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Meus queridos irmãos, duas vezes a cada ano, este magní™co Centro de
Conferências ™ca lotado com o sacerdócio de Deus, ao nos reunirmos para ouvir
mensagens de inspiração. Há um maravilhoso espírito que permeia a reunião geral
do sacerdócio da Igreja. Esse espírito emana do Centro de Conferências e entra em
todo edifício onde se reúnem os ™lhos de Deus. Sem dúvida sentimos esse espírito
hoje à noite.
Há alguns anos, antes que este belo Centro de Conferências fosse construído, um
visitante que estava na Praça do Templo, em Salt Lake City, assistiu a uma sessão
de conferência geral no Tabernáculo. Ele ouviu as mensagens das Autoridades
Gerais, prestou atenção nas orações, ouviu a bela música do Coro do Tabernáculo
e maravilhou-se com a grandiosidade do magní™co órgão do Tabernáculo. Quando
a reunião terminou, ouviram-no dizer: “Eu daria tudo o que tenho se soubesse que
aquilo que os oradores disseram hoje é verdade”. Em essência, ele dizia: “Quem
dera eu tivesse um testemunho do evangelho”.
Não há absolutamente nada neste mundo que dará mais consolo e felicidade do
que um testemunho da verdade. Embora em níveis diferentes, creio que todo
homem ou rapaz que está aqui hoje tem um testemunho. Se você sente que ainda
não tem a profundidade de testemunho que gostaria, admoesto-o a trabalhar para
alcançar esse testemunho. Se ele for forte e profundo, esforce-se para mantê-lo
assim. Quão abençoados somos por ter um conhecimento da verdade!
Minha mensagem nesta noite, irmãos, é a de que há inúmeras pessoas que têm
pouco ou nenhum testemunho neste instante, pessoas que poderiam e
receberiam esse testemunho se estivéssemos dispostos a fazer o esforço de
compartilhar o nosso e a ajudá-las a mudar. Em alguns casos, nós podemos prover
o incentivo para a mudança. Re™ro-me em primeiro lugar àqueles membros que no
momento não estão plenamente comprometidos com o evangelho.
O presidente da estaca leu o nome do primeiro homem e pediu que ele ™casse de
pé. O Presidente Tanner sussurrou para mim: “Olhe para ele. Não achei que ele
conseguiria”. O presidente da estaca leu o nome do segundo homem, e ele ™cou de
pé. O Presidente Tanner me cutucou de novo e expressou seu assombro. E o
mesmo aconteceu com todos os quatro irmãos.
Nas décadas de 1940 e 1950, um carcereiro americano, Clinton Duffiy, ™cou muito
conhecido por seu trabalho de reabilitação de homens em sua prisão. Um crítico
disse: “Você devia saber que cães velhos não aprendem truques novos!”
Clinton Duffiy respondeu: “Você devia saber que não trabalho com cães, trabalho
com homens, e os homens mudam todo dia”.1
Aquele foi o princípio de um novo dia para aquele homem. Sua vida foi
rapidamente colocada em ordem, e ele me assegurou que viveria os mandamentos
conforme era esperado dele. Em poucos meses, foi ordenado élder. Ele, a esposa e
a família, por ™m, foram ao templo, e foram selados. Seus ™lhos serviram missão e
se casaram na casa do Senhor.
Às vezes, fazer com que nossos irmãos saibam que são necessários e valorizados
pode ajudá-los a dar o passo para o comprometimento e para a plena atividade.
Isso pode se aplicar a portadores do sacerdócio de todas as idades. É nossa
responsabilidade dar-lhes oportunidades para viver como devem. Podemos ajudá-
los a vencer suas fraquezas. Precisamos desenvolver a capacidade de ver os
homens não como eles são no momento, mas como podem vir a ser quando
receberem um testemunho do evangelho de Cristo.
Assisti certa vez a uma reunião em Leadville, Colorado. Leadville situa-se a uma
altitude de mais de 3.000 metros. Lembro-me particularmente daquela reunião por
causa da altitude elevada, mas também por causa do que aconteceu ali naquela
noite. Havia apenas um pequeno número de portadores do sacerdócio presentes.
Como no ramo da Missão Canadense, aquele ramo era presidido por um
missionário, e sempre tinha sido.
Naquela noite, tivemos uma reunião muito agradável, mas quando cantávamos o
último hino, tive a inspiração de que deveríamos ter um presidente de ramo local
presidindo. Virei-me para o presidente da missão e perguntei: “Não há algum
homem aqui que poderia presidir — um membro local?”
Eu disse: “Presidente, vou levá-lo para a outra sala e entrevistá-lo. Fale depois do
último hino, até que voltemos”.
Quando nós dois voltamos para o salão, o presidente da missão concluiu seu
testemunho. Apresentei o nome daquele irmão para ser o novo presidente do
ramo. Desde aquele dia, Leadville, Colorado, tem tido um membro local a liderar a
unidade ali.
O mesmo princípio, irmãos, aplica-se aos que ainda não são membros. Devemos
desenvolver a capacidade de ver os homens não como eles são, mas como podem
vir a se tornar quando forem membros da Igreja, quando tiverem um testemunho
do evangelho e quando sua vida estiver em harmonia com seus ensinamentos.
No ano de 1961, uma conferência mundial foi realizada para presidentes de
missão, e todo presidente de missão da Igreja foi trazido para Salt Lake City para
participar dessas reuniões. Vim de minha missão, em Toronto, Canadá, a Salt Lake
City.
O irmão Tanner perguntou o que havia de diferente em sua abordagem — por que
ele tivera tamanho sucesso, quando outros não. O rapaz disse que ele tentava
batizar toda pessoa que conhecia. Disse que se ele batesse em uma porta e visse
um homem fumando e usando roupas velhas, aparentemente desinteressado de
tudo — principalmente de religião — o missionário visualizava na mente como se
pareceria aquele homem em uma situação diferente. Em sua mente, olhava para
ele como se estivesse bem barbeado, vestindo camisa e calças brancas. E o
missionário se via conduzindo aquele homem para as águas do batismo. Ele disse:
“Quando olho para alguém dessa forma, tenho a capacidade de prestar meu
testemunho a ele de modo a poder tocar-lhe o coração”.
Irmãos, o Senhor nos disse algo importante sobre este sacerdócio que possuímos.
Ele disse que o recebemos com um juramento e convênio. Ele nos deu a instrução
de que precisamos ser ™éis e leais em tudo o que recebermos, e de que temos a
responsabilidade de guardar esse convênio até o ™m. E então, tudo o que o Pai tem
nos será dado.2
“Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de
moderação.
Em maio de 1974, estive com o irmão John H. Groberg, nas ilhas tonganesas.
Tínhamos uma audiência com o rei de Tonga e fomos recebidos em uma sessão
formal. Trocamos os cumprimentos de praxe. Contudo, antes de sair, John Groberg
disse algo que era fora do comum. Ele disse: “Vossa Majestade, deveis realmente
tornar-vos mórmon, e vossos súditos também, porque assim os vossos problemas
e os deles, em grande parte, serão solucionados”.
O rei deu um grande sorriso e respondeu: “John Groberg, talvez você esteja certo”.
Pensei no Apóstolo Paulo perante Agripa. Pensei na resposta que Agripa deu ao
testemunho de Paulo: “Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão!”4 O
irmão Groberg teve a coragem de prestar seu testemunho a um rei.
Nesta noite, há muitos milhares de nós que servem ao Senhor em tempo integral
como Seus missionários. Em resposta a um chamado, eles deixaram para trás o lar,
a família, os amigos e os estudos e foram servir. Aqueles que não compreendem se
perguntam: “Por que eles respondem tão prontamente e com tanta disposição,
doando tanto de si?”
Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu
estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”.6
Esse mandamento divino, juntamente com sua gloriosa promessa, é nosso lema
hoje, como foi no meridiano dos tempos: O trabalho missionário é uma
característica identi™cadora da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Sempre foi e sempre será. Como declarou o Profeta Joseph Smith: “Depois de tudo
o que foi dito, o maior e mais importante dever é pregar o Evangelho”.7
Dentro de breves dois anos, todos os missionários que servem atualmente nesse
nobre exército de Deus terão concluído seu trabalho de tempo integral e retornado
para o lar e para seus entes queridos. Seus substitutos encontram-se nesta noite
nas ™leiras dos portadores do Sacerdócio Aarônico da Igreja. Rapazes, estão
prontos para atender ao chamado? Estão dispostos a trabalhar? Estão preparados
para servir?
E agora, se vossa alegria é grande com uma só alma que tiverdes trazido a mim no
reino de meu Pai, quão grande será vossa alegria se me trouxerdes muitas
almas!”10
Daquele que proferiu essas palavras presto meu testemunho pessoal. Ele é o Filho
de Deus, nosso Redentor, e nosso Salvador.