Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ATENÇÃO: A falsa imputação de uma contravenção penal (ex: jogo do bicho) não caracteriza o
delito de calúnia, podendo, entretanto, caracterizar a difamação (por se tratar de fato ofensivo
à reputação da vítima, como veremos adiante).
SUJEITO ATIVO
Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO
Trata-se de crime comum, podendo ser qualquer pessoa.
ATENÇÃO: Pessoa jurídica pode ser sujeito passivo do crime de calúnia, tendo em vista a
possibilidade de cometer crimes ambientais. Dessa forma, alguém pode imputar falsamente a
uma empresa a prática de crimes ambientais, visando prejudicar sua imagem perante a
sociedade.
TIPO SUBJETIVO
Pune-se somente o dolo. E o dolo nos crimes contra a honra deve ser específico, o agente deve
agir com o animus caluniandi, ou seja, intenção de ofender a honra da vítima.
Não haverá o crime se a intenção do agente era apenas a de brincar (animus jocandi),
aconselhar (animus consulendi), narrar o fato (animus narrandi) – próprio da testemunha –,
corrigir (animus corrigendi) ou defender direito (animus defendendi).
(CESPE/ ANALISTA JUD. – TRT 8/ 2016) Para a configuração dos crimes contra a honra, exige-se
somente o dolo genérico, desconsiderando-se a existência de intenção, por parte do agente, de
ofender a honra da vítima.
ATENÇÃO: O crime pode ser praticado a título de dolo direto ou eventual!
(CESPE/ JUIZ SUBSTITUTO – TJAM/ 2016) Para que se tipifique o crime contra a honra, tem de
haver dolo direto, não se configurando ele com o dolo eventual.
Gabarito Preliminar: Correto.
Posteriormente a questão acabou sendo anulada.
CONSUMAÇÃO
Como protege a honra objetiva, resguarda a reputação da pessoa na sociedade.
O delito de calúnia estará consumado quando a imputação falsa de fato definido como crime
chegar ao conhecimento de terceira pessoa, pouco importando se a vítima tomou
conhecimento ou não.
Consuma-se independentemente da ocorrência do dano à reputação do ofendido (crime
formal).
EXCEÇÃO DA VERDADE (ART. 138, §3º):
É um instituto que permite ao agente ficar isento da responsabilização penal.
Como a falsidade dos fatos imputados é elementar do tipo de calúnia, em regra, a prova da
verdade do que se imputa a terceiro afasta a tipicidade penal do fato.
REGRA: Provar a verdade dos fatos criminosos que se imputa a terceiro, isenta o agente da
responsabilidade penal.
EXCEÇÕES: Em casos excepcionais, ainda que seja possível provar a veracidade dos fatos
criminosos imputados à vítima, o agente deve ser responsabilizado penalmente. Vejamos:
I – Quando o agente imputar a terceiro fato perseguido por ação penal privada em que ainda
não tenha ocorrido condenação transitada em julgado;
Ex: João imputou a Pedro o delito de dano (art. 163). De acordo com o art. 167, o delito de
dano é perseguido por ação penal privada. Nessa situação, enquanto não transitar em julgado
a condenação de Pedro na ação penal referente ao crime de dano, João não pode se valer da
exceção da verdade para escapar da responsabilização.
II – Quando o crime for praticado contra o Presidente da República ou Chefe de Governo estrangeiro;
Ainda que seja possível provar os fatos imputados, deve o agente ser responsabilizado pela imputação
feita.
III – Quando o agente imputar a terceiro fato perseguido por ação penal pública em que já tenha
ocorrido a absolvição transitada em julgado;
Ex: João imputou a Pedro o delito de furto (art. 155), que é perseguido por ação penal pública. Nessa
situação, se já tiver sido prolatada sentença absolutória transitada em julgado, ainda que João tenha
informação não analisada no processo e que comprove a imputação por ele realizada, será
responsabilizado pela calúnia.