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Na casa da Alzira
Faz um tempo. Cinco anos. Estava terminando o curso de Ciências Sociais na USP, era o 1º
semestre de 1998, e editava com um grupo de amigos uma revista chamada A Nível D. Era o
número 2 e o tema, Brasilidade. Pra falar disso, sem pegadas acadêmicas, utilizamos ficção,
fotografia, ilustrações, poemas, crônicas e uma entrevista. Difícil lembrar o porquê do Itamar ter
sido o escolhido para ser entrevistado por nós. Talvez eu tenha sugerido por ser fã e achar que
tinha muito a ver. Talvez a Daniela Pinheiro, a Dani Morena, tenha conseguido e eu achei bom
Só sei que chegamos, apenas nós dois, no local marcado em Pinheiros pela manhã. Era numa vila
e a casa era de Alzira Espíndola (parceira e amiga de Itamar). Ele estava passando lá uns tempos
porque o estúdio onde estava gravando, ou mixando, o Pretobrás era perto e não precisava ficar
E o medo? Nunca tinha entrevistado ninguém e o Itamar parecia assunto complicado demais para
os meus ouvidos universitários, apesar de conhecer toda sua discografia até então e de já ter visto
um show sensacional, só voz e violão, no Café Piu Piu. Não sabia o que perguntar e não quis
empunhar minha pobre câmera pequena e automática por vergonha. Daniela não quis nem saber.
http://gafieiras.com.br/entrevistas/itamar-assumpcao/2/ 1/2
30/07/2017 Itamar Assumpção - Na casa da Alzira - gafieiras
Pegou a câmera e foi perguntando. Ficamos lá umas duas horas e não perguntamos muito. Ele ia
Parecia um cara difícil no trato, mais pelos perrengues de ser um “maldito” do que por de fato sê-lo.
Continuei ouvindo e continuo. Queria ouvir mais. Quis muito ser amigo dele. Sei que, pelo menos,
seus discos continuarão sendo meus amigos. Bom que essas coisas são para sempre. [DAFNE
SAMPAIO]
http://gafieiras.com.br/entrevistas/itamar-assumpcao/2/ 2/2