valeria Junho Pena 39 Edmundo Campos Coetho 6 Fejane Maria Vasconcelos Accioly de Carvaino 2 Klaas Woort Vol. 29, a9 1.1986, pp. 13131 LIVRARIA TAURUS EDITORA CEUB—BIBLIOTEGA Aasrracr The Figueiredo Governments Wate Polley “An Bray ont Sociology A ADMINISTRACAO DA JUSTICA CRIMINAL, NO RIO DE JANEIRO: 1942-1967* Edmundo Campos Coelho de das penas privativa simples, deteneao e reclusto) e sobre 0 va Tor das penas de multa, resume ‘Esa sr le Socolgie de a Folique Selarite ‘du Gouvemement Figueiredo Absolvidos ») Indicindos/lmplentos — Denunciadow/Acusados << nal. Agreguel as informaeses los ou superior é exprestivamente maior do se entre 0s implicados em processos por ‘Vaalagem as maiores proporgoes de indi ‘duos negros ow pardos e com nivel de edu- cagdo formal baixo (embora as diferengas ‘com relapdo as outras calegorias de justiga criminal. Em contrapartida, uero crer que trago para a reflexdo alguns Pontos instigantes, Anes de descrever os fluxos ¢ apie: sentar as “taxas” serd til caracterizar © contingente inical da “matérs (que trabalha a justica criminal, ‘Quem Cai nas Mathas da Justiga montante de capital humano ficarfo ex- ‘luidos. Isso parece consistente com o fato Para algumas categorias de crimes e de que a proporgto de indiciados em ingué. contravengoes, as Tabelas le 2 apresentam rts por Estelionato tornou-se mais educa- i+ da a0 longo dos 26 anos estudados (e tam- i- bém ligeiramente mais branca, otnbora 4 as%0). Sobre a contravengio da Vadia- le social e de criminslizagto das camadas \despriviegiadas da populaco, (¢40: na Tabela | a propoggio de indiciados (om Estelianato com educacdo secundaria Contravenjdes: Nivel de Instrugdo e Cor dos Implicados 1 56 1 0 3 37 1 3 3 8 ‘Tabela 2 (nSdias percentusis) Vadiagem Secundario) Pretos! Superior Pardos 1 64 02 6s 03 2 oa 63 os 7 Fediiem um contingent razoa- de cor brancae nivel ed alto Neitura destes grat ‘Pretos! Secundiro/ Pretax! ‘Superior Pardos Superior Pardes” Superior | Poon Jogo do Bicho Secundiriol ——Pretos) Superior Pardos os 28 os 35 oO 35 1 a 2 47 Grético 1 ‘Tabela 3 Crimes e Contravensdes: Nimero de Indiciados e Implicados (Crimes: Indiciados em Estelionato, Furto, Roubo Homicidio, 1942-1967 (anédias) Todosos Contra Contra Todesas Policia de Crimes Pessoa_—Patrimd nin Contravengdes Costumes 53331245 e149 1.556 910s 1418 5.630 3.829 95332316 6.078 8434-2580 7452 Tass 3.733 10.598 lores podem ser ‘i brusca reduedo no contingen- | {de crimes cometidos. O que se pode que, por exemplo, os ni 0 contririo do que ocorre normalment: mitindose algum efeito destes fatores, era estas € outrasinstincias semethantes, as ra- ation 26es da policia . i Contravengdes: Impicados em Vadiagem e Jogo do Bicho, 19421967 0 Grifico 2 suscita questbes de outra ‘naturezs. Quero lembrar que a agZ0 penal, no caso das contravensces, pode ser inicia: ‘da com © auto de flagrante ¢ por portaria expedida por autoridade polcial. Em ou dias, € quase nunca por 0 A policis pode sempre I 10 59 do Cidigo das Cor | = pol ¢ também provivel que, além das idades das préticas poliias, mani- ane Bitser, The Function of the Police in Modem Society. Nowa lore, Jason Atomton, 1975, p. 109. 66 a festemse 08 efeitos de politica especifica ‘mente formuladas para a repressto a deter: ‘minadas contraveng8es. Boris Fausto men- ‘clona a campanha contra Vadiagem promo- vida pelo secretdrio de Justica de Sa0 Paulo ‘ngs snot 1905-1907. No governo de Car- les Lacerda no ex-Estado da Guanabara, ga- rnhou notoriedade a repressfo A men ca Eo eto no niimero de impli- ceados em Jogo do Bicho no periodo 1942. 1949 certamente tem a ver com a repressio a0 jogo ordenada a partir de 1945 pelo go- verno Dutra, Seja como for, respostas mais ade- cial da eriminaliade no periodo conside ado. 1 Quantos Permanecem Presos ‘nas Malhas da Juries Obviamente, apenas uma parcela dos Indiciades e implicados em crimes e contra- ‘vengGes chega ao éltimo estigio de proces- Figura 1 — Crimes e Contravenedes: Fluxo de Processamento na Jstiga Criminal, 1967 Contravenges 12.110 11.290 4.854 ans y / ~ Indiciados fimpticados) Denunciados(acusados) Concenadoe Senterciados a Penas Privativas, Ge Liberdace”™ [7 crimes 11.930 6379 7 200 1.875 Nos crime, resto e detens80; nas contravenes, prisons saiba que uma proporeo considerivel dos sentenciados nfo é efetivimente encarcera- que se dlistinguir do\s pe 4a). Por ndo me ocorrer termo mais ade- dos 26 anos da série: até 195 quado, chamarei a estas percentagens de taxas de aprisionamento em C “axa de aprisionamento” Gritico 3 Crimes e Contravenges: ProporgSes de Indiciados Sentenciados ‘4 Penas Privativas de Liberdade, 1942-1967" | cia de Costumes (r = 1959, 2 tendéncia se das sucessivas reorganizagbes do sistema e 4a ampliagto de sua capacidade aps a erie ido da Guanabara, em 1960, decinante nas taxas ap: sugere uma moderada associagso negativa 1958. E, a0 contririo do que ocoreu no exame dos contingentes de indiciados i ncias das taxas de apri- plicados (Graficos 1 2), creio poder suge- sionamento reveladas no Grdfizo 3? Em on- {tos terms: faz algum sentido a hipdtese produgZ0" do sistema de justia a: 08 critéros de sua apu- :2¢40 provavelmente nzo foram us 2 informagso € menos do que satisfatsria, isponho no momento. Pois le meados da década de 50. sional do antigo Distrito Fe. ava OS primeiros sinais alar- de saturagdo®. Em 1956, 0 Ministé fio da Justiga, ao qual estava subordinado, varliveis € positiva no pe fe que © ponto de ‘ituado em 1958, 1944.55 do sequinte (r = ~0,6099), que correspon: de aos anos da crise de superpopulaya0 do sistema prisional e do seu agravamento. Por outro lado, estando as taxat de aprisiona ‘hed, par lar & premfo mbre on xadre. mento por Crimes contra © Pattingnio n= 22s policiais repletos de réus & disposiggo gativamente associadas as de Policia de ‘wefcemts de coreacao linear sp apresenlados apenas como elementos aa 2 sues ‘fo com curvas exatamente inversas a8 do Grifico 4 ~ de fato, os cooticientes de cor Jo seriam de -0,5079 ¢ 0.3731 para imeito e segundo periodos, respect Quanto as taxas de aprsionamento res da lei SHO detidos, acusados e ‘condenados porque 0 sistema de adi = 06730), de quadros e de tempo nio pacesem ser fa tores inibidores de sua atividade. Todavia, Tabela + observa Geerken ¢ Gove, Populagio Prsional: Sentenciados ‘Cumprindo Penas em Presidios Penitencidras, 1944.67 Ino Populago Populacdo 4m prisionat 4" Prisional 19331408, reste 2457 edugdo mas tas de acua;a0.e 4027 oe 3.914 3671 ‘Pols bem, um dos indicadores de s0- 3.836 brecarga mencionados pela 3.497 tamente o da superpopulagéo 4377 40 reduzindo a probabilidade d= que um individuo indiciado ow implicado ¢m infea- + §Ges pena termine sentenciado aeisfo. O que os dados nao autorizam aflemar € que 6 subsistemas da jus mente 08 promotoce sas taxas de “produ purgdo™e txat Ge erininalidede, e pode denagdes), como mges bpd 4 Michael Geesken ¢ Walter R. Gove, “Detorence, Ovetoad aad Ineapuitation: An Emptizal Evaluation. Social Force, wl 56,9. 1, dezemba, 1997, 9. 29. dem. 9.430 de indicindo emtociadce + rows pvt de beedade Pacino) (Code ndviatos somensiaos¢ eso) Dens privacivas de liber: Grifico 4 Diagrama de Dispersfo: Sentenciados a Peaus Prvativas de Liberdade (Crimes contra o Patriménio) por Populagdo Prisional disse ss 194844 = a0 sos . F089 ys ol_ ona —_____.w om i om 60180 1939 1392 144 gs r= 0999 20 . 1968 2» a roL__ as 3400 2709 2909 3100 3300 1500 37003900 #100 4300 4500 (@oputega Prisionn) Drecarga, Como veremos em seguida, 0 comportamento das taxas de dendnciae de condenagdo no se ajusa predigao,¢ is ca a oportunidade de se reformul (Quantos sf0 Denuneiador Condensdos ‘As taxas de aprisionamento vistas an- fem um indice sumario “prod 2 penal considerada de denincia e de condenagao sto, todas estas taxas agregadas por periodos e por grupos de c3- tegorias de iniragdes. Como se vé 20 pé da Tabela 5, a taxa média de denincias para todo © petiodo de 26 anos ¢ de aproxima- mento muito mais dificil do que no caso dos Crimes contra a Pessoa, em que os au: tores sfo normalmente conecidos das vit ‘mas. A taxa média extremamente alta 10 icin de Costumes (97%) é devi to, as taxas de condenaszo Costumes sfo as mais baixas, visto que 0 da pio rmotoria, seguindo-se 0 oferscimento de de a n complementares ou supetias para sua Convio. Mas também os ir primeiro perfodo, 0 sistema penitenctério ‘los ou menor cca de recursos (pes cer melhor, O que parte ocorer€ um me- podem escapar a sobrecarga ‘eanismo de equilforio homeostétice andlo- (Crimes: Pticpassio Relativa dos Sentenciados a Menos slest6rio. no comportamento das ‘de Quatro Anos de Priséo® 12s, 0 que efetivamente nso ocorre, como ido coeficente de variagi0 1a do aparetho policial independe da todo restabelecer seu equiltbrio pela red ‘940 da pressto sobre a capacidade das pi Ses, Isto se dé até porque as contravengies ‘comportam geralmente penas muito curtas Mesmo com relagio ‘405 aperados por crimes, a proporgao das penas de curta duracao é expressvamente ‘maior do que a das penas de longa duragao (Tabela 7), 0 que contribui para amenizar 0 problema da escassez de vagas nas pristes Conelusio Como foi dito no inicio deste traba Tho, o exame dos dados relativos a 26 anos ‘de justigaeriminal no Rio de Janeico sus tou mais questoes do que forn ts, E, a guisa de conclusio, desejo sugerir algurmaslinkas de investigagso que venham a complementar esta anilise ou darhe prosseguimente. 1. A idéia de que a administragdo da jstiga criminal seja constituida de subsis- temas frouxamente integrados poderia ser examinada com mais profundidade. Ent foutras coisas, a andlise qual dade pritica cotidians de promotor es Seria importante tanto para revelar os Pontos de

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