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3 O Pover Lecistarivo Na FoRMULacho ba Pouitica DE SatDet Sileia Gerchman bora Cattanbira Exe capt em como escopo anal auacio da Asemblel Legislaciva do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) no que concerne ao Si de Saide (SUS) no periodo entre 2003 ¢ 2012. O obj a regulament A anise que segue teri dois eixos temiticos de incerpreragio que "Bite capa se Bein em uma pesquisa que conto com 0 apia da Faper Cintas do Considerando que o processo de seu primeiro perfodo de do estado ¢, por bara eo antigo politica de side ‘Nas modernas demoer 66es. A de claboragio das leis se agregam as de fiscalizagi iministatva,relacionada & sua gestio in 0 com a sociedade, No exericio de sua atividade propriamente ‘ortespondem a esse poder a formulagio, © debate c a aprovagio de normas que regulem a vida da sociedade em todas as dimensées e definam os contornos ou limites dentro das quais devem ser cstabelecida ¢ implementadas as politcas piblica. sgislauuras: 2003-2007 (governadora jo Cabral). Na discusio das principalmente cstadual, & fungio do as esferas de governo (federal, atuagio dos leisladore €alterada em raz toda e qualquer dec ‘ado, hierarquizada e integrado de sade, que define Fangdes ps centes federativos na construgio de uma satide piblica universal incegral © desenyolver 0s objtivos propostos,o capitulo foi organizado nas secdes indi- cadas a seguir. tanto or projetos del que veram incitra em data anion, mas mits Fini apenas nese prado, quan os incads no pecodo Jonais se transfere para Brasilia 0 que impossibilitava que a nova pemas em bases nacionals. Inicialmente, é abordado © processo histérico de contexto da formagio tardia do estado do Rio de Janeiro e da formal politica de sate no marco do SUS. Na segunda serio, f-se um balanco cdo marco legal, normativo e regulat6rio do SUS na perspectiva do Estado, Na terceira, tratase do papel da Aler) na formulagio da do planejamento, abordando jionalizagio para, aquescio da O Rio de Janeiro: pect de formagéo e leai A conserugio de legis Em decorttnca das foresinoetzas esulrantes da alterasio da capital eda ent tiva de mante 0 tats politico da Guanabara, com o cima poliizado ¢ poarzado «que predominou nas eee para governo e Assembleia duran a déada de 1960." ‘o quadro de disputa dessa déada fl impregrad peo wor nacional do debate. Tas Faxores facram oxtilar 0 pendulo que defnia a ligica do campo politico catioc ¢, institucionalizagio do Poder Legislative, Em especial, a fusio do xa com o estado do Rio de Janeiro tem efeitos continuados sobre a conscrugho das instugbes 2 dines politica do ado conserugio das inseicugbes € a di 6 instalada no me ram pte qaze wo ito ras exponents ss princi incorpora o confl tro Vara, Temes catioca foi ah ‘rand assim uma nora unidade tetitoral e politica. Com isso, fi criado Poder Legislative no estado, que reeebera também 0 nome de Ales. © projeto de fusio de duas unidades eritorias que difériam tanco em iden- tidade politica quanto em porencalidades econdmicas (Mott, 2001) enfrentou ana na chave do eoronlmo. Com cries proraamentecietlias «¢ patrimonialisas, a Ale} néo colocou obsticuls para que o governador montis dderado apropriado para a realidade brasileira, pois garante de responsabilidades entre entes com diferentes capacidades imes democritios, 0 desenho institucional da federagdes garante a repartigéo do poder do Estado, de modo que diferentes esferas de governo cempregam recursos divers ACE estabelece que a saide € uma competéncia comum a todas os niveis| idade pela garantia do acesso ‘em que a Unio for om! federal Sobre esse aspecto cabe considerar que estudos sugerem que a Indugao e coo satide brasileira desenvolveu mecanismos préprios 0 longo dos anos eem cat de sade incremental, 0 papel dos estadoe na poli (© Marco Legal, Normativo e Regul do SUS na Perspectiva do Papel do lo © Estado brasileiro, ao declarar na CE que a saide ¢“diteto de todos © dever do Estado, garantido mediante politicas socials e econdmicas que visem Vale lembrar que, de acordo com as di ses gestoras devem estar apoiadas na parti onselhos de governo no financiamei cdo regional de recursos pr do facuramento € los sob comperénc sgrada da assisténcia pelo no qual foi dds priordadea proceso de municipal dfinigio nos anos 2000, principalmente depois do Pacto pela Sade de 2006, efinigéo nos anos 2000, principalmente depois do Pacto pela Saide de 2006, | Pa¢io popular no SUS, nio se preocupando com a divisio de comp «© responsabilidades entre os entes governamentais® Podemos dizer que (Organica do SUS néo delimizou o papel do « planejamenco, ela néo foi definida de, 56. podemos papel em um artigo que se 180/90 ngo estabeleceu ungées para o estado no ambito dla prestagio de servisos, cabendo a ele a execugio de agies de vig ade sade, nem no campo regula 2 audicoria era responsabilidade da Unio e dos Srgios do Insti de Assisténcia Médica da Previdéncia Social (Inamps), Sobre a prestagio de servos, cabia a estado executarag6es apenas em cardtertransitbrio. No campo dlo financiamento, existiam algumas propostas interessantes: a contrapartida «xtadual pars 0 financiamento do SUS (10% de seu orcamento) ea criagio do undo Estadual e Municipal de Sade. ‘specifica sobre a formulagéo de politcase planejamento. Da mesma forma, 2 presagao de servigos continuou na algada dos municipios e do governo federal, com uma funcéo apenas temporiria do cexclusivamente da vontade politica pis. Néo foram prevista formas de par no plang coordenagio e regulacio desse proceso. Essa norma operacional nalizou as comissbes intergescores tripartite & sistema decisério compartilhado peas diferentes sionando ainda a municipalizagio por meio das hat pene, parcial e ¢ planer cadas atribuigées para que o estado promovesse a descentralizagio, aleragées significativas, A NOB 01/96 foi o primeiro ponto de infles3o quanto & concepgio do papel do estilo no SUS. Porém, mudancas signficativas x6 vtiam com a5 ‘normas.operacionais de asssténcia & sade (Noas). Uma vee que a primeira leila da qual tata ee capil oi levade 3 Fene sb aide dese importante considerar que as propostas itas is matérias que poderiam ser tratadas pelo enteesta- fungBes gestoras Petiodo estavam (01 ¢ 01/02 trouxeram uma nova visio sobre a insergio ‘cj as agbes de saide nfo fiariam confinadas apen dade coordenadora do estado. Or Quanto i formulagio de politica planejamento, esas normas enftiavam « papel do estado na coordenagio do sistema estadual de saide,abrangendo 0 ‘também inovagdes para a regulagéo de sistemas e pres tadores por meio da atribuigio da funcio de estruturar ¢ operacionalizar 0 ( Pacto pela Sauide (2006) & bem claro nas attibuigées do gestor est dual, A grande én « partcipagao na PPI; elaborar © pactuar rel acesio; operar a cencral de regulacio estadual, para 0 Papel da Alerj na Formulaggo de Politicas e Planejamento: a questao da regionalizacdo dos servicos de sade ies de vulto entre as Noas e o Pacto pela Satide. 8» a8 fungdes de formulagéo de politcas ¢ planejz amente felacionadas A visio da regionalizagio como, ‘A maior diferenga entre os dois conjuntos de notmas é, pelo menos ‘Ro que tange 4 fungao de formulacio e planejamento da politica de sade, Um dos desafios enfrentados nesse periodo de consolidagio do SUS & alcancar a integragio das agGes e dos servigas de saide presentes em dife- rentes espagos geogréficos. Somente com essa integrasio seré possivel (08 saide seja oferecido de forma equinime em todo 0 processo de descentralizacéa, inci fot ncapas de etingi ar deigaldaderrepionnis Sedo imp Feeragi a espormbidade por manerinstramentor de ‘gulp qu arantam ou 30 menos, basque a edae, f leis que promovam a organizagio dos setvigos de satide do estado em uma rede integrada com base territorial — ‘entre a proposigéo de um projero de lei lo em uma média de 645 dias (ou 1,7 ano) para (Grass, 2012)," causado pela complexidade inerente 20 processo ivo€ levando em consideragso as datas de edigio das Noas (2001 © 2002) e do Pacto pela Satide (2006), a aprovagio de deveria ser maior entre 2005 ¢ 2007 partic de 2508. (© material coletado durante o periodo de 2003 a 2012 (que soma 1.152 projetos de lei ordindria ~ 174 aprovados e 978 alo aprovados «ico projetos de lek complementat ~ quatro aprovados e umn no apro- vado) foi organizado considerando-se a produgio legislaiva da ler acordo com a maneirs como aparecem na atuagio da casa (Quadro 1). Imporcante norar que, em razio das pecullaridades do tatamento que a Alerj dé a0 tema da saide, a organizagio dos projetos de le concordéncia com os temas trarados pela casa Subctegoras (Glenda de ade pice “+ Bares, medicamentas e procedimentos + Saude de grupos vlnebenoradores de domgas Sade da mulher ede home + Ovwos Com abies eps Sem aces ese dai pibicapriedo| + Regloio de resarcinento 1+ Regular de atendimento + Regulate de povimento de servo 0 etado / | erganzaciode stern Reoponn ainibadorete de Btoao ica de sangue ehemodernadee Falah eden Intesetoalaide 1 coopera sdesequrancapubica Cooperate saidatabaho + Coopergiosaideleio ambiente + Cooperate saideranspot blo sportincia do proceso de regionalzacio sob a coor: rio Toi alterado, A partir das Noss, em cermos de | Preven om sade * Ese item no fo subetegorzade No que tange & funsio 15 categorias que servirio de estudados so ongan Inicialmence, € necsssiio notar que, a0 contriio do esperado, esses riimeros slo pouco expressvos, principalmence e comparados aos dos pojetos delei que se referem a macrofungio de pestagio de servigos (Lima etal, 2010), ‘que trata dos servigos prestados diretamente pelo estado, as quatro macrofungSes gestoras, a formulapi de polos ¢ planejamento © 3 prestardo de servies foram as que mais tardiamente apareceram como a 6), mesmo com a competéncia Seperate di aide, ema de Spear que tls cpois da lito dat Noas ves uma guimads oes apre- ma etna no sentido dé apre- com 0 objetivo de atender condi ‘usontfamos apenas projeros deel que uatam de medi 6 ‘medidas para a rede pre \geatmenetes 20 ome exadul de sade ou eno que, apearde shee igualmence do estado de Janeiro, no apresentam Como ji informade, fo i los foram sprovados seis projet de lei sobre o “sto d sitcma no pede 200-207 esc ple a ne ‘quanto comparamos os Principal parece ser tunda legishrura, os projetos_si0_concentrados em cia Popular Sobre Rodas (ei cx dealcance geral parecem diferentes em seu 4.783106 estava diecionada acriar Iago tipica da segunda le sunt ras especfcoacampanha para doaso de sangue ‘Que institui o Programa Doadores do Amanha, {Quanto is Fangs priprias do ent exadual na formulado de politicas € cre a ies exe uma dfrenga clara entre o pra de genes SANE 35 cua estes, o que parece indicat uma preocpasio aie a organiza do atendimento na rede prpria durante pero 2003-2007 e coma presiago de alguns servigos e=pecfics no period 2007-2012, (© panorama mada quando analisimos categoria lejlativa lags fader ios, esto incuidas quests mais dietament ids 3 formulae de Tas eprograras igndos regonalizayio. Apesar de permanccsr a questo <& poucs quantidade de legilaio (como divoanttiormente, foram formu Jadas apenas cinco ls sobe relages federativas durant todo o pesado, ts nee 2003-2007 e duas entre 2007-2012), vemos uma inflxse lata entre 48 dus legaturasesudadas. Enquanto os projtos de 2003-2007 tetam da ‘elagio do exado com o govern fede” com excego dale. 285/07, je versa sobre relagbs com os de garantir o transporte para tratamento de doentes, ¢ lei n, 5.684/10, que dispée sobre a criagdo do programa de incentivo Binves- ar como excesdo importante a essa regra a tentativa da Ales) de estabelecerregiées de sate, © projero de lei complementar n. 19/2004 buscava criar uma Rede al de Sade Piblica da regiso metropolitana, epic na ego me tdlCGFe>. Acco em: 30 jun 2014, veto esse mantido pela ra gestio estadual, que pela Sade, retomando 0 processo de regionalizasao em bases diferentes das que a gestio anterior tinha tentado levar frente. governador Sérgio Cabral que estado do Rio federais do procesto de regional ria ere PMDB no nivel eadual(governador Sie Cabra) € PT no nivel federal (presidente Laz Ini Lala da Siva postioomente + presidenta Dilma Rouse). Asim, na sade se eprodizem at relates polccas entre os chefes do governo etaduale feral. Por sc motive a ages Fdeatvas nfo enveredam pela consrusdo de win pect que emia “Y sos, municipios «Unio na eleain: Tsar de sos yore een (O cendtio se agrava porque, em razio do proceso recente ugg rerritorial do estado, a SES disputa, paricularmente com © municipio do Rio de Janeiro, a gestio de hospitals e equipamentosespecalizados de atuasio regional ¢ também o controle sobre a distribuigéo dos recursos transfridos pelo Ministerio sla Satie, com o lema de assegurar a equidade (Barata, Tanaka 8 Vilaa, 200 A disputa no estado do Rio foi mitigada nos anos recentes em raz do pertenci- ‘mento do governador Sérgio Cabral, eleico em 2007, edo prefeito Eduardo Pas, .Acesso em: 30 jun, 2014 01 filossfico, pois esse tipo de questéo ameaca os obje- le do Poder Legislativo se bas representatividade, que tem como principio representa os interesse ios. No caso brasileiro, o préprio SUS foi fruto das presses sociais que repe piiblicas, logo vem em mente o apliciveis a bens ¢ servigos de interesse da satide. F esse pride pelo pode Ieilador do estado que dicplina a importante fungio, quando analisamos o papel da regulago dos servigos de saide, observamos rio adotou a regionalizagio como uma forgos concretos no sentido de onga- regulador de mercado da sade & completamente subsidiirio de uma agenda politica travida pelo governador do estado, principalmente no perfodo de ioverno de Sérgio C “A Ales) nio pode se eximir da responsabilidade de criar possi angio para of ewador membros De fato, a cronolagia de implementagio do SUS influencia a confor- ‘magio atual de poder politico. Neste sentido, i zante € regionalizacio correspondem a momen de implementagéo do SUS. A descentralizagio wease um aciimulo de poder no Executivo federal e, Fangio na formulacdo da politica ‘nacional durante os anos 2000. lusio dos estados no processo decisério € na inadas priorizando a paticipagao de gestore= ‘As diversas tentativas administra do SUS foram da propria barocrad organizador do terrtério dificultada ainda pelo proceso tardio de ewantiaor 65 eeteto em endl lice ins pee proces) ano) * Disponivel nt cane plana gorbrleii0Lc.B08D hm. Ac em: 30jun. 2014, Ss) feréncia da capital para ningeréncia da popuagto configuam pr cor que diferencia o Rio ‘A manatengio da miquna pol parmanece nes abn No caso do Peder Legislativo estadual, como parte da construsio do apararo administraivo do estado da Guanabara, criado em razio da eransfe- réncia da capital para Brat, foi intieuida a Assembla Legislaiva do Estado sporaro conflto carioca. A Aleg construiu suas bases sobre os pol ro, marcados por uma posturaaltamente client presenga de temas nacionais no debate politico ica do novo estado. do antigo estado do Rio de Janeiro se juntam em ‘ado da fasio do esado do Rio eda Guanabara, das unidades com caracteris- igio das Bases locais de poc adminis ‘encontrados atualmente inmplamtagio do SUS. Diversos desafios parecer corresponder 4 abordagem dada aos problemas decorrentes da fusio tucionaliaagio do SUS. Como observado anteriormente, as macrofungbes gestoras mais f temente teatadas pela Asser ctiagio do SUS, se refers analisar 6 comportamento da Aler) centre os periodos estudados foram erzanizagto do sistema, que tata de todas as responsabilidades especificament oa pole dengue 1 da maneira como a Aler| auribuida &esfera federal A esse processo de construsio de agregam as préprias dficuldades da Ale de fato, uma construgo/transformasso posterior & Fas ‘Guanabara e do Rio de Janeiro. Acreditamos que as cransformagé« do estado mio contribuiram para desenvolver um poder inten e uma organi- ‘a¢io mais transparente da ordem administrative fina Em razdo de proce durante seu prim nstitucionalizagio do SUS ter deixado de lado, de implementagéo, a assungio de um papel rele- vvante para o estado como organizador do tertitério de sade, seria necessrio tum Po Poder Executivo pudesseestabelecer os ializagio no Rio de Janeiro, porém néo va autonomia do governo estadual em {oj assim, no houve uma sinda anes da Faso, pela difculdade nas lage ent o estado da Guanabara 0 do Rio de Janeiro. E, no caso da sale, pela difculdade do SUS de fxat atrbuigdesespecfca para o estado e para a federagio. Vets, por exemplo, a politica de combate & dengue ea dos hospitsisfederis sediados no extad. Apis a descentralizago do sistema des continua sendo objeto de contovésia. Deft mento de pacientes. wrovado pela Alerj e, quando politica de sade na Aler). 0 Executivo molda tanto 0 conteido das jnanto os padrées das allangas politicas que definem a aprovasio das leis no Legislativo eadual Referéncias [ABRUCIO, FL. A coordenacso federativa no Brasil a experincia do period FHC ‘oF desaios do governo Lula. Revie de Sciolegia Poti, 24: 41-67, 2005. M. HLT, Federalism, democracia ¢ governa no Brasil: ideas, hipéceses Revista Brasileira de Informa Biblogifice em Ciencias Socias (BIB), 2001 ARRETCHE, M. Federlismo erelagéesintergovernamentals no Brasil reforma de programas socais. Dado, 45(3): 431-458, 2002 BARATA, L. RBs TANAKA, O. ¥. & VILAGA, J. D.V.O papel do gestor exadual so Sistema Unico de Saide. Jar BRASIL. Conselho Nacional de Sectetiros de Sade. Comvergéncias « Divergencas sobre Gest ¢ Regonalzapio do SUS. Bestia: Conass, 2004. (Conass Documenta, 6), Disponivel em:

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