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ESTRADAS
Conceitos Importantes
Júlio Pacheco Monteiro Neto
Unioeste
Apostila de Rodovias 1
2. CONCEITOS IMPORTANTES
Tanto nas rodovias quanto nas ferrovias, até determinado raio, as curvas circulares
devem ser precedidas e sucedidas por curvas de transição. Que são curvas não
circulares, mas sim curvas espirais, geralmente clotóides, para as rodovias. A razão
disto é que se o usuário vier numa tangente ao entrar imediatamente numa curva
fechada, sai de uma curva de raio infinito (reta) para uma curva de raio finito e de
valor pequeno, o que faz com que sua energia centrífuga seja grande e vai forçá-lo
para fora da pista. A clotóide permite ao veículo ir diminuindo o raio, ou seja,
variando a energia centrífuga, com um movimento de rotação do volante sempre
gradativo e constante.
Disto pode-se deduzir que a caracterização de uma via pode ser feita de acordo
com:
O raio mínimo das curvas horizontais;
Limite de obrigatoriedade de uso da curva de transição;
Tangente mínima entre curvas sucessivas de mesmo sentido;
Tangente mínima entre curvas sucessivas de sentidos opostos.
ES : Especificação de Serviços
IE : Instrução de Ensaios
IS : Instruções de Serviço
ME : Método de Ensaio
NA : Normas Administrativas
PAD : Padronização
PRO : Procedimentos
TER : Terminologias
CAPA DA PISTA
CAPA DO
ACOSTAMENTO
TALUDE DE
BASE
CORTE
SUB-BASE
REGULARIZAÇÃO
TALUDE
DE
ATERRO
REFORÇO
SARJETA DO SUB-LEITO
SUB-LEITO
Figura 2.1 - Seção transversal de uma rodovia com pavimento betuminoso e seus
principais componentes
Onde:
Capa ou revestimento é a camada superior sendo desejável que seja tão
impermeável quanto possível e, no caso de pavimentos flexíveis, construída
com material asfáltico, executada para resistir as intempéries, ao atrito dos
pneus, distribuir a carga à base, dando segurança e comodidade aos
usuários;
Pavimento é toda a estrutura superior ao subleito e deve ser dimensionada
para resistir aos esforços verticais distribuindo-os ao subleito, melhorar as
condições de conforto e segurança, resistir ao desgaste causado pelo tráfego;
Subleito é o terreno local utilizado como fundação do pavimento;
Leito é a superfície resultante da terraplenagem ou das obras de arte e já
conformada tanto em greide quanto em perfil;
Apostila de Rodovias 3
2.4 Estaqueamento
Quando da materialização do eixo da estrada sobre o terreno, utilizam-se marcações
distanciadas usualmente de 20 em 20 metros. A estes pontos denominamos
estacas, que se dividem ainda em metros e seus submúltiplos. A medida é efetuada
sempre na horizontal, não acompanhando os possíveis desníveis do terreno.
11
23+1.50=25 27 28 29 30 31
12 26
14 32
13 15 16 22 23 25
17 18 19 20 21 24
33
14 34
15 23
35
22
16 21
17 18 19 20
b) No caso anterior, se existir uma igualdade assim: estaca 23 + 1,50 = estaca 25.
Qual a distância do 0=PP até a estaca 530?
Solução: Calcula-se a distância entre o 0=PP até a estaca 530 e subtrai-se a
diferença devido à igualdade. Assim:
23 X 20 = 460 m
460 + 1,50 = 461,50 m
25 X 20 = 500 m Cálculos referentes à igualdade
500 – 461,50 = 38,50 m
A partir da curva desta distribuição de frequência acumulada, que foi obtida com
base em velocidades instantâneas medidas em determinados pontos da via, se pode
determinar as velocidades típicas e que são utilizadas nos estudos e projetos,
conforme indicado na Quadro 2.1 adiante apresentada.
Apostila de Rodovias 6
Deve-se sempre projetar as estradas de forma que os usuários possam manter uma
velocidade média homogênea na maior extensão possível, mesmo que para isso,
em lugares críticos, sejam necessários investimentos mais altos na construção.
Essa política faz-se necessária visto que os motoristas se “acostumam” com um
modo de dirigir e ao encontrarem um ponto com características inferiores, àquela
que se adaptaram, eles tendem a manter a mesma forma de dirigir. Isso acontece
mesmo que as curvas estejam dentro das regras de raio mínimo para determinada
velocidade.
Um dos motivos pelos quais as velocidades de projeto nem sempre podem ser as
mais elevadas, como seria desejável, é que na medida em que a adoção de uma
velocidade de projeto implica em um nível de exigência para a geometria, a seleção
deste parâmetro, associado ao tipo de relevo, reflete também nos custos de
implantação da obra. Outro aspecto muito importante na seleção da velocidade a
classe funcional das vias. De forma geral, quando a função principal de uma via é
priorizar o deslocamento, é desejável adotar velocidades de projeto elevadas, e
inversamente, quando a função principal é a acessibilidade, é recomendável
velocidades menores.
Já o DNIT(2010), considera que o projeto geométrico de uma rodovia, deve prever uma
velocidade de projeto constante, mas que, se mudanças das condições locais assim exigirem a
mudança da velocidade em determinados locais, deve ser feita considerando o impacto direto
na segurança que implica.
Nos casos de rodovias com elevados padrões geométricos, portanto projetadas para
velocidades elevadas, em geral superiores a 100 km/h, a V 85 decresce muito pouco
para raios de curva horizontal próximos do raio mínimo, pois as velocidades
praticadas pelos motoristas estão mais vinculadas ao limite legal do que às
características geométricas da via. Isto pode permitir que para rodovias de alto
padrão, a V85 seja fixada com um acréscimo à velocidade de projeto ou a velocidade
máxima permitida.
O Quadro 2.3, a seguir, apresenta características dos veículos de projeto que vão
influenciar no projeto geométrico das vias.
Esta escolha implica em que estes outros veículos com características mais
desfavoráveis, mesmo que em percentagem muito pequena, poderão circular em
alguns locais específicos sob condições operacionais não adequadas, sem, no
entanto, comprometer o padrão mínimo de dirigibilidade e tão pouco causar
situações excessivamente inconvenientes ao tráfego geral. Este é o caso, por
exemplo, de longos e acentuados aclives, onde os veículos mais pesados tem sua
marcha reduzida, mas não param. A porcentagem dos veículos remanescentes com
características mais desfavoráveis deve ser a mínima possível, de forma a
atrapalhar o mínimo possível o tráfego da maioria.
Figura 2.5 - gabaritos mínimos de giro Figura 2.6 - gabaritos mínimos de giro
para veículos leves. para caminhões biarticulados.
Os raios mínimos das trajetórias indicados nos gabaritos são adequados para
manobras realizadas a velocidades inferiores a 15 km/h, sendo que, para
velocidades maiores, os raios das trajetórias deverão ser maiores.
Os gabaritos assumem que o pneu dianteiro externo tem uma trajetória circular
associada ao mínimo raio da trajetória percorrida pelo ponto médio do eixo dianteiro
do veículo em função da ação do motorista girando o volante do veículo e que
limites mínimos dos gabaritos de giro para cada veículo de projeto são estabelecidos
pelo percurso externo do balanço dianteiro do veículo e pela trajetória do pneu
traseiro que percorre o lado interno da curva.
2.6 Geometria
As rodovias são projetadas para atenderem às necessidades de veículos individuais,
com liberdade sobre a pista de rolamento, com capacidade de ultrapassarem uns
aos outros, capacidade de aceleração e frenagem rápidas, motores com reserva de
potência e sempre estão contidas num mesmo segmento de rampa ou curva. Isto
Apostila de Rodovias 13
tudo trás exigências peculiares às vias rodoviárias que devem permitir e atender a
estas exigências.
1
Chamamos de greide colado ao greide cujas cotas estão muito próximas às cotas do terreno natural.
Apostila de Rodovias 14
Caso se opte por utilizar faixas de larguras distintas na mesma seção transversal,
deve-se definir a faixa da direita com maior largura, pois é nela que os veículos
comerciais mais pesados devem transitar. Isto ajuda também que os motoristas
mantenham maior distância da borda da pista e dos dispositivos de drenagem,
barreiras ou guias, por exemplo.
* - Preferivelmente 3,50 m, quando prevista elevada participação de veículos comerciais no fluxo de tráfego.
Fonte: Manual de Projeto Geométrico de Rodovias Rurais (1)
2.6.4 Acostamentos
O acostamento pode ser definido como sendo o segmento adjacente à faixa de
rolamento e é destinado a abrigar veículos parados em situações de emergência,
assim como servir como eventual área de escape em situação de perigo eminente.
Também é uma estrutura de contenção das camadas integrantes do pavimento da
pista de rolamento, devendo apresentar estabilidade estrutural adequada para
suportar o eventual tráfego de veículos.
* Preferencialmente 3,50 m onde for previsto volume horário unidirecional de caminhões superior a 250
veículos.
Fonte: Manual de Projeto Geométrico de Rodovias Rurais(1)
O Quadro 2.8 indica as larguras dos acostamentos internos para pistas de rodovias
de classes 0 e IA em função do relevo da região atravessada.
** - Quando julgado necessário acostamento; caso contrário é possível adotar o valor referente à pista de duas
faixas.
Fonte: Manual de Projeto Geométrico de Rodovias Rurais(1)
O Quadro 2.9 apresenta os valores para a largura do canteiro central, de acordo com
o Manual de Projeto Geométrico de Rodovias Rurais do DNIT.
A superfície dos canteiros centrais deve ser revestida com grama e rebaixada em
relação ao nível da pista recebendo a drenagem necessária, mas não deve ser um
obstáculo para veículos desgovernados. De maneira a dispensar o emprego de
barreiras e defensas metálicas, os taludes do canteiro central devem ter valores
entre 1:10 e 1:6, excepcionalmente, 1:4,
2.6.6 Taludes
Talude é inclinação da superfície exposta de um corte ou aterro, em relação à
horizontal, existente para minimizar o perigo de escorregamento. Embora haja até
um tabelamento para ser utilizado como parâmetro, conforme cada classe de
rodovias deve ser feito um estudo de estabilidade para cada ocorrência. Na prática
são muito utilizados taludes de 1/1 (uma unidade na horizontal, para uma unidade na
Apostila de Rodovias 18
vertical) para os cortes em solo, 1/1,5 para os aterros e diversos valores para rocha ,
até mesmo taludes verticais.
Nomenclatura: BR-0XX
Primeiro Algarismo: 0 (zero)
Algarismos Restantes: A numeração dessas rodovias
pode variar de 05 a 95, segundo a razão numérica 05
e no sentido horário. Exemplo: BR-040
Nomenclatura: BR-1XX
Primeiro Algarismo: 1 (um)
Algarismos Restantes: A numeração varia de 00, no
extremo leste do País, a 50, na Capital, e de 50 a 99,
no extremo oeste. O número de uma rodovia
longitudinal é obtido por interpolação entre 00 e 50, se
a rodovia estiver a leste de Brasília, e entre 50 e 99, se
estiver a oeste, em função da distância da rodovia ao
meridiano da Capital Federal. Exemplos: BR-101, BR-
153, BR-174.
Apostila de Rodovias 20
Nomenclatura: BR-2XX
Primeiro Algarismo: 2 (dois)
Algarismos Restantes: A numeração varia de 00, no
extremo norte do país, a 50, na Capital Federal, e de
50 a 99 no extremo sul. O número de uma rodovia
transversal é obtido por interpolação, entre 00 e 50, se
a rodovia estiver ao norte da Capital, e entre 50 e 99,
se estiver ao sul, em função da distância da rodovia ao
paralelo de Brasília. Exemplos: BR-230, BR-262, BR-
290.
Nomenclatura: BR-3XX
Primeiro Algarismo: 3 (três)
Algarismos Restantes: A numeração dessas rodovias
obedece ao critério especificado abaixo:
• Diagonais orientadas na direção geral NO-SE:
A numeração varia, segundo números pares,
de 00, no extremo Nordeste do país, a 50, em
Brasília, e de 50 a 98, no extremo Sudoeste.
Obtém-se o número da rodovia mediante
interpolação entre os limites consignados, em função da distância da
rodovia a uma linha com a direção Noroeste-Sudeste, passando pela
Capital Federal. Exemplos: BR-304, BR-324, BR-364.
2
Ver Capítulo 4 – Projetos Rodoviários
3
Volumes bidirecionais referindo-se a veículos mistos previstos no 10º ano após a abertura da rodovia ao
tráfego.
4
Ver o item Níveis de serviço
5
Volumes previstos no ano de abertura da rodovia ao tráfego
Apostila de Rodovias 28
Isto é ainda mais relevante para países com elevado potencial agrícola como o
Brasil, onde o setor de transportes adquire ainda mais importância, uma vez que a
capacidade de mobilidade de pessoas e cargas altera profundamente aspectos dos
quais dependem a competitividade das empresas e as vantagens comparativas
regionais.
Apostila de Rodovias 29
Tendo em vista a importância dos transportes para a economia como um todo bem
como a necessidade de investimentos nesse setor e a limitação dos recursos
disponíveis, a avaliação econômica de projetos em transportes ganha importância na
medida em que define, a partir dos pontos de vista da sociedade e do governo, quais
os projetos que devem ser implantados e quando isso deve ocorrer.
O custo de uma rodovia é composto, pelo menos, pelos custos dos projetos,
construção, conservação e operação. Cada um destes custos pode ser subdivido em
diversos subgrupos. Alguns são pagos pelo governo, normalmente os de projeto,
construção e conservação da via, assim como parte dos custos da operação
(policiamento, apoio, etc.). Outros custos são bancados pelos usuários, como a
operação de seus veículos (combustível, lubrificação, pneus, etc..).
O Banco Mundial identificou que, para rodovias com ótima manutenção, a relação
entre os custos dos veículos, a serem absorvidos pelos usuários, e os custos a
serem cobertos pelos órgãos rodoviários podem ser representados conforme Figura
2.14, a seguir:
Países menores possuem muito mais estradas do que o Brasil; o minúsculo Japão
tem 790 mil quilômetros de rodovias pavimentadas; a França, 750 mil; a Alemanha,
500 mil; a Inglaterra e a Itália, 300 mil (Pastore,1998).
Hoje, a propriedade de uma rodovia pode ser pública, privada ou mista, existindo
ainda uma separação entre os conceitos de propriedade e operação. Surgiu a ideia
da concessão ao setor privado para a construção, operação e manutenção da
infraestrutura sob contrato, como acontece nos contratos do tipo CREMA –
Contratos de Restauração e Manutenção.
Apostila de Rodovias 32
Existem várias metodologias, mas as mais utilizadas para cálculo dos custos
operacionais dos veículos são as apresentadas no Manual de Custos de Operação
do DNIT e o HDM do Highway Development and Management System, que é uma
Apostila de Rodovias 33
Com base nas características técnicas dos trechos analisados, além das condições
do tráfego, dos pavimentos, da frota circulante, são calculados diversos custos, entre
eles, os operacionais dos veículos. Este software permite simular situações de
diferentes alternativas de construção e conservação, incluindo diferentes estratégias
de intervenções ao longo do tempo, otimizando a distribuição da aplicação de
recursos, com objetivo de auxiliar os tomadores de decisão.
♦ Outros
Como consequência de bons investimentos em infraestrutura, podemos enunciar a
redução de tempo de viagem e a diminuição do número de acidentes que variam de
acordo o tipo de veículo e com o VDM, a geometria e condições da rodovia e as
velocidades. Bons investimentos minimizam ainda os passivos ambientais, tais como
o custo social dos acidentes, perda de locais para praças e recreações, aumento de
ruído pelo tráfego, crescimento da poluição visual e do ar, perda de construções
patrimoniadas e de locais ecologicamente preservados, impacto sobre os pedestres
e ciclistas, alterações no clima e impactos associados à construção.
Não existe uma medida clara do que compõe o Custo Brasil, mas percebemos esse
“custo” nas dificuldades enfrentadas pelas empresas com relação aos altos impostos
e taxas, sistemas trabalhista, previdenciário e fiscal complexos e pesados,
infraestrutura deficiente (por exemplo: rodovias, portos), corrupção e impunidade em
diversos setores da sociedade, déficit público, taxa de juros elevada, dentre outros.
Embora alguns estudos apontem ainda o preço da mão de obra ou das contribuições
sociais como fatores importantes, o Banco Mundial concluiu que uma eventual
redução dos Encargos Sociais refletiria numa redução de apenas 2 a 5% no custo
total das empresas e teria consequências significativas para a política fiscal do
governo.
Como exemplo, podemos considerar que a carga tributária que incide sobre a
economia brasileira é uma das mais altas do mundo, aproximadamente 40% do PIB
(Produto Interno Bruto).
Em 2010, o Brasil gastou R$ 391 bilhões com logística, 10,6% do Produto Interno
Bruto (PIB) do país, enquanto que os Estados Unidos, que, no mesmo período,
Apostila de Rodovias 35
gastaram 7,7% do seu PIB. Para as empresas, o custo com logística representa
8,5% da receita líquida. Os gastos com transporte doméstico são os mais
significativos, somando R$ 232 bilhões, o equivalente a 6,3% do PIB
Para que exista real competição entre as empresas licitantes, a fim de que a compra
obtenha as condições mais vantajosas para a sociedade, cada participante do
processo licitatório deve comprovar o cumprimento de requisitos mínimos de
qualificação exigidos no edital de licitação. Ao poder público, cabe a escolha da
melhor proposta, a fiscalização dos bens ou serviços entregues, assim como sua
correta utilização em favor da população.
Por lei, no Brasil, os órgãos públicos, necessitam licitar as obras rodoviárias, quando
não as executa por administração direta (diretamente com seu pessoal e
equipamento).
Por força de lei também, é necessário que o órgão público licitante apresente um
orçamento detalhado em planilhas que expressem os custos unitários de todos os
serviços que compõem a obra, o que normalmente é feito por um setor próprio, de
forma analítica, considerando as técnicas referentes a custos rodoviários. A decisão
de contratar ou executar, diretamente, o serviço de construção de rodovias é do
gestor público. Em rodovias com maior volume de tráfego, e normalmente maior
qualidade técnica da obra, o órgão rodoviário tem maiores gastos, apesar do custo
total do sistema diminuir.
A Administração Pública é obrigada a fazer licitação, mas pode ser aberta exceções,
desde que se tenha justificativa suficiente. Isto pode acontecer nos seguintes casos:
♦ Compras com valor de até R$ 8.000,00 (ou R$ 15.000,00 para obras e
serviços de engenharia);
♦ Em caso de guerra;
♦ Em caso de emergência ou calamidade pública;
♦ Contratação de empresa para desenvolvimento institucional dos órgãos;
♦ Restauração de obras de arte e objetos históricos;
♦ Contratação de associações sem fins lucrativos.
A Constituição Federal determina que as licitações devam ser efetuadas com base
na legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a publicidade e a eficiência, a fim de
Apostila de Rodovias 37
As obras rodoviárias podem ser executadas diretamente pelo órgão ou, por
empresas contratadas através de um processo licitatório. De acordo com a
legislação em vigor, existem diversos modalidades de licitação, sendo que sua
definição depende do valor orçado para a obra. Para a maioria, o preço oficial é o
valor máximo aceitável na licitação, mas alguns tipos de obras, o orçamento
elaborado pelo órgão é somente o preço referencial.
O processo licitatório é composto pelas seguintes fases, todas elas com objeto
próprio apresentando-se em uma ordem cronológica que não pode ser alterada.
♦ Edital e convite - chama-se edital o documento através do qual se estabelece
todas as condições da licitação que será realizada e divulga todas as
características do bem ou serviço que será adquirido. Na modalidade convite
o edital será substituído pela carta-convite (ou simplesmente convite), que é
um oferecimento para que determinada empresa do setor pertinente,
cadastrada ou não junto à administração pública, ofereça lances na licitação.
Neste caso da modalidade convite, um licitante pode se convidar, solicitando
à administração pública que participe do certame.
♦ Habilitação – é quando se verificam as condições dos licitantes como, por
exemplo: Financeiras, Fiscal, Trabalhistas, Técnicas;
♦ Julgamento e classificação - O julgamento é a fase que se verifica se o
produto ou serviço oferecido pelos licitantes está de acordo com o que está
indicado no edital. Feito isso, faz-se uma classificação colocando as melhores
condições em primeiro.
♦ Homologação - Na homologação é verificado se o processo licitatório ocorreu
de acordo com todas as regras legais e com o edital. Caso tudo esteja certo é
aprovado o processo.
♦ Adjudicação - Nesta fase é entregue o objeto da licitação ao vencedor.
Deve estar sempre bem clara a definição da forma de medir e de pagar os serviços,
não ficando dúvidas se determinado serviço será medido na jazida ou na pista,
espalhado ou já compactado. Nunca esquecer do empolamento e da redução do
material.
Uma consideração importante com relação aos custos de obras rodoviárias é que os
materiais utilizados não estão disponíveis próximos ou no local de aplicação,
obrigando que, para elaboração do orçamento, os dados de Projeto devem indicar
as Distâncias Médias de Transportes - DMT - dos materiais que constem nos
serviços, desde sua origem, até seu destino. Com relação ao trajeto percorrido
considera-se se o trecho é em caminho de serviço (dentro da obra), revestido ou
pavimentado.
Custos Indiretos ou Fixos são os custos que a empresa irá incorrer, independente do
nível de produção obtido, e não serão modificados em curto prazo; devem ser pagos
mesmo que não haja produção, sendo indiretamente envolvidos na produção. São
alocados ao objeto de custo por meio de rateio, logo, não oferecem condição de
medida objetiva e qualquer tentativa de alocação tem de ser feita de maneira
estimada e, algumas vezes, arbitrária. São exemplos de custos indiretos a
depreciação, a manutenção, o seguro, os engenheiros, o pessoal administrativo, os
aluguéis e custos de manutenção das instalações, impostos e os custos de serviços
públicos como água, luz e telefone. São também conhecidos como Custos
administrativos. O rateio dos custos indiretos pode ocorrer em dois níveis:
♦ O primeiro nível, visando definir qual fração dos custos indiretos será
absorvido por cada contrato componente da carteira de serviços da empresa.
♦ O segundo nível, relativo a rateio intracontrato, visa definir o valor dos custos
indiretos atribuídos a um contrato que será alocado a cada serviço que o
compõe.
Muito embora, em um horizonte de curto prazo, a maioria dos custos possa ser
considerada fixa, pois, em curto prazo, uma empresa é obrigada a receber e pagar
pela entrega de matérias-primas e não pode dispensar temporariamente seus
trabalhadores, mas considerando um prazo mais longo, a maioria dos custos é
variável, pois a empresa pode reduzir sua força de trabalho, comprar menos
matérias-primas e, talvez, até vender parte de seu capital.
Custo e preço são coisas distintas, sendo que o custo pode ser definido como o
valor pago pelos bens e serviços necessários para produzir um determinado produto,
enquanto que preço é o valor ou a quantidade de moeda pela qual se pode trocar o
Apostila de Rodovias 41
Fonte: DER/PR
(A) Equipamentos
Para cálculo da primeira parcela que compõe o custo de um serviço, o custo do uso
dos equipamentos, define-se:
♦ A quantidade de equipamento usado para a produção do serviço;
• A quantidade de uso produtivo do equipamento;
• A quantidade de uso improdutivo do equipamento;
• O custo horário produtivo do equipamento;
• O custo horário improdutivo do equipamento.
♦ Pisos Salariais
Normalmente os pisos salariais das categorias ligadas à construção de estradas, são
definidos em convenção e acordo coletivo nos Sindicatos correspondentes às
categorias, sendo adotados para cálculo da Tabela de Preços.
♦ Encargos Sociais
Existem várias definições para Encargos Sociais, podendo ser tudo aquilo que a
empresa desembolsa e que excede o custo da hora efetivamente trabalhada, tais
como as obrigações incidentes sobre o salário nominal do empregado, por força da
legislação, dissídios ou acordos, sendo contribuições sociais pagas pelas empresas,
como parte do custo total do trabalho, mas que não revertem em benefício direto e
integral do trabalhador.
Como todos os itens acima se constituem em ônus para o empregar, sua existência
não pode ser ignorada nos custos da empresa.
♦ Produção da Equipe
Produção da Equipe é o quanto a equipe, incluindo equipamentos e mão de obra,
consegue produzir por hora na unidade do serviço completo a ser executado.
Apostila de Rodovias 44
(F) Materiais
São os materiais necessários para execução de determinado serviço, considerando
o seu consumo na unidade correspondente da composição. Tem maior relevância
nos custos de pavimentação e drenagem, e os preços são pesquisados junto aos
fornecedores.
(G) Serviços
Compreendem serviços que porventura devam ser contratados.
(H) Transporte
O custo unitário do transporte é calculado, considerando o veículo a ser utilizado,
pela divisão do custo horário da utilização do veículo de transporte pela sua
produção horária.
No valor do preço da obra ou serviço devem ser considerados, além do custo direto
orçado, os custos administrativo e financeiro da empresa, o lucro desejado, o risco
do empreendimento e os tributos incorridos. Estes custos indiretos compõem o BDI.
Embora se possa considerar o BDI como um valor monetário, o mais comum é tê-lo
como um índice percentual aplicado ao preço, pois simplifica o orçamento, que deve
Apostila de Rodovias 45
ser definido para cada empresa, obra ou serviço. Quanto maior for o número de
obras e/ou serviços em carteira, menor pode ser o valor do BDI, já que há maior
número de contratos a serem rateados os custos fixos de administração da empresa.
Cada um destes componentes, pode ser subdividido em outros, sendo que alguns
podem ser calculadas diretamente a partir de dados disponíveis, enquanto que
outros, pôr meio de algum método de rateio.
fornecer uma reserva que será usada quando necessário, exclusivamente para este
fim.
Os pavimentos rodoviários são projetados para durar toda a sua vida útil em boas
condições, tais como previsto no projeto. Havendo necessidade de uma ação de
recuperação, como, por exemplo, um recapeamento, considera-se exaurida a vida
útil do pavimento. Executam-se as obras necessárias e recomeça novo ciclo de vida.
Em função da amplitude dos danos, avalia-se a serventia de um pavimento através
da determinação das condições de degradação superficial e das deformações em
perfil, concluindo-se pela necessidade de intervenção,
A falta de um controle sistemático do peso por eixo dos veículos, maior capacidade
de carga e uso de maiores pressões de inflação nos pneus proporcionadas pelos
pneus radiais, assim como a possibilidade dos maiores custos operacionais serem
repassados, pode ser a causa, no Brasil, para que os transportadores de cargas
sejam tentados a trafegar sobrecarregados. Rodovias submetidas a um controle
sistemático do tráfego pesado podem apresentar ciclos de recapeamento três vezes
menor do que rodovias sem controle de peso.
a vida de um pavimento pode ser reduzida em até 85%, quando a carga por eixo e a
pressão de inflação aumentam, de 8,2 tf/eixo e 80 psi, para 12,0 tf/eixo e 100 psi.
CNT. Pesquisa CNT de rodovias 2013: relatório gerencial. Brasília : CNT : SEST :
SENAT, 2013. 389p.: il. color. ; mapas, gráficos. CDU 656.11(81)(047)
Apostila de Rodovias 48
FHWA. Manual on Uniform Traffic Control Devices for Streets and Highways.
Federal Highway Administration, Washington DC, 2003. Disponível em
http://mutcd.fhwa.dot.gov. Acesso em 06.out.2006.
Lima Júnior, João da Rocha. BDI nos preços das empreitadas: uma prática frágil.
São Paulo: EPUSP, 1993. 18p. (Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP.
Departamento de Engenharia de Construção Civil, BT/PCC/95)
https://www.dropbox.com/sh/7s4z3exgcpfx4tg/AAAx0PKZGFcn99mKL3EKBHyZa?dl
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