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MANUEL CASTELLS A SOCIEDADE em REDE EDIGAO REVISTA E ATUALIZADA Prefacio de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Paz & Terra 10 2010 Manuel Castells “a copy righ al conven tradugio © Paz e Terra ‘ro original emu inglés: “the Rise of the Network Society: The Info rMation culture, volume I, 2" Edition with a New Prefaca 2 Feonomy, Society and reface, sodas os Diretos Reservados, Tradugio autorizada da ediggo em ings pay John Wiley & Sons imited. A responsabilidade pela precisiio desta trades Por txclnsivamente a dlitora Paz-e Terra Lda, ¢ no &responsabilidade de foha wre Sons Limited. Nenhuma parte deste livco pode ser reproduzida de nechums fr e permisso por escrito do detentor original do copyright, John Wiley & Sons ims! ie, piretos de edigio da obra em lingua portuguesa no Brasil adguiridos ps Epi ETERRA. Todos 0s direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode se spo Rar arpa om sistema de acs de gados ou processo similar em qualquer frm gay mea, seja eletrnico, de fotocépia, gravagao eles sem 2 permissio do detentor do cepyrige Editora Paz e Terra Ltda. Ruado Paraiso, 39, 10? andar, conjunto 101 ~ Paraiso $80 Paulo, SP ~ 04103-000 hutp:l/wwwerecord.com.br Seja um leitor preferencial Record. Cadastce-se ereceba informagées sobre nossos lancamentos © nossas promogées ‘Atendimento e venda direta 20 eitor: mdireto@record.com.br ou (21) 2585-2002 ‘Texto revisado segundo 0 novo Acordo Ortogrifico da Lingua Portuguesa. ‘ClP-DRASIL. CATALOGAGAO Na FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RI CMs Castell, Manuel, 1942 ‘Asociedade em rede! Manuel Castell ‘cadugio Roneide Venancio Majer. 17" edigdo, revista eampliada, - Sto Paulo: Pax ¢ Tera, 2016, (era dainformacio: economia, Sociedade eculturaty. 1) Incl bibiogeafa e indice remissive SBN 978.85.7753.036-6, Teg rma A i Aspects An bia ge crane ten Redes denfrmato Tenalogns ago 99.0358, cop 303.483, cou si6a244 Impresso no Brasit 2016 PREFACIO A EDIGAO DE 2010 DE A SOCIEDADE EM REDE FIGURAS TABELAS AGRADECIMENTOS 2000 AGRADECIMENTOS 1996 Prerdcio Protoco: A REDE Eo SER Tecnologia, sociedade e transformagio histérica Informacionalismo, industrialismo, capitalismo, estatismo: modos de desenvolvimento e modos de producao O Ser na sociedade informacional Algumas palavras sobre 0 método Notas 1, A REVOLUGAO DA TECNOLOGIA DA INFORMAGAO Que revolugio? Ligdes da Revolugao Industrial A sequéncia histérica da revolucio da teenologia da informagio Modelos, atores ¢ locais da revolugio da tecnologia da informagio © paradigma da tecnologia da informagao Notas 2, A NOVA ECONOMIA: INFORMACIONALISMO, GLOBALIZACAO, FUNCIONAMENTO EM REDE Produtividade, competitividade e a economia informacional A cconomia global: estrutura, dindmica e génese A nova economia Notas SuMARIO n 7 4 45 58 57 61 64 7 7 80 82 87 87 90 95 116 123 129 135 136 155 198 212 gga BM REDE: A CULTURA, AS INSTITUIGOES f PR iho A ECONOMIA INFORMACIONAL. ‘AS ORGANIZAGOES D/ nais na reestruturacio do capitalismo rialismo para o informacionalismo a empresa em rede jo econdmica: redes de Trajetérias organizacior ena transigio do industria ‘A tecnologia da informagao ¢ Cultura, instituigdes ¢ organizagi cempresus do Leste Asidtico Empresas multinacionais, empresas transnacionais ¢ redes internacionais Oespirito do informacionalismo Notas 4, A TRANSFORMAGAO DO TRABALHO E DO MERCADO. DE TRABALHO: TRABALHADORES ATIVOS NA REDE, DESEMPREGADOS E TRABALHADORES COM JORNADA FLEXIVEL A evolucio histérica da estrutura ocupacional e do emprego nos paises capitalistas avancados: 0 G-7, 1920-2005 Hé uma forga de trabalho global? O processo de trabalho no paradigma informacional Os efeitos da tecnologia da informacao sobre o mercado de trabalho: rumo a uma sociedade sem empregos? O trabalho e a divisio informacional: trabalhadores de Jornada flexivel A tecnologia da informagio ea reestruturagio das relagdes capital-trabalho: dualismo social ou sociedades fragmentadas? Notas Apéndice A: Tabelas de dados estatisticos referentes ao capitulo 4 Apindice ‘B: Observagaes metodolégicas edados estatisticos para sndlse do mercado de trabalho e composio das categorias noe fisionsis nos patses do 6-2, 1920-2005 lota ay a ay 8 46 ” u Ms Me Mi ws ww 4G 6 Anova nm Comunic redes soc A grande Aculur Notas 6. Orsi Servicos O novo O cotidi: A transf Ateoria Aarquit Espace ¢ Notas 7 Ou ‘Tempo, | Tempo c A flexibi Oencolt A indete para a ar Negagio Guerras ‘Tempo v ‘Tempo, Notas Conc Nota Inpice r Econom BiBLioc Iwprce _ fernacionais ilo 4 ara Qw ag 5 238 253 257 262 267 268 296 303 33 325, 340 345 3h 395 an 413 45 A nova midia ea diversificagéo da audiéncia de massa ‘Comunicagio mediada por computadores, controle institucional, redes sociais e comunidades virtuais ‘A grande fusio: a multimidia como ambiente simbélico ‘Acultura da virtualidade real Notas 6. O ESPAGO DE FLUXOS Servigos avangados, fluxos da informago ea cidade global (© novo espaco industeial O cotidiano do domicilio eletrnico: 0 fim das cidades? ‘A transformagio da forma urbana: a cidade informacional ‘A teoria social de espaco e a teoria do espaco de fluxos ‘A arquitetura do fim da historia Espaco de fluxos e espaco de lugares Notas 7, O.LIMIAR DO ETERNO: TEMPO INTEMPORAL ‘Tempo, histéria e sociedade ‘Tempo como fonte de valor: 0 cassino global A flexibilidade da jornada de trabalho e a empresa em rede Oencolhimento ea alteracio do tempo de servigo A indeterminagao dos limites do ciclo de vida: tendéncia para a artitmia social? ‘Negagio da morte Guerras instantineas Tempo virtual ‘Tempo, espaco e sociedade: 0 limiar do eterno Notas CONCLUSAO: A SOCIEDADE EM REDE Nota Ixpice pos voLuMEs 11 E 111 DE A ERA DA INFORMAGAO: ECONOMIA, SOCIEDADE & CULTURA, DE MANUEL CASTELLS BIBLIOGRAFIA Inpick REMIssIVo 427 447 455 458 463 465 472 479 483 493 499 503 509 513, 513 517 519 520 527 532, 535 5a 543 547 553 561 563, 565 607 PREFACIO A EDIGAO DE 2010 DE A SOCIEDADE EM REDE ‘Vivemos em tempas confusos, como muitas vezes é 0 caso em periodos de transic¢éo entre diferentes formas de sociedade. Isso acontece porque as categorias intelectuais que usamos para compreender o que acontece a nossa volta foram cunhadas em circunstan- cias diferentes ¢ dificilmente podem dar conta do que ¢ novo referindo-se ao pasado, Afirmo que, por volta do final do segundo milénio da Era Crista, varias transformacdes sociais, tecnolégicas, econémicas ¢ culturais importantes se uniram para dar origem a uma nova forma de sociedade, a sociedade em rede, cuja analise é proposta neste volume. Auurgéncia de uma nova abordagem para que compreendamos o tipo de economia, cultura e socicdade em que vivemos ¢ intensificada pelas crises e conflitos que carac- terizaram a primeira década do século xX1. A crise financeira global; as mudangas drasticas nos mercados de negécios e mao de obra, resultado de uma nova divisio de trabalho internacional; 0 crescimento irrefredvel da economia criminosa global; a exclusio social e cultural de grandes segmentos da populagio do planeta das redes globais que acumulam conhecimento, riqueza ¢ poder; a reacdo dos descontentes soba forma do fundamentalismo religioso; o recrudescimento de divisdes nacionais, étnicas ¢ territoriais, prenunciando a negagio do outro e, portanto, o recurso a violéncia em ampla escala como forma de protesto e dominagio; a crise ambiental simbolizada pela mudanga climitica; a crescente incapacidade das instituicoes politicas baseadas no Estado-nacdo em lidar com os problemas globais e as demandas locais: tudo isso sio expresses diversas de um processo de mudanga multidimensional ¢ estrutural que se dé em meio a agonia ¢ incerteza. Estes sao, de fato, tempos conturbados. A sensacio de desorientagdo é exacerbada por mudancas radicais no ambito da comunicacao, derivadas da revolugio tecnolégica nesse campo. A passagem dos meios de comunicacao de massa tradicionais para um sistema de redes horizontais de comu- nicagao organizadas em torno da internet ¢ da comunica¢ao sem fio introduziu uma multiplicidade de padrdes de comunicagio na base de uma transformacao cultural fundamental 4 medida que a virtualidade se torna uma dimensio essencial da nossa realidade. A construcdo de uma nova cultura baseada na comunicagio multimodal eno processamento digital de informa¢oes cria um hiato geracional entre aqueles que nas- ceram antes da Era da Internet (1969) e aqueles que cresceram em um mundo digital. Asoctepane ex neve | 14 gia da qual este ly, ahordados na tritogia dl qual este Tiyry gg jwalga™ jos temas é 2002 (6* edigao) n0 Brasil. 0 livry npr Fate al jy96 (It edi¢: ncia, como pesquisador, dos Fiscos as do século xx1 ofere gtotes pu pre m8 léncias que ja estay: lng explanatério das fu rages, ps seme HINT algumas tendléncias que ji estavam preg, XP AINE re ia erin hugs décades do século passadoetente qnsth maisdederanos.n . lr it i diam ser " procedimentos-padrso das. Gigmcins SOciais.O regait a rel aol tra social que estava se formando, queq® Gpjetivo nda jus tituida por redes em todas as ting herlormenteas ca social, Além disso, emboraasteagn® — processodetransf wei ju eda pra vetaisda organizag30 € Z fundamentais: Aone ongonizagio m8 experiéncia humana, as tecnologias igiisy, no foram muito ¢ uma antigh oe ogi iasda Frada Lnformagio,alimentaramasredgy., _ Permitarme jo de redes,caracteristica Fe ty a Aove-res apace 7 i LE eon possbilitanda sua infinita expansio ¢ reconfiguracao, super , relacionando-as 2 ce organza s dlelos organizacionais de formagio de redesgigy, tendéncias que se acima de uma certa dimensio. Como asreday, PAf# 08 ROVOS Pre tem relagio aos te SslimitagSesteadicionais dos mo ‘i exidade de redes a gestioda complexidade nace pam nas fronteiras do Estado-nagio, & sociedade em rede se constituin com gg vor lobal,prenuncindo a nova forma de globalizacio caracteristca don, tempo Noetanto,cribora tudo ¢ todos no planeta sentissem os efeitos dagudan cetrutora social as redes globais incluiam algumas pessoas ¢ territoriose exis. puttos,induzindo, assim, uma geografia de desigualdade social, econdmicaetta». — globalem quedal Igge.Em uma transformagio paraela, movimentos ociais ¢estratégiasgepates global, como an setornaram om geande parte globais.a fim de agir sobre as fontes globaisdepotesia seis fatores. Prin passo que as instituigées do Estada-Nagao, herdadas da Era Moderna eda socekd de base para ac industrial, foram gradualmente perdendo sua capacidade de controlar e regulirs computadores, ¢ fluxosglobais de riqueza ¢ informagio, A ironia histérica & que os Estados-nagioes operar modelos vam entre os agentes mais tivos da globalizacio ao tentar tirar proveito demerads gerir a crescent irrestritos ¢ fluxos livres de capital e tecnologia. dos financeiros Estudando empiricameente os contornos dessesarranjos sociaise organizacionises’ a velocidade de «scala global, acabei obtendo uma série de analises especificas de diferentes dimen ses ¢ mercado nea ge Pareciam ser coerentes que, juntas, forneciam um oe area Portia Zions rani tendéncias. ‘que,Aprimeira vista, pareciam disse ‘ fieqdo finance oii eesestetis apresente uma teoria formal e sistematica da sociedades sane Cate logia, prope novos conceitos e uma nova perspectiva eoricaps? persp 2 compreensio de tendé: financeiras pos , éncias que caract namica d38 5% sociedades no mundo do cleus ferizam a estrutura ea indice dida que deriv Arelevancia Fiacine , _ inadimplente) Pirscnrgpere ne socal além do conjunto de provasreunils Ppa elimi A eVOlUGo social tantoae a teem tim instincia, da sua capacidaded®*P™™ os procedimen ®de,Plomenoy peng rede em geral como em algumasde suas di" capital em pals aletntvsussdespan iterpretagio mais fértil do que os arcabougos*™ Wi petrdleo, € 0: otempoeno espace de svat os deletminantes eas consequencias das6i0 Unidos, acarre a anili i 7 "se. Vista a partir dessa perspectiva,a prim’ Actise financ do século XXI oferece um terreno de observagao privilegiado para aferirmos o valor explanatério das fundamentadas hipéteses apresentadas nas pa mais de dez anos. Mais uma vez, nao se trata de verificar previsdes, pois nenhuma foi feita, mas de avaliar a precisao da identificacao inicial de grandes tendéncias sociais cujo desenvolvimento constituiu o tecido de nossas vidas neste perfodo histérico. O objetivo nao é justificar o autor da anilise (cle nao sente essa necessidade), mas usar ulteriormente as ferramentas conceituais que proporcionaram uma visio sintética do processo de transformacao do nosso mundo. Ou entio descartar aqueles conceitos que nao foram muito utcis para a compreensio de nossas perspectivas, dramas ¢ dilemas. Permita-me examinar algumas das principais evolugées da década passada relacionando-as as andliscs apresentadas neste livro. Vou me concentrar naquelas tendéncias que se referem & anilise estrutural apresentada neste volume, deixando para os novos prefacios dos volumes IT ¢ 111 a tarefa de realizar uma tarefa semelhante em relagio aos temas tratados naqueles tomos. deste livro ha Acrise financeira global que explodiu por volta do final de 2008 ¢ deixou a economia global em queda livre foi a consequéncia direta da dinamica especifica dessa economia global, como analisada no capitulo 2 deste volume. Resultou de uma combinagio de seis fatores. Primeiro, a transformacio tecnolégica do mundo financeiro que serviu de base para a constitui¢io de um mercado financeiro voltado as redes globais de computadores, e dotou as instituigées financeiras da capacidade computacional para operar modelos matemiticos avancados. Esses modelos eram julgados capazes de gerira crescente complexidade do sistema financeiro, operando globalmente merca- dos financciros interdependentes por meio de transagées eletronicas realizadas com a velocidade de um raio. Segundo, a liberalizagio ¢ desregulamentagao das institui- des e mercados financeiros, permitindo um fluxo quase livre de capital em todo o mundo e assoberbando a capacidade regulatéria das instituigdes nacionais. Tercciro, a securitizacao de toda organizacao, atividade ou ative econémico, tornando a ava- liagdo financeira 0 critério mais importante para a estimagio do valor de empresas, governos e até mesmo de economias como um todo. Além disso, novas tecnologias financeiras possibilitaram a invengao de varios produtos financciros exéticos 4 me- dida que derivativos, futuros, opgGes € scguros securitizados (como swaps de crédito jnadimplente) se tornavam cada vez mais complexos ¢ interligados, virtualizando o capital e eliminando qualquer aspecto de transparéncia nos mercados, oque tornow os procedimentos contabeis sem sentido. Quarto, 0 desequilibrio entre actimulo de capital em paises em vias de industrializagio, como a China ¢ os paises produtores de aeerdlen en canital tomado emprestado pelas economias mais ricas, como os Estados wae ae wwtdacae . ~ FY" LUO 0 Siste, global. De fato, embora um colapso semelhante do mercado imobiligy; inicio da década de 1990 tenha afetado gravemente a economia da pacto foi limitado no resto do mundo por causa da interpenetra, mercados financeiros e de valores mobilidrios, Por fim, MAS nado menos iny a caréncia de supervisio adequada nas transacdes com valores mobj Be praticas financeiras possibilitou que corretores ousados inflassem a ¢ bonificagées pessoais por meio de priticas de empréstimo cada vez Mais arrises O paradoxo ¢ que a crise foi fermentada nos caldeirées da nova economia, y economia definida por um aumento substancial da produtividade gerado pela inox, tecnolégica, pela formagao de redes ¢ pelos niveis educacionais mais altos da miy obra, como analisado nos capitulos 2 e 3 deste volume e como observei posteriorme durante a década de 2000, em outras obras, De fato, se nos concentrarmos nos fs dos Unidos, onde a crise teve inicio, veremos que, entre 1998 e 2008, o crescime cumulativo da produtividade chegou a quase 30%. Todavia, por causa de politi Berenciais miopes ¢ gananciosas, os salarios reais s6 subiram 2% durante década na verdade, a remuneracao semanal dos trabalhadores formados no ensino super Caiu 6% entre 2003 e 2008. Ainda assim, os precos dos imoveis dispararam nadéca de 2000 e as instituigdes provedoras de empréstimos alimentaram esse frenesi fom cendo hipotecas, respaldadas em tiltima instancia Por instituicdes federal jqut mesmos trabalhadores cujos saldrios estavam estagnados ou em retracao. A ideiae a de que os aumentos de produtividade acabariam por chegar aos salérios 4 medi que os beneficios do crescimento fossem sendo lentamente decantados até a base c trabalhadores, Isso nunca aconteceu Porque as empresas financeiras € iio colheram os beneficios da economia produtiva, induzindo uma bolha insusten A cota delucro do setor de Servicos financeiros passou de 10% na década de utr 40% em 2007, ¢0 valor de suas acées, de 6% para 23%, ao passo queo sctor core 4 apenas 5% do emprego no setor privado. Em suma, os beneficios baa ' nova economia foram apropriados pelo mercado de valores mobiliarios € US out 8¢rar uma massa muito maior de capital virtual que multiplicou seu valor a de empréstimos a consumidores/tomadores de empréstimos Avidos. Ale ald expansao da economia global, com a ascensio da China, India, Brasil € ei et de outras economias em vias de industrializagdo, para a vanguarda do ul act Capitalista aumentou 0 risco de colapso financeiro como empréstimo do ca ett mulado nesses paises para os Estados Unidos e outros mercados a fim de oy. ‘ma lng 0 do), quele Pais, g Gio MUO mene Hidtiog, Conomia e, ss: 14 | Manuet Casters solvéncia ¢ a capacidade de importagdo dessas economias e, ao mesmo tempo, tirar proveito das taxas favoraveis de empréstimo, O gasto militar macigo do governo dos EUA para financiar suas aventuras no Iraque também foi financiado por meio de di- vida, tanto que paises asidticos agora possuem uma grande porcentagem dos Titulos do Tesouro Americano, entrelagando de maneira decisiva a politica fiscal dos EUA ¢ da Asia/Pacifico, Emboraa inflacdo tenha sido mantida relativamente sob controle em todos os paises da OCDE por causa do significative aumento da produtividade, houve, como propus em minha analise, uma ampliagio do hiato entre a escala de provimento de empréstimos ¢ a capacidade tanto dos consumidores quanto das instituigdes de salda-los. A taxa de endividamento em relagdo a renda disponivel das familias nos Estados Unidos subiu de 3% em 1998 para 130% em 2008. Por conseguinte, o percen- tual de mora nas hipotecas de baixo risco subiu de 2,5% em 1998 para 118% em 2008. Todavia, ninguém podia fazer muita coisa a respeito porque o mercado financeiro global havia fugido do controle de qualquer investidor, governo ou agéncia reguladora ehavia se tornado o que, neste livro, chamei de um “aut6mato global” que impoe sua Iogica a economia ca sociedade em geral, inclusive aos seus proprios criadores. Assim, uma crise financeira de proporgdes sem precedentes acontece em todo o mundo no exato momento em que escrevo estas palavras, pondo fim, de forma dramatica, ao mito do mercado autorregulado, questionando a relevancia de algumas teorias econdmicas tradicionais e fazendo com que governos ¢ empresas tentem freneticamente domar 0 autémato selvagem que deu marcha a ré c devorou diariamente dezenas de milhares de empregos (no sentido de vidas familiares). Ha uma busca urgente de remédios estabilizadores, mas temo que, ao procurar solugées nas formulas dos cursos basicos de economia, ficaremos perdidos no mundo escuro resultante da incapacidade de regular um novo tipo de economia regido por novas condigdes tecnolégicas. f por isso que a investigacao sobre a estrutura em rede da nossa economia global podera nos ajudar a projetar estratégias ¢ politicas adequadas as realidades do nosso tempo. Il Trabalho e emprego foram transformados. Porém, em contraste com as distopias ¢ utopias previstas por profetas do apocalipse ou evangelistas da nova era econdmi- ca, a relagdo entre a tecnologia e a quantidade ¢ a qualidade dos empregos seguiu o padrao complexo de intera¢io delineado no capitulo 4 deste volume. Em geral, e de acordo com a experiéncia histérica de revolugdes tecnolégicas anteriores, a mudanga tecnoldgica nao destruiu o emprego como um todo, pois algumas ocupagées foram gradualmente sendo retiradas ¢ outras foram induzidas em maior numero. Em termos gerais, no perfil ocupacional da forca de trabalho, houve um aumento das habilidadese do nivel educacional exigidos. Por outro lado, globalizando o processo de producao de bens ¢ servicos, milhares de empregos, especialmente na industria, foram eliminados ASOCIEDADE EM REDE | 15 jsavangadas devi atomasi0 OU 20 desocameny, as econom! industrializados. Consequentemente, centenas de Milhas a foam criads naqueles paises, de Forma que, ON na ee, a mais empregos na indtistria do que ny Na no mn (en, va Nocmant, esa cio de empregos €0 au mento do nivel eine te de obra nio resltaram em uma grancle methoria dos padtée, de wane industrializado, Iso se dé porque o nivel de remuneracao Ihadores nio acompanhou 0 aumento da produtividade ¢ ¢ quea provisio de servigos sociais, em especial de Adesenfreado dos custos de assisténcia médica e setor privado, Somente a entrada macica de mi divuma queda no padtio de vida da maioria das familias, Esea femini 4 trabalho afetou substancialmente as bases econémicas dy Patticadyey camiahoparaa ascensioda consciénciafeminina documens ; ‘ae an ete cn aig gomens escritos mais recentes, A imigracioca ee tm Papel significativo em economias esociedades detodoom, ida ques mio de obra gravita em ‘oro de oportunidades de trabalho, na insta emulticulturalismo em quase toda parte. A slotline dadindmicas ee “e artelioe *psicona © multiculturalism nevaig ifaso quant corns smeitida neste volume, aimigracioni: Ser percebido pelas Populagdes natinsy: yr invadidas”. Embora haja uase 250 milhdes de migra: afeta diferentes pate: % \ dy icin, Plog Para a mag lo ltcto, ag sauide, foi difcutaa, Pela limitacio dos beng ulheres no mercado y cig Mhuitas vezes se sent undo, trat man fatto da forga de trabalho que Amplia sua visibj idade i" © 0 potencial para terse. multietnicidade i das sociedades em todo o mvt 'migracdo est aumentando, apeat! io dos, ‘controles nas fronteiras, port im muy i “ me interne oeittstdependentee as redes de conectvit! ie Clerecem maiores Possibilidades para ae Para cima’, segundo a terminologia de ako eNsificaga ova estrutu, ai il sidentificadag sit 44 Mao de obra observadas nasi a Mao de op.” aPltulo 4 deste Livro. Hi, por um ids longo pragg oot Seit+@ reducio da proporgio dt ie ratadas pop co oT T°itAS Previsiveis A medicla ques” e nis rstusadesug Hlexibitidade, substitu”? ‘Burana no emprego em empress Presirios do setor de servicos sui © corret Ne 0 i "es de seguros, Por outro lado, Paralelamente, um er dos empregos de baix: mercado de trabalho, chamei esses dois tipc de obra genérica”, De sio dos trabalhadores valiosos de suas empr lado, os trabathadlores proliferar, pois muitas trabalhadores, especia qualquer condigio par. trabalho esta relaciona que cresce no contexto a origem da crescente. As tecnologias de i formagio dos mercado substancialmente med mentais. Assim, quand empresas concordem ¢ moderados, 0s empreg mingua porque a tecno outro lado, quando tém a conseguir seu padrao mordomiase umcertog € off-shoring da forga de (como limpezae manut com baixa remuneragac magao da mio de obra 1 e do ambiente instituci representa um compon avangadas, setor priva ‘cada vez maior da forga bens. E 0 empreendedo setores empresariais dae 4 medida que a tecnoloy baseados noconhecimer on-line, Em sums, aestn formada pelas novas tec foram o resultado da in e evolugio das relagoes cl 6 i ive ‘acional e paralelamente, um crescimento das ocupagdes que exigem alto nivel ean nae dos empregos de baixa qualificagdo, com um poder de barganha muito di xia e mercado de trabalho. Exagerando a terminologia para chamar a aten¢io do Icitor, chamei esses dois tipos de trabalhadores de “mio de obra autoprogramivel” ¢ “mio de obra genérica’, De fato, houve uma tendéncia @ aumentar a autonomia de deci- sio dos trabalhadores com alto nivi el educacional, que se tornaram os ativos mais valiosos de suas empresas. Eles muitas vezes sio chamados de “talento”. Por outro lado, os trabalhadores enéricos, enquanto executores de instrugées, continuaram a proliferar, pois muitas tarefas servis dificilmente podem ser automatizadas e muitos trabalhadores, especialmente jovens, mulheres e imigrantes, estio dispostos a aceitar qualquer condi¢io para aobtenciode um emprego. Essa estrutura dual do mercado de trabalho esta relacionada as condigdes estruturais de uma economia do conhecimento que cresce no contexto de uma grande economia de servicos de baixa qualificacao eé a origem da crescente desigualdade observada na maioria das sociedades, As tecnologias de informagio e comunicagio tiveram um forte efeito na trans- formacao dos mercados ¢ dos processos de trabalho. No entanto esses efeitos foram substancialmente légias das empresas ¢ pelas politicas governa- mentais. Assim, qua i ‘atos trabalhistas faz com que as ‘a informal mercado de trabalho, Nas economias ervicos se torna.d refiigio do emprego para uma fatia icionais setores de pro Stores empresariais da ec a medida ue a tecnologia possi baseados no conhecimento, desdi on-line. ml te que esteja acontecendo desde ggg, formagio da comunicagio, ym, 4 ie Como a revohucio nas teengy, paras itulo 5 SS ws ‘anos, € come a comunicacig conse 4 Gevidente que foi nessa drea que, sod jal mais apa a sido transl volume. nosy seristica' . wrofunda. _ ; _ a I Potivarss de cdign bert (inclsie prog, incapacidade de conutagio e transmis, eH dainlernel aposasvaptigge 0 ea generalizagio do seu uso ef os ox ame “a dade, J tecnologia antiga: foi usada pela prim em 196. Javinteanos mais tarde por causa de varios fatores: Malay, ae pious tlecomunieagbes: fasiodos compan oa a gue simplificavamt 0 upload, © A880 €@ coma fo emo nervidor eo navegador Workd Wide Web projet, decease oripdocrescimento da demanda social por organize cme susadatanto pels necessidades do mundo empresa gn: pelo desejo do pdblico de criar suas proprias redes de comunicagao, Consequentemers ‘ondmero de usuarios de internet no planeta passou de menos de 40 milhdes em 19%, poracera de 1 bilo em 2009, Em 2008, as taxas de penetragao aleancaram must {0% na maioria dos patses desenvolvidos ¢ estavam crescendo rapidamente nos pis em desenvolvimento. A penetrag global da internet em 2008 ainda estavaem rae um.qunt da populagio do planeta, e menos de 10% dos ususirios de internet thus ‘acessoa banda larga, Todavia, desde 2000, a exclusiio digital, medida em termosdeactsa, ati iii, O coefciente de acesso & internet nos paises da OCDE e nos paisstt wwiasde mena ¢ 1997 para 58:1 em 2007. Em 2005, omer det aoosistiasnospatserda ss em desenvolvimento foi quase o dobro do mime ‘ ti Cee A Chiao paiscom o crescent mshi 4: 20% em 2008. julho de 008 reataxa de penetragio tenha permanecidoit 3253 milhdes, superando os Es ide Ose de usuiirios de internet na Chinache™ Ostuiesdaocoecomoumtodh neo gue tem cerca de 223 miles deus htappasioem aay ae amt taxa de penetragao deaproxiaitt Hem disso, em vista da enorme disparidade de usodait" ends de 30 anos de idade, a proporgio de we Saluragio nos paises desenvolvidos eau" mea que a minha geragio for des inka ot Mts comunicagdes canteen, 'm fio, com uma capacidade eres" iment d ¢ spacarretarama expansiO ra década de 1990 serdade, a internet sedi em arg es pessoais so todo mundo a omnes eg 999 outrg aco conectividad foi a tecnologia cerca de 16 milh de 2008, 05 cont mundial, Usand ‘com seguiranga sem fio em 200 implantagio de na América Lal suas necessidad orgamentos par tratos de comu estd chegando ha mais contra Na década. internet, comu nicativa pelas Isso é especial de crescimente fixas. No novo predominante volvimento. 0 celulares ultra pacidade de se critico para w da construgio eda difusio d A internet, tradicional. $: estio perdend entre duas pe envio de cépi Wide Web &t documentos possa ser dig net, e sua var trabalho, con e religido, A i massa (televis lo desde o j aes nj CASIO, uma ye SS Aas tecnolog i CaCO congejnnt’ de cia g Area quea soci de lusive prot, : transmis 85Ua privatinn 208 de ativan ree cee 8 fatores: mudan me angas o dos computadores SO € a Comunicagig ‘Web projetados por por organizacoem empresarial quanto Consequentemente, 10 milhdes em 1995 alcangaram mais de idamente nos paises aestava em cerca de de internet tinham sm termos de acess, CDE e nos paises em , 0 ntimero de novos obro do nimero 4 ento mais répido do permanecidoabaire ret na China cheg?® nilhdes de usuarios imadament® gainer sual jo8 start le aproxi dade de uso: oporgio de u! olvidos ¢ aum® for desapareeere saconteceU em to je cidade crescem"? 3 conectividade e largura de banda em geragdes sucessivas de telefones celulares. Essa foi a tecnologia de difustio mais rapida da histéria da comunicagio, Em 1991, havia cerca de 16 milhdes de contratos de servicos telefOnicos sem fio no mundo. Em julho de 2008, os contratos haviam ultrapassado 3.4 bilhdes, ou cerca de 52% da populagio mundial, Usando um fator conservador de multiplicagio de usuirios, podemos calcular ‘com seguranga que mais de 60% das pessoas neste planeta tim acesso A comunicagio sem fio em 2009, mesmio que ela seja altamente restrita por questées de renda e pela implantacio desigual da infraestrutura de comunicagio. De fato, estudos na China, na América Latina e na Africa mostraram que os pobres dio grande prioridade as suas necessidades de comunicagio e usam uma proporgio substanctal de seus magros ‘orgamentos para satisfazé-las. Nos paises desenvolvidos, a taxa de penetragio dos con- tratos de comunicagio sem fio varia de 82,4% (nos EUA) a 113% (Itilia ou Espanha) estd chegando ao ponto de saturacdo. Todavia, também em paises como a Argentina, ha mais contratos de telefonia celular do que pessoas. Na década de 2000, testemunhamos a crescente convergincia tecnologica entre internet, comunicagao sem fio e varias aplicagoes que disteibuem capacidade comu- nicativa pelas redes sem fio, multiplicando, assim, os pontos de acesso & internet. Isso ¢ especialmente importante para o mundo em desenvolvimento porque a taxa de crescimento de penetracao da internet caiu devido & escasserz de linhas telefénicas fixas. No novo modelo de telecomunicacio, a comunicagio sem fio se tornow a forma predominante de comunicagio em toda parte, especialmente nos paises em desen- yolvimento. O ano de 2002 foi o primeiro em que o niimero de usuarios de telefones celulares ultrapassou o de usuarios de telefonia fixa em todo o mundo. Assim, a ca- pacidade de se conectar a internet por meio de um dispositive sem fio se torna o fator critico para uma nova onda de difusio da internet no planeta. Isso depende muito da construgio de infraestrutura sem fio, de novos protocolos para a internet sem fio eda difusio de capacidade avangada de banda larga. ‘A internet, a World Wide Web ¢a comunicagio sem fio nao sio midias no sentido tradicional. Sao, antes, 0 meios para a comunica¢io interativa, No entanto as fron- teiras entre meios de comunicagao de massa ¢ todas as outras formas de comunica¢io estéo perdendo a nitider. O e-mail é predominantemente uma forma de comunicagso centre duas pessoas, mesmo quando levamos em consideragio 0 uso dos recursos de envio de cépia e mala-direta. Mas a internet é muito mais ampla do que isso. A World Wide Web & uma rede de comunicagio usada para postar e trocar documentos, Esses documentos podem ser texto, Audio, video, software; literalmente qualquer coisa que possa ser digitalizada. Como um volume considerdvel de provas demonstrou, a inter- net, e sua variada gama de aplicagdes, é a base da comunicagao em nossas vidas, para trabalho, conexdes pessoais, informacées, entretenimento, servigos pablicos, politica ¢ religiéo, A internet é cada vez. mais usada para acessar 08 meios de comunicagio de massa (televisio, rédio, jornais), bem como qualquer forma de produto cultural ou in- Asoctepape 2st nee | 19 asica, revistas, livros, artigos de jornal, bate nisica, : aigitalizedo( Jevisiio. OS adolescentes entrevistados poy oa en anor O88 ued University of Southern Cay ay ‘center for the Dis ira televisio no horario determinado a te as inteiros de televisao na tela de seu computa “ss 0, a televisio continua senda 9 yf is itivos ais, em disposl rei de comunscagio de MSs titeis, Portant conti por enquanto, mas sua difusio ¢ seu format ie deri que sa repo vai se tornado indivgas send asforeades 3 «ti acontecendo com a imprensa. Em todo o my Um fenreno seman je cinta anos de idade predominantement te." sutras de a ‘anbora ojornal continue a ser tum meio de comunicagy ‘ ‘massa, sua plataforma de difusio muda. Ainda nio ha um modelo de Negocios dy para jomalismo on-line. Poréma internet eas tecnologias digitais transformaren, proceso de trabalho dos jonais e dos meios de comunicagio de massa em geno, jornais se transformaram em organizacoes estruturadas internamente em redeea. nectadas globalmente a redes de informacao na internet. Além disso, 0 componerie online ds jornaisinduziram a formacio de redes ea sinergia com outras organizais denoticiase midia. As redagdes nos jornais, radios e televisGes foram transformads pela digitalizagio das noticias e por seu implacdvel processamento ‘global/local. Entis, mine ‘mesa sentido tradicional agora também € comunicagio baseads aed ge erode auanto emsuadifusio, | também com feds Realy Simple syndic one com blogs interativos e e-malse {ransformou os jornais em um. compari (RSS) de outros documentos na interne fe de uma forma diferente de comunicatix autocomunicagao e mt massa. Essa Fenea i mento daschamades Wek, forma de comunicagao surgiu com o desenvth? jornal online. A melhoria da part com avatares ey roe Tizontais de escolhido Brafica © da i ‘. ep2508 virtual pias dos computadores, inclusive a iner* comunicacdo intersting nn OMAIS. O desenvolvimento de redest™ i * ativa i ( "conor eames CeTEEM o lea e 0 global no ner : io ; lca gac tS Pago de uray PEt da tendéncia que identifi Procesamege OAS as formar gt? Ae Comunicagso digital multimol! Mila soa a normagtes dare Maia. Além disso, o poder de comes ssi ai , 4 formacio da go? Tee @ g ae Sendo distribuido em todas as re ‘OMUnicaes tt t elétricos dies. 7 me io, as Pessoag ost Ame a distribuiram energia no pro argu Blogs, yop "Ulam seug neee Se 8PPOPriaram de novas for Se astedes nce Podcasts, wikig eeuPrion sistemas de comunicasi “Peer D2») toma eS do género, O compartilhamy '™ Possivel a circulagao, misturs?™ 21 My oe, Castes miatagic surgirar Um exe individ conteiid paracac Isso tra Sites qu revver.¢ com er uma for Pew Int usuario 33%. Es de idad Por comuni tradicioy Eousud possibili especial ede cen Asr teresses mentos, coopera até musi de ativis envio gl adolesce ligam m Ose comuni¢ iniciais « pararam ‘MySpace de 2009, jovens. ) lidade pa Para cent matacdo de qualquer contetido digital. Novas formas de autocomunicacdo em massa surgiram da engenhosidade de jovens usuarios que se transformaram em produtores. Um exemplo é 0 YouTube, um site de compartilhamento de videos no qual usuarios individuais, organizacées, empresas e governos podem fazer o upload do seu préprio contetido em video. Em julho de 2007, o YouTube langou 18 sites associados, especificos para cada pais, e um site projetado especialmente para usuarios de telefones celulares. Isso transformou o YouTube no maior meio de comunicagio de massa do mundo. Sites que emulam o YouTube estao proliferando na internet, ¢ incluem o Ifilm.com, 0 revver.com, € 0 Grouper.com. O Tudou.com é um dos sites de hospedagem de videos com crescimento mais rdpido e mais populares da China. O streaming de video & uma forma cada vez mais comum de consumo e produgao de midia. Um estudo do Pew Internet and American Life Project revelou que, em dezembro de 2007, 48% dos usuarios americanos consumiam regularmente videos on-line; um ano antes cram 33%. de idade, dos quais 70% visitavam sites de videos on-line. Portanto, o YouTube e outros sites com contetido gerado pelos usuarios sao meios de comunica¢io de massa. No entanto sao diferentes dos meios de comunicagao de massa tradicionais. Qualquer um pode postar um video no YouTube, com algumas restrigées. sa tendéncia cra mais pronunciada para os usuarios com menos de trinta anos Eo usuario seleciona o video que quer ver e comentar a partir de uma enorme lista de possibilidades. Obviamente, hd pressdes em relacao & liberdade de expressao no YouTube, especialmente sob a forma de ameacas legais por causa de violacoes de direitos autorais e de censura governamental de contetido politico em situagées de crise. As redes horizontais de comunicagio construidas em torno das iniciativas, in- teresses e desejos das pessoas sio multimodais e incorporam muitos tipos de docu- mentos, desde fotografias (hospedadas por sites como o Photobucket.com) e projetos cooperativos de grande escala como a Wikipédia (a enciclopédia de cddigo aberto), até misicas, filmes (redes p2p baseadas em software gratuito como 0 Kazaa) e redes de ativismo social/politico/religioso que combinam féruns baseados na internet ao envio global de video, Audio e texto. Assim, como me disse 0 analista Jeffrey Cole, os adolescentes que tém a capacidade de gerar contetido e distribui-lo na internet “nao ligam mais para 15 minutos de fama, mas para 15 megabytes”. Os espacos sociais na internet, dando prosseguimento a tradigio pioneira das comunidades virtuais da década de 1980 e superando as miopes formas comerciais iniciais do espago social introduzidas pela AOL, multiplicaram seu contetido c dis- pararam em niimero para formar wma socicdade virtual diversificada e difusa. O MySpace continuava sendo 0 site de intera¢ao social mais bem-sucedido até 0 inicio de 2009, embora seja frequentado em grande parte por uma popula¢io de usudrios jovens. Mas outros formatos. como o Facebook, expandiram as formas da sociabi- ma dimensio fundamental da vida, Cig se tornaram sive na China enos paisesem esengy és aul por causa de limitagées delargy,, ie continue Mev cxescieBtO SOC) da infraestrutura e da queda nog regu rita dosen spective da oP mas uma observeGao, dizer que as com cro x ju pment nO como um mundo virtua common jesenvolve ° 2 ouras formas de interagio em uma vida cya a vitaldade real rae genio de softwares sociais possibiltou go cadaver mais hibrida. computadorese videogames, hoje uma inchistria glo dejogosinterativos Pe Jangamento, em setembro de 2007, as vendas do Haj Bi Ue a ikes dedlaes,maisdo que abilheteriadefim den,” Son chee woodiano atéaquele momento, A maior comunidade de nj i ca fran que comedpGid SE roalada meds doin on ne en Hse (Massive Muliplayer Online Game — smog), cee, ee ad membros ativos (dos quais mais da metade reside na Asia) em 24, Seas meas de comunicacio se baseiam em grande parte em entretenimento ey esaorsforma de entetniment,baseada totalmente na internet eer softara, agora um importante componente do sistema midiatico, Actors tenologas ambém estio fomentando o desenvolvimento de ei ‘cde renidade viral que combinam socabiidade e experimentagio com ps de nero de personagens, O de maior sucesso é o Second Life." Para nes observadores, a tendéncia mais interessante entre as comunidades do Second Li ss incapacidade de criar a Utopia, lotreram um negécio rent Service, ter comegado a d Poder SEE Convert avel, a ponto de o Fisco americano, o Internal Revens? esenvolver eg ‘isn “squemas para tributar os délares Linden ee res ameri ‘i ates americanos, Porém esse espaco virtual temumt Que certas univer ida ie male Semen idades estabeleceram campino Secondlit bancosvituats sure c*Petincias , ~Parausé-los como uma plataforma educaciot! de acordo com as altase baixas dos mercé® © até confrontos violentos entre esquerdist* aan 28oticias dentro do Second Life™ PSB ingama es incainde oP de difusdo favorita de mui TIL SM cObcem tog, 28S Musica, imagens ¢ noticias EP Mea “ama de atividades humanas, desde lon les virt coma ce Unicast atent pessoais de a da comunica a qualquer m telefones cel geral, as pess da comunica documentadc Ha uma g cionais e as re usando blogs éncia, mistur muitos exemp producaoauté muitas varied horizontais d formas novas um processo nos e efeitos s medida que o: acesso eo traf Ocrescente internet indica que conceituci porque alcang: de internet. £ r sociais, muitas dos gratuitame qualquer outra sua distribuic’ recepgao autos Trata-se de um: que tem uma e: digital ecujost midia, mesmo t © 0 efeito de su produgio na ma das pessoas. £ p gentesdo queag primeira edigio cultura da virtue a s pessoais de apoio até tarefas profissionais ¢ mobilizacées politicas. Assim, a mat da comunicagao eletrdnica se sobrepée a tudo o que fazemos, em qualquer lugar € a qualquer momento. Estudos mostram que a maioria das ligagdes e mensagens de telefones celulares tém origem em casa, no trabalho e na escola, os locais onde, em geral, as pessoas tém a disposi¢o uma linha telefonica fixa. A principal caracteristica da comunicagao sem fio nio ¢ a mobilidade, mas a conectividade perpétua, como foi documentado por varios estudos, inclusive o meu. Ha uma grande interpenetragao entre os meios de comunicagao de massa tradi- cionais ¢ as redes de comunicagio baseadas na internet, As midias tradicionais estio usando blogs e redes interativas para distribuir seu contetido ¢ interagir com a audi- éncia, misturando modos de comunicagao verticais ¢ horizontais. No entanto existem muitos exemplos em que as midias tradicionais, como a TV a cabo, sio alimentadas pela produgio auténoma de contetido usando a capacidade digital para produzir e distribuir muitas variedades de contetido. Assim, a crescente interagio entre redes verticais € horizontais de comunicagio nao significa que a midia tradicional esta dominando as formas novas ¢ auténomas de geragiio e distribuicio de contetido. Significa que hi um processo de convergéncia que gera uma nova realidade mididtica cujos contor- nos € efeitos serio, em tiltima instancia, decididos pelas lutas politicas e comerciais a medida que os donos das redes de telecomunicagao se posicionarem para controlar 0 acesso ¢ 0 tréfego em favor de seus parceiros de negécios e de seus clientes favoritos. Ocrescente interesse da midia empresarial por formas de comunicagio baseadas na internet indica a importancia da ascensio de uma nova forma de comunicagao social, que conceituei como autocomunicagaa de massa. Trata-se de comunicagao de massa porque alcanga potencialmente uma audiéncia global através de redes p2p ¢ conexdes de internet. £ multimodal, pois digitalizagio do contetido e os avancados softwares sociais, muitas vezes baseados em programas de cddigo aberto que podem ser baixa- dos gratuitamente, permite a reformatagao de qualquer contetido para praticamente qualquer outra configuracio, com as redes sem fio sendo usadas cada vez mais para sua distribuigdo. Também conta com contetido autogerado, emissio autodirigida e recep¢ao autosselecionada por muitas pessoas que se comunicam com outras tantas. Trata-se de uma nova area da comunicagio e, em ultima instancia, de uma nova midia que tem uma espinha dorsal formada por redes de computadores cuja linguagem é digital e cujos transmissores interagem e estao distribuidos globalmente. E verdade,a midia, mesmo uma midia tio revoluciondria quanto essa, nio determina 0 conteudo € 0 efeito de suas mensagens. Mas possibilita diversidade ilimitada ¢ autonomia de produgdo na maioria dos fluxos de comunicagio que constroem significado na cabeca das pessoas. f por isso que, observando ha mais de uma década as tendéncias emer- gentes do que agora assumiu a forma de uma revolucao na comunica¢ao, apresentei, na primeira edigao deste livro, a hipdtese de que uma nova cultura estava se formando, a cultura da virtualidade real, na qual redes digitalizadas de comunicacao multimodal A SOCIEDADE EM REDE | 23 iva doc late de fad nuaniede todan ay expresses Culturais _ za eet LETTE fee 4 ditnensie, | te ntaa let vitinillade ere) win dienen Fundamenat gy jain ti IV ‘ rapido operadas por flu Paraoentendimento da n acontecendo em todo o te De fato, desde a pri ia humang p, "%, mundial que vive em i vez do fim das cidades, das telecomunicagdes q : USBO das orga “8 desnecesséria, vemos a le soctedades ao redor do mundo e do surgimento de noy; i fan an grande i a Var nltina intincht, todas as gran mudancas Ociais 30 annyito do tempo ¢ da espaco na experiéng analir ina Cranisto vwhnave, acupel me des pesquisas dispontvels sobre esse + proponde uma construcig tesricg gh Fc a, Mais de uma décads depois, nog scativo walla reevincia dessa construe a luz da ev ent 3 Petcepgg Nervosa populagio do, yattirdo ponto de vista da pratica social, ss século, de acordo com u: Vamos comeyar com 0 espaco, Neste volume, propus uma teoria atual. Tecnologias avang ‘Utes populagdoem um pequer m9 tp. ser alcangado por meio ¢ Cr. de transporte rapido. To sa foenagiobaseada na distingio entre o espace dosage thsos. ssa conceituagio fot amplamente discutida, embora nes seni svelntente devido i obscuridade da minha formulaan, Mitkaduls diferente da experiéncia smente afirma, como na perspectiva das ciéncias Tatureis, queo eps ciando no inicio do sécul uma realidade tangivel. Trata-se de um conceito construido con basemaeye, ePacial constituida der “in Assim, 0 espago na sociedade ndo €a mesma coisa que oespagonmensh suas reas deinfutnei a mecinica quintica, Se olharmos para espaco como ume forme evmge de tedesse estendem par Social, ele tem sido, a0 longo da histéria, 0 suporte material da simslanie, dimento da painted : I. com o estudo dessa din Prstica social. Ou seja, o espaco define o quadro temporal das relagessis fectailssnas suerte isso que as cidades nasceram da concentragdo de funcoes de comendo az espacial global, Uma link da coordenacio, da troca de bens e servigos, da vida social diversae int © mundo, liderada por Pe verdade, as cidades so, desde a sua aparicao, sistemas de comunicesio,2it Lee Saxenian, Peter ‘Tayl as chances de comunica¢ao por meio da contiguidade fisica. Chamo oe Sassen, Frangois Ascher, lugares de espaco de contiguidade, Por outro lado, praticas sociais comoptt™ a intima interagio cate Cmunicagio também aconteciam a distancia Por meio de transporte wb formas eilaltcee Com o advento de tecnologias de comuni Oe, Sreaieaencn opal Ea Sremplo, otelégeato e 0 telefone, - a hid. ane Fie oisisa distancia, Mas fio desenvolvimento da comunicacaodigi! @ inclufdas vérins éreas. A Microeletrénica, . istemasé ae igadas de telecomunicacao, dos sistem: gine? ampla descentralizagao di $40 € do transporte computadorizado que transformou a espacialidate"” '. pequenas cidades preexis fi i 10 ‘ frodusio da simultaneidade, ou de qualquer outto qu, noes capreldades decom P48 Priticas socia, despeito d: ‘ liacae a q engajados 107", velho ¢ novo. A regio me ito da localizagao dos atores eng: orate ; con sem precedentes em terme in ASH. Es nova forma de espacialidade & 0 que conceit yis x “suport material de em0Nve ‘Mea product, transm a ‘AVolviment a Conectividade, end icameat?, icagao operadas eletricame itit8® chamo de regido metropo : dade foi introdu tama certasimultaneidade fo intodunte), TOO & ri metro » das redes avan, ¢ Uma nova forma porque in teas sociais simulta ncaa berto ¢ Priticas sociais simultaneas com! 0, agcicolas, espago a snforma6 colas, € ssio e processamento de fluxos de inf jecomny ha virias cidades em um in © delocalidades como nds dessas rede rset deatividad ‘ localizadas nesses nds por meio de"

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