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10. Há ainda uma terceira diferença entre as espécies [de poesias] imitativas,
a qual consiste no modo como se efectua a imitação. Efetivamente, com os
mesmos meios pode um poeta imitar os mesmos objectos, quer na forma
narrativa (assumindo a personalidade de outros, como o faz Homero, ou na
própria pessoa, sem mudar nunca), quer mediante todas as pessoas imitadas,
operando e agindo elas mesmas (ARISTÓTELES, III, 1992, p.23-25).
No trecho citado, Aristóteles parece dividir a “poesia imitativa” entre modo narrativo e
dramático. Mas o modo de narrar é dividido em dois tipos: quando há a introdução de
um
terceiro (alternância entre expressão direta do autor e expressão “autônoma” das
perosnagens)
e quando só se dá a expressão direta do autor. A este último modo, muitos teóricos
atribuiram
o que corresponderia, atualmente, ao gênero lírico, “[...] suposto que Aristóteles se
referia no
caso, como Platão, aos ditirambos, cantos dionisíacos festivos em que se exprimiam ora
alegria transbordante, ora tristeza profunda” (ROSENFELD, 2010, p.16).
Além
disso, ao comentarmos a concepção de drama de Hegel, cuja influência é perceptível no
conceito de drama absoluto de Szondi, por exemplo, destacamos que, à interioridade das
personagens, suas motivações, sentimentos, pensamentos, subjetividades, Hegel atribuiu
o
caráter lírico do drama.