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Manual Praticas Tecnicas Gestao Economica PDF
Manual Praticas Tecnicas Gestao Economica PDF
4. Aos Membros das Diretorias das Entidades Congraçadas que, desde o início, apoiaram a
criação da Comissão de Desenvolvimento Científico (CDC) do CRC SP.
I) Escopo...................................................................................................................5
II) Objetivo do Manual................................................................................................6
III) Equipe....................................................................................................................6
1. Ambiente de gestão da pequena e da média empresa...............................6
1.1 A empresa como um sistema......................................................6
1.2 Ambiente de gestão.....................................................................7
2. Gestão econômica....................................................................................12
2.1 Resultado econômico................................................................14
2.2 Margem de contribuição (custeio variável)................................15
2.3 Remuneração do capital ...........................................................19
2.4 Custos de oportunidade............................................................19
3. Casos ilustrativos de Aplicação dos Conceitos de Gestão Econômica.....22
3.1 Modelo de Estudo de Preço e de Planejamento
de Resultados............................................................................22
3.1.1 Mensurando os parâmetros principais:
O modelo de mensuração....................................25
3.2 Aplicação o Uso de Preço de Transferência Gerencial
para Apuração de Resultado por Atividade...............................33
3.3 Aplicação da Proposta de Contabilidade por Eventos da Gestão
Econômica para a mensuração dos resultados econômicos de
uma empresa e de suas áreas de atividade..............................36
BIBLIOGRAFIA......................................................................................... 55
III) Equipe
Professor Dr. Edgard Cornachione – FEA/USP
Professora Dra. Luciane Reginato – FEA/USP
Professor Dr. Claudio Parisi - FECAP
Professor Dr. Auster Nascimento – FECAP
Professor Ms. José Donizete Valentina
A maior dificuldade para que isto ocorra, entretanto, diz respeito ao fato de que
muitos destes fatores tem natureza subjetiva por estarem associados aos
comportamentos individuais daqueles que integram a empresa e que fomentam o seu
funcionamento e promovem, ou não, o seu desenvolvimento.
Nesse sentido, constrói-se uma ilustração que mostra ambos os ambientes e suas
respectivas variáveis.
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Embora se possa pensar que as áreas das empresas sejam os seus subsistemas,
isto não é uma realidade. Elas são os meios utilizados pela administração para
promoverem a sinergia dos subsistemas de forma a levar a organização à consecução
de seus objetivos.
No Brasil são várias as obras que tratam deste tema, porém, um dos trabalhos
pioneiros que consolidou os subsistemas empresariais, contribuindo para o melhor
entendimento do assunto, e que ainda hoje é uma referência para aqueles que se
dispõe a estudá-lo, foi realizado por Reinaldo Guerreiro através de sua tese de
doutoramento, “Modelo conceitual de sistema de informação de gestão econômica:
uma contribuição para a teoria da comunicação da contabilidade (1989)”.
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2. Gestão econômica
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À medida que a empresa amadurece, o cerne das crenças e dos valores de seu
fundador tende a continuar a ser o núcleo do modelo de gestão organizacional que,
contudo, pode sofrer alterações, tanto decorrentes da necessidade de adaptação da
empresa ao seu ambiente quanto à entrada de novos membros organizacionais que,
embora possam ter características individuais convergentes para aquele núcleo, trazem
consigo as suas próprias crenças e valores, além de experiências e hábitos próprios.
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Nesse contexto, Pereira (2011, p. 197) assevera que “Os resultados econômicos
determinam, portanto, as condições de continuidade de uma organização no longo
prazo, refletindo seus níveis de eficácia na busca do cumprimento da sua missão”. E
exemplifica:
Na data T0 foi efetuado um investimento no valor de R$
100.000,00, cujo valor econômico na data T1 é de R$ 120.000,00.
Supondo que o custo de oportunidade do capital investido tenha
sido de 6% no período de T0 a T1 e que não tenham ocorrido
aumentos ou distribuição de dividendos, o resultado econômico
corresponderia à variação do valor do investimento no período,
calculado pela diferença entre o valor final e inicial do
investimento ($ 120.000,00 - $ 100.000,00 = $ 20.000,00),
deduzido do custo de oportunidade do capital investido
($100.000,00 x 6% = $ 6.000,00), conforme segue:
Variação no Valor do Investimento (de T0 a T1) = R$ 20.000,00
(–) Custo de Oportunidade = R$ 6.000,00
(=) Resultado Econômico = R$ 14.000,00
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A filosofia do custeio variável propõe que apenas os custos variáveis devem ser
repassados aos produtos, sendo que as decisões administrativas visam maximizar a
contribuição total dos produtos.
Os custos fixos são tratados como custos do período em que ocorrem e incluem
custos de produção e despesas fixas de venda e administração.
Por não serem aceitas para fins de legislação fiscal e por não se enquadrarem
aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, as aplicações desse método são
contempladas no âmbito da contabilidade gerencial. Sua importância se destaca, pois é
possível, através desse método, informar e analisar quais produtos, linhas, segmentos
são lucrativos e quais as mudanças ocorridas nas quantidades produzidas e vendidas,
nos preços e nos custos e despesas, proporcionando a decisão de adicionar ou
suprimir algum produto ou linha de produtos.
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Visto que o custeio variável analisa os custos para decisões de curto prazo, como
é o caso dos preços dos produtos, subestima os custos fixos, que estão ligados à
capacidade de produção e de planejamento a longo prazo, podendo gerar problemas
para a análise da situação dos custos na empresa.
a. Margem de Contribuição
É um conceito fundamental para o método de custeio variável e para as análises
gerenciais. Pode-se entendê-la como a quantidade gerada pelas vendas capaz de
cobrir os custos e despesas fixas e ter como resultado o lucro. Em princípio, trazem
maior lucro para a empresa aqueles produtos que alcançarem margem de contribuição
maior do que os demais.
Lucro
Ponto de Equilíbrio
Receitas
Variáveis Custos e Totais
despesas
Totais
Fixos
Volume
Prejuízo
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Dessa forma, a taxa de remuneração do capital próprio deve ser uma taxa
baseada na taxa de juros livre de risco e mais um prêmio compatível com o risco
assumido e que represente, no mínimo, a maior taxa de juros desprezada pelo
empreendedor das outras opções decisão.
Por fim, cabe lembrar que o custo do capital de terceiros impacta a apuração de
resultado econômico por meio dos eventos ditos “tempo-conjuntural” que verificam o
valor da despesa financeira, baseado na realização de juros diferidos das operações de
captação de recursos financeiros tratadas a valor presente segundo a expectativa de
desembolso de caixa.
Após a publicação do artigo de Wieser, a Lei de Wieser, como ficou conhecido seu
pensamento, não tardou a ser reconhecida e batizada com o termo “custos de
oportunidade”. Em 1894, pela primeira vez, o assunto foi publicado em um artigo, com o
título de “Pain-Cost and Opportunity Cost”, de autoria de David I. Green.
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“[...] o que é comumente existente no termo “custo” não é a dor da fadiga por parte
do trabalhador e da espera pelo consumo por parte do capitalista, mas o custo consiste
na maior parte por sacrifícios de oportunidades. [...] ao dedicarmos nossos esforços a
qualquer tarefa, necessariamente abandonamos a oportunidade de fazer outras coisas
que poderiam nos permitir algum retorno, e é por esse sacrifício, em geral, que insistimos
em ser pagos, em vez de por qualquer dor que possa estar envolvida no trabalho
realizado”.
O assunto custos de oportunidade foi também abordado em 1910, por Philip Henry
Wicksteed, na obra “The Commom Sense of Political Economy”. Assim como Green,
Wicksteed refutou a ideia de que o conceito de custos de oportunidade pudesse interferir
no custo efetivo de uma produção realizada; o conceito entra na decisão da alocação do
recurso, mas não no valor do produto. O autor, porém, revela a importância de sua
utilização como uma ferramenta de decisão. Ele fez a seguinte referência:
“[...] em nenhum caso os custos de produção podem ter influência direta sobre o
preço de uma mercadoria se esta já foi produzida e o custo já incorreu; mas, nos casos
onde os custos de produção ainda não incorreram, o fabricante faz uma estimativa das
alternativas ainda abertas antes de determinar se, e em quais quantidades, a mercadoria
será produzida [...]”.
Nessa passagem, o autor associa de forma clara, como Wieser antes o fizera, o
conceito de custos de oportunidade a decisões de escolha entre várias alternativas.
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É fato que com o natural desenvolvimento dos negócios, organizações que ora
apresentavam-se como pequenas passam a crescer e reunir níveis de complexidade
maiores. Nesses estágios de transformação são normalmente encontrados os maiores
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1) Resultado Desejado
2) Remuneração do Capital Operacional Investido
3) Despesas Departamentais (Gerais)
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Assumindo agora que já se tivesse obtido o equilíbrio entre essas duas variáveis
(contribuições previstas target e compound), ainda assim, poderíamos constatar uma
situação onde existisse um desequilíbrio entre a contribuição prevista e desejada. No
exemplo numérico acima, supondo ter se estabilizado o plano com contribuição prevista
de $ 80.000 (após uma série de ajustes nos planos, novas simulações etc.) poderíamos
ter uma contribuição desejada no valor de $ 90.000. Para que esse desequilíbrio seja
solucionado, ações devem ser tomadas sobre aspectos ‘estruturais’ da empresa, por
exemplo: a) eficiência (formas de produção dos bens/serviços e/ou tecnologia
incompatíveis com a concorrência ou mesmo com o mercado); b) produtividade não
adequada aos volumes de mercado e também aos recursos produtivos; c) ociosidade
(dimensionamento distorcido, incorreto dos recursos produtivos); d) qualidade (acima ou
abaixo das expectativas dos clientes); e) escala incompatível com a concorrência e/ou
mercado; f) competência em descompasso com o setor, ramo de atuação; etc. Com a
ação gerencial sobre esses aspectos estruturais, seguramente o Planejamento de
Resultados se tornará equilibrado, em um nível aceitável. A seguir, reproduzimos na
figura 05 um conjunto numérico que representa um exemplo de aplicação do modelo de
mensuração de Planejamento de Resultados, aplicado a uma empresa com quatro
segmentos de gestão (e análise) distintos.
(valores em $) CR CR CR CR Empresa
Produtos Clientes Mercados Regiões
Receitas 0 0 0 20.000 20.000
Deduções/Acrés 0 0 0 -2.000 -2.000
cimos
Rec./Custo 0 0 15.000 -15.000 0
Mercado
Rec./Custo 0 11.000 -11.000 0 0
Clientes
Rec./Custo 7.500 -7.500 0 0 0
Produtos
Custo Produtos -5.000 0 0 0 -5.000
Custo -400 0 0 -1.500 -1.900
Financeiros
=Margem 2.100 3.500 4.000 1.500 11.100
Contribuição
Custos -900 -2.800 -2.300 -1.400 -7.400
Identificados
=Contribuição 1.200 700 1.700 100 3.700
A J U S T E S ---> -300
=Contribuição Desejada 4.000
Despesas Departamentais (gerais) -2.700
=Resultado Antes da Remuneração do Capital 1.300
Remuneração do Capital Investido -700
=RESULTADO 600
Figura 8: Análise Numérica Combinada do Modelo de Planejamento de Lucro
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Sob a ótica do usuário interno, porém, para quem o recurso informação é utilizado
para otimizar resultados e assegurar que decisões sejam tomadas de forma
consistente e com base em informações atuais, a contabilidade tradicional tem os seus
limites. O banco de dados contábil, regularmente usado como ponto de referência para
a obtenção das informações, é composto, normalmente, por registros de valores
históricos, cuja utilidade informativa é limitada, por refletir dados passados que não
capturam as alterações subsequentes ocorridas no meio ambiente. Além disso,
critérios de cálculo de depreciação e métodos de alocação de custos fixos via rateio,
entre outros, limitam ainda mais o papel da contabilidade de mensurar, com fidelidade,
os resultados dos eventos e transações econômicas e financeiras ocorridos, e de servir
de base para o processo decisório.
Suponha-se que, numa organização, a missão de uma área de atividade “A” seja
suprir a atividade “B” com peças que são utilizadas na produção de um determinado
produto, e que o gestor da atividade “A” não aplique o conceito de custos de
oportunidade, na forma como já foi discutido nesse manual. Para fornecer um conjunto
de peças necessárias para que “B” produza uma unidade, a atividade “A” incorre em
custos de $ 500,00 de matérias primas e $ 200,00 de mão de obra. O gestor da
atividade “A”, sabendo que a atividade “B” venderá seu produto por $ 1.150 e que
incorrerá em custos de apenas $ 100, “negocia” um preço de transferência do conjunto
de peças para a “área-cliente”, pelo valor de $ 875, argumentando que precisa cobrir
seus custos. Se “B” aceitasse, teríamos o seguinte demonstrativo de resultados:
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DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
atividade “A” atividade “B” empresa
Receita 650 1.150 1.150
Matérias primas (500) (650) (500)
Outros custos (200) (100) (300)
Margem (50) 400 350
operacional
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MANUAL DE TÉCNICAS E PRÁTICAS PARA A GESTÃO ECONÔMICA DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
que, em cada situação de decisão na vida prática empresarial, devem ser analisadas
e consideradas.
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MANUAL DE TÉCNICAS E PRÁTICAS PARA A GESTÃO ECONÔMICA DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Tabela III ⎯ Índices de variação da moeda (Pta$ x Tal$)
DATA ÍNDICE (*) DATA ÍNDICE (*)
01/05 1,00000 15/07 1,26906
16/05 1,04881 30/07 1,33100
20/05 1,06560 14/08 1,39154
31/05 1,10000 31/08 1,46410
15/06 1,15369 14/09 1,53069
30/06 1,21000 30/09 1,61051
(*) pro rata dia (mês de 30 dias)
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MANUAL DE TÉCNICAS E PRÁTICAS PARA A GESTÃO ECONÔMICA DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Valor presente dos serviços futuros do equipamento
Valor dos Fator de Valor presente em
Data Fórmulas
serviços desconto 01.05
16.05 100.000 1,1^(15/30) 1,048809 95.346
15.06 100.000 1,1^(45/30) 1,153690 86.678
15.07 100.000 1,1^(75/30) 1,269059 78.799
14.08 100.000 1,1^(105/30) 1,395965 71.635
14.09 100.000 1,1^(136/30) 1,540447 64.916
Residual 24.000 1,1^(136/30) 1,540447 15.580
Total 412.954
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MANUAL DE TÉCNICAS E PRÁTICAS PARA A GESTÃO ECONÔMICA DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
A decisão pela aquisição do equipamento é tomada na atividade de produção,
logo, o ganho ou a perda decorrente deve ser refletido no resultado dessa atividade:
Demonstração do resultado econômico decorrente da compra do equipamento
ÁREA: PRODUÇÃO Valores em Tal$
Valor presente dos serviços futuros do Equipamento 412.954
Valor presente da provisão para manutenção (266.106)
Custo de aquisição do equipamento (80.000)
Resultado econômico na compra do equipamento 66.849
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MANUAL DE TÉCNICAS E PRÁTICAS PARA A GESTÃO ECONÔMICA DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
BALANÇO PATRIMONIAL - em 01/05 - após compra de matéria prima
ATIVO PASSIVO
Anterior Atual Anterior Atual
Corrente Corrente
Caixa
920.000 920.000 Fornecedores 265.965
Matéria prima Juros diferidos
240.000 (36.214)
Fixo Patrimônio
líquido
Capital 1.000.000 1.000.000
Equipamentos 412.954
Prov. p/ (266.105) Lucros
manutenção. acumulados. 66.849 77.098
Total 1.066.849 1.306.849 Total 1.066.849 1.306.849
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MANUAL DE TÉCNICAS E PRÁTICAS PARA A GESTÃO ECONÔMICA DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Conceitos aplicados à demonstração de resultado, após a compra da matéria prima:
1) Receita Operacional de Compras ⎯ corresponde à quantidade comprada e
transferida para a área de estocagem, valorizada pelo menor preço de mercado na
condição à vista;
2) Custo Operacional de Compras ⎯ representa a quantidade comprada e
transferida para estoque, valorizada pelo preço de compra à vista, independente de
o material ter sido comprado na condição à prazo;
3) Margem Operacional de Compras ⎯ diz respeito à diferença entre receita e custo
operacionais;
4) Receita Financeira de Compras ⎯ significa o ganho que a área gerou para a
empresa por decidir comprar à prazo ao invés de à vista;
5) Custo Financeiro de Compras ⎯ corresponde à diferença entre o valor da compra
na condição de pagamento realizada e o valor na condição à vista, específico para
aquela compra;
6) Margem de Contribuição Financeira ⎯ representa a contribuição financeira líquida
gerada pela atividade, para a empresa.
ATIVO PASSIVO
Anterior Atual Anterior Atual
Corrente Corrente
Caixa
920.000 877.185 Fornecedores 265.965 265.965
Matéria prima Juros diferidos
240.000 251.714 (36.214) (30.540)
Imobilizado Patrimônio
Líquido
Capital 1.000.000 1.000.000
Equipamentos 412.954 433.110
Prov. p/ (266.105) (272.676)
depreciação Remuneração 26.599
capital
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MANUAL DE TÉCNICAS E PRÁTICAS PARA A GESTÃO ECONÔMICA DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Lucros
acumulados. 77.098 27.309
Total 1.306.849 1.289.333 Total 1.306.849 1.289.333
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MANUAL DE TÉCNICAS E PRÁTICAS PARA A GESTÃO ECONÔMICA DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
mercado, por representar a melhor opção de captação de recursos para a área
envolvida, caso necessitasse realmente obtê-los diretamente do mercado financeiro.
Note-se, também, que o modelo contempla os juros sobre o capital próprio, que
representa a remuneração mínima exigida pelos acionistas para seu capital,
calculados sobre o valor do patrimônio líquido anterior, sendo esse custo ônus da
atividade finanças.
A utilização do conceito de juros sobre o capital próprio não é, como em
outros modelos, um substituto do conceito de custos de oportunidade. Trata-se,
efetivamente, de juros sobre o capital próprio, ou seja, os gestores consomem
recursos financeiros e devem ser avaliados pelo custo que eles representam para a
empresa. Na realidade, o modelo trata de forma independente e concomitante
ambos os conceitos.
5º Evento: em 16/05, a empresa tomou um empréstimo de Pta$ 250.000 para
pagamento, em 30/07 do mesmo ano, com juros de 10% a.m. vencíveis no fim de
cada mês. O registro do empréstimo é demonstrado a seguir:
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MANUAL DE TÉCNICAS E PRÁTICAS PARA A GESTÃO ECONÔMICA DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Matéria prima 251.714 251.714 Juros diferidos (30.540) (30.540)
Empréstimos 238.365 238.365
Fixo Patrimônio
líquido
433.110 433.110 Capital 1.000.000 1.000.000
Equipamentos
Prov. P/ (272.676) (212.676) Remuneração 26.599 26.599
depreciação capital
Lucros 27.309 27.309
acumulados
Total 1.527.698 1.527.698 Total 1.527.698 1.527.698
Fixo Patrimônio
líquido
433.110 333.110 Capital 1.000.000 1.000.000
Equipamentos
Prov. p// (212.676) (212.676) Remuneração 26.599 26.599
depreciação capital
Lucros 27.309 581.383
acumulados
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MANUAL DE TÉCNICAS E PRÁTICAS PARA A GESTÃO ECONÔMICA DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
ÁREA: PRODUÇÃO Valores em Tal$
Receita operacional da produção
(10.000u x (120,00-(120,00*0,20))/1,04881 = 915.323
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MANUAL DE TÉCNICAS E PRÁTICAS PARA A GESTÃO ECONÔMICA DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Corrente Corrente
Caixa 1.004.063 62.929 Fornecedores 265.965 265.965
Matéria prima 41.952 41.952 Juros (30.540) (30.540)
diferidos
Produtos 915.323 915.323 Empréstimos 238.365 238.365
acabados
Despesas 941.134
diferidas
Fixo Patrimônio
líquido
Equipamentos 333.110 333.110 Capital 1.000.000 1000.000
Prov. p/ (212.676) (212.676) Remuneração 26.599 26.599
depreciação capital
Lucros 581.383 581.383
acumuladas.
Total 2.081.772 2.081.772 Total 2.081.772 2.081.772
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MANUAL DE TÉCNICAS E PRÁTICAS PARA A GESTÃO ECONÔMICA DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
depreciação capital
Lucros 581.383 818.151
acumulados.
Total 2.081.772 2.318.540 Total 2.081.772 2.318.540
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MANUAL DE TÉCNICAS E PRÁTICAS PARA A GESTÃO ECONÔMICA DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
No entendimento de Catelli, os bons e maus negócios decorrentes das
decisões dos gestores devem ser refletidos nos resultados das áreas sob suas
responsabilidades, tal como ocorre quando as decisões tomadas provocam perdas
para a empresa.
10º Evento: no final do período, 31/05, novamente são reconhecidos os efeitos
do tempo sobre o dinheiro, e o balanço da empresa e a demonstração dos
resultados das atividades apresentam as seguintes configurações:
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MANUAL DE TÉCNICAS E PRÁTICAS PARA A GESTÃO ECONÔMICA DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Custos
Perda no caixa (2.929)
Juros sobre contas a pagar (5.814)
Juros sobre empréstimos (11.634)
Juros sobre o capital próprio (45.556)
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO FINANCEIRA 49.289
Na demonstração de resultado da atividade finanças, após o evento temporal
de 31/05, foram aplicados os mesmos conceitos utilizados para o 4º evento, em
15/05.
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MANUAL DE TÉCNICAS E PRÁTICAS PARA A GESTÃO ECONÔMICA DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
acabados
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MANUAL DE TÉCNICAS E PRÁTICAS PARA A GESTÃO ECONÔMICA DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
acumulados
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MANUAL DE TÉCNICAS E PRÁTICAS PARA A GESTÃO ECONÔMICA DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Custos (228.000) (361.249) (732.258) (141.021) (1.452.528)
operacionais
MARGENS
OPERACIONAIS 12.000 554.074 183.065 (499) 748.640
Rec. Financeiras 36.214 257.198 293.412
(37.965) (203.495) (241.460)
MARGS.
FINANCEIRAS (1.751) 53.703 51.952
Rec. Estocagens
Matérias primas 15.216 6.026 21.242
Rec. Estocagens
Prods. Acabados (13.762) (54.871) (68.633)
MARGS.COM
ESTOCAGENS 1.454 (48.845) (47.391)
Rec. 412.954 412.954
Equipamento
Custo de
aquisição (80.000) (80.000)
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MANUAL DE TÉCNICAS E PRÁTICAS PARA A GESTÃO ECONÔMICA DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Adicionalmente, a adoção dos conceitos de custos de oportunidade e juros
sobre o capital próprio concilia a posição da Contabilidade Tradicional com a da
Economia, no que se refere ao lucro econômico, uma vez que este é o resultado das
receitas deduzidas de todos os custos necessários a sua obtenção. Ambos os
conceitos representam custos implícitos efetivos não considerados pela
Contabilidade Tradicional.
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MANUAL DE TÉCNICAS E PRÁTICAS PARA A GESTÃO ECONÔMICA DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
BIBLIOGRAFIA
KATZ, D.; KAHN, R. L.. Psicologia social das organizações. São Paulo: Atlas,
1974.