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1 SÉRIE
ENSINO MÉDIO
Caderno do Professor
Volume 1

MATEMÁTICA
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR

MATEMÁTICA
ENSINO MÉDIO
1a SÉRIE
VOLUME 1

Nova edição

2014 - 2017

São Paulo
Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretário-Adjunto
João Cardoso Palma Filho
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da
Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gestão de
Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informação,
Monitoramento e Avaliação
Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assunção
Coordenadora de Infraestrutura e
Serviços Escolares
Ana Leonor Sala Alonso
Coordenadora de Orçamento e
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
Senhoras e senhores docentes,

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo-
radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que
permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula
de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com
os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor-
dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação
— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste
programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização
dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações
de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca
por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso
do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.

Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien-
tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São
Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades
ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,
dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas
aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam
a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia-
ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a
diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.

Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu


trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar
e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história.

Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.

Bom trabalho!

Herman Voorwald
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
SUMÁRIO
Orientação geral sobre os Cadernos 5

Situações de Aprendizagem 9

Situação de Aprendizagem 1 – Conjuntos numéricos; regularidades numéricas


e geométricas 9

Situação de Aprendizagem 2 – Progressões aritméticas e progressões geométricas 21

Situação de Aprendizagem 3 – Soma dos termos de uma PA ou de uma PG finitas e


aplicações à Matemática Financeira 34

Situação de Aprendizagem 4 – Limite da soma dos infinitos termos de uma PG infinita 48

Situação de Aprendizagem 5 – Funções como relações de interdependência:


múltiplos exemplos 55

Situação de Aprendizagem 6 – Funções polinomiais de 1o grau: significado, gráficos,


crescimento, decrescimento e taxas 65

Situação de Aprendizagem 7 – Funções polinomiais de 2o grau: significado, gráficos,


interseções com os eixos, vértices e sinais 74

Situação de Aprendizagem 8 – Problemas envolvendo funções de 2o grau em múltiplos


contextos; problemas de máximos e mínimos 96

Orientações para Recuperação 103

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do


tema 105

Considerações finais 106

Quadro de conteúdos do Ensino Médio 108


Matemática – 1ª série – Volume 1

ORIENTAÇÃO GERAL SOBRE OS CADERNOS


Os temas escolhidos para compor o con- Insistimos, no entanto, no fato de que so-
teúdo disciplinar de cada volume não se afas- mente o professor, em sua circunstância parti-
tam, de maneira geral, do que é usualmente cular, e levando em consideração seu interesse
ensinado nas escolas ou do que é apresentado e o dos alunos pelos temas apresentados, pode
pelos livros didáticos. As inovações preten- determinar adequadamente quanto tempo de-
didas referem-se à abordagem dos assuntos, dicar a cada uma das unidades.
sugerida ao longo dos Cadernos. Em tal abor-
dagem, busca-se evidenciar os princípios nor- Ao longo dos Cadernos são apresentadas,
teadores do presente currículo, destacando-se além de uma visão panorâmica do conteúdo
a contextualização dos conteúdos e as compe- do volume, oito Situações de Aprendizagem,
tências pessoais envolvidas, especialmente as que pretendem ilustrar a abordagem sugeri-
relacionadas com a leitura e a escrita matemá- da, orientando a ação do professor em sala
tica, bem como os elementos culturais inter- de aula. As atividades são independentes e
nos e externos à Matemática. podem ser exploradas pelos professores com
maior ou menor intensidade, segundo seu in-
Em todos os Cadernos, os conteúdos es- teresse e de sua turma. Naturalmente, em ra-
tão organizados em 16 unidades de extensões zão das limitações no espaço dos Cadernos,
aproximadamente iguais. De acordo com o nem todas as unidades foram contempladas
número de aulas disponíveis por semana, o com Situações de Aprendizagem, mas a ex-
professor explorará cada assunto com mais pectativa é de que a abordagem dos temas seja
ou menos aprofundamento, ou seja, escolhe- explicitada nas atividades oferecidas.
rá uma escala adequada para o tratamento
de cada um deles. A critério do professor, em São apresentados, também, em cada Ca-
cada situação específica, o tema correspon- derno, sempre que possível, materiais disponí-
dente a uma das unidades pode ser estendido veis (textos, softwares, sites e vídeos, entre ou-
para mais de uma semana, enquanto o de ou- tros) em sintonia com a abordagem proposta,
tra unidade pode ser tratado de modo mais que podem ser utilizados pelo professor para
simplificado. o enriquecimento de suas aulas.

É desejável que o professor tente contem- Compõem o Caderno, ainda, algumas con-
plar todas as 16 unidades, uma vez que, jun- siderações sobre a avaliação a ser realizada,
tas, compõem um panorama do conteúdo do bem como o conteúdo considerado indispen-
volume, e, muitas vezes, uma das unidades sável ao desenvolvimento das competências
contribui para a compreensão das outras. enunciadas no presente volume.

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Conteúdos básicos do volume as sequências geométricas, como se costuma
observar nos livros didáticos. Essa proposta de
A abordagem dos conceitos deste volume, abordagem simultânea dos dois tipos mais co-
relativos ao bloco Números e sequências, prio- muns de sequências, as progressões aritméticas
rizará aspectos considerados fundamentais (PAs) e as progressões geométricas (PGs), está
para a compreensão de alguns dos diferentes contemplada na Situação de Aprendizagem 2
significados dos conceitos envolvidos. e permite, a nosso ver, que o foco do tratamen-
to conceitual se desloque do formalismo algé-
O primeiro aspecto que pretendemos res- brico para a construção do significado real e
saltar é o reconhecimento da regularidade en- importante das características da regularidade
volvida na construção de sequências numéri- de cada sequência.
cas ou de sequências geométricas. Para tanto,
propomos que o início do trabalho se dê com PAs e PGs estão presentes em várias situa-
a retomada das características dos conjuntos ções contextualizadas, conforme alguns mo-
numéricos, a fim de que os alunos percebam, delos apresentados na Situação de Aprendi-
por um lado, a regularidade do conjunto dos zagem 2, e não costumam trazer dificuldades
números naturais e dos números inteiros e, por adicionais de compreensão para os alunos.
outro, a questão da densidade dos números Dentre as inúmeras aplicações desse conteú-
reais. Partindo do conhecimento desses con- do, destacamos especialmente uma, na Situa-
juntos, esperamos que os alunos possam re- ção de Aprendizagem 3, quando propomos
lacionar a regularidade dos números naturais que problemas clássicos de cálculos de juros
à de outras sequências numéricas e também e de montantes envolvidos em processos de
geométricas, identificando essa regularidade, capitalização ou amortização componham o
sempre que possível, por intermédio de uma contexto possível para o tratamento da soma
expressão matemática. Assim, apresentamos, de um número finito de termos de uma PA ou
na Situação de Aprendizagem 1, uma série de de uma PG. Para o desenvolvimento das ativi-
situações-problema exemplares, para que o dades que compõem essa Situação de Apren-
professor possa optar pela utilização total ou dizagem, conforme justificaremos adiante,
parcial no início de seu trabalho. julgamos fundamental que os alunos possam
dispor de calculadoras.
Partindo do princípio de que os alunos de-
vem reconhecer a regularidade de sequências O conceito de infinito, de suma importância
numéricas de qualquer natureza e escrever em Matemática, costuma ser bastante moti-
expressões matemáticas que reflitam a re- vador para o estudo de alguns conceitos, des-
gularidade observada, julgamos importante de as séries iniciais, quando os alunos tomam
que não sejam tratadas de maneiras comple- contato com a ideia do “mais 1”, que conduz
tamente distintas as sequências aritméticas e à construção do campo numérico dos natu-

6
Matemática – 1ª série – Volume 1

rais. A ideia da quantidade infinita de números Agora, o estudo dessas funções será apre-
existente entre dois números reais, como 1 e 2, sentado de modo mais sistematizado. Tudo será
por exemplo, é algo que parece inicialmente es- feito, no entanto, de tal forma que, mesmo se
tranho para nossos alunos, mas pode, pouco a o professor estiver tratando desse assunto pela
pouco, firmar-se como um conceito fundamen- primeira vez, o aluno provavelmente não terá
tal da Matemática, dependendo das diferentes grandes dificuldades em acompanhar as ativi-
abordagens que destinamos ao conceito duran- dades propostas. Como já foi dito anteriormen-
te toda a escolaridade. Nessa perspectiva, isto te, as funções referidas são capazes de traduzir
é, com o objetivo de que os estudantes constru- matematicamente todos os processos que envol-
am, gradual e lentamente, o conceito de limite vem relações de proporcionalidade direta (gráfi-
de uma função, não devemos perder oportuni- cos lineares), ou relações em que uma grandeza
dades que surjam durante nossas aulas para, de é proporcional ao quadrado de outra (gráficos
maneira apropriada, abordar a ideia de limite. com a forma de uma parábola). Muitos exercí-
É nesse contexto que propomos a realização cios envolvendo situações concretas em que a
da sequência de atividades que compõem a Si- consideração das grandezas envolvidas conduz
tuação de Aprendizagem 4, durante a qual o a uma função de 1o grau ou de 2o grau serão
foco estará sempre colocado sobre o conceito contemplados, com especial destaque para pro-
de limite, em detrimento de dificuldades de blemas de otimização, ou seja, problemas que
natureza algébrica. envolvem a obtenção do máximo ou do mínimo
de uma função, em determinado contexto.
Além dos conteúdos citados, este Cader-
no também faz uma retomada da noção de De modo geral, os conteúdos estudados
função, que traduz uma relação de interde- neste Caderno são meios para o desenvolvi-
pendência entre duas grandezas, explorando- mento de importantes competências básicas:
-se especialmente as funções de 1o grau e de
2o grau, bem como suas aplicações em dife- f o recurso à linguagem das funções para
rentes contextos. Tais assuntos já foram apre- representar interdependências conduz a
sentados aos alunos em séries/anos anteriores. um aumento na capacidade de expressão,
Na 6a série/7o ano do Ensino Fundamental, favorecendo a construção de um discurso
foram exploradas situações envolvendo a pro- mais eficaz para enfrentar problemas em
porcionalidade direta e inversa entre grande- diferentes contextos;
zas, e que conduzem a relações do tipo y = kx, f a capacidade de compreensão de uma
k variada gama de fenômenos é ampliada,
ou, então, y = , onde k é uma constante não
x
uma vez que muitas situações de interde-
nula. Na 8a série/9o ano, foram estudadas as
pendência estão naturalmente associadas
funções y = ax + b e y = ax2 + bx + c, com
a modelagens que conduzem a explicações
a ≠ 0, além da representação destas em gráficos.
dos referidos fenômenos;

7
f o reconhecimento das funções envolvidas tematizados os fatos fundamentais relativos às
em um fenômeno possibilita a sistematiza- funções de 2o grau (gráficos, simetria, interse-
ção de propostas de intervenção consciente ção com os eixos, coordenadas do vértice, estu-
sobre a realidade representada. do dos sinais).

Na Situação de Aprendizagem 5, reapre- E, por fim, na Situação de Aprendiza-


sentaremos a ideia de função por meio de gem 8, serão apresentados diversos pro-
múltiplos exemplos de situações de interde- blemas envolvendo funções de 2o grau, in-
pendência entre grandezas. cluindo situações de otimização (máximos
e mínimos).
Na Situação de Aprendizagem 6, destacare-
mos as funções de 1o grau, com suas qualidades Para a organização dos trabalhos, dividi-
características. mos o conteúdo em 16 unidades, mais ou me-
nos correspondentes às oito semanas de aulas.
Na Situação de Aprendizagem 7, serão sis- Sugerimos a seguinte estruturação:

Quadro geral de conteúdos do volume 1 da 1a série do Ensino Médio

Unidade 1 – Sequências numéricas e/ou geométricas; identificação e registro da regularidade.


Unidade 2 – Progressões aritméticas e progressões geométricas – termo geral e aplicações.
Unidade 3 – Progressões aritméticas e progressões geométricas – termo geral e aplicações.
Unidade 4 – Soma dos termos de uma PA ou de uma PG finita.
Unidade 5 – Soma dos termos de uma PA ou de uma PG finita – aplicações à Matemática
Financeira.
Unidade 6 – Soma dos termos de uma PA ou de uma PG finita – aplicações à Matemática
Financeira.
Unidade 7 – Limite da soma dos termos de uma PG infinita.
Unidade 8 – Limite da soma dos termos de uma PG infinita.
Unidade 9 – Funções como relações de interdependência.
Unidade 10 – Funções de 1o grau – significado, gráficos, crescimento, decrescimento, taxas.
Unidades 11, 12, 13 – Funções de 2o grau – significado, gráficos, interseções com os eixos,
vértice, sinais.
Unidades 14, 15 e 16 – Problemas envolvendo funções de 2o grau – problemas de máximos
e mínimos.

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Matemática – 1ª série – Volume 1

SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
CONJUNTOS NUMÉRICOS; REGULARIDADES NUMÉRICAS
E GEOMÉTRICAS

Conteúdos e temas: conjuntos numéricos; sequências numéricas e/ou geométricas; termo geral de sequên-
cias numéricas.

Competências e habilidades: obter sequências numéricas a partir do conhecimento de seu termo geral;
obter o termo geral de uma sequência numérica a partir da identificação da regularidade existente;
reconhecer a existência ou não de padrões de regularidades em sequências numéricas ou geométricas;
utilizar a linguagem matemática para expressar a regularidade dos padrões de sequências numéricas
ou geométricas.

Sugestão de estratégias: resolução de exercícios exemplares.

Roteiro para aplicação da Situação Conhecidos os conjuntos numéricos, os


de Aprendizagem 1 alunos poderão reconhecer que, na maioria
das vezes, uma sequência ordenada de nú-
Na 1a série do Ensino Médio, é bem pro- meros pode ser identificada por intermédio
vável que os alunos conheçam os conjuntos de uma sentença matemática que relaciona
numéricos – Naturais, Inteiros, Racionais e um número natural a um número real. Essa
Reais – e, também, que estejam familiarizados ideia é fundamental para o estudo das rela-
com a ideia preliminar da relação entre dois ções de dependência entre um par de gran-
subconjuntos desses conjuntos, conhecimento dezas, ou, em outros termos, para o estudo
este que é a base do conceito de função. Se a das funções.
premissa é verdadeira, cabe ao professor rever
com os alunos algumas características desses Nesta Situação de Aprendizagem, explo-
conjuntos, com o objetivo de construir a base raremos, inicialmente, na Etapa 1, a cons-
para a apresentação, posterior, das leis de for- trução dos conjuntos numéricos e algumas
mação das sequências numéricas. Caso a pre- de suas propriedades. Em seguida, apre-
missa não seja verdadeira, isto é, se os alunos sentaremos algumas sequências que possi-
não conhecem satisfatoriamente os conjuntos bilitarão a identificação de determinados
numéricos, convém que o professor lhes apre- padrões de regularidades e pediremos que
sente formalmente cada conjunto (IN, , Q os alunos descrevam, em língua materna, a
e IR) antes de iniciar a aplicação da Etapa 1, regularidade que identificam. Isso feito, o
descrita mais adiante. próximo passo será pedir que os alunos en-

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contrem termos sucessivos dessas sequên- Com base nos elementos do conjunto nu-
cias, caso elas mantenham a regularidade mérico, alguns números deverão ser deter-
observada. Completando a primeira etapa, minados:
os alunos serão convidados a exprimir a
regularidade observada por intermédio de f números naturais menores do que 7;
uma sentença matemática. f números naturais maiores ou iguais a 8;
f números inteiros menores do que 7 e maio-
Realizada a etapa inicial, proporemos, na res do que –2;
Etapa 2, apresentada mais adiante, que os alunos f números inteiros cujo valor absoluto é me-
obtenham sequências numéricas a partir de con- nor do que 4.
dições dadas em língua materna ou em lingua-
gem matemática e, ainda, que obtenham termos Em seguida, após a exposição desses e
determinados de algumas dessas sequências. de outros exemplos que o professor julgar
apropriados, poderá ser pedido que os alu-
Etapa 1 – Observando padrões nos transcrevam as informações comunica-
e regularidades das em língua materna para a linguagem
matemática. No caso dos exemplos ante-
Inicialmente, recomendamos que o profes- riores, teríamos:
sor liste o conjunto dos números naturais e dos
números inteiros para, em seguida, pedir que f {x D IN | x < 7} = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}.
os alunos identifiquem alguns subconjuntos
descritos por informações comunicadas em f {x D IN | x * 8} = {8, 9, 10, 11, 12, ...}.
língua materna, como nos exemplos a seguir:
f {x D | – 2 < x < 7} = {–1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}.
IN = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, ... }

= { ... –3, –2, –1, 0, 1, 2, 3, ...} f {x D | |x| < 4} = {–3, –2, –1, 0, 1, 2, 3}.

Observando padrões e regularidades

Você já reparou que as pessoas, em muitos momentos do dia, estão diante de situações
que envolvem uma sequência de números? O torcedor procura, em uma tabela no cader-
no de esportes do jornal, a posição de seu time no campeonato nacional. Para localizar
uma determinada residência em uma rua, o carteiro observa certa regra na numeração
das casas: de um lado, estão dispostas as casas de numeração par em sequência crescente
ou decrescente, e, do outro lado, as de numeração ímpar. Em um edifício, a numeração
dos apartamentos indica também o andar em que eles se localizam. No hospital, a enfer-

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Matemática – 1ª série – Volume 1

meira é orientada sobre a sequência de horários em que deve administrar certo medica-
mento ao paciente.

O ser humano também observa vários movimentos naturais que seguem uma determinada
sequência, formando, assim, certo padrão: os períodos do dia, as estações do ano, as fases da
Lua e o período de aparecimento de um cometa são alguns desses movimentos.

Desde a Antiguidade, grande parte do trabalho dos matemáticos e cientistas tem sido observar
e registrar fenômenos que ocorrem segundo um padrão. O encontro de um padrão ou de uma
regularidade será uma das possibilidades de compreensão, previsão e controle desses fenômenos.

Para abordar esse assunto, este Caderno explora, inicialmente, as sequências numéricas
que podemos construir a partir dos conjuntos numéricos que conhecemos: os naturais, os
inteiros, os racionais e os reais.

Discutidos alguns casos, como exemplifi- c) O conjunto C é formado por números


cado, recomendamos que os alunos se envol- inteiros maiores ou iguais a –3 e meno-
vam na resolução dos seguintes problemas: res do que 5.
{−3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4}.
1. Dados os conjuntos a seguir, {xD | -3 ≤ x <5}
descritos em linguagem coti-
diana, encontre, em cada caso, d) O conjunto D é formado por números
seus elementos e traduza a descrição dada inteiros maiores ou iguais a –2.
para a linguagem matemática. {−2, −1, 0, 1, 2, 3, ...}.
{xD | x ≤ - 2}
a) O conjunto A é formado por números
naturais maiores do que 4 e menores ou 2. Quais são os cinco menores números que per-
iguais a 11. tencem a cada um dos seguintes conjuntos?
{5, 6, 7, 8, 9, 10, 11}.
{x D IN | 4< x ≤ 11} a) E é o conjunto dos cinco menores nú-
meros naturais que são divisíveis por 4.
b) O conjunto B é formado por números {0, 4, 8, 12, 16}.
naturais menores ou iguais a 6.
{0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}. b) F é o conjunto dos cinco menores núme-
{x D IN | x ≤ 6} ros naturais ímpares maiores do que 7.
{9, 11, 13, 15, 17}.

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c) G é o conjunto dos cinco menores nú- b) Qual é o 120 o termo nesta sequência:
meros inteiros que, elevados ao qua- 1, 1, 2, 1, 1, 2, 1, 1, 2, 1, 1, 2, 1, 1, 2,
drado, resultam em um número menor 1, 1, …?
do que 10. 2 (posição múltipla de 3)
{ −3, −2, −1, 0, 1}.
c) Qual é o 25o termo nesta sequência:
d) H é o conjunto dos cinco menores nú- 5, 4, 8, 1, 3, 5, 4, 8, 1, 3, 5, 4, 8, 1, 3,
meros naturais que, quando dobrados 5, 4, …?
e somados a 1, resultam em um núme- 3 (posição múltipla de 5)
ro maior do que 7.
{4, 5, 6, 7, 8}. É importante que o professor auxilie
os alunos na observação de que, nessas
3. Descreva, em linguagem matemática, os sequên cias, os motivos (períodos) são re-
conjuntos E, F, G e H, apresentados na ati- petidos igualmente, ou seja, um elemento
vidade anterior. ou um grupo de elementos se repete perio-
E = {4n, sendo n D IN, e n < 5}. dicamente, levando-os a perceber que essa
F = {2n + 1, sendo n D IN, e 4 ” n ” 8}. característica deve ser levada em conta, na
G = {x D | −4 < x < 2}. organização dos dados, para a identifica-
H = {2n + 1 > 7, sendo n D IN, e n < 9}. ção do termo solicitado.

A resolução e a discussão desses pro- A sequência dos números naturais é cons-


blemas iniciais permitirão, ao nosso ver, truída, como sabemos, pelo acréscimo de
introduzir a notação apropriada para a uma unidade a um termo já conhecido. A
designação de termos de uma sequência fim de proporcionar aos alunos a oportuni-
numérica. Todavia, antes que isso seja im- dade de observar regularidades e perceber
plementado (o que será feito na Etapa 2), que, muitas vezes, é possível construir uma
consideramos importante que os alunos se “receita” ou uma sentença que indique como
detenham um pouco mais na identificação a sequência deve continuar, o professor pode
das regularidades de algumas sequências. apresentar tipos diferentes de sequências
para que os alunos observem as proprieda-
4. A seguir, são apresentadas três sequências des de seus elementos e descubram a lei de
numéricas infinitas. Observando cada uma formação, ou seja, o padrão utilizado para a
delas, responda: construção da sequência. Oriente-os a cons-
truir uma sentença algébrica que permita
a) Qual é o 100o termo nesta sequência: 1, calcular um termo qualquer, em função de
1, 1, 1, 1, ...? sua posição na sequência (sequências, sob o
1 ponto de vista funcional).

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Matemática – 1ª série – Volume 1

5. A seguir, é apresentada uma sequência na A exploração de sequências repetitivas,


forma figurativa. Descreva, em palavras, o numéricas ou não, favorece a discussão sobre
padrão de regularidade desta sequência e algumas noções trabalhadas nas séries anterio-
indique qual deve ser a figura que ocupa a res, como múltiplos, divisores e regras de divisi-
152a posição. bilidade, e permite uma aproximação da noção
de congruência, uma vez que trabalha com nú-
meros que, divididos por um determinado nú-
mero inteiro, apresentam o mesmo resto.
1 2 3 4
Realizada a discussão do exemplo propos-
to e de outros que o professor julgar apro-
priados, propomos que os alunos resolvam os
seguintes problemas.
5 6 7 8
As sequências figurais também podem en- 6. Observe a sequência de figuras:
riquecer o trabalho com a observação de regu-
laridades e generalização de padrões. No caso
da sequência em questão, o professor pode ...
1 2 3 4 5 6 7
estimular os alunos a perceber que a sétima
figura é igual à primeira, que a oitava figura é Supondo que a lei de formação continue a
igual à segunda, e assim por diante. Ou seja, mesma, desenhe as figuras que deverão ocu-
cada período é formado por seis figuras; por- par as posições 38a e 149a nessa sequência.
tanto, a 152a figura será igual à segunda, pois Justifique sua resposta.
tanto o número 2 (que indica a posição da se- A figura que ocupa a posição 38 será a mesma figura da posi-
gunda figura) quanto o número 152 (que indi- ção 2, pois a divisão de 38 por 4 deixa resto 2, e a que ocupa
ca a posição da 152a figura), quando divididos a posição 149 será a mesma da posição 1, visto que a divisão
por 6, deixam resto 2. de 149 por 4 deixa resto 1.

Assim, o professor poderá auxiliar os 7. Observe a sequência (1, 1, 2, 3, 3, 1, 1, 2, 3,


alunos na conclusão de que as Figuras 1, 7, 3, 1, 1, 2, 3, 3, 1, 1...). Supondo que a lei de
13, 19 etc. são todas iguais à primeira figu- formação dessa sequência permaneça, deter-
ra, pois os números 1, 7, 13, 19 etc., quando mine o 38o e o 149o termos.
divididos por 6, deixam resto 1. Do mesmo O período é de cinco números. Assim, o 38o termo é 2, pois
modo, as Figuras 3, 9, 15, 21 etc. são todas a divisão de 38 por 5 deixa resto 3, e o terceiro termo da
iguais à Figura 3, pois os números 3, 9, 15, 21 sequência é o número 2; o 149o termo é igual a 3, pois a
etc., quando divididos por 6, deixam resto 3, divisão de 149 por 5 deixa resto 4, e o quarto termo da se-
e assim sucessivamente. quência é o número 3.

13
(III) (IV)
8. Hoje é quarta-feira. Devo pagar uma dí- 1 2 3 4 1 2 3 4
vida daqui a exatamente 90 dias. Em que A A
dia da semana cairá o 90o dia? B B
C C
O período é de sete dias. A divisão de 90 por 7 deixa res-
D D
to 6; portanto o 90o dia será o sexto elemento da sequên-
cia dos dias da semana iniciada na quinta-feira. Logo, o (V) (VI)
90o dia será terça-feira. 1 2 3 4 1 2 3 4
A A
B B
9. Um processo de reflorestamento previa a C C
plantação de certo número x de mudas de D D
árvores. No primeiro dia, foram planta-
das 120 árvores, e planejou-se que, nos Supondo que a regularidade observada
dias seguintes, seriam plantadas, por dia, na formação desses termos seja mantida
dez árvores a mais do que no dia anterior. para a formação dos demais, isto é, que o
Sendo assim: termo (I) seja igual ao termo (VII), que
o termo (II) seja igual ao termo (VIII), e as-
a) quantas árvores serão plantadas no séti- sim por diante, responda:
mo dia?
6 u 10 + 120 = 180 árvores. a) quais quadrículas estarão pintadas no
termo (XXX)?
b) qual é o número x, se, no final do dé- O período da sequência é de seis termos. A divisão de
cimo dia, havia sido plantada a metade 30 por 6 resulta resto zero. Assim, o termo (XXX) é igual
do total previsto inicialmente? ao termo (VI), e nele estarão pintadas as quadrículas C2,
No décimo dia = 9 u 10 + 120 = 210 A C3, D3 e D4.
S = 120 + 130 + 140 + ... + 190 + 200 + 210 =
= 1 650 (metade do total) b) quantas vezes a quadrícula B2 terá
Total de árvores = 1 650 u 2 sido pintada desde o termo (I) até o
x = 3 300 termo (XIX)?
A quadrícula B2 é pintada três vezes a cada período, nos ter-
10. Observe os seis primeiros termos de uma mos (I), (III) e (IV). Até o termo (XIX), incluindo-o, serão três
sequência. períodos e mais um termo. Portanto, a quadrícula B2 será

(I) (II) pintada 3 u 3 + 1 = 10 vezes.


1 2 3 4 1 2 3 4
A A 11. Aproveitando as condições
B B
C C
apresentadas na atividade 9 da se-
D D ção anterior, crie três questões
acompanhadas de sua resolução.

14
Matemática – 1ª série – Volume 1

Praticamente não há limite para o número de exemplos que termos são as raízes da equação x2 – 8x
poderão ser criados. O professor poderá permitir que os alu- + 15 = 0. Encontre o primeiro e o segun-
nos socializem os exemplos que criaram e que, ao final, sele- do termos dessa sequência, considerando
cionem 4 ou 5 que, na opinião deles, consideraram os mais que exista diferença constante entre dois
criativos ou os mais difíceis. termos consecutivos.
Resolvendo a equação de 2o grau, encontraremos como raízes
12. Atribui-se ao matemático grego Hipsicles os números 3 e 5. A sequência será, portanto, (−3, –1, 1, 3, 5).
(240 a.C.-170 a.C.) uma regra para criar Assim, os dois primeiros termos serão −3 e −1, respectivamente.
uma nova sequência numérica a partir de
outra. O método consiste em tomar uma
Professor, uma prática que costuma mo-
sequência numérica (por exemplo, 1, 2, 3, tivar os alunos e aproveitar, de forma mais
4, 5, 6, …) e criar outra em que cada termo intensa, seus conhecimentos anteriores é so-
seja igual à soma dos anteriores. Isto é: licitar-lhes que, com base nas condições desse
problema, criem diversas questões, para que
sejam trocadas e resolvidas por eles mesmos,
Sequência nova sob sua supervisão. Além disso, esse tipo de
atividade é um consistente instrumento no es-
1 1
tímulo à metacognição, isto é, estimula cada
1+2 3 aluno a refletir sobre como elabora e mobili-
1+2+3 6 za suas estratégias de raciocínio durante uma
etapa de resolução de problemas.
1+2+3+4 10
1+2+3+4+5 15
... ... Etapa 2 – Sequências definidas por
sentenças matemáticas

Pela regra de Hipsicles, a sequência (1, 2, 3, 4, ...) Nesta etapa, os alunos serão convidados
gerou a sequência (1, 3, 6, 10, 15, 21, …). a obter sequências numéricas a partir de con-
Aplique a regra de Hipsicles e encontre os dições definidas, inicialmente, na língua ma-
oito primeiros termos de duas novas se- terna e, posteriormente, na linguagem mate-
quências numéricas geradas a partir da mática. Além disso, desenhando um percurso
sequência (1, 3, 6, 10, 15, 21,...). inverso ao anterior, uma série de problemas
As sequências serão: (1, 4, 10, 20, 35, 56, 84, 120, …) e será proposta para que os alunos obtenham a
(1, 5, 15, 35, 70, 126, 210, 330, …). expressão do termo geral de determinada se-
quência numérica. Sugerimos que a próxima
13. Uma sequência numérica crescente é atividade seja discutida com os alunos antes
composta por cinco termos. O terceiro que eles se envolvam com a resolução dos pro-
termo é o número 1, e o quarto e quinto blemas propriamente dita.

15
Sequências definidas por sentenças escreverem em língua materna a regularidade
matemáticas expressa na linguagem matemática.

14. Em uma sequência numéri- 15. Em uma sequência numérica, o primei-


ca, o primeiro termo é uma fra- ro termo é igual a 2, e os seguintes são
ção de numerador 1 e denomi- obtidos pelo acréscimo de três unidades
nador 4. Os termos seguintes ao primeiro ao termo imediatamente anterior. Sen-
podem ser obtidos adicionando sempre uma do assim, responda:
unidade ao numerador e ao denominador da
fração do termo imediatamente anterior. a) quais são os cinco primeiros termos?
(2, 5, 8, 11, 14).
a) Quais são os cinco primeiros termos
dessa sequência? b) qual é o termo a10?
1 2 3 4 5
, , , , . (29).
4 5 6 7 8

c) qual é o termo a20?


b) Chamando o primeiro termo de a1, o (59).
segundo termo de a2, o terceiro de a3, e
assim por diante, qual é o termo a9? d) como se pode determinar um termo an
9 3
= qualquer?
12 4
Somando o termo inicial, 2, a um certo número de termos
sempre iguais a 3. Para se obter um termo n qualquer, deve-
c) Qual é o termo a54? mos somar o primeiro termo, 2, com n − 1 termos iguais a 3.
54
Assim, an = 2 + 3 (n − 1) = 3n − 1.
57
Outro raciocínio possível é o seguinte: como o salto de
um termo a outro é constante e igual a 3, podemos supor
d) Como se pode determinar um termo an que uma expressão geral deva conter o termo 3n. Para
qualquer? que a1 = 2, é preciso que seja subtraído 1 de 3n. Assim,
Um termo qualquer an é uma fração em que o numerador é an = 3n − 1.
igual a n e o denominador é três unidades a mais do que n,
n
isto é, é igual a n + 3. Assim, an = . 16. Para se obter os termos de uma sequência
n+3
numérica, é necessário fazer o seguinte:
Chamamos a atenção do professor para o
fato de que o conjunto de problemas desta etapa I. Elevar a posição do termo ao quadra-
envolve sequências numéricas de várias nature- do, isto é, calcular 12 para o primeiro
zas, e não apenas as aritméticas e as geométri- termo, 22 para o segundo termo, 32 para
cas, e também para a necessidade de os alunos o terceiro termo, e assim por diante.

16
Matemática – 1ª série – Volume 1

5+2 7
II. Adicionar duas unidades ao resultado Para n = 5, a5 = =
5 5
obtido após elevar ao quadrado a posi-
ção do termo.
n –1
18. A expressão an = é a expressão do
n +1
Para essa sequência numérica, responda: termo geral de uma sequência numérica,
isto é, os termos da sequência podem ser
a) quais são os cinco primeiros termos?
obtidos se forem atribuídos a n valores
(3, 6, 11, 18, 27).
naturais maiores do que zero. Sendo as-
sim, encontre:
b) qual é o 8o termo?
a8 = 82 + 2 = 66. a) o termo a1;
1−1
c) qual é o termo a20? a1 = = 0.
1+1
a20 = 202 + 2 = 402.
b) o termo a5;
d) como se pode determinar um termo an 5−1 4 2
a5 = = = .
qualquer? 5+1 6 3
an = n2 + 2.
c) o 8o termo;
8−1 7
17. Observe os cinco primeiros termos da se- a8 = = .
8+1 9
guinte sequência numérica:
9
5 3 7 d) a posição do termo que é igual a .
3, 2, , , . 11
3 2 5
9 10 − 1
O termo pode ser escrito como .
Demonstre que é possível determinar os 11 10 + 1
termos dessa sequência a partir da ex- Portanto, ele é o décimo termo.
n+2
pressão an = , atribuindo a n valores
n 19. Determinada sequência numérica tem
naturais maiores do que zero.
a1 = 9, a2 = 3, a3 = 1 e a4 = 1 . Nessa sequên-
1+2 3
Para n = 1 a1 = = 3;
cia, qual é:
1
2+2
Para n = 2, a2 = = 2;
2 a) o 5o termo?
3+2 5 Cada termo da sequência, a partir do segundo, é obtido pela
Para n = 3, a3 = = ;
3 3 divisão do anterior por 3. Assim, o quinto termo será igual a
4+2 6 3 1 1
Para n = 4, a4 = = = ; ÷3= .
4 4 2 3 9

17
b) o termo a6? e) qual é a posição do termo que é igual a
1 1
a6 = a5 ÷ 3 = ÷3= . 420?
9 27
420 é o 211o termo.
1
c) a posição do termo que é igual a ?
81
f) como se pode determinar um termo an
1 1
Como 27 é igual a 81 ÷ 3, e é o sexto termo, éo qualquer?
27 81
sétimo termo. Fazendo (n − 1) u 2, sendo n um número natural maior do
que zero.
20. Qual das duas expressões listadas a seguir
é a expressão do termo geral da sequência 22. Escreva os cinco primeiros termos da se-
da atividade anterior? (Lembre-se de que n quência dos números ímpares positivos.
é o número que dá a posição do termo na Em seguida, responda:
sequência, isto é, se n = 2, temos o segundo 1, 3, 5, 7, 9...
termo; se n = 5, temos o quinto termo; e
assim por diante.) a) qual é o 10o termo?
9 a10 = 19.
an = an = 33 – n
3n
O termo geral da sequência é an = 33 −n, que poderá ser b) qual é o termo a13?
verificado a partir da substituição de n por números naturais a13 = 25.
maiores do que zero.
c) qual é o termo a25?
21. Observe a seguinte sequência dos números a25 = 49.
pares positivos: 0, 2, 4, 6, 8, 10, ... Nessa
sequência: d) como se pode determinar um termo an
qualquer?
a) qual é o 10o termo? Fazendo 2 u n − 1, em que n é um número natural maior
O décimo termo é 18. do que zero.

b) qual é o 15o termo? 23. Observe a seguinte sequência numérica:


o
O 15 termo é 28. 1, 4, 9, 16, 25, ... Nessa sequência, responda:

c) qual é o termo a35? a) qual é o 6o termo?


a35 = 68. O sexto termo é 62 = 36.

d) qual é o termo a101? b) qual é o termo a7?


a101 = 200. a7 = 72 = 49.

18
Matemática – 1ª série – Volume 1

c) qual é a expressão de seu termo geral? organizar os dados em uma tabela como
2
an = n . a que segue.)

24. Uma sequência numérica é Posição da Número de


Número de
dada pelo seguinte termo geral: figura na quadrinhos
quadrinhos brancos
an = n + 1 . sequência pretos

1 1 0
Para essa sequência, determine:
2 2 22 − 2
a) os cinco primeiros termos;
2 , 3 , 2, 5 , 6 . 3 3 32 − 3

b) os cinco primeiros termos que sejam nú- 4 4 42 − 4

meros inteiros.
n n n2 − n = n u (n − 1)
Os cinco primeiros termos representados por números inteiros se-
rão aqueles em que o radicando é um quadrado perfeito, a saber:
a3 = 2; a8 = 3; a15 = 4; a24 = 5; a35 = 6. c) Quantos quadrinhos brancos deverá ter
a 39a figura dessa sequência?
25. Observe a sequência de figuras. Em segui- 392 − 39 = 39(39 − 1) = 39 · 38 = 1 482.
da, responda:
26. A seguir, estão os primeiros elementos de
uma sequência de figuras que representam
os chamados números quadrangulares. Ana-
lise-os e responda às questões propostas.

1 2 3 4 5

a) Quantos quadrinhos brancos deverá ter


a 6a figura dessa sequência? a) Quantos quadrinhos deverá ter o 6o ele-
A 6a figura deverá ter 30 quadrinhos brancos, pois 6 u 6 − 6 = 30. mento dessa sequência? E o 10o termo?
36; 100.
b) Escreva uma fórmula que permita cal-
cular a quantidade de quadrinhos bran- b) Qual é a expressão do termo geral dessa
cos, em função da posição n da figura sequência?
na sequência. (Sugestão: você pode n2.

19
27. Observe a figura: 28. Observe as linhas completas da tabela e
complete as que estiverem em branco.

Adição Descrição

A soma dos dois


primeiros números
1 + 3 = 4 = 22
ímpares é igual ao
quadrado de 2.
A soma dos três
primeiros números
1 + 3 + 5 = 9 = 32
ímpares é igual ao
quadrado de 3.
1 3 5 7 9
A soma dos quatro pri-
1+3+5+7=
meiros números ímpares
= 16 = 42
Nessa representação, os números escritos é igual ao quadrado de 4.

logo abaixo da figura indicam a quantidade


A soma dos cinco
de quadrinhos de cada um desses conjun- primeiros números
1 + 3 + 5 + 7 + 9 = 25 = 52
tos. Sendo assim, responda: ímpares é igual ao
quadrado de 5.
a) qual é a soma dos números escritos
A soma dos n primeiros
abaixo da figura? 1+3+5+7+9+
números ímpares é igual
1 + 3 + 5 + 7 + 9 = 25. + ... + 2 u n – 1 = n2
a n2.

b) que relação pode ser estabelecida entre


esse resultado e a figura analisada? Considerações sobre a avaliação
A soma dos números escritos abaixo da figura é igual ao to-
tal de quadrinhos que formam a figura. Os números escritos A Situação de Aprendizagem 1 abordou
abaixo da figura são os cinco primeiros naturais ímpares. Sua a regularidade numérica, e também geo-
soma é 25. O total de quadrinhos da figura é 52 = 25. métrica, observada em algumas sequên-
cias. Além disso, introduziu a ideia de que
c) utilizando os resultados de suas obser- é possível obter uma sequência numérica a
vações, determine, sem efetuar a adição, partir de uma relação matemática estabele-
o resultado de 1 + 3 + 5 + 7 + 9 + 11 + cida entre um conjunto discreto (naturais)
+ 13 + 15. e um conjunto de qualquer natureza. São
8² = 64. esses, pois, os elementos importantes a se-

20
Matemática – 1ª série – Volume 1

rem avaliados. Para tanto, sugerimos que Salientamos, também, a importância de


o professor elabore momentos de avaliação que as avaliações não se restrinjam a situações
que contemplem: individuais. Em alguns momentos, pode-se
contemplar a possibilidade de que os alunos
f a obtenção de termos de maiores ordens de consultem seu material de aula e, em outros,
uma sequência, a partir do conhecimento seus colegas de grupo. Destacamos, por fim,
dos primeiros termos; o fato de que um trabalho com características
f a determinação do termo geral de sequên- essencialmente indutivas, como é o caso dos
cias numéricas, desde que esses termos ge- temas desenvolvidos neste Caderno, estimula
rais se baseiem em expressões conhecidas sobremaneira a discussão e a tomada de deci-
pelos alunos, por exemplo, expressões do sões, justificando, dessa forma, a inclusão de
tipo a u x + b ou a u x2 + b. instrumentos de avaliação não individuais.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS

Conteúdos e temas: progressões aritméticas (PA) e progressões geométricas (PG); expressão do termo
geral da PA e da PG.

Competências e habilidades: reconhecer o padrão de regularidade de uma sequência aritmética ou de


uma sequência geométrica; utilizar a linguagem matemática para expressar a regularidade dos padrões
de sequências numéricas.

Sugestão de estratégias: resolução de exercícios exemplares.

Roteiro para aplicação da Situação sem qualquer contexto, que exijam a escrita
de Aprendizagem 2 de equações complexas. Enfatizamos, portan-
to, que se priorizem o desenvolvimento dos
As sequências aritméticas ou geométricas conteúdos e a apresentação de situações-pro-
são bastante estudadas, no Ensino Médio, por blema, sob o prisma do reconhecimento da
vários motivos, como a pouca exigência algé- regularidade da sequência e da generalização
brica e a facilidade de padronizar os conceitos intuitiva do termo geral, colocando em se-
por intermédio de fórmulas matemáticas. gundo plano, portanto, a simples substitui-
ção de valores em fórmulas decoradas.
A baixa exigência algébrica envolvida, es-
pecialmente no estudo das PAs, deve ser, de Outro aspecto que merece comentário é o
fato, valorizada, em detrimento de exercícios fato de que, em geral, as PAs e as PGs são

21
tratadas de modo independente, uma a cada se obtenha o seguinte. Nesse caso, a expressão
tempo, e as PAs vêm sempre antes das PGs. do termo geral deverá conter, necessariamen-
te, um termo do tipo 4 u n. Compreendido isso,
No entanto, vale destacar que o raciocínio pode-se pensar da seguinte maneira:
principal envolvido em um ou em outro tipo
de sequência é o mesmo, ou seja, um valor
constante é o passo que permite obter um Para n = 1, o resultado deve ser igual
termo a partir do anterior. O fato de que, em a 5, que é o primeiro termo da sequên-
um caso, esse passo é adicionado, enquanto, cia. No entanto, ao fazer 4 u n ou 4 u 1, o
no outro, é multiplicado, é algo que compõe resultado obtido é 4. Sendo assim, ainda
o raciocínio secundário do estudo, cujo re- falta uma unidade para se obter o pri-
conhecimento não costuma trazer qualquer meiro termo. Logo, o termo geral pode
dificuldade adicional aos alunos. ser este:

an = 4 u n + 1
Dessa forma, apresentaremos, a seguir,
uma série de problemas exemplares, com- Testando essa expressão para outros
postos, em alguns casos, por PA, em ou- termos, verificamos que ela é válida, pois:
tros, por PG e, em outras situações, pelos
dois tipos de sequências. Sugerimos que a2 = 4 u 2 + 1 = 9
sejam propostos aos alunos na ordem em
a3 = 4 u 3 + 1 = 13
que aparecem.
Logo, o termo geral da sequência é
A atividade 1 pode ter a resolução solicita- mesmo an = 4 u n + 1.
da sem nenhum comentário prévio. Durante
os comentários da correção, o professor pode-
rá valorizar as diversas maneiras de resolução Esse mesmo tipo de raciocínio pode ser
que eventualmente surgirem. Um tipo de re- aplicado na determinação do termo geral
solução importante, que poderá ser levantada de uma PG. Na sequência (2, 6, 18, 54, ...),
pelo professor, caso não surja dos alunos, é por exemplo, o passo constante é 3, que,
aquele que considera o passo de cada sequên- quando multiplicado por algum termo,
cia como parcela ou fator constante no mo- resulta no termo imediatamente seguinte.
mento da escrita da expressão do termo geral Assim, se sempre se multiplica por 3, o ter-
da sequência. Por exemplo, no caso da se- mo geral da sequência deve conter 3n. Com
quência (5, 9, 13, 17, 21, ...), o passo constante base nessa regularidade, pode-se chegar à
é 4, que, adicionado a cada termo, permite que seguinte conclusão:

22
Matemática – 1ª série – Volume 1

Para n = 1, o resultado deve ser igual descrito anteriormente. Caberá a cada aluno
a 2, que é o primeiro termo da sequência. escolher o raciocínio que considera mais ade-
No entanto, ao fazer 3n ou 31, obtemos 3, quado, e caberá ao professor discutir todos os
e não 2. Logo, deve haver mais um fator raciocínios que surgirem, apresentando prós
na expressão, a fim de que o resultado e contras de cada um, no sentido de fornecer
2 elementos para que os alunos possam refinar
esperado seja obtido. Esse fator é , suas estratégias iniciais.
3
2
pois 3 u = 2. Então, o termo geral da
3 1. Considere as sequências de
sequência deve ser:
2 (I) a (VI) para responder às
an = u 3n questões propostas.
3
Testando essa expressão para outros
(I) (0, 3, 6, 9, 12, ...)
termos, verificamos que ela é válida, pois:
(II) (1, 4, 7, 10, 13, ...)
2 18 (III) (2, 5, 8, 11, 14, ...)
a2 = u 32 = =6
3 3 (IV) (–2, 4, –8, 16, –32, ...)
2 54 (V) (0,2; 0,4; 0,6; 0,8; ...)
a3 = u 33 = = 18 (VI) (1, 4, 16, 64, 256, ...)
3 3
Logo, o termo geral da sequência
2 a) Quais são os três termos seguintes de
é mesmo an = u 3n, que, simplificando,
3 cada uma dessas sequências?
pode ser escrito como an = 2 u 3n – 1. (I) 15, 18, 21.
(II) 16, 19, 22.
(III) 17, 20, 23.
É esperado, nesta Situação, que alguns (IV) 64, −128, 256.
alunos adotem procedimento semelhante ao (V) 1,0; 1,2; 1,4.
adotado para a PA, isto é, fazer 3n e, em segui- (VI) 1 024, 4 096, 16 384.
da, subtrair uma unidade, a fim de que 31 – 1
coincida com o primeiro termo da sequência. b) É verdade que o algarismo 8 não apa-
Nesse caso, caberá ao professor pedir que os rece em nenhum número da sequência
alunos apliquem a “fórmula” obtida para os (II)? Justifique.
demais termos da sequência, quando, então, Não, pois o algarismo 8 aparece no termo 28, que é o décimo
perceberão o equívoco do raciocínio adotado. termo da sequência.

Salientamos, novamente, que não é con- c) É possível que um mesmo número natu-
veniente formalizar a adoção de um ou ral apareça em duas das três primeiras
outro tipo de raciocínio, nem mesmo aquele sequências? Justifique.

23
Não, pois a sequência (I) é formada apenas por núme- j) Qual é o termo geral da sequência
ros que, divididos por 3, deixam resto zero; a sequência (V)?
(II) é formada apenas por números que, divididos por 3, an = 0,2 u n, n D IN*
deixam resto 1; a sequência (III) é formada apenas por
números que, divididos por 3, deixam resto 2. Como a k) Qual é o termo geral da sequência (VI)?
divisão por um número natural diferente de zero (divi- an = 4n ÷ 4, n D IN*
são euclidiana) não pode apresentar dois restos distintos, ou an = 4n-1
não é possível que um mesmo número apareça em duas
dessas sequências. l) Escolha um critério, justificando-o, e se-
pare as seis sequências em dois grupos.
d) O número 1 087 é um termo de qual(is) Espera-se, neste item, que os alunos percebam que há,
sequência(s)? entre as sequências apresentadas, algumas em que o
O número 1 087 é um termo da sequência (II), pois a divi- passo constante é somado a cada termo e outras em
são de 1 087 por 3 deixa resto 1, e é também elemento da que o passo constante é multiplicado a cada termo. To-
sequência (V), uma vez que é múltiplo de 0,2. davia, poderão aparecer outros critérios, e o professor
deverá estar atento para valorizar os critérios surgidos,
e) Explique por que o número 137 não mas, também, enfatizar a importância do reconheci-
pertence à sequência (II). mento do passo constante das sequências, seja ele so-
A sequência (II) é formada apenas por números que, di- mado ou multiplicado.
vididos por 3, deixam resto 1. Logo, o 137 não é termo da
sequência (II), pois a divisão de 137 por 3 deixa resto 2. 2. Sabe-se que as Olimpíadas, a Copa do
Mundo e os Jogos Pan-americanos ocorrem
f) Qual é o termo geral da sequência (I)? de quatro em quatro anos. Se essas compe-
an = 3(n – 1), n D IN*. tições ocorreram nos anos de 2004, 2006 e
2007, respectivamente, e considerando que
g) Qual é o termo geral da sequência continuem a acontecer, segundo essa regra,
(II)? por muito tempo, responda:
an = 3n − 2, n D IN*.
a) Qual competição ocorrerá em 2118? E
h) Qual é o termo geral da sequência em 2079 e 2017?
(III)? As Olimpíadas acontecem em anos em que sua divisão por
an = 3n − 1, n D IN*. 4 deixa resto zero, a Copa acontece em anos em que sua di-
visão por 4 deixa resto 2, e os Jogos Pan-americanos aconte-
i) Qual é o termo geral da sequência cem em anos em que sua divisão por 4 deixa resto 3. Assim,
(IV)? em 2118, aconteceria a Copa do Mundo (resto 2); em 2079,
n
an = (−2) , n D IN*. aconteceriam os Jogos Pan-americanos (resto 3); e, em 2017,
não aconteceria nenhuma dessas três competições (resto 1).

24
Matemática – 1ª série – Volume 1

b) Haverá algum ano em que ocorrerá a) qual é o 2o termo?


mais de uma dessas três competições? 0,1
Explique.
Não é possível, pois qualquer número dividido por 4 deixa b) qual é o termo a3?
um, e apenas um, desses restos: zero, 1, 2 ou 3. 0,5

3. Determinada sequência numérica obedece c) qual é o termo a4?


à seguinte condição: a diferença entre dois 2,5
termos consecutivos é sempre a mesma e
igual a 6. Considerando que o primeiro ter- d) qual é o resultado da divisão entre a6 e a4?
mo dessa sequência é –8, responda: 25

a) quais são os cinco primeiros termos? e) qual é o termo geral da sequência, isto
(−8, −2, 4, 10, 16). é, qual é a fórmula matemática que re-
laciona um termo qualquer (an) à posi-
b) qual é o termo a9? ção do termo (n)?
40 an = 0,02 u 5n – 1.

c) qual é o 15o termo? A resolução dos exercícios anteriores


76 foi, de certa forma, preparatória para a ca-
racterização das PAs e das PGs. Finalizada
d) qual é o 20o termo? essa etapa, o professor poderá definir PA
106 e PG por meio de uma discussão com seus
alunos, identificando, entre as sequências
e) quanto é a diferença entre a12 e a5? já estudadas, aquelas que atendem a cada
42 definição dada.

f) qual é a expressão de seu termo geral, Compreendido o significado de uma PA, o


isto é, qual é a fórmula matemática que aluno será capaz de concluir que, partindo do
relaciona um termo qualquer (an) à po- primeiro termo, para avançar um termo na se-
sição do termo (n)? quência, deverá adicionar o “passo”, ou razão
an = 6n − 14. r, uma vez, isto é, a2 = a1 + r; da mesma forma,
para avançar dois termos, deverá adicionar
4. O primeiro termo de uma sequência numé- 2 u r ao primeiro termo, obtendo a3 = a1 + 2 u r.
rica é 0,02. Para obter os termos seguintes, Por esse processo, espera-se que o aluno reco-
basta multiplicar o termo imediatamente nheça que, para obter o 20o elemento, deverá
anterior por 5. Sendo assim, responda: adicionar 19 u r ao primeiro termo e escrever:

25
a20 = a1 + 19 u r, e assim sucessivamente. Esse lados nesse sentido – daqueles alunos que,
raciocínio favorecerá a construção, por parte sem terem atingido a compreensão desejada,
do aluno, da fórmula do termo geral da PA, buscam adaptar as condições dos problemas
que é dada por an = a1 + (n – 1) u r. às fórmulas, como se eles se questionassem
constantemente sobre “qual fórmula devem
Além disso, essa compreensão permiti- utilizar”. Casos dessa natureza certamente
rá que o aluno note que, para “passar” de a4 merecerão maior atenção do professor.
para a11, deverá avançar sete termos, ou seja,
para obter o termo a11 a partir do termo a4, É importante que o professor também ex-
deverá adicionar 7 u r ao termo a4 e escrever: plore o seguinte fato: cada termo de uma PG,
a11 = a4 + 7 u r. Da mesma forma, poderá es- a partir do segundo, é a média geométrica en-
crever a4 = a11 – 7 u r, pois, para “passar” de a11 tre seu antecessor e seu sucessor. O exemplo a
para a4, deve “retroceder” sete termos. seguir serve como ilustração:

Da mesma forma, associa-se às PGs o


significado de que, conhecidos o primeiro Na PG (4, 8, 16, 32, 64 ...), 16 é média
termo e o passo, ou razão q, é possível deter- geométrica de 8 e 32, pois 16 = 8 u 32.
minar qualquer termo da sequência a partir
da multiplicação do primeiro termo pela ra-
zão um determinado número de vezes. Assim, Após a discussão dos problemas ante-
se o aluno compreender que a2 = a1 u q, que riores e das expressões do termo geral das
a3 = a1 u q2, e assim por diante, compreenderá, PAs e das PGs, o professor poderá pedir
também, que an = a1 u qn – 1 e, generalizando, que os alunos resolvam alguns problemas
que an = ak u qn – k. exemplares.

Destacamos, novamente, a importância de 5. Considere que: uma PA é uma sequência


valorizar o raciocínio dos alunos na obtenção (a1, a2, a3, ..., an, ...) de números an, em
do termo geral de uma PA ou de uma PG, que a diferença entre cada termo an + 1 e
em detrimento de restringir a resolução dos seu antecedente an é uma constante. Essa
problemas à utilização das fórmulas obtidas. diferença constante é chamada de razão
O professor deverá estar atento e observar da PA e é representada por r. Assim, em
quais estratégias de resoluções os alunos es- uma PA de razão r, temos: an + 1 – an = r,
tão utilizando, a fim de distinguir aqueles que para todo n natural, n ≥ 1. De acordo com
utilizam fórmulas prontas como um mero essa definição, indique quais das sequên-
atalho para a aplicação do conceito que já cias a seguir são PAs. Em caso afirmativo,
dominam – e, portanto, podem ser estimu- determine a razão.

26
Matemática – 1ª série – Volume 1

a) (2, 5, 8, 11, ...). De acordo com essa definição, quais das


sequências a seguir são PGs? Justifique sua
b) (2, 3, 5, 8, ...). resposta.

c) (7, 3, –1, –5, ...). I) (1, 3, 9, 27, ...); II) (1, 2, 6, 24, ...);
2 2 2 2 4
d) , , , , ... .
3 3 3 3 III) 36, 12, 4, , ... ; IV) (1, –2, 4, –8, ...);
3

3 1
e) – , –1, – , 0, ... . 8 7
2 2 V) 3, , , 2, ... ; VI) ( 2, 2, 2 2, 4, ...).
3 3
1
2 2 São PGs: (I), de razão 3; (III), de razão ;
f) 6, 2, , , ... . 3
3 9
(IV), de razão −2; (VI), de razão 2 .
São PAs as seguintes sequências: a) (razão: 3);
1
c) (razão −4); d) (razão: 0); e) (razão: ).
2 8. Considere as sequências:
6. Considere as sequências dadas por seus
termos gerais: I) an = 3 u n + 1, com n D IN, n • 1;
II) an = 3 u n2 − 1, com n D IN, n • 1;
I) an = 4 u n + 1, com n D IN, n • 1; III) an = 3 u n, com n D IN, n • 1;
II) an = 4 u n2 – 1, com n D IN, n • 1; IV) a1 = 3 e an = an – 1 u 2, com n D IN, n • 2;
III) a1 = 2 e an = an – 1 u 3, com n D IN, n • 2; V) a1 = 3 e an = an – 1 + 2, com n D IN, n • 2.
IV) a1 = 2 e an = an – 1 + 3, com n D IN, n • 2.
Determine os cinco primeiros termos de
Obtenha os cinco primeiros termos de cada cada sequência e destaque a razão daque-
uma dessas sequências e destaque a razão las que forem PGs ou PAs.
daquelas que forem PAs.
I) 4, 7, 10, 13, 16.
I) 5, 9, 13, 17, 21. II) 3, 15, 35, 63, 99.
II) 2, 11, 26, 47, 74.
III) 2, 6, 18, 54, 162. IV) 2, 5, 8, 11, 14.
III) 3, 6, 9, 12, 15.
São PAs as seguintes sequências: (I), com razão = 4, e (IV),
IV) 3, 6, 12, 24, 48.
com razão = 3.
V) 3, 5, 7, 9, 11.

7. Considere que: uma PG é uma sequência (IV) é PG de razão 2. São PAs: (I), de razão 3; (III), de razão 3;

(a1, a2, a3, …, an, ...), em que cada termo e (V), de razão 2.

an, a partir do segundo, é obtido pela mul-


tiplicação de seu antecedente an – 1 por uma 9. Observe a se quência de figuras e responda
constante diferente de zero. às questões propostas.
27
Neste caso, o aluno pode obter uma fór-
mula de recorrência: an = (an – 1) u 2 e a fórmula
1 2 3 4 do termo geral: an = 3 u 2n – 1.

a) Quantos quadradinhos comporão a quin- 10. Nesta figura, cada quadradinho é formado
ta figura dessa sequência? E a sexta figura? por quatro palitos de comprimentos iguais.
Na quinta figura, 48 quadradinhos, e, na sexta, 96 quadradinhos.

b) Associe a essa sequência outra que indique


o número de quadradinhos de cada figura. ...
1 2 3 4 5
Essa sequência é uma PG? Justifique.
(3, 6, 12, 24, ...) é PG, pois cada termo an é obtido a partir da a) A sequência formada pelas quantidades
multiplicação do termo anterior an – 1 por 2. de palitos necessários para a construção
das figuras resulta em uma PA? Justifi-
c) Construa uma fórmula que possa ser uti- que sua resposta.
lizada para determinar um termo qual- A sequência formada pelas quantidades de palitos é, sim,
quer dessa sequência. Para auxiliá-lo uma PA, pois cada figura tem seis palitos a mais que a prece-
nessa tarefa, a tabela a seguir organiza os dente: 4, 10, 16, 22, 28, ...
dados, a fim de que as regularidades se-
jam mais facilmente observadas, elemen- b) Quantos palitos serão necessários para a
to necessário à construção da fórmula. construção da sexta figura? E da sétima?
Podemos escrever a fórmula desta maneira: an = 3 u 2n – 1. 28 + 6 = 34 e 34 + 6 = 40. Serão necessários 34 palitos para
compor a sexta figura e 40 para compor a sétima.
Esse problema poderá favorecer uma dis-
cussão sobre a obtenção da fórmula do termo c) Quantos palitos serão necessários para
geral de uma PG. construir a 78a figura?
4 + 77 u 6 = 466.
Posição
de um Quantidade de d) Escreva uma fórmula que expresse a
Cálculo
termo na quadradinhos
sequência quantidade de palitos da figura que
ocupa a posição n nessa sequência.
1 3 3
an = 4 + (n − 1) u 6 = 6n − 2.
2 3 u 2 = 3 u 21 6
3 6 u 2 = 3 u 2 u 2 = 3 u 22 12
11. Sabe-se que o 9o termo de uma PA de ra-
4 12 u 2 = 3 u 2 u 2 u 2 = 3 u 23
24
zão 4 é 29. Qual é o 20o termo dessa PA?
... ... an-1
a20 = 73. Para determinar o 20o termo de uma PA é suficiente adi-
n (an-1) u 2 = 3 u 2 n-1 n-1
an = (an-1) u 2 = 3 u 2
cionar ao 9o termo uma parcela que é igual ao produto 11 u 4,

28
Matemática – 1ª série – Volume 1

pois, para “passar” do 9o ao 20o, é necessário “avançar” 11 termos, da altura alcançada no salto anterior. Que
ou seja, a20 = a9 + 11 u r. Não é necessário, portanto, encontrar, altura será alcançada pela bola quando
antes, o primeiro termo para se obter o vigésimo. ocorrer o 5o salto? E o 10o salto? (Use uma
calculadora.)
12. Sabe-se que a sequência (8, x, –4, y) é uma A altura atingida no quinto salto corresponde ao sexto termo
PA. Determine os valores de x e y. de uma PG em que o primeiro termo é igual a 80% de 18 e a
Em toda PA, temos a3 − a2 = a2 − a1 A −4 − x = x − 8 Ax= 2. razão é 0,8. Assim, a6 = 18 u 0,85  5,898 m. A altura do décimo
Com o mesmo raciocínio, escrevemos y − (−4) = −4 − x A salto, obedecendo a essa lógica, será: a11 = 18 u 0,810  1,933 m.
Ay + 4 = −4 − 2 A y = −10. Nesse caso, temos: (8, 2, −4, −10).
1
17. Dada a PG , x, 32, y , determine os
2
13. Invente uma PA. Separe ape-
nas os termos cuja posição n é in- valores de x e y.
Em toda PG, cada termo, a partir do segundo, é a mé-
dicada por um número múltiplo de
dia geométrica do antecessor e do sucessor. Neste caso,
6 e forme outra sequência de números. Essa
x = 1
nova sequência também é uma PA? Em u 32 = 4. Por outro lado, pela definição de PG,
2
caso de resposta afirmativa, determine a y
=
32
A
y
=
32
A y = 256. Nesse caso, temos:
razão da PA. Justifique sua resposta. 32 x 32 4

A nova sequência será uma PA, cuja razão é igual ao produto 1


, 4, 32, 256
.
do número 6 pela razão da PA anterior. 2

14. Determine o 8o termo de cada uma das 18. Suponha que a população de uma cidade
PGs: tenha uma taxa de crescimento constante
e igual a 20% ao ano. No fim do ano 2007,
1
I) (1, 3, 9, 27, ...) II) 8, 4, 2, 1, ,… a população era de 50 mil habitantes.
2
1
a8 = 2 187 a8 = a) Calcule a população da cidade ao fim
16
de cada um dos quatro anos seguintes e
15. Determine o 12o termo de uma PG de ra- escreva os resultados obtidos em forma
zão 2, sabendo que o quinto termo dessa de sequência.
sequência é 4. Professor, estabeleça com seus alunos uma linguagem como:
a12 = 512. P: a população inicial; P1 : a população um ano depois; P2 : a
população dois anos depois; e assim por diante.
16. Uma bola é lançada de uma altura de P1= 50 000 + 20% de 50 000 = 50 000 + 0,2 u 50 000 = 60 000.
18 m, e seu impacto no solo provoca sal- P2 = 60 000 + 20% de 60 000 = 60 000 + 0,2 u 60 000 = 72 000.
tos sucessivos, de tal forma que, em cada Fazendo os demais cálculos, obtêm-se as populações P3 e P4:
salto, a altura que ela atinge é igual a 80% 86 400 e 103 680, respectivamente.

29
b) A sequência obtida é uma PG? Em caso b) Encontre uma fórmula que permita cal-
afirmativo, qual é a razão? cular o preço desse automóvel daqui a n
A sequência (50 000, 60 000, 72 000, 86 400, 103 680, ...) é uma anos.
PG de razão 1,2, pois: Pn = 20 000 u 0,9n.
60 000 72 000 86 400 103 680
= = = = 1,2.
50 000 60 000 72 000 86 400 Tratamento das progressões sob o ponto de
Assim, para se obter o termo sucessor de um termo conheci- vista funcional
do, basta multiplicar este último por 1,2, ou seja, Pn + 1= 1,2 u Pn.
Ao obter os termos de uma PA por meio
c) Encontre uma fórmula que permita cal- da lei de formação, utilizando a fórmu-
cular a população dessa cidade daqui a la do termo geral ou de recorrência, o alu-
n anos, contados a partir de 2007. no trabalha, intuitivamente, com a noção
P1 = 50 000 u 1,21 de função, pois associa cada índice ao ter-
P2 = 50 000 u 1,21 . 1,2 = 50 000 u 1,22 mo correspondente. Ou seja, todo número
P3 = 50 000 u 1,22 u 1,2 = 50 000 u 1,23 natural (n) que é índice na sequência está
Assim, Pn= 50 000 u 1,2n. associado a um único número real. A fór-
Essa fórmula pode ser generalizada para Pn = P0 u (1 + i)n, sendo mula relativa à lei de formação da PA é a
i a taxa de crescimento. expressão algébrica que representa a função.
Nesse caso, temos uma função f: S A IR,
19. Suponha que o valor de um automóvel di- sendo S „ IN*.
minua a uma taxa constante de 10% ao ano.
Hoje, o valor desse automóvel é R$ 20 mil. Assim, o domínio dessa função é forma-
do pelos índices dos termos da PA, isto é,
Professor, convém ressaltar que a taxa, D(f) = S = {1, 2, 3, 4, ...}. O contradomí-
nesse problema, é negativa. Se há uma di- nio dessa função é IR, e o conjunto imagem
minuição de 10% ao ano, o valor do carro é formado pelos termos da PA, ou seja,
passa a ser de 90% sobre o valor anterior. Im(f) = {a1, a2, a3, ..., an, ...}.
Utilizando os resultados da atividade ante-
rior, discuta com os alunos que, para calcu- A representação gráfica da função que cor-
lar o preço do carro daqui a um ano, é su- responde a uma PA é um conjunto de pontos
ficiente multiplicar o valor inicial do carro que pertencem a uma reta. Todavia, o gráfico
por 0,9, pois P1 = P0 u (1 – 0,1) = P0 u 0,9. não é a reta que contém esses pontos. Toman-
do como exemplo a PA (1, 4, 7, 10, 13, ...),
a) Calcule o valor desse automóvel daqui a na qual a1 = 1, a2 = 4, a3 = 7, a4 = 10, e assim
quatro anos. sucessivamente, sua representação gráfica é a
R$ 13 122,00. figura a seguir.

30
Matemática – 1ª série – Volume 1

A fórmula que indica a lei de formação da


PG corresponde à expressão algébrica que
a4 = 10
representa a função. Nesse caso, temos uma
função f: T AIR, sendo T „ IN*.

A expressão do termo geral de uma PG,


a3 = 7 an = a1 u qn – 1, reflete o crescimento expo-
nencial de an em função de n. Assim como o
tratamento funcional das PAs está associa-
do ao estudo das funções afins, esse tipo de
tratamento para as PGs será feito no estudo
a2 = 4
das funções exponenciais. Portanto, não se
trata de, neste momento, apresentar aos alu-
nos toda a terminologia adotada no estudo
das funções, mas apenas apontar relações
a1 = 1 que serão exploradas mais adiante. Os pro-
blemas seguintes são exemplos de como a
1 2 3 4 apresentação inicial desse tratamento pode
ser realizada.
Nesse caso, temos: D(f) = {1, 2, 3, 4, 5, ...}
20. Um conjunto A é forma-
Im(f) = {1, 4, 7, 10, 13, ...} e an = 3n – 2 do apenas pelos seguintes ele-
mentos: 1, 2, 3, 4, 5 e 6. As-
Essa terminologia somente deverá ser des- sim, podemos escrever: A = {1, 2, 3, 4, 5,
tacada para o aluno quando esse assunto for 6}. Um conjunto B é formado por ele-
retomado, posteriormente, nesta série, no mentos numéricos obtidos a partir dos
estudo da função polinomial do 1o grau. elementos do conjunto A, da seguinte
forma: cada elemento de B é 4 unidades a
Ao aplicar a fórmula do termo geral ou de mais do que o triplo do elemento corres-
recorrência para a determinação dos elemen- pondente de A. Dito de outra forma, se
tos de uma PG, da mesma maneira que se faz chamarmos cada elemento do conjunto
para uma PA, os estudantes também utilizam, A de n, e cada elemento do conjunto B de
intuitivamente, a ideia de função (todo número p, temos: p = 4 + 3n.
natural (n) que é índice na sequência está asso-
ciado a um único número real), pois associam a) Quais são os elementos do conjunto B?
cada índice ao termo correspondente. B = {7, 10, 13, 16, 19, 22}.

31
b) Qual é o tipo de sequência numérica for- a) Qual é o resultado associado ao nú-
mada pelos elementos do conjunto A? mero 6?
Uma PA de razão 1. 37

c) Qual é o tipo de sequência numérica for- b) Qual é o resultado associado ao nú-


mada pelos elementos do conjunto B? mero 10?
Uma PA de razão 3. 61

21. Cada elemento de um conjunto D será obti- c) Se cada elemento do conjunto E for
do a partir de um elemento correspondente identificado pela letra n, e cada resul-
do conjunto C = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, da seguin- tado for identificado pela letra p, qual
te forma: d = –5c + 15, em que c represen- será a equação matemática que rela-
ta um elemento do conjunto C e d repre- ciona p e n?
senta um elemento do conjunto D. 6n + 1 = p

a) Quais são os elementos do conjunto D? d) Ordenando os resultados obtidos, qual


D = {10, 5, 0, −5, −10, −15}. ocupará a 9a posição?
55
b) Qual é o tipo de sequência numérica for-
mada pelos elementos do conjunto D? e) Qual é o tipo de sequência numérica
Uma PA de razão −5. formada pelos elementos do conjunto
dos resultados?
22. Determinada regra matemática “transfor- Uma PA de razão 6 e primeiro termo 7.
ma” cada elemento do conjunto E = {1, 2, 3,
4, 5, 6, ...} em outro número, conforme mos- 23. Na Antiguidade, era muito
tra a seguinte representação: comum associar adivinhações a
problemas matemáticos. Veja este
R
1 7 exemplo:

E
2 13 “Quando ia a Bagdá
Encontrei um homem com 7 mulheres
G
3 19 Cada mulher tinha 7 sacos
Cada saco, 7 gatos
R
4 25 Cada gato, 7 gatinhos.
Gatinhos, gatos, sacos e mulheres
A
5 31 Quantos iam a Bagdá?”

32
Matemática – 1ª série – Volume 1

Escreva uma sequência com os elementos f a abordagem comum das PAs e PGs;
da charada e aponte que tipo de sequência f a determinação dos termos gerais das
numérica é formada. PAs ou das PGs com base na regularida-
(1, 7, 49, 343, 2 041). Trata-se de uma PG de razão 7. de observada nas sequências, em detri-
mento do uso das conhecidas fórmulas
24. Um número é chamado de palíndromo quan- que, em geral, os alunos decoram e usam
do é o mesmo se lido da esquerda para a di- mecanicamente.
reita ou da direita para a esquerda. Assim, os
números 55, 121 e 2 002 são palíndromos. Em relação ao primeiro aspecto, relativo ao
tratamento comum dos dois tipos de sequên-
a) Um conjunto A é formado por todos os cias, julgamos importante que o professor le-
números palíndromos de dois algaris- ve-o, de fato, em consideração no momento
mos. Quais são os elementos de A e qual da elaboração de avaliações, propondo, por
é o tipo de sequência numérica formada exemplo, questões semelhantes aos proble-
por esses elementos? mas 9 e 10.
A = {11, 22, 33, 44, …, 99}. Trata-se de uma PA de razão 11.
É comum os alunos utilizarem as fór-
b) Um conjunto B é formado por todos mulas dos termos gerais da PA e da PG na
os números palíndromos de três alga- resolução de problemas. Não há por que
rismos. Observando os elementos do evitar tal conduta, mas também devem-se
conjunto B, podemos dizer que eles for- propor situações em que o simples uso da
mam uma PA? Justifique sua conclusão. fórmula não conduza diretamente ao resul-
Construindo o conjunto B = {101, 111, 121, 131, 141, 151, …}, tado procurado. Nesse sentido, apresenta-
temos a impressão de que ele é uma PA de razão 10. Contudo, mos, nesta Situação de Aprendizagem, al-
escrevendo mais alguns termos na sequência (…, 171, 181, 191,
guns modelos, como é o caso, por exemplo,
201, 211, …), observamos que, na passagem do algarismo das
da atividade 3.
centenas de 1 para 2, a série de palíndromos é quebrada.
A sequência dos números de três algarismos que iniciam
por 2 seria: (202, 212, 222, …). O mesmo ocorrerá na passa- Por fim, salientamos, novamente, a ne-
gem das centenas que terminam com 2 e começam com 3 cessidade da existência de momentos de
(…, 292, 302, 312, …). Portanto, a sequência de palíndromos avaliação em que os alunos possam trocar
de 3 algarismos não é uma PA. ideias com outros colegas de grupo e mes-
mo consultar suas anotações. Além disso,
Considerações sobre a avaliação o professor poderá pedir que os alunos de-
monstrem seu conhecimento sobre o assun-
O desenvolvimento apresentado nesta to criando problemas e/ou contextos em
Situação de Aprendizagem para o tratamento que os conceitos possam, claramente, ser
das progressões priorizou dois aspectos: aplicados.

33
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
SOMA DOS TERMOS DE UMA PA OU DE UMA PG FINITAS E
APLICAÇÕES À MATEMÁTICA FINANCEIRA

Conteúdos e temas: progressões aritméticas (PA) e progressões geométricas (PG): termos gerais e soma
dos termos; juros compostos, processos simples de capitalização e de amortização.

Competências e habilidades: utilizar a linguagem matemática para expressar a regularidade dos padrões
de sequências numéricas ou geométricas; aplicar conhecimentos matemáticos em situações do cotidiano
financeiro; generalizar procedimentos de cálculo com base em expressões matemáticas associadas ao
estudo das progressões numéricas.

Sugestão de estratégias: resolução de exercícios exemplares.

Roteiro para aplicação da Situação propriedade da equidistância dos extremos,


de Aprendizagem 3 isto é, a1 + an = a2 + an – 1 = a3 + an – 2 = ..., a
fim de desenvolver estratégias para o cálculo
Esta Situação de Aprendizagem é dividida da soma de seus termos, em um trabalho que
em duas etapas. A primeira etapa é composta antecede a construção e utilização da fórmula
por problemas exemplares para a construção da soma dos termos de uma PA.
de significados da soma dos elementos de uma
sequência, e a segunda etapa é toda dirigida Por exemplo, para o cálculo da soma dos
para a aplicação da soma de elementos de 200 primeiros números naturais, indicada por:
uma PA ou de uma PG em alguns casos típi-
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + ... + 197 + 198 +
cos da Matemática Financeira.
+ 199 + 200,
O cálculo da soma dos termos de uma PA o aluno pode ser auxiliado no sentido de ob-
ou de uma PG é um bom momento para se servar que
retomar e aprofundar com os alunos a noção
de algoritmo em Matemática, pois podemos 1 + 200 = 2 + 199 = 3 + 198 = 4 + 197 =
entender o cálculo da soma de qualquer um = ... = 201.
desses dois tipos de sequência como um cál-
culo realizado a partir de certa ordenação de Nesse caso, obterá cem somas iguais a 201
procedimentos que conduzem, com eficiên- e, finalmente, concluirá que S200 = 100 u 201 =
cia, ao resultado procurado. = 20 100. Podemos, também, dizer que a soma
dos 200 números naturais é igual ao produto
No caso de uma PA do tipo (a1, a2, a3, ..., an – 3, 201
de 200 por , ou seja, o produto de 200
an – 2, an – 1, an), o professor pode explorar a 2

34
Matemática – 1ª série – Volume 1

pela média aritmética dos termos equidistan- No caso de ser necessário obter a soma dos
tes dos extremos. termos de uma PG, o professor poderá lançar
mão, novamente, da ideia de um algoritmo
No caso de sequências que apresentam nú- que permita agilizar o cálculo, mostrando aos
mero ímpar de termos, como 1, 4, 7, 10, 13, alunos como fazê-lo em alguns casos específi-
16, 19, de sete termos, o aluno poderá utilizar cos, como neste exemplo:
a seguinte estratégia:
S = 2 + 6 + 18 + 54 + 162.
1 + 19 = 4 + 16 = 7 + 13 = 20.
Os termos dessa série formam uma PG de
Assim, são obtidas três somas iguais a 20. razão 3. A primeira providência para se obter
Como o número 10, que é o termo central (me- o resultado sem efetuar a adição termo a ter-
diana), não foi adicionado, a soma dos termos mo é multiplicar toda a expressão pelo valor
dessa PA será representada da seguinte forma: da razão.

S7 = 3 u 20 + 10 = 60 + 10 = 70. 3 u S = 3 u (2 + 6 + 18 + 54 + 162) ‰
‰3 u S = 6 + 18 + 54 + 162 + 486.
Nesse exemplo, é importante destacar que
a soma dos sete termos dessa PA 1 + 4 + 7 + Isso feito, teremos duas expressões e sub-
+ 10 + 13 + 16 + 19 é igual a 7 u 10, sendo 10 trairemos uma da outra, de forma que os vá-
a média aritmética dos termos equidistantes rios pares de termos iguais sejam cancelados.
dos extremos.
S = 2 + 6 + 18 + 54 + 162
Essa sequência de passos para se ob-
3 u S = 6 + 18 + 54 + 162 + 486
ter a soma dos termos de uma PA pode ser
vista como um algoritmo que permite rapi- –2 u S = 2 – 486
dez e precisão no cálculo e, por isso mesmo,
–2 u S = – 484 ‰ S = 242
pode e deve ser bem compreendida e utilizada
sempre que possível. No momento que julgar Essa sequência de passos, ou esse algorit-
oportuno, o professor poderá pedir que os mo, permite a obtenção da soma dos termos
próprios alunos generalizem a estratégia que de uma PG de modo mais rápido e eficaz do
adotam particularmente, em uma ou outra se- que o cálculo da soma termo a termo. Co-
quência, para uma sequência aritmética qual- mentando o fato com seus alunos, o professor
quer, obtendo-se, então, a expressão poderá pedir que algumas somas sejam obti-
das dessa maneira e, analogamente ao que foi
= . realizado para a PA, pedir que generalizem
o algoritmo em uma fórmula que possa ser

35
aplicada a qualquer tipo de PG. Nessa tarefa, nos a segunda maneira de escrever a mesma
os alunos percorrerão as seguintes etapas: expressão.

PG: (a1, a2, a3, ..., an–3, an–2, an–1, an) Sn – q u Sn = a1 – an u q


Sn = a1 + a2 + a3 + ... + an–1 + an (I)
Sn – q u Sn = a1 – a1 u qn–1 u q
Multiplica-se toda a soma pela razão q:
Sn – q u Sn = a1 – a1 u qn
q u Sn = a1 u q + a2 u q + a3 u q + ... + an–1 u q + an u q (II)
= ‰ =
Subtrai-se (II) de (I), eliminando-se os pa-
res de termos iguais:
Soma dos termos de uma PA ou de
Sn = a1 + a2 + a3 + ... + an–1 + an (I) uma PG finita
q u Sn = a1 u q + a2 u q + a3 u q + ... + an–1 u q + an u q (II)
1. Calcule a soma dos termos da
Sn – q u Sn = a1 – an u q progressão (10, 16, 22, ..., 70).
440.
Assim, “sobram” apenas o último termo
de (II) e o primeiro termo de (I). 2. Calcule a soma dos termos da progressão
(13, 20, 27, ...), desde o 21o termo até o 51o.
Isola-se Sn: 7 998.

Sn – q u Sn = a1 – an u q 3. Calcule a soma dos números inteiros, divi-


síveis por 23, existentes entre 103 e 850.
a1 – an u q
Sn u (1 – q) = a1 – an u q ‰ Sn = Os números inteiros, divisíveis por 23, entre 103 e 850, for-
1–q
mam a PA de razão 23: (115, 138, ..., 828). Utilizando a fórmula
a u q – a1
ou Sn = n . do termo geral, obtemos n = 32, e aplicando a fórmula da
q–1
soma dos termos da PA, obtemos o resultado 15 088.
A expressão da soma dos termos de uma
PG, escrita da forma apresentada anterior- 4. A figura a seguir apresenta os primeiros
mente, em função do número de termos (n) elementos de uma sequência de números
e do último termo (an), tem mais significa- chamados números triangulares.
do para os alunos do que escrita em função
apenas da razão (q) e do número de termos
(n). Por isso, convém ao professor trabalhar
alguns problemas antes de mostrar aos alu-

36
Matemática – 1ª série – Volume 1

a) Escreva a sequência numérica correspon- Posição de Processo de Quantidade de


uma termo contagem das bolinhas em
dente a essa figura, considerando o núme- na sequência bolinhas cada termo
ro de bolinhas que formam cada triângulo:
1 1 1
1, 3, 6, 10, 15, 21, 28, 36.
2 1+2 3

b) Que regularidade você observou na 3 1+2+3 6

construção desses números triangulares? 4 1+2+3+4 10


Resposta pessoal. Todavia, é conveniente destacar que uma linha
... ... ...
de bolinhas, a partir da inferior, tem sempre uma bolinha a menos.
Após a discussão sobre as questões dessa
c) Escreva uma fórmula que permita calcu- atividade, o professor pode, ainda, explorar os
lar um termo qualquer dessa sequência, números triangulares, incentivando seus alunos
utilizando a recorrência, ou seja, definin- a descobrir outras propriedades interessantes.
do um termo a partir de seu precedente. Por exemplo, propondo questões como estas:
a1 = 1 e an = an–1 + n.
(I). Observe que 61 = 55 + 6 (61 é um núme-
d) Construa uma fórmula que calcule um ro natural qualquer; 55 e 6 são números
termo qualquer dessa sequência, sem ne- triangulares). Represente o número 84
cessariamente recorrer ao termo anterior. em forma de adição de, no máximo,
Para auxiliá-lo nessa tarefa, você pode or- três números triangulares.
ganizar os dados na tabela a seguir. Pode ser escrito como a soma: 45 + 36 + 3.

Durante a resolução desse problema, os (II). Adicione dois números triangulares


alunos podem perceber que um termo qual- consecutivos. Que característica você
quer da sequência de números triangulares percebe nessa soma?
pode ser expresso por uma fórmula de recor- A soma de dois números triangulares consecutivos é igual a
rência, incluindo duas informações: um número quadrado perfeito:
1 + 3 = 4; 3 + 6 = 9;
a1 = 1 e an = an–1 + n. 6 + 10 = 16; 10 + 15 = 25.

Podem, também, organizar os dados em uma 5. A seguir, estão os primeiros elementos de


tabela, como dito anteriormente. Essa estratégia uma sequência de figuras que representam
os levará à fórmula T do termo geral, que pode os chamados números pentagonais.
ser obtida pela aplicação da fórmula da soma dos
termos da PA de n termos, com a1 = 1 e razão 1:

2
T = (1 + n) u n = n + n .
2 2 1 2 3 4 5

37
a) Quantas bolinhas deve ter a sexta figura Caso o aluno encontre dificuldades, durante a
dessa sequência? E a sétima? resolução deste problema, o professor pode pro-
51 e 70, respectivamente. por questões que o ajudem a perceber que, a par-
tir da segunda figura, cada termo an da sequência
b) Observe as regularidades que existem pode ser obtido pelo acréscimo de três fileiras de n
no processo de construção da Figura bolinhas à figura anterior (an – 1), devendo ser sub-
2 a partir da Figura 1, no processo de traídas duas unidades, que correspondem às duas
construção da Figura 3 a partir da Fi- bolinhas que se sobrepõem em dois vértices do
gura 2, e assim por diante. Organize os pentágono. No entanto, a fórmula obtida é por
dados na tabela a seguir e, depois, pro- recorrência, e a obtenção da fórmula geral é um
cure construir uma fórmula que permi- pouco mais difícil, pois cada termo é obtido por
ta determinar a quantidade de bolinhas meio de seu antecessor, adicionando a este 3n – 2
da Figura n nessa sequência. bolinhas. Os números que são adicionados estão
na sequência 4, 7, 10, 13, 16, ...
Professor, com relação aos números pentago-
nais, reiteramos que a construção de uma tabela Posição da
figura na Cálculo
como esta favorece a obtenção de uma fór-
sequência
mula de generalização:
1 1
2 1+4
Posição da
Número de
figura na Cálculo 3 1+4+7
bolinhas
sequência
4 1 + 4 + 7 + 10
1 1 1
5 1 + 4 + 7 + 10 + 13
1+4
2 5 ... ...
a1 + 4
n 1 + 4 + 7 + 10 + 13 + ... + 3 u n – 2
5+3u3–2
3 12
a2 +3 u 3 – 2
A expressão do termo geral dessa soma pode
12 + 3 u 4 – 2
4 22 ser obtida fazendo a1 = 1 e an = 3 u n + 2 na ex-
a3 + 3 u 4 – 2
pressão geral da soma da PA, da seguinte forma:
22 + 3 u 5 – 2
5 35
a4 + 3 u 5 – 2 T = 1 + 4 + 7 + 10 + 13 + … + 3 u n – 2 =
... ... ...
(a1 + an) u n (1 + 3n – 2) u n (3n – 1) u n
= = = =
n–1 2 2 2
3 u n2 – n
n an – 1 + 3 u n – 2 an = an – 1 + 3 u n – 2 = .
2

38
Matemática – 1ª série – Volume 1

2
Assim, o polinômio 3 u n – n , sendo n um Ao final de nove operações, responda:
2 2
número natural diferente de zero, permite a) quantas tábuas terá a pilha?
a determinação de um número pentagonal A sequência da quantidade de tábuas colocadas é:
que ocupa a posição n na sequência. Por 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256,...
exemplo, o sétimo número pentagonal da O 9o termo da sequência é 256. Portanto, após nove opera-
sequência é: ções a pilha teria 256 tábuas.

3 u 72 7 3 u 49 7 140
T7 = – = – = = 70 b) qual será a altura da pilha (em metros)?
2 2 2 2 2
A altura da pilha será igual a 256 u 0,5 = 128 cm = 1,28 m.
6. Considere a PG (1, 2, 4, 8, ...). Calcule a
soma dos 20 primeiros termos dessa PG, 9. Uma pessoa compra uma televisão para
deixando indicada a potência. ser paga em 12 prestações mensais. A pri-
(220 − 1)
S20 = 1 u A S20 = 220 − 1 meira prestação é de 50 reais e, a cada
2−1
mês, o valor da prestação é acrescido em
7. Resolva a equação 2 + 4 + 8 + ... + x = 5% da primeira prestação. Quando aca-
= 510, sabendo que as parcelas do primeiro bar de pagar, quanto a pessoa terá pago
membro da equação estão em PG. pela televisão?
A razão da PG é 2. Trata-se de calcular a soma 50,00 + 52,50 + 55,00 + 57, 50 +
(2n − 1)
Portanto, 2 u = 510 A + … + 77,50, que resulta em R$ 765,00.
2−1
A2n − 1 = 510 ÷ 2 A 2n – 1 = 255 A
10. A primeira parcela de um financiamento
A 2n = 256 A de seis meses é de 200 reais, e as de-
An=8 mais são decrescentes em 5%. Assim, a
Logo, x = a8 = 2 u 28 –1 A x = 256. segunda parcela é 5% menor do que a
primeira, a terceira parcela é 5% menor
8. (Vunesp – 2003) Várias tábuas iguais estão do que a segunda, e assim por diante.
em uma madeireira. A espessura de cada Adotando 0,955 = 0,77 e 0,956 = 0,73,
tábua é 0,5 cm. Forma-se uma pilha de tá- calcule:
buas colocando-se uma tábua na primeira
vez e, em cada uma das vezes seguintes, a) Qual é o valor da última parcela?
tantas quantas já tiverem sido colocadas Temos uma PG de razão (1 − 0,05) = 0,95 e queremos deter-
anteriormente. minar o sexto termo.
a6 = 200 u 0,955 = R$ 154,00.

Pilha na Pilha na Pilha na b) Quanto aproximadamente terá sido pago


1a vez 2a vez 3a vez quando a dívida for totalmente quitada?

39
Devemos calcular a soma dos termos da PG. a1 = S1 = −2
an u q − a1 200 u 0,955. u 0,95 − 200 a2 = S2 − a1 = 2 − (−2) = 4
S= = =
q−1 0,95 − 1 A PA tem razão 6, e os cinco primeiros termos são:
200 (0,956 − 1) 6 −2, 4, 10, 16, 22.
= = −4 000 u (0,95 − 1) 
−0,05

 −4 000(0,735 − 1) = 1 060. 13. Um atleta fora de forma, desejando recu-


Assim, o valor pago será aproximadamente R$ 1 060,00. perar o tempo perdido, planeja correr, dia-
riamente, uma determinada distância de
11. Dada a PA (−4, 1, 6, 11, ...), maneira que, a cada dia, a distância per-
responda: corrida aumente 20% em relação ao que foi
percorrido no dia anterior. Se ele correr 10
a) qual é o termo geral da sequência? quilômetros no primeiro dia:
an = 5n − 9.
a) quantos quilômetros correrá no quar-
b) qual é a soma dos 12 primeiros termos? to dia?
282 a4 = 10 u 1,23 = 17,28 km.

c) qual expressão pode representar o cál- b) quantos quilômetros terá percorrido em


culo da soma dos n primeiros termos? dez dias? (Observação: 1,210  6,2.)
(a1 + an) u n (−4 + 5n − 9) u n 1 Trata-se de calcular a soma dos dez termos de uma PG em
S= = = u (5n2 −13n).
2 2 2 que a1 = 10 e a10 = 10 u 1,29.
an u q − a1 10 u 1,29 u 1,2 − 10 10 u (1,210 − 1)
S= = = =
12. A soma de n termos de uma PA pode ser q−1 1,2 − 1 0,2

calculada pela expressão S n = 3n 2 – 5n. = 50 u (1,210 − 1) = 50 u (6,2 − 1) = 260 km.


Sendo assim, responda:
Aplicações na Matemática
a) qual é a soma dos seis primeiros termos? Financeira
S6 = 3 u 62 − 5 u 6 = 78.
O crescimento de um capital a uma
taxa constante de juros simples se caracte-
b) qual é a soma dos sete primeiros termos? riza por envolver uma série de termos que
S7 = 3 u 72 − 5 u 7 = 112. formam uma PA. Por outro lado, no cál-
culo do crescimento de um capital a uma
c) qual é o sétimo termo? taxa constante de juros compostos, apare-
O sétimo termo é a diferença entre S 7 e S 6. ce uma PG. No exemplo a seguir, podemos
Portanto, a 7 = 112 − 78 = 34. comparar a evolução de um capital inicial
quando submetido a juros simples e a ju-
d) quais são os cinco primeiros termos? ros compostos.

40
Matemática – 1ª série – Volume 1

14. Complete: Acréscimo de 5% de juros compostos:


Tabela A 1,05 u C + 5% u 1,05 u C = 1,05 u C u (1 + 5%) =
Capital = C Taxa de juros = 5% ao mês = 1,05 u C u 1,05 = 1,052 u C.

Evolução do Evolução do O valor do capital, nos próximos meses


capital a juros capital a juros
de aplicação, segue a mesma lógica, isto é,
simples compostos
adicionando-se 0,05 u C, no caso de juros sim-
Inicial C C
ples, e multiplicando-se por 1,05 u C, no caso
Depois de de juros compostos.
1,05 u C 1,05 u C
um mês
Depois de
1,10 u C 1,052 u C Juros simples não são praticados no mer-
dois meses
Depois de cado financeiro, mas podem servir de con-
1,15 u C 1,053 u C
três meses texto inicial para a determinação de valores
Depois de totais capitalizados em certo período.
1,20 u C 1,054 u C
quatro meses

15. Suponha que um cidadão aplique men-


Os valores dessa tabela foram obtidos le-
salmente, durante 8 meses, uma quantia
vando-se em conta que um capital inicial (C),
fixa de 200 reais a juros simples de 5%.
acrescido de 5%, resulta no capital inicial mul-
Ao final, depois dos 8 meses de aplica-
tiplicado por 1,05, isto é, resulta em 1,05 u C.
ção, quanto terá acumulado essa pes-
Caso incidam 5%, novamente, sobre o capital
soa? A tabela de capitalização a seguir
já acrescido de 5%, o resultado será igual a
1,10 u C, se os juros forem simples, e 1,052 u C, pode ajudá-lo a organizar o método
se os juros forem compostos, conforme repre- de resolução:
sentado nas operações a seguir:
Professor, propondo um problema dessa na-
Capital inicial: C. tureza aos seus alunos, o professor poderá co-
mentar que ele é de fácil resolução por envolver
Acréscimo de 5% sobre C: juros simples, mas que, no caso real de um capi-
5 tal aplicado a juros compostos, será necessário
C+ u C = C + 0,05 u C = 1,05 u C.
100 um método organizado de resolução. Justifica-
Acréscimo de 5% de juros simples: 1,05 u C + -se, dessa maneira, o processo representado na
+ 0,05 u C = 1,10 u C. tabela seguinte:

41
Tabela B

Mês 1o 2o 3o 4o 5o 6o 7o 8o Final
200 210 220 230 240 250 260 270 280
200 210 220 230 240 250 260 270
200 210 220 230 240 250 260
Capital

200 210 220 230 240 250


200 210 220 230 240
200 210 220 230
200 210 220
200 210

Os 200 reais depositados no primeiro mês Portanto, o saldo final da aplicação será
tornam-se 210 reais, no segundo mês, 220 reais, igual a R$ 1 960,00.
no terceiro mês, e assim por diante, tornando-se,
ao final, 280 reais. Os 200 reais depositados no No caso real, de uma capitalização a juros
segundo mês, de modo análogo, convertem-se compostos, o esquema de resolução será simi-
em 270 reais, ao final de sete meses de aplicação. lar ao apresentado, variando apenas a forma
Seguindo o raciocínio, o saldo final da aplicação de crescimento das parcelas aplicadas.
será o resultado da adição dos valores da última
coluna da tabela, que são os termos de uma PA: 16. Em relação ao problema anterior, alteran-
do apenas a forma de incidência da taxa
Saldo final = 210 + 220 + 230 + 240 + 250 + de juros, de simples para compostos, pode-
+ 260 + 270 + 280 -se construir a Tabela C, que precisa ser
(210 + 280) u 8 completada:
Saldo final = = 1 960
2

Tabela C

Mês 1o 2o 3o 4o 5o 6o 7o 8o Final
2 3 4 5 6 7
200 200 u 1,05 200 u 1,05 200 u 1,05 200 u 1,05 200 u 1,05 200 u 1,05 200 u 1,05 200 u 1,058
200 200 u 1,05 200 u 1,052 200 u 1,053 200 u 1,054 200 u 1,055 200 u 1,056 200 u 1,057
200 200 u 1,05 200 u 1,052 200 u 1,053 200 u 1,054 200 u 1,055 200 u 1,056
Capital

200 200 u 1,05 200 u 1,052 200 u 1,053 200 u 1,054 200 u 1,055
200 200 u 1,05 200 u 1,052 200 u 1,053 200 u 1,054
200 200 u 1,05 200 u 1,052 200 u 1,053
200 200 u 1,05 200 u 1,052
200 200 u 1,05

42
Matemática – 1ª série – Volume 1

A soma dos valores da última coluna da poderá fornecer aos alunos, previamente,
tabela fornece o total capitalizado. Trata-se o valor da potência. No caso, 1,058 5 1,477.
da soma dos termos de uma PG de razão 1,05. Dessa forma, a resposta será:
S = 200 u (1,05 + 1,052 + 1,053 + 1,054 + 1,055 +
+ 1,056 + 1,057 + 1,058) S = 200 u 21 u (1,477 – 1) = 2 003,4.

S = 200 u an u q – a1 = Comparando os dois resultados do pro-


q–1 cesso de capitalização, fica claro que o
8 processo a juros compostos conduz a um
= 200 u 1,05 u 1,05 – 1,05
1,05 – 1 maior valor final (R$ 1 960,00 em um caso, e
R$ 2 005,31 no outro).
O cálculo dessa soma é trabalhoso se reali-
zado manualmente. Por isso, propomos que os Outra aplicação importante das somas
alunos possam utilizar calculadoras para agi- das progressões diz respeito ao cálculo da
lizar a obtenção do resultado, sem qualquer parcela fixa de um financiamento a taxa
perda de significado para o conceito. O impor- constante de juros. De fato, trata-se de um
tante, aqui, não é saber calcular uma potência, problema inverso ao que foi analisado há
coisa que os alunos já devem saber, mas sim pouco, isto é, conhece-se o montante final
obter a expressão numérica que conduz ao e deseja-se calcular a parcela mensal do
resultado desejado. Todavia, mesmo usando investimento. Vamos analisar, como exem-
calculadoras, será interessante simplificar ini- plo, o caso do financiamento da compra de
cialmente a expressão, como neste caso: um automóvel, que custa R$ 10 mil e será
pago em 24 parcelas fixas e mensais, com
1,058 u 1,05 – 1,05
S = 200 u (Colocando juros de 5% ao mês. Em primeiro lugar,
1,05 – 1
vamos representar o cálculo da parcela de
1,05 em evidência.) financiamento, no caso de os juros serem
simples, isto é, incidirem sempre sobre o
1,05 u (1,058 – 1)
S = 200 u (Dividindo valor inicial.
0,05

1,05 por 0,05.) Com taxa de juros simples

S = 200 u 21 u (1,058 – 1) = 2005, 31. Os R$ 10 mil financiados deverão ser cor-


rigidos e devolvidos pelo comprador do bem,
Caso o professor opte por não permitir o ao final dos 24 meses. Assim, o primeiro passo
uso de calculadoras, o que não aconselhamos, é calcular o juro total da aplicação em juros

43
simples, ou seja, 24 u 5% = 120%. O valor de Perceba que, apesar de as prestações serem
R$ 10 mil deverá ser devolvido corrigi- todas iguais a R$ 564,10, a simples multipli-
do em 120%, isto é, deverão ser devolvidos cação desse valor pelo número de prestações,
R$ 22 mil. Ocorre que o comprador não de- que, neste caso, é 24, não tem como resultado
volve esse valor de uma única vez, mas sim o valor corrigido da dívida (R$ 22 mil). Essa
em parcelas mensais. Assim, o próximo passo diferença acontece porque a primeira parcela
é calcular o valor da parcela, e nesse ponto de R$ 564,10 tem, hoje, um valor que não será
é necessário se lembrar do exemplo anterior, o mesmo daqui a 24 meses. Essa consideração
da capitalização a juros simples. vale para todas as parcelas.

Supomos, então, que certa parcela P é Com taxa de juros compostos


capitalizada mensalmente, durante 24 me-
ses, a juros simples de 5%. Nessa condição, Da mesma forma que no caso dos juros
ao final dos 24 meses, terá sido capitali- simples, discutido anteriormente, o valor
zado um valor total igual ao resultado da financiado deve ser corrigido para com-
seguinte soma: por o pagamento final. Nesse caso, trata-
-se de corrigir R$ 10 mil, em 24 meses, a
S = P u (1,05 + 1,10 + 1,15 + … + 2,15 + 2,20). juros compostos de 5%, o que implica mul-
tiplicarmos 10 000 por 1,0524. Isso feito,
Os porcentuais, nesse caso, formam uma teremos R$ 32 251,00. Mas esse valor não
PA. Calculemos a soma desses porcentuais. é devolvido de uma única vez, ao final do
financiamento, e sim em parcelas mensais.
(a1 + an) u n (1,05 + 2,20) u 24 Para o cálculo do valor dessa parcela, de-
S=Pu =Pu =
2 2 vemos imaginar alguém que deposite, men-
= P u 39 salmente, um valor P, a juros compostos de
5%, durante 24 meses. Nesse caso, o valor
Como a soma S deve coincidir com o va- total depositado será igual ao resultado da
lor corrigido do final do financiamento, isto seguinte adição:
é, S = 22 000, a parcela mensal P pode ser
assim obtida: S = P u (1,05 + 1,052 + 1,053 + ... + 1,0524).

22 000 = P u 39 ‰ P = 564,10. O valor de S, como observado anterior-


mente, é R$ 32 251,00. Para o cálculo da par-
Portanto, a juros simples, o valor da parce- cela P, será preciso calcular a soma da PG
la mensal é igual a R$ 564,10. formada pelos termos dentro dos parênteses.

44
Matemática – 1ª série – Volume 1

a u q – a1 1,0524 u 1,05 – 1,05


32 251 = Pu n = Pu equivocadamente, a simples divisão do resul-
q–1 1,05 – 1
tado do produto 10 000 u 1,0524 por 24 para
determinar o valor de cada parcela. O profes-
1,05 . (1,05 24 – 1)
32 251 = P u = sor deve chamar a atenção dos alunos para o
1,05 – 1
fato de que as parcelas não são todas pagas
= P u 21 u (1,0524 – 1) ao final do financiamento, mas sim em tem-
pos diferentes, e que, portanto, o valor futuro
Dado que 1,0524 5 3,225, fazemos: de uma parcela não é igual ao da outra.

32 251 = P u 21 u (3,225 – 1) Julgamos importante que o professor dis-


cuta alguns exemplos de cálculos de mon-
32 251 = P u 46,725 ‰ P = 690,23 tantes e de parcelas de amortização, mas não
deixe de retomar o assunto quando abordar o
Portanto, a juros compostos, a parcela de crescimento exponencial no Volume 2.
financiamento deverá ser igual a R$ 690,23.
Após discutir alguns exemplos com seus
Os cálculos envolvendo processos de ca- alunos, o professor poderá propor a reso-
pitalização e de amortização são comumen- lução da seguinte sequência de problemas
te vistos em situações do cotidiano, muito exemplares.
embora nem sempre de forma transparente.
Por isso, é comum que surjam dúvidas por 17. Uma financeira remunera os valores inves-
parte dos alunos, as quais caberá ao profes- tidos à base de 4% de juros simples. Quan-
sor esclarecer. No caso que analisamos, do to conseguirá resgatar nesse investimento
financiamento de R$ 10 mil, é preciso des- uma pessoa que depositar, mensalmente,
tacar com muita ênfase dois aspectos gera- 500 reais durante 10 meses?
dores de dúvidas. O primeiro deles refere-se Trata-se de calcular a soma S = 520 + 540 + 560 + 580 + ... + 700.
à necessidade de corrigir o valor financiado, S=
(520 + 700) u 10
= 1 220 u 5 = 6 100
isto é, multiplicar 10 000 por 1,0524. Os alu- 2
nos precisam entender que o bem financiado O resgate será de R$ 6 100,00.
será considerado quitado apenas quando a
última parcela for paga, e que, por esse mo- 18. Laura aderiu a um plano de capitalização de
tivo, é preciso considerar a correção do valor um banco, depositando, mensalmente, mil
financiado. A segunda dúvida que costuma reais durante 12 meses. Se o banco promete
ocorrer nesse caso refere-se à necessidade de remunerar o dinheiro aplicado à taxa de 2%
calcular o valor futuro de cada parcela que de juros compostos ao mês, calcule quanto
vai sendo paga, o que conduz ao cálculo da Laura resgatará ao final do período.
soma da PG. É comum os alunos fazerem, (Observação: 1,0212 = 1,27.)

45
Trata-se de calcular a soma de termos em PG: geladeira são de 3% ao mês, qual é o
2 3 12
S = 1 000 u 1,02 + 1 000 u 1,02 + 1 000 u 10,2 + ... + 1 000 u 1,02 valor da parcela mensal? (Observação:
S = 1 000 u(1,02 + 1,022 + 1,023 + ... + 1,0212) 1,036 = 1,19.)
an u q − a1
S = 1 000 u = O valor futuro da geladeira, em seis meses, será igual a
q−1
1 500 u 1,036 = 1 500 u 1,19 = 1 785.
1,0212 u 1,02 − 1,02
= 1 000 u = A soma das parcelas fixas, a 3% de juros compostos ao
1,02 − 1
mês, corresponde a: S = P u (1,03 + 1,032 + ... + 1,036), onde
1,02 u (1,0212 − 1)
= 1000 u = P é o valor da parcela fixa mensal. Como S = 1 785, tem-se:
0,02 1,036 u 1,03 − 1,03 1,03 u (1,036 − 1)
1 785 = P u =Pu =
= 1 000 u 51 u (1,0212 − 1) = 51 000 u 0,27 = 13 770 1,03 − 1 0,03

Portanto, o resgate será de R$ 13 770,00. = P u 34,33 u (1,036 − 1) = P u 34,33 u 0,19 =


= 1 785 = P u 6,5227 ‰ P = 273,65
19. Carlos deseja comprar um automóvel que Portanto, a parcela mensal deverá ser igual a R$ 273,65.
custará, daqui a dez meses, R$ 15 500,00.
Para atingir seu objetivo, Carlos resol- 21. Julia guardou, mensalmente,
veu depositar uma quantia x em um 200 reais em um banco que re-
investimento que promete remunerar munerou seu dinheiro à base de
o dinheiro aplicado à razão de 10% de 4% ao mês de juros compostos. Ao final
juros simples ao mês. Qual deve ser o de 8 meses de aplicação, Julia usou o di-
valor mínimo de x para que Carlos con- nheiro que havia guardado para dar de
siga comprar o automóvel ao final dos entrada em um pacote de viagem que
dez meses? custava, à vista, R$ 5 mil. Julia pretende
Sendo o cálculo do montante à base de juros simples, temos financiar o saldo devedor em 5 vezes, em
a soma de termos em PA, da seguinte maneira: parcelas iguais e fixas, à taxa de 2% ao
S = 1,1 u x + 1,2 u x + 1,3 u x + ... + 2,0 u x mês. (Observação: 1,048  1,37; 1,025 
15 500 = x u (1,1 + 1,2 + 1,3 + ... + 2,0) 1,10.)
(a1 + an) u n
15 500 = x u A
2 a) Quanto Julia deu de entrada no pacote
x u (1,1 + 2,0) u 10
A15 500 = A de viagem?
2
O valor total capitalizado exige o cálculo de uma soma de
A15 500 = x u 15,5 A x = 1 000
termos em PG.
Portanto, a parcela mínima a ser depositada é igual a R$ 1 000,00. S = 200(1,04 + 1,042 + 1,043 + ... + 1,048)
1,048 u 1,04 − 1,04
S = 200 u =
20. Uma geladeira cujo preço à vista é de 1,04 − 1

R$ 1 500,00 será financiada em seis par- 1,04 u (1,048 − 1)


= 200 u = 200 u 26 u (1,37 − 1) = 1 924
celas mensais fixas. Se os juros compos- 0,04

tos cobrados no financiamento dessa Portanto, foram dados de entrada R$ 1 924,00.

46
Matemática – 1ª série – Volume 1

b) Qual é o valor da parcela mensal fixa que, quando realizada corretamente, conduz
do financiamento do saldo do pacote ao resultado desejado de forma mais rápida.
de viagem? Consideramos importante que os alunos com-
O valor financiado foi igual à diferença entre R$ 5 mil e preendam essa ideia e que, após a exercitarem
R$ 1 924,00, ou seja, R$ 3 076,00. Esse valor, em cinco meses, a durante a resolução de alguns problemas,
2% ao mês, torna-se 3 076 u 1,025 = 3 383,60. possam, com autonomia, generalizar em uma
Uma parcela fixa P, paga todo mês e corrigida à base de 2% ao expressão o raciocínio envolvido no algoritmo.
mês, deve, ao final, gerar montante equivalente a R$ 3 383,60.
3 383,60 = P u(1,02 + 1,022 + 1,023 + 1,024 + 1,025) Os instrumentos preparados para a ava-
1,025 u 1,02 − 1,02 liação dos conceitos aqui tratados deverão
3 383,60 = P u =
1,02 − 1 levar em conta, de acordo com as considera-
1,02 u(1,025 − 1)
=Pu = P u 51 u 0,10 = P u 5,1 ções anteriores, a possibilidade de que sejam
0,02
propostos problemas que envolvam tanto
3 383,60 = P u5,1 ‰ P = 663,45 PAs como PGs, desenvolvidos sobre contex-
Portanto, a parcela fixa será igual a R$ 663,45. tos diferentes dos problemas apresentados
e discutidos durante as aulas, com base no
Considerações sobre a avaliação contexto da Matemática Financeira e nos
cálculos de montantes e de parcelas em pro-
Nesta Situação de Aprendizagem, de for- cessos de capitalização.
ma semelhante ao realizado na anterior, foi
proposto que as somas das PAs e PGs fossem Gostaríamos, ainda, de ressaltar o fato de
estudadas paralelamente. Insistimos nessa que a obtenção de soma de termos de uma PG
prática, pois entendemos que ela valoriza a exige, via de regra, o cálculo de uma potência
percepção de regularidades numéricas possí- na qual, muitas vezes, a base não é um número
veis de serem traduzidas por equações mate- inteiro. As aplicações das progressões à Ma-
máticas, em detrimento da aplicação imediata temática Financeira são exemplos clássicos
de fórmulas na resolução de exercícios des- dessas situações. Nesses casos, visando a que
contextualizados. o aspecto da compreensão conceitual não seja
sobrepujado pela dificuldade aritmética, suge-
A apresentação das expressões de cálculo rimos ao professor que permita o uso de cal-
para as somas das sequências foi feita a partir culadoras, inclusive científicas, até mesmo nas
da ideia de que cálculos que se repetem devi- avaliações individuais. Uma segunda sugestão
do a algum tipo de regularidade podem ser é fornecer ao aluno o resultado aproximado
traduzidos por intermédio de um algoritmo, da potência necessária para a resolução da
isto é, por uma sequência ordenada de passos atividade proposta.

47
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
LIMITE DA SOMA DOS INFINITOS TERMOS DE UMA PG INFINITA

Conteúdos e temas: soma dos termos de uma PG; limite da soma dos termos de uma PG infinita.

Competências e habilidades: utilizar a linguagem matemática para expressar a regularidade dos padrões
de sequências numéricas ou geométricas; compreender a noção intuitiva de limite de uma função; con-
siderar a pertinência da noção de infinito no cálculo de quantidades determinadas.

Sugestão de estratégias: resolução de exercícios exemplares.

em que a razão é um número real entre –1


Roteiro para aplicação da Situação
e 1, é possível determinar o termo que de-
de Aprendizagem 4
sejarmos, mas ele poderá ser tão pequeno
que, dependendo das exigências, poderá ser
Nesta Situação de Aprendizagem, são pro-
considerado nulo. O centésimo termo da
postos problemas algébricos e geométricos,
primeira sequência, por exemplo, é igual a
com o objetivo de investigar a soma dos termos
um número que tem 30 zeros após a vírgula,
de uma PG infinita, com razão real entre –1
antes de aparecer o primeiro algarismo não
e 1. Nesse percurso, são abordadas, intuitiva-
nulo. É um número pequeno, se for compa-
mente, duas noções extremamente importan-
rado à espessura de um fio de cabelo, mas
tes na Matemática: a continuidade e o infinito.
não é pequeno, se comparado às dimensões
Embora costumem causar certa estranheza
atômicas. Aumentando ainda mais o nú-
e alguma dificuldade de compreensão, são con-
mero de termos, além dos cem, chegará um
ceitos que estimulam sobremaneira a curiosida-
momento em que o resultado será pequeno
de e a intuição e, por consequência, também o
mesmo quando comparado com a medida
interesse dos alunos pela Matemática.
de raios atômicos. Mas o termo ainda não
será nulo e poderá continuar a ser dimi-
Quando uma PG tem por razão um núme-
nuído. Nesse raciocínio, estão contidas as
ro real entre –1 e 1, diferente de zero, a sequên-
ideias de continuidade e de limite.
cia “tende” para zero. Em outras palavras, à me-
dida que aumentamos a quantidade de termos
da sequência, mais o último termo se aproxima Conjuntos numéricos infinitos e discre-
de zero, muito embora nunca seja igual a zero. tos, como os Naturais e os Inteiros, já foram
1 1 estudados em séries/anos anteriores e reto-
A PG 4, 2, 1, , , ..., por exemplo,
2 4 mados no Ensino Médio. O fato de esses
tende a zero, assim como a progressão conjuntos possuírem quantidade inumerável de
1 1 1
–3, 1, – , , – , ... Nesses dois casos, elementos está, normalmente, bem assimilado
3 9 27
pelos alunos, nesta etapa de ensino, uma vez

48
Matemática – 1ª série – Volume 1

que a ideia do “mais 1”, no caso dos Naturais, de infinito ganha uma nova dimensão. Como
ou do “menos 1”, no caso dos Inteiros, carac- explicar, por exemplo, que um segmento AB,
terísticas dos conjuntos discretos, vem sendo de determinado comprimento, pode ser divi-
apresentada a eles desde que começaram sua dido em tantas partes quantas se desejar, não
escolaridade. A dificuldade surge na passagem havendo medida limite para o comprimento de
do discreto para o contínuo, quando a noção cada uma das partes que surgem?

Na Grécia antiga, a contraposição entre discreto e contínuo já trazia alguns pro-


blemas de interpretação. Para os pitagóricos, o número era a referência de toda
dúvida e toda dificuldade. Segundo eles, se não fosse pelo número e por sua na-
tureza, nada do que existe poderia ser compreendido por alguém, nem em si mesmo, nem
com relação a outras coisas. Os números constituíam o verdadeiro elemento de que era feito
o mundo. Chamavam um ao ponto, dois à linha, três à superfície e quatro ao sólido. A partir
de Um, Dois, Três e Quatro, podiam construir um mundo.

A concepção geométrica dos gregos do século V a.C., influenciada pela visão dos pitagó-
ricos, entendia que o número de pontos de uma linha determinada seria finito, muito embora
não fosse possível quantificá-los. Em outras palavras, a noção do contínuo não fazia parte das
ideias geométricas de então. Essa concepção de uma série de pontos justapostos, como uma
grande fila, de maneira que qualquer segmento pudesse ser mensurável, quantificado como
uma determinada quantidade de pontos, caiu por terra a partir da descoberta da incomensu-
rabilidade entre a diagonal e o lado do quadrado.

cialmente o paradoxo da corrida entre Aquiles e


Para refletir:
a tartaruga, que discutiremos mais adiante. Pa-
Dentre os conjuntos numéricos que rece-nos, portanto, que o contexto de PGs pode
você já estudou, qual deles nos permite ser uma boa introdução da noção de infinito
representar grandezas contínuas? associada à de continuidade dos números reais.

Para introduzir o limite da soma dos in-


O professor poderá comentar com seus finitos termos de uma PG, sugerimos que o
alunos alguns dos aspectos históricos que lo- professor recorra, prioritariamente, à intui-
calizam a crise da escola pitagórica em rela- ção dos alunos, deixando a necessária forma-
ção ao número 2 e à descoberta dos irra- lização para mais tarde, quando o conceito
cionais. Uma boa “entrada” para a questão estiver razoavelmente construído. Nesse sen-
é a apresentação dos paradoxos de Zenão, espe- tido, o professor pode partir do cálculo da

49
soma de termos de uma PG com as carac- a ideia de que haverá um limite para a soma,
terísticas desejadas, aumentando, pouco a como na atividade a seguir, que comentamos
pouco, o número de termos, a fim de intuir em detalhes.

Desafio!

O triângulo ABC da figura a seguir é equilátero de lado 1u. Unindo os pontos médios dos
lados desse triângulo, obtemos o segundo triângulo PQR. Unindo os pontos médios dos lados
do triângulo PQR, obtemos o terceiro triângulo STU, e assim sucessivamente. Determine a soma
dos perímetros dos infinitos triângulos construídos por esse processo.

a) Quanto mede o lado PQ do triângulo PQR? E os lados PR e RQ?


1 B
Todos os lados medem u. P
2
A
b) Qual é o perímetro dos triângulos ABC, PQR e STU? T
Perímetro de ABC = 3 u
S
3
Perímetro de PQR = u
2 Q
3 R U
Perímetro de STU = u
4

c) Escreva uma sequência numérica cujos termos são os perímetros


dos triângulos ABC, PQR, STU e de mais outros dois triângulos cons-
C
truídos segundo o mesmo critério.
3 3 3 3
3u, u, u, u, u.
2 4 8 16

Para essas questões, é importante que o pro- A sequência de triângulos assim construí-
fessor discuta, inicialmente, que, dado um triân- dos terá perímetros respectivamente iguais a:
gulo ABC, se P e Q são pontos médios dos lados 3 3 3 3
3u, u, u, u, u, ...
AB e BC, respectivamente, então PQ é paralelo 2 4 8 16
a AC, e sua medida é igual à metade de AC. O
mesmo vale para os demais lados do triângulo Após esse trabalho inicial, sugere-se que
PQR, visto que o triângulo ABC é equilátero. os alunos calculem as somas dos perímetros:
dos dois primeiros, dos três primeiros, e as-
Dessa forma, os perímetros dos triângulos sim por diante.
3 3
da figura são 3u, ue u.
2 4 Assim, os alunos obteriam as seguintes somas:

50
Matemática – 1ª série – Volume 1

S1 = 3
A soma assim obtida está em função de
3 9 an, aqui considerado o último termo. O ques-
S2 = 3 + = = 4,5
2 2 tionamento a seguir é sobre o que ocorre com
an, à medida que n cresce muito. As respostas
3 3 21
S3 = 3 + + = = 5,25 dos alunos tendem a caminhar no sentido da
2 4 4
intuição de que o último termo da sequên-
3 3 3 45 cia, supondo grande número de termos, será
S4 = 3 + + + = = 5,625
2 4 8 8 praticamente zero ou, como o professor pode-
3 3 3 3 93 rá comentar, “tenderá a zero”. Assim, por meio
S5 = 3 + + + + = = 5,8125
2 4 8 16 16 da ideia de limite, pode-se perguntar aos alunos
como fica a expressão da soma, uma vez que an
3 3 3 3 3
S6 = 3 + + + + + = é praticamente nulo. O correto será, nesse mo-
2 4 8 16 32
mento, substituir “S” por “lim S”.
nA∞
189
= = 5,90625 an
32 –3
lim S = 2 = 0–3 =6
3 3 3 3 3 3 nA∞ 1 1
S7 = 3 + + + + + + = – –
2 4 8 16 32 64 2 2
381 Esse resultado nos diz que, quanto mais
= = 5,953125
64 termos acrescentarmos à soma em questão,
Após esses cálculos, o professor poderia mais nos aproximaremos do valor limite, 6,
solicitar que os alunos fizessem suas conjec- sem jamais alcançá-lo.
turas a respeito deles, procurando responder à Assim, podemos escrever que a série infini-
questão: O que acontece à soma se as parcelas 3 3 3 3
forem aumentando com os perímetros de outros ta 3 + + + + + ... = 6, ou seja, o
2 4 8 16
triângulos da sequência?
limite da soma quando n tende ao infinito é 6.

É importante discutir com a turma que as Reproduzindo esse raciocínio na expressão


somas aumentariam, com o acréscimo de novas do cálculo da soma da PG, obtém-se a expres-
parcelas, mas esse crescimento é cada vez menor. são do limite da soma dos infinitos termos de
uma PG com razão no intervalo –1 < q < 1,
O uso da fórmula da soma dos termos de que é esta:
uma PG pode ampliar essa discussão:
lim S = a1


1 an nA∞ 1–q
an . –3
2 –3
an . q – a1 2 A partir dessa discussão, será possível pro-
S= = =
q–1 1 1 por aos alunos a resolução das seguintes situa-
–1 –
2 2 ções-problema exemplares.
51
1. Por mais que aumentemos o anterior, qual será a distância vertical total
número de termos na adição percorrida pela bola até parar?
1 1 1
S=2+ + + + ...,

© Conexão Editorial
2 8 32
existirá um valor limite, isto é, um valor do
qual a soma se aproxima cada vez mais, sem
nunca atingi-lo? Qual é esse valor?
O valor procurado corresponde ao limite da soma de uma
1
PG de razão para o número de termos tendendo a infinito.
6m
4
a1 2 8
Ou seja: lim S = = =
nA ∞ 1
1−q 1− 3
4
Portanto, por mais que aumentemos a quantidade de parce-
8
las da soma, nunca ultrapassaremos o valor , embora cada
3
vez mais nos aproximemos dele.
Temos a seguinte soma para as distâncias percorridas pela

bola, durante as descidas:


2. Calcule o resultado limite das seguintes somas: 2 2
Sdescida = 6 + 2 + + + ...
3 9
a) S = –10 + 1 – 0,1 + 0,01 – 0,001 +
Temos a seguinte soma para as distâncias percorridas pela
+ 0,0001 – ...
bola, durante as subidas:
100

11 2 2
Ssubida = 2 + + + ....
3 9
a1 2
2 1 1 1 1 Ssubida = lim S = = =3
b) S = + + + + + ... n A∞ 1−q 1
5 5 10 20 40 1−
4 3
Sdescida = 6 + 3 = 9
5

Portanto, a distância vertical total percorrida pela bola é igual


3. Uma bola de borracha cai da altura de 6 m,
bate no solo e sobe até a terça parte da altu- a Sdescida + Ssubida = 12 m.

ra inicial. Em seguida, a bola cai novamen-


te, bate no solo, inverte o sentido de movi- 4. Resolva a equação em que o primeiro termo
mento, e sobe até atingir a terça parte da da igualdade é o limite da soma dos termos
altura anterior. Continuando seu movimen- de uma PG infinita: x + x + x + ... = 18.
2 8 32
to segundo essas condições, isto é, atingin-
x
do, após cada batida, a terça parte da altura 2
que atingiu após a batida imediatamente = 18 A x = 27
1
1−
4
52
Matemática – 1ª série – Volume 1

5. (Adaptado do Paradoxo de Ze- Será mesmo verdade que ele nunca alcançará
não) Uma corrida será disputada a tartaruga?
entre Aquiles, grande atleta grego, e
uma tartaruga. Como Aquiles é dez vezes a) Escreva a sequência das distâncias que
mais rápido do que a tartaruga, esta partirá Aquiles percorre até chegar ao ponto
10 m à frente de Aquiles, conforme represen- em que a tartaruga estava a cada vez.
tado no esquema a seguir.

© Conexão Editorial
10 + 1 + 0,1 + 0,01 + ...

b) A sequência das distâncias é uma PG.


Qual é a razão dessa PG?
0,1.
10 m

Quando Aquiles chegou ao ponto em que c) Calcule a soma das infinitas distâncias
a tartaruga estava inicialmente, depois de per- percorridas por Aquiles até chegar ao
correr 10 m, a tartaruga, dez vezes mais lenta, ponto em que se encontrava a tartaruga
estava 1 m à frente. a cada vez.
lim S = a1 10 10 100
© Conexão Editorial

= = = m.
nA∞
1−q 1 − 0,1 0,9 9

d) Quantos metros percorrerá Aquiles até


alcançar a tartaruga? Ou você acha que
1m
ele não a alcançará?
100
Aquiles, então, correu 1 m, até o ponto em Aquiles alcançará a tartaruga após percorrer m.
9
que a tartaruga estava, mas ela já não estava mais
lá: estava 10 cm à frente, pois correu, no mesmo 6. Escreva a expressão
intervalo de tempo, dez vezes menos que Aquiles,
e a décima parte de 1 m corresponde a 10 cm.
© Conexão Editorial

2 . 2 . 2 . 2 . 2 . 2 ... como um pro-


duto de potências de dois e, em seguida,
encontre o valor da expressão.
A expressão pode ser reescrita da seguinte forma:
10 cm 1 1 1 1 1 1 1 1
+ + + + ...
2 2 ⋅ 2 4 ⋅ 2 8 ⋅ 2 16 ⋅ ... = 2 2 4 8 16

Repetindo esse raciocínio para os inter-


Trata-se de calcular o limite da soma da PG de primeiro termo
valos de tempo seguintes, parece que Aquiles
igual a 1 e razão igual a 1 , cujo resultado é 1. Assim, o
nunca alcançará a tartaruga, pois ela sempre 2 2
terá percorrido 1 do que Aquiles percorrer.
1
resultado da raiz é igual a 2 = 2.
10
53
7. Uma dívida foi paga, mensalmente, da se- presentar os números envolvidos. Assim,
guinte maneira: 1,777... = 1 + 0,777... = 1 + 0,7 + 0,07 +
7 7 7
0,007 + = … 1 + + + + ...
o
1 mês: metade do valor inicial da dívida; 10 100 1 000
7 7
Desse modo, os alunos concluirão que as parcelas , ,
10 100
2o mês: metade do valor restante após o pa- 7 1
, ... formam uma PG infinita de razão q = e primeiro
gamento da parcela anterior; 1000 10

termo a1 = 7 .
o
3 mês: metade do valor restante após o 10
pagamento da parcela anterior; Assim, aplicando a fórmula do limite da
a1
soma lim lim Sn = , obtém-se:
o n ∞
4 mês: metade do valor restante após o 1−q
pagamento da parcela anterior. 7 7

a1 10 10 7
lim Sn
nA∞ = = = = .
E assim sucessivamente, até a quitação to- 1−q 1 9 9
1−
tal da dívida. 10 10

Desse modo, a geratriz de 1,777... será


7 16
Verifique que a soma das parcelas pagas 1+ = .
9 9
corresponde ao valor total da dívida.
Levando-se ao pé da letra a descrição fornecida no enuncia-
do, a dívida jamais seria paga, pois sempre restaria um resíduo, Considerações sobre a avaliação
por menor que fosse. Podemos, no entanto, calcular o limite
da soma da PG formada pelas parcelas, pois esse será o valor Nesta Situação de Aprendizagem, abor-
limite da dívida. Chamando de x o valor total da dívida, damos dois conceitos matemáticos bem
x x x x a1
S= + + + + ... = = abrangentes, que foram os conceitos de con-
2 4 8 16 1−q
tinuidade e de infinito. Isso se deu a partir
x x
do trabalho com situações-problema, cujas
2 2
= = =x resoluções implicavam a soma dos termos de
1 1
1− uma PG infinita, com razão real entre –1 e
2 2
1. Não existe, de forma alguma, a pretensão
Portanto, a soma das parcelas é igual ao valor da dívida, como de que esses conceitos sejam perfeitamente
era de esperar. compreendidos nesta etapa de escolarização,
na 1a série do Ensino Médio. Existe, sim, a in-
8. Determine a geratriz da dízima 1,777... tenção de que possam ter sido apontadas re-
O aluno deverá decompor a dízima em uma soma: lações que serão exploradas na 3a série, quan-
1,777... = 1 + 0,777... = 1 + 0,7 + 0,07 + 0,007 + ... do os alunos estiverem estudando o conjunto
Depois, sugira que escreva essa soma utilizando frações para re- de todas as funções e as taxas de variação.

54
Matemática – 1ª série – Volume 1

Com relação aos instrumentos pensados anterior a respeito da permissão do uso


para a avaliação dos conceitos trabalha- de calculadoras ou das informações dadas
dos no período, valem, aqui, as considera- sobre o resultado das potências de expoen-
ções feitas na Situação de Aprendizagem tes elevados.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5
FUNÇÕES COMO RELAÇÕES DE INTERDEPENDÊNCIA:
MÚLTIPLOS EXEMPLOS

Conteúdos e temas: interdependência entre grandezas; proporcionalidade direta e inversa; funções: variável
dependente e variável independente; exemplos diversos.

Competências e habilidades: compreender a ideia de proporcionalidade direta e inversa como relações


de interdependência; expressar a interdependência entre grandezas por meio de funções; contextuali-
zar a ideia de função e enfrentar situações-problema relativas ao tema.

Sugestão de estratégias: utilização de diversas linguagens para traduzir a ideia de função (gráficos, ta-
belas, expressões algébricas etc.); exercícios referentes a situações-problema em diferentes contextos,
envolvendo a ideia de função.

Roteiro para aplicação da Situação função, ou seja, uma organização dos fatos
de Aprendizagem 5 já conhecidos sobre o tema. Cabe ao pro-
fessor apresentá-lo detalhadamente ou não,
O texto a seguir constitui apenas um ro- ou passar diretamente à exploração das ati-
teiro para a apresentação inicial da ideia de vidades propostas.

Grandezas e funções

A altura de uma árvore que plantamos no quintal ao longo do tempo, o peso de uma pes-
soa ao longo de sua vida, o preço do barril de petróleo a cada dia, a produção de automóveis
de um país ano após ano, a temperatura de um refrigerante colocado em uma geladeira, o
preço a pagar por uma corrida de táxi são alguns exemplos de grandezas.

Duas grandezas x e y podem variar de modo interdependente, de tal forma que assumam
valores inter-relacionados. Quando, deixando variar livremente os valores de uma grandeza x,
notamos que os valores de outra grandeza y também variam, de tal forma que a cada valor
de x corresponde um e somente um valor de y, então dizemos que y é uma função de x; dizemos
ainda que x é a variável independente e y é a variável dependente. Por exemplo:

55
a) a área A de um quadrado é uma função de seu lado x; se os valores de x variarem
livremente (naturalmente, x não pode assumir valores negativos), então os valores de
A variarão em função de x, portanto, A = f(x). Nesse caso, temos: A = f(x) = x2;

b) a altura H de uma pessoa é uma função de sua idade t; podemos escrever H = f(t),
pois a cada valor de t corresponde um único valor de H. No caso, não sabemos ex-
primir a relação de interdependência f(t) por meio de uma fórmula.

Quando x e y são duas grandezas diretamente proporcionais, elas aumentam ou di-


minuem simultânea e proporcionalmente, ou seja, a razão y é constante, resultando em
x
y = k ∙ x (k é uma constante). Quando x e y são duas grandezas inversamente proporcionais, sem-
pre que uma delas aumenta, a outra diminui na mesma proporção, e vice-versa, de modo que o
produto das duas permanece constante: x u y = k, ou seja, y = k , onde k é uma constante não nula.
x
Quando observamos os valores de duas grandezas interdependentes, x e y, e notamos
que um aumento no valor de x acarreta um aumento no valor de y, ou, então, um aumento
no valor de x provoca uma diminuição no valor de y, somos tentados a dizer que x e y va-
riam de modo diretamente proporcional, no primeiro caso, ou inversamente proporcional,
no segundo. Entretanto, tais afirmações nem sempre são corretas, uma vez que, como visto
anteriormente, a proporcionalidade direta exige mais do que um aumento simultâneo nos
valores de x e y; pois é preciso que a razão y seja constante e resulte em y = kx (k é uma
x
constante). Do mesmo modo, a proporcionalidade inversa é mais do que uma diminuição nos
valores de uma das grandezas quando o outro aumenta; em outras palavras, é necessário que o
produto dos valores de x e y permaneça constante, ou seja, x ∙ y = k (k é constante).

1. Em cada um dos casos apresen- A altura a de uma pessoa é uma função de sua ida-
tados a seguir, verifique se há ou de t, mas não é diretamente proporcional a t. De
não proporcionalidade. Se existir, fato, não é verdade que, sempre que a idade de
expresse tal fato algebricamente, indicando o uma pessoa duplica, sua altura também duplica; não
valor da constante de proporcionalidade. Em é verdade que, se a idade triplica, a altura triplica
caso negativo, justifique sua resposta. proporcionalmente. Se houvesse proporcionalida-
de entre a e t, imaginem a altura de uma pessoa
a) A altura a de uma pessoa é diretamente aos dez anos, sabendo que, aos dois anos, ela tinha
proporcional à sua idade t? 90 cm de altura...

56
Matemática – 1ª série – Volume 1

b) A massa m de uma pessoa é diretamen- a) Produção de automóveis e produção de


te proporcional à sua idade t? tratores (anual, em milhares).
A massa m de uma pessoa é uma função de sua idade t,
mas não é diretamente proporcional a t. Se houvesse pro- Países Automóveis Tratores
porcionalidade direta, uma criança com 1 ano e 10 quilos
A 100 8
teria quantos quilos aos 15 anos? B 150 12
C 200 16
c) O perímetro p de um quadrado é direta- D 225 18
mente proporcional ao seu lado a? E 250 20
O perímetro p de um quadrado é uma função de seu lado a. No
F 300 24
caso, p = f(a) = 4a. Se o lado a aumenta, o perímetro p aumenta
G 350 28
proporcionalmente. O perímetro p é diretamente proporcional
H 400 32
ao lado a, sendo a constante de proporcionalidade igual a 4.
I 450 36
d) A diagonal d de um quadrado é direta- A produção de automóveis cresce simultaneamente com a
mente proporcional ao seu lado a? produção de tratores; ou seja, ela é diretamente proporcional
A diagonal d de um quadrado é uma função do lado a; ela à produção de tratores.
é diretamente proporcional ao lado a. Temos, neste caso,
d = a 2 . A constante de proporcionalidade é k = 2 . b) Área destinada à agricultura e área des-
tinada à pecuária (em 1 000 km2).
e) O comprimento C de uma circunferên-
cia é diretamente proporcional ao seu Países Agricultura Pecuária
diâmetro d?
A 80 60
O comprimento C de uma circunferência é uma função do diâ-
metro d; no caso, C é diretamente proporcional a d, e temos
B 100 70
C = f(d) = /d, ou seja, a constante de proporcionalidade é k = /. Tam- C 110 80
bém podemos escrever C = 2/r, onde r é o raio da circunferência. D 120 98
E 150 100
Trata-se de verificar se há proporcionalida-
de direta ou não entre vários pares de gran- F 160 124
dezas, expressando algebricamente tal fato e G 180 128
indicando o valor da constante de proporcio-
H 200 132
nalidade, quando possível.
I 250 136
2. As tabelas a seguir relacionam pares de A área destinada à agricultura cresce simultaneamente em
grandezas. Indique se existe ou não pro- relação à área destinada à pecuária, mas essas grandezas não
porcionalidade (direta ou inversa). são proporcionais.

57
c) Produto Interno Bruto (PIB, em mi- O objetivo das tabelas é apenas apresentar
lhões de dólares) e Índice de Desenvol- exemplos de duas grandezas que podem crescer
vimento Humano (IDH). ou decrescer conjuntamente, ou então podem
variar em sentidos opostos (quando uma cres-
Países PIB IDH
ce, a outra decresce) sem que haja proporciona-
A 300 0,90
lidade direta ou inversa. Apenas no exemplo
B 400 0,92
do item a, a grandeza da primeira coluna é
C 510 0,80
diretamente proporcional à grandeza da segun-
D 620 0,88
da coluna, sendo a constante de proporcionali-
E 750 0,78
dade igual a 12,5; nos outros casos, nem a razão
F 760 0,89
entre as grandezas é constante, nem o produto
G 880 0,91 delas o é, ou seja, em cada um dos pares, não há
H 1 000 0,80 proporcionalidade direta, nem inversa.
I 1 100 0,86
Não é verdade que, se o PIB aumenta, então o IDH aumenta; 3. Um prêmio P da loteria deve ser dividido em
também não é verdade que, se o PIB diminui, então o IDH partes iguais, cabendo um valor x a cada um
diminui. Logo, as grandezas envolvidas não são nem direta dos n ganhadores. Considerando um prêmio P
nem inversamente proporcionais. de R$ 400 mil, preencha a tabela a seguir e ex-
presse a relação de interdependência entre x e n.
d) Expectativa de vida (em anos) e índice de
analfabetismo (percentual da população). n 1 2 3 4 5 8 10 20
x
Expectativa de Índice de
Países
vida analfabetismo
A partir do fato de que os R$ 400 mil serão divididos em par-
A 67 11
tes iguais entre os n ganhadores, concluímos que a cada um
B 68 10
deles corresponderá um valor x, sendo n u x = 400 000, ou
C 69 9 seja, n e x são inversamente proporcionais: x = f(n) = 400 000
D 70 8 n

E 71 7
n x
F 72 6 1 400 000
G 73 5 2 200 000
H 74 4 3  133 333
I 75 3 4 100 000
5 80 000

Ainda que não haja proporcionalidade inversa, quando o índi- 8 50 000

ce de analfabetismo diminui, a expectativa de vida aumenta, 10 40 000

e vice-versa. 20 20 000

58
Matemática – 1ª série – Volume 1

4. Para cortar a grama de um canteiro quadrado 6. Quando uma pedra é abandonada em que-
de 5 m de lado, um jardineiro cobrou 20 reais. da livre (sem considerar a resistência do ar
Mantida a proporção, para cortar a grama de ao movimento), a distância vertical d que
um canteiro quadrado de 15 m de lado, quan- ela percorre em queda é diretamente pro-
to o jardineiro deverá cobrar? A quantia a co- porcional ao quadrado do tempo t de que-
brar C é diretamente proporcional à medida da, ou seja, d = k ut2. Considere que, após
x do lado do canteiro quadrado? 1 segundo de queda, a pedra caiu 4,9 m, e,
Afirma-se que, para cortar a grama de um canteiro qua- então, responda:
drado de 5 m de lado, ou seja, de área 25 m2, um jardi-
neiro cobrou 20 reais, ou seja, ele cobrou 80 centavos por a) qual é o valor da constante de propor-
2
m . Mantida esta proporção, para cortar a grama de um cionalidade k?
canteiro com 15 m de lado, ou seja, com área de 225 m2,
ele deverá cobrar 225 u 0,80, ou seja, 180 reais. Outra ma- b) qual será a distância vertical percorrida
neira de encaminhar a solução é a seguinte: a quantia a após 5 segundos?
ser cobrada é diretamente proporcional à área do cantei-
ro, e não ao seu lado; se o lado triplicou, a área tornou-se c) quanto tempo a pedra levará para cair
9 vezes maior, e a quantia a ser paga deverá ser 9 vezes 49 metros?
maior. Faça uma figura de um quadrado com lado x (e Notamos que a distância vertical d que a pedra percorre não
2
área x ) e de outro com lado 3x, para mostrar que a área é diretamente proporcional ao tempo t de queda, mas sim ao
2
do maior é 9x . quadrado de t: d = kt².
a) Se t = 1, então d = 4,9 m, ou seja, substituindo os valores de
5. A tabela a seguir relaciona os va- t e de d, temos, k = 4,9.
lores de três grandezas, x, y e z, que b) Para calcular a distância vertical percorrida após 5 s,
variam de modo inter-relacionado: basta substituir t por 5, obtendo-se d = 4,9 . 52, ou seja,
d = 122,5 m.
x 1 3 4 5 10 15 40 50 150 c) Substituindo-se d por 49, obtemos o tempo que a pedra
y 7 21 28 35 70 105 280 350 1050 levará para cair 49 m: 49 = 4,9 t2, ou seja, t = 10  3,16 s.
z 300 100 75 60 30 20 7,5 6 2
Verifique se os diversos pares de gran- Gráficos de funções
dezas (x e y, y e z, x e z) são direta ou
Dada uma função y = f(x), o conjunto de
inversamente proporcionais. Justifique
pontos (x,y) do plano cartesiano é tal que
sua resposta.
y = f(x) constitui o gráfico da função. No
Os pares de grandezas x e y são diretamente proporcionais,
caso das grandezas diretamente propor-
com constante de proporcionalidade igual a 7, enquanto os
y
pares y e z, x e z são grandezas inversamente proporcionais, cionais, sendo = constante = k, ou seja,
x
com constantes iguais a 2 100 e 300, respectivamente. y = f(x) = kx, então o gráfico correspon-

59
dente é uma reta que passa pela origem do o valor correspondente de y, e vice-versa; o
sistema de coordenadas: gráfico correspondente é uma curva chamada
y hipérbole (observe a figura a seguir).
y = f(x) = kx
y
y1 y2 y3
= = = const. = k
x1 x2 x3 k
f(x) =
y1 y2 y3 x
x
0 x1 x2 x3

Quando duas grandezas x e y variam de


tal forma que y = kx + h, ou seja, f(x) = kx + h
(k e h constantes), y e x não são diretamen-
te proporcionais, mas existe uma propor-
cionalidade direta entre os valores de y – h 7. O valor a ser pago por
e os de x. A representação gráfica corres- uma pessoa para abastecer
pondente é uma reta com inclinação k; h é com combustível seu auto-
o valor inicial a partir do qual a variação móvel varia proporcionalmente em fun-
em y é diretamente proporcional a x. (No ção da quantidade de litros de combus-
caso particular de termos h = 0, então a tível utilizada. Isso significa dizer que o
reta passa pela origem.) preço é uma função da quantidade de
litros de combustível que abastece o au-
y
y3 tomóvel. Vamos imaginar que o litro da
gasolina custe R$ 2,50. Denotando por
y2
P o preço a ser pago e por ℓ a quantida-
y1 de de litros de gasolina com que um au-
y1 − h y2 − h y3 − h tomóvel é abastecido, pede-se:
h

a) Complete a tabela a seguir, que relacio-


0
x1 x2 x3 x
na P com ℓ.
ℓ 0 1 2 3 4 6
y1 – h
= y2 – h = y3 – h = const. = k P 0 2,50 5,00 7,50 10,00 15,00
x1 x2 x3

No caso da proporcionalidade inversa, b) Qual é o preço a ser pago quando se


temos a relação xy = k, ou seja, f(x) = k , abastece o carro com 10 litros?
x
quanto mais aumenta o valor de x, menor é 25 reais.

60
Matemática – 1ª série – Volume 1

c) Calcule a diferença entre os preços a se- 8. As funções na forma y = f(x) = kx


rem pagos quando se abastece um carro representam situações em que estão
com 15 e 16 litros. envolvidas duas grandezas, x e y,
diretamente proporcionais. Elabore quatro si-
ℓ 15 16 tuações distintas envolvendo duas grandezas
P 37,50 40,00
diretamente proporcionais e construa seus res-
A diferença será R$ 2,50, o que equivale a um litro. pectivos gráficos cartesianos. Com base em
sua observação a respeito dos gráficos, mostre
d) Observando a tabela, concluímos que P o que eles têm em comum.
e ℓ são grandezas diretamente proporcio- Dada uma função y = f(x), o conjunto de pontos (x,y) do pla-
nais, isto é, P = constante = k, ou seja, no cartesiano, tal que y = f(x), constitui o gráfico da função.
ℓ No caso das grandezas diretamente proporcionais, sendo
P = f(ℓ) = k u ℓ. Determine o valor de k.
y = constante = k, ou seja, y = f(x) = kx, então o gráfico
P x
= 2,5
correspondente é uma reta que passa pela origem do sistema

de coordenadas:
P = f(ℓ) = 2,5 u ℓ; portanto, k = 2,5. y

y = f(x) = kx
y2
e) Na função y = f(x), o conjunto de pon-
tos (x,y) do plano cartesiano em que
y2 y1 = y2 = y3 = const. = k
y = f(x) constitui o gráfico da função. x1 x2 x3

Construa, em um plano cartesiano, o y1


gráfico da função P = f(ℓ).
O gráfico será uma semirreta como a representada a seguir.
x1 x2 x3 x

P (R$)

12,50 9. Fixada a temperatura T, a pressão P e o vo-


lume V de um gás, pode-se dizer que eles va-
10,00 riam segundo a sentença P u V = k (k é uma
constante). Faça uma pesquisa sobre essa re-
7,50 lação e esboce o gráfico de P em função de V.
(Dica: você poderá pesquisar sobre esse
5,0
assunto em livros de Química.)
Fixada a temperatura T, a pressão P e o volume V de um gás
variam segundo a expressão P u V = k (k é uma constante).
2,50
O gráfico de P em função de V é uma hipérbole, e é muito
ℓ (litros)
fácil de se encontrar outros exemplos desse gráfico em livros
0 1 2 3 4 5 de Química:

61
P
b) A diferença entre os custos de uma corrida de 20 km
P u V = k (T constante)
e outra de 21 km é o custo de 1 km rodado, ou seja,
80 centavos.
P1
c) O gráfico de P em função de x é uma semirreta com
inclinação 0,8, com origem no eixo vertical (OP) no pon-
P2
to de ordenada 15.

V1 V2 V P

P = 15 + 0,8x
0,8
10. O preço P a ser cobrado em 1
uma corrida de táxi é compos-
to por uma quantia a fixada, 15
igual para todas as corridas, mais uma par-
cela variável, que é diretamente proporcio- 0 x
nal ao número x de quilômetros rodados:
P = a + bx (b é o custo de cada quilômetro 11. Na casa de uma família que gasta cerca de
rodado). 0,5 kg de gás de cozinha por dia, a massa
de gás m contida em um botijão doméstico de
Em certa cidade, temos P = 15 + 0,8 u x 13 kg varia com o tempo de acordo com a
(P em reais e x em quilômetros). fórmula m = 13 – 0,5 t, onde t é o tempo
em dias.
a) Qual será o preço cobrado por uma cor-
rida de 12 km? a) Calcule o número de dias necessários
para um consumo de 6 kg de gás.
b) Calcule a diferença entre os preços de
duas corridas, uma de 20 km e outra, b) Calcule a massa de gás que resta em um
de 21 km. botijão após 10 dias de uso.

c) Esboce o gráfico de P em função de x. c) Esboce o gráfico de m em função de t.


Este é mais um exemplo de uma situação em que a propor- Neste caso, temos uma variação proporcional em uma gran-
cionalidade direta existe apenas no cálculo da parcela variável deza decrescente: se o consumo diário é sempre 0,5 kg por
da corrida de táxi, existindo outra parcela fixa, independente- dia, então a massa do gás consumido é diretamente propor-
mente dos quilômetros rodados. Temos, no caso, P = 15 + 0,8 u x cional ao número de dias, e a massa restante no botijão é a
(P em reais e x em km; 0,8 reais é o custo de cada quilômetro diferença entre o valor inicial, 13 kg, e a massa consumida, ou
rodado). Assim, P não é diretamente proporcional a x. seja, m = 13 − 0,5 t (t em dias).
a) Em uma corrida de 12 km, ou seja, para x = 12, resulta a) O número x de dias necessários para consumir 6 kg de gás
P = 15 + 0,8 u 12 = R$ 24,60. é tal que 0,5x = 6, ou seja, x = 12 dias.

62
Matemática – 1ª série – Volume 1

b) A massa de gás que resta em um botijão após 10 dias de Analogamente, observamos que o nível de 40 m foi atin-
uso é m = 13 − 0,5 u 10 = 8 kg. gido duas vezes no ano; já o nível de 95 m foi atingido
c) O gráfico de m em função de t é um segmento de reta seis vezes ao longo do ano, conforme se pode observar no
que corta o eixo 0m no ponto de ordenada 13 e decresce gráfico a seguir:
a uma taxa de −0,5 kg por dia: nível (m)

m
100
13 95
1 90
– 0,5 80

40

0 26 t 10

12. O gráfico a seguir mostra o ní- tempo

vel da água armazenada em uma 13. O número N de dias necessários para esva-
barragem ao longo de um ano. ziar um reservatório de água de 20 000 litros
Analise atentamente o gráfico e responda depende do consumo diário de água. Se o
às questões a seguir. consumo for de x litros por dia, então os va-
lores de N e x devem satisfazer à condição
nível (m)
N u x = 20 000.
100
90
a) Calcule os valores de N para x1 = 500 ℓ
80 por dia e para x2 = 800 ℓ por dia.

b) Esboce o gráfico de N em função de x.


Para esvaziar um reservatório de 20 000 ℓ, se o consumo diário
10 for x litros por dia, serão necessários N dias, sendo N ux = 20 000,
ou seja, N e x são inversamente proporcionais.
tempo a) Para x1 = 500, o número de dias N1 é tal que N1 u 500 =
a) Qual foi o menor nível de água armaze- = 20 000, ou seja, N1 = 40 dias; analogamente, para x2 =
nada na barragem? E o maior? = 800, o número de dias N2 é tal que N2 u 800 = 20 000, ou
Da observação direta do gráfico, concluímos que o nível míni- seja, N2 = 25 dias.
mo da água armazenada foi de 10 m, e o máximo foi de 100 m. b) O gráfico de N em função de x é uma curva que represen-
ta o fato de que, quanto maior for o valor de N, menor será
b) Quantas vezes no ano a barragem atin- o de x, mantendo-se a proporção inversa (N u x = 20 000); é o
giu o nível de 40 m? E o nível de 95 m? ramo de hipérbole mostrado a seguir:

63
N N ux = 20 000 a apresentação da ideia de função aqui rea-
lizada constitui uma revisão de conteúdos
20 000
N = f(x) = que já foram tratados anteriormente ou uma
x
abordagem inicial do tema.

40
25 Tanto no caso de uma abordagem inicial
quanto no caso de o professor notar que os
500 800 x alunos já conhecem os temas que estão sendo
apresentados, seria interessante recorrer a tabe-
14. Considere duas grandezas, x e y, direta- las e gráficos extraídos de jornais ou revistas;
mente proporcionais. Sabe-se que o ponto tal recurso tanto pode servir como uma por-
(4,12) pertence ao gráfico da função que ta de entrada facilitadora para o tema quanto
relaciona essas grandezas. para um aprofundamento neste. A escolha dos
materiais em sintonia com a real condição de
a) Escreva a sentença que relaciona x e y. sua turma é sempre um desafio cuja solução de-
Se x e y são diretamente proporcionais, significa que y = kx. pende do discernimento do professor.
Com o ponto (4, 12), temos 12 = 4 k; portanto, k = 3. Logo, a
expressão que relaciona x e y será y = 3x. Ao final desta Situação de Aprendiza-
gem, é fundamental que a ideia de fun-
b) Construa o gráfico dessa função. ção como interdependência entre duas
grandezas tenha se consolidado, com a
y
assimilação da nomenclatura “variável
y = 3x
9 independente” (aquela à qual atribuímos va-
lores livremente) e “variável dependente”,
6
ou a variável que é considerada, no contexto,
como uma função da outra.
3

Um aprofundamento da ideia de pro-


1 2 3 x
porcionalidade deverá ser deixado para
as Situações de Aprendizagem seguintes,
c) Qual é o valor de f(–2)? em que serão explorados dois tipos parti-
f(−2) = −6. culares de interdependência especialmente
considerados: as funções de 1o grau, as-
Considerações sobre a avaliação sociadas à proporcionalidade direta, e as
funções de 2o grau, associadas à propor-
Somente o professor, em sua circunstân- cionalidade direta entre uma grandeza e o
cia específica, poderá avaliar em que medida quadrado de outra.

64
Matemática – 1ª série – Volume 1

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6
FUNÇÕES POLINOMIAIS DE 1o GRAU: SIGNIFICADO,
GRÁFICOS, CRESCIMENTO, DECRESCIMENTO E TAXAS

Conteúdos e temas: funções de 1o grau: significado dos coeficientes, crescimento, decrescimento, taxas
de variação, gráficos, inequações.

Competências e habilidades: compreender a função de 1o grau como expressão de uma proporcionali-


dade direta entre grandezas; expressar essa proporcionalidade por meio de gráficos.

Sugestão de estratégias: apresentação de uma síntese dos fatos já apresentados anteriormente


sobre proporcionalidade e funções de 1 o grau; exploração desses fatos em situações-problema
em diferentes contextos.

Roteiro para aplicação da Situação


de Aprendizagem 6 A proporcionalidade expressa por uma
função desse tipo é explicitada quando no-
O texto a seguir constitui um roteiro para tamos que a diferença f(x) – b = ax, ou seja,
a apresentação da ideia de função de 1o grau, que a razão entre f(x) – b e x é constante e
f(x) – b
que pode já ser conhecida dos alunos, bem igual a a: = constante = a.
x
como para uma organização de alguns fatos
conhecidos previamente sobre o tema. Cabe Em consequência, o gráfico de f(x) = ax + b
ao professor apresentar o assunto com mais é uma reta, quaisquer que sejam os valores de
ou menos detalhes ou passar diretamente à ex- a e b, pois a constância da razão apresenta-
ploração das atividades, de acordo com o nível da anteriormente garante o ângulo de incli-
de conhecimentos dos alunos. nação constante para o segmento formado
por dois pontos quaisquer do gráfico:
Funções polinomiais de 1o grau: significado

y f(x) = ax + b
Sempre que expressamos por meio de
variáveis uma situação de interdependên- f(x)
cia envolvendo duas grandezas diretamen-
te proporcionais, chegamos a uma função f(x) – b = const. = a
f(x) – b x
de 1o grau. De modo geral, uma função de
b
1o grau é expressa por uma fórmula do tipo
x
f(x) = ax + b, em que a e b são constantes, sen-
do a ≠ 0. Quando a = 0, a função se reduz a 0 x x
f(x) = b, ou seja, a uma função constante.

65
y
Podemos observar que o coeficiente b re- –
√3
presenta o valor de f(x) para x = 0; quando
1
a = 0, a função assume valores constantes, –
√3
qualquer que seja o valor da variável indepen- –
1 f(x) = (√3)x + 27
dente x: f(x) = constante = b.
– x
√3
Também notamos que o coeficiente a re-
1
presenta a inclinação da reta que é o gráfico,
uma vez que, para x = 1, temos f(1) = a + b, Resumindo os fatos apresentados sobre a
função f(x) = ax + b em um gráfico, temos:
e então f(1) – b = a = f(x) – b para todo x.
1 x
y f(x) = ax + b
De modo equivalente, podemos notar que
f(x)
f(x + 1) – f(x) = a(x + 1) + b – ax – b = a, ou
f(x) – b = const. = a
seja, a variação de f(x) para cada unidade a x
a+b
mais de x é igual a a: f(x) – b
b a
1 x
f se f(x) = ax + b, então f(x + 1) – f(x) = a. x
0 1 x
Por exemplo, sendo f(x) = ( 3)x + 27, en-
tão temos:
Podemos afirmar, então, que:
f(13) – f(12) = 3;

f(29) – f(28) = 3; f quando a > 0, a função é crescente;

f(1 347) – f(1 346) = 3;


f quando a < 0, a função é decrescente;
f(k + 1) – f(k) = 3.
f nos dois casos, o valor de a representa a
Graficamente, isso significa que a inclina- variação de f(x) por unidade a mais de x,
ção do gráfico de f(x) é sempre a mesma, no o que representa um aumento quando
caso, igual a 3 (veja o gráfico da função): a > 0, ou uma diminuição, quando a < 0.

66
Matemática – 1ª série – Volume 1

y f(x) = ax + b
do tipo f(x) = ax + b, onde a e b são cons-
f(x)
tantes, sendo a ≠ 0. Convém ressaltar
a+b
que uma função de 1o grau em que b = 0
representa uma proporcionalidade dire-
a (a > 0)
a=0 ta entre f(x) e x, pois f(x) = ax. Quando
b 1 a (a < 0)
b ≠ 0, a diferença f(x) – b é diretamente
0 x
proporcional a x, pois f(x) – b = ax. As
1
retas A, B, C, D e E são os gráficos de
Naturalmente, quando b = 0, a função funções do tipo f(x) = ax + b. Determine
reduz-se a f(x) = ax, e seu gráfico passa pela os valores de a e b em cada um dos cinco
origem do sistema de coordenadas. casos apresentados e indique o(s) que
representa(m) a variação de grandezas
Notamos ainda que, se duas funções de diretamente proporcionais.
o
1 grau f(x) e g(x) são tais que o coeficiente C
de x é o mesmo em ambas, então seus gráficos y B
E A
são retas paralelas, uma vez que a inclinação
das retas é a mesma nos dois casos.
4 D

y f(x) = ax + b 2

–2 –1 x
g(x) = ax + c 0 2 3

b
Reta A
Como a reta A passa pela origem, o coeficiente b é igual a
0
c m(x) = dx + b zero. Todos os seus pontos (x,y) são tais que y é igual a 2
x
h(x) = dx (há proporcionalidade direta entre y e x). Segue, portan-
to, que f(x) = 2x (a = 2 e b = 0).
Gráficos de f(x) e de g(x) são paralelos: mesma inclinação a.
Gráficos de m(x) e de h(x) são paralelos: mesma inclinação d.
Reta B
Observando as retas A e B percebemos que elas são paralelas,
1. Sempre que expressamos ou seja, o coeficiente a é comum a ambas. Como B corta o eixo
por meio de variáveis uma si- y no ponto de ordenada 2, temos b = 2, ou seja, f(x) = 2x + 2, no
tuação de interdependência caso da reta B.
envolvendo duas grandezas diretamente
proporcionais, chegamos a uma função Reta C
de 1o grau. De modo geral, uma função Observando as retas A e C percebemos que elas são paralelas,
de 1o grau é expressa por uma fórmula ou seja, a inclinação é a mesma, igual a 2 em ambas. Como a

67
reta C corta o eixo y no ponto de ordenada 4, o valor de b é b) Qual é a função C(x) = ax + b repre-
4, e temos f(x) = 2x + 4 para a reta C. sentada no gráfico? Essa sentença da
interdependência entre o custo C e a
Reta D quantidade produzida x é válida para
Trata-se do caso em que o coeficiente a é igual a zero; qualquer valor de x?
como o valor de b é 4, então temos a função constante O gráfico intercepta o eixo y no ponto de ordenada 500, en-
e igual a 4: f(x) = 4. tão b = 500, ou seja, C(x) = ax + 500.
Usando o fato de que, para x = 10, o valor de C é 520, temos:
Reta E 520 = a . 10 + 500
A reta E corta o eixo y no ponto de ordenada 4; logo, b = 4. Logo, a = 2, e a função é C(x) = 2x + 500.
Temos, então, f(x) = ax + 4. Como a reta passa pelo ponto (3,0), Como x é o total de litros de xampu produzido pela empresa,
4 essa função só faz sentido para x ≥ 0. Matematicamente, o
temos f(3) = 0, ou seja, 0 = a u 3 + 4. Daí obtemos a =− .
3
4 valor de x pode ser tão grande quanto quisermos. Natural-
Logo, f(x) =− x + 4.
3 mente, as condições reais de produção podem impor outros
limites ao valor de x.
2. O gráfico a seguir mostra a relação entre a
quantidade x de litros de xampu produzida e c) Qual é o gasto para se produzir 1 500 litros
o custo C(x), em reais, da produção caseira. de xampu?
C(1 500) = 2 u 1 500 + 500; logo,
C(x)
C(1 500) = 3 500 reais

d) Quantos litros de xampu podem ser


520 produzidos com R$ 10 mil?
500
Para C = 10 000, temos: 10 000 = 2x + 500, ou seja, x = 4 750 litros.

x e) Qual é a variação no gasto para a produ-


0 10
ção de cada litro adicional de xampu?
Pelo gráfico, observamos que a cada 10 ℓ são gastos 20 reais a
a) Qual é o possível motivo de um gasto mais; portanto, a cada 1 ℓ são gastos 2 reais a mais (esse valor
de 500 reais quando ainda não se está é a inclinação da reta do gráfico).
produzindo xampu?
O custo quando a empresa não está produzindo é chamado 3. As funções de custos simples para um negó-
pelos economistas de custo fixo. Mesmo sem produzir nem cio consistem em duas partes: o custo fixo,
vender, uma empresa tem custos fixos de aluguel e impostos. cujo valor é independente de quantas unida-
No caso da empresa analisada no problema, seu custo fixo é des de certo produto são produzidas (exem-
de 500 reais. plo: aluguel), e os custos variáveis, que de-

68
Matemática – 1ª série – Volume 1

y
pendem do número de produtos produzidos. B
Considerando C(x) o custo total da produ- A
C
ção de um número x de produtos, CF(x) o
4
custo fixo e CV(x) o custo variável, podemos
escrever que C = CF + CV. Suponha que,
para uma fotocopiadora, o custo por cópia x
–3 2 5
reproduzida seja de 5 centavos e que o custo
fixo de seu negócio seja de R$ 2 mil.
Como as funções são do tipo f(x) = mx, basta substituir um par
a) Escreva a expressão relativa ao custo de valores de x e de y = f(x) nessa equação para determinar
fixo, CF. o valor de m:
CF = 2 000, isto é, y = 2000. Em A, temos:
4 .
4 = m u(−3), ou seja, m =−
3
b) Escreva a sentença que relaciona CV e x.
Em B, temos:
CV(x) = 0,05 u x, isto é, y = 0,05x.
4 = m u 2, ou seja, m = 2.
Em C, temos:
c) Escreva a sentença que relaciona C e x.
4 = m u 5, ou seja, m = 4 .
C(x) = 0,05x + 2 000 ou C(x) = 2 000 + 0,05x, isto é, y = 2 000 + 0,05x. 5

d) Em um mesmo plano cartesiano, cons- 5. Analisando as funções obtidas na atividade


trua os gráficos de cada função apresen- anterior, responda:
tada nos itens anteriores.
a) As funções f(x) = mx que têm como
y gráficos as retas B e C possuem
m > 0. Em casos assim, quanto maior o
C(x) = 0,05x + 2 000
valor de m, a reta estará mais “em pé”
ou mais “deitada”?
2 000 CF = 2 000
Quando m > 0, quanto maior o seu valor, mais “em pé” estará
a reta.
CV(x) = 0,05x

x b) Como podemos saber se uma reta está


inclinada para a direita ou para a es-
4. As retas A, B e C são representações grá- querda apenas observando o valor de m
ficas da função f(x) = mx, que é um caso na sua equação?
particular da função f(x) = mx + n, com Se m > 0, a reta está inclinada para a direita (função crescen-
n = 0. Determine o valor de m, em cada um te); se m < 0, a reta está inclinada para a esquerda (função
dos três casos, no espaço a seguir. decrescente).

69
6. A conta de certo almoço em um restauran- O custo diário C é função do custo fixo, Cf = 200, e do cus-
te é composta pelo valor total das despe- to variável, Cv = 2x. Logo, a expressão do custo total será
sas com comida e bebida, mais 10% sobre C = 2x + 200.
esse valor, que correspondem aos gastos
com serviços, além de uma taxa fixa de 10 b) A receita R da empresa representa o
reais de couvert artístico para os músicos. dinheiro recolhido pela venda de seus
produtos. Escreva a sentença matemá-
a) Chamando de x os gastos com comida e tica que relaciona a receita R para x
bebida (em reais) e de y o valor total da itens produzidos.
conta (em reais), determine uma sentença A receita corresponderá à expressão R = 5x.
do tipo y = mx + n que represente a rela-
ção entre x e y. c) Construa, em um mesmo plano, os grá-
Sendo x o valor gasto com comida e bebida, e observando- ficos das funções custo C e receita R.
-se que acrescentar 10% a um valor equivale a multiplicá-lo
($)
por 1,1, o valor y a ser pago será: y = 1,1x + 10.
R = 5x

b) Faça um gráfico no plano cartesiano Lucro


para representar a função encontrada
C = 2x + 200
no item anterior. 333,33
O gráfico será uma semirreta com origem no eixo y no pon- 200 Prejuízo
Ponto de equilíbrio
to de ordenada 10 e que tem inclinação igual a 1,1; para x =
= 10, o valor de y correspondente será 21:
y
0 66,66
(unidades produzidas) x
21
20
d) O ponto de interseção entre os gráficos de
10 R e C, em Economia, chama-se “ponto de
equilíbrio”, isto é, quando o custo e a recei-
x ta são iguais: R = C.
0 10
Encontre o ponto de equilíbrio dessa em-
7. A empresa Negócios da China S.A. tem presa, ou seja, a quantidade de produtos
um custo diário de 200 reais com salários que devem ser produzidos diariamente para
e manutenção. Cada item produzido custa garantir que não haja prejuízo. Analise o
2 reais e é vendido a 5 reais. gráfico e indique esse ponto.
a) Escreva a sentença matemática que re- Nesta situação, teremos R = C, logo 5x = 2x + 200, portanto
laciona o custo diário de produção C x = 66,6. Deste modo, devem ser vendidos 67 produtos para a
para x itens produzidos. empresa estar em equilíbrio.

70
Matemática – 1ª série – Volume 1

Professor, vale a pena discutir com a turma o Entre os pontos (800,200) e (3 800,500), temos: y = mx + n.
valor 66,66 de unidades produzidas, afinal, Para x = 800, temos y = 200, ou seja, 200 = m u 800 + n.
como interpretar essa quantidade de unida- Para x = 3 800, calculemos como se tivéssemos y = 500 (mes-
des? Na construção do gráfico, admitimos as mo sabendo que o intervalo é aberto), apenas para ter a
grandezas envolvidas como números reais, o equação da reta: 500 = 3 800 u m + n. Resolvendo o sistema,
que nos dá uma imagem contínua dos gráficos. temos: m = 0,1 e n = 120.
Esse número, 66,6, servirá como um valor ain- A equação procurada é y = 0,1x + 120 (para 800 ≤ x < 3 800).
da a ser interpretado pelo analista de produção.
8. O gráfico a seguir indica o valor de um de- Havendo tempo disponível, o professor
poderá pedir aos alunos que determinem a
terminado tributo territorial em função da
função do tipo y = mx + n para o intervalo
área de uma propriedade.
x ≥ 3 800. Comparando o valor de m dessa
Tributo
(R$) função com a determinada no item ante-
rior, percebe-se que a intenção subjacente
Área da propriedade (m2)

é a de cobrar mais imposto por m2 para


propriedades maiores do que 3 800 m2.

1 000
800
500 Desafio!
200
Analise a situação da atividade 8,
800

3 800
4 000

apresentada na seção Você aprendeu?,


para o intervalo x ≥ 3 800. Com base no
a) Qual é o valor do imposto a ser pago
gráfico, é verdadeira a afirmação de que
por uma propriedade de 800 m2?
o objetivo desse tributo territorial é co-
A leitura imediata no gráfico fornece o valor do tributo:
y = 200 reais.
brar mais imposto por m2 para proprie-
dades maiores do que 3 800 m2?
b) Existe algum tamanho de propriedade Observando o gráfico, pode-se confirmar essa

(em m2) cujo imposto cobrado seja exa- afirmação, pois, de acordo com ele, é possível
tamente 500 reais? concluir que a taxa de crescimento para terrenos
Não, porque o tributo 500 reais está indicado no gráfico com maiores do que 3 800 m2,
o sinal de “bola aberta”, o que significa não ter nenhum cor-
1 000 − 800 = 200 = 1, é maior do que nos intervalos
respondente em x (área da propriedade). 4 000 − 3 800 200
anteriores. Nos terrenos com área menor que 800 m2,
c) Determine uma sentença do tipo a taxa é 0 (ou seja, não há cobrança de impos-
y = mx + n, com y sendo o tributo em tos) e, para as áreas entre 800 e 3 800 m2, a taxa é
reais, e x a área em m2, válida para o 500 − 200 = 300 = 0,1.
intervalo 800 ≤ x < 3 800. 3 800 − 800 3 000

71
9. Celsius, Fahrenheit e Kelvin são b) Demonstre que, para se transformar
as três escalas de temperatura mais uma temperatura apresentada em graus
utilizadas. Sendo C o valor da tem- Celsius para graus Fahrenheit, a regra é
peratura em graus Celsius, F a mesma tem- F = 1,8C + 32.
peratura medida em graus Fahrenheit e K,
a temperatura em Kelvin, para converter c) Calcule a quantos graus Celsius corres-
uma temperatura de uma escala para outra ponde uma temperatura de 95 ºF.
considere os seguintes fatos fundamentais:
d) Calcule a quantos graus correspondem
f nas escalas Celsius e Kelvin, o “tama- 300 K na escala Fahrenheit.
nho” do grau é o mesmo, havendo ape- a) e b) Observando o esquema anterior, temos que os seg-
nas um deslocamento da origem: na mentos que determinam as temperaturas nas diferentes
escala Celsius é no 0, e na escala Kelvin escalas representam a mesma parte do intervalo entre a
é no 273; temperatura de fusão do gelo e a de ebulição da água, ou
f na escala Celsius, a temperatura de fusão seja, temos a proporção:
do gelo é 0o e a de ebulição da água é 100º; K − 273 = C − 0 = F − 32
f na escala Fahrenheit, a temperatura de 373 − 273 100 − 0 212 − 32

fusão do gelo é 32º e a de ebulição da De tal proporção, concluímos que:


água é 212º. K − 273 = C = F − 32
100 100 180

Com base nessas informações: Ou seja,


K = C + 273
F = 1,8C + 32
373 100 212 ebulição
da água c) Sendo F = 95, temos: 95 = 1,8C + 32, e então, C = 35
d) Uma temperatura de K = 300, corresponde a C = 27. Em
K C F Fahrenheit, obtemos: F = 1,8 u 27 + 32, ou seja, F = 80,6.

10. O gráfico a seguir indica a produção brasi-


leira de petróleo, em milhões de barris, nos
273 0 32 fusão anos de 2004 e 2005:
do gelo Produção
Kelvin Celsius Fahrenheit (milhões de barris)
596

a) Demonstre que, para se transformar


uma temperatura dada em graus Cel- 535
sius para graus Kelvin, a regra é K =
Ano
= C + 273. 2004 2005

72
Matemática – 1ª série – Volume 1

Admitindo que a taxa de crescimento do b) Determine todos os valores possíveis


período 2004-2005 se manteve no período de x (em metros) para que a soma dos
2005-2006, calcule o valor aproximado da comprimentos representados em ver-
produção média anual, em milhões de bar- melho seja menor que a soma dos de-
ris, no ano 2006. mais comprimentos que completam o
A taxa de crescimento é a razão entre a variação na produção perímetro da folha.
e a variação no tempo, o que representa o aumento da pro- Do mesmo modo, temos:
dução por ano. Portanto, a taxa m entre 2004 e 2005 foi igual a 2(x + 2x + 4 + x ) < 2x + 2(x +10)
m = 596 − 535 milhões de barris. 2x + 4x + 8 + 2x < 2x + 2x +20
5−4
4x < 12, ou seja, x < 3.
Se essa taxa permanecer constante, ou seja, se o gráfico Portanto, x deve ser maior que 0 e menor que 3 metros.
continuar sendo a mesma reta desenhada anteriormen-
te, no período 2005-2006 o aumento da produção seria 12. A velocidade V de um carro varia confor-
de 61 milhões de barris, e a produção estimada seria de me o gráfico a seguir:
596 + 61 = 657 milhões de barris.
V(m/s)

11. A figura a seguir ilustra uma folha de latão


10
que será usada na montagem de uma peça:

x + 10
0 10 20 30 tempo (s)
x x

x x
Escreva as três sentenças matemáticas que re-
presentam a velocidade do carro em função do
2x + 4 2x + 4 tempo como descrito no gráfico apresentado.
V(t) = t, 0 ≤ t ≤ 10
V(t) = 10, 10 < t ≤ 20
V(t) = 30 – t, 20 < t ≤ 30

a) Determine todos os valores possíveis de


x (em metros) para que o perímetro da Considerações sobre a avaliação
folha seja maior ou igual a 64 metros.
Sendo o perímetro igual à soma dos comprimentos de todos Ao final desta Situação de Aprendizagem,
os lados da folha, temos: 2(2x + 4) + 2x + 2x + 2(x +10) + 2x ≥ 64. o reconhecimento de relações de proporciona-
Sendo assim, concluímos que 4x + 8 + 2x + 2x + 2x + 20 + 2x ≥ 64, lidade direta em diferentes contextos e a re-
ou seja, 12x ≥ 64 − 28, o que acarreta que x ≥ 3. presentação delas por meio de uma função de
Portanto, x deve ser maior ou igual a 3 metros. 1o grau é o objetivo primordial que deverá ter
sido atingido.

73
É fundamental que os alunos tenham fei- terdependentes são diretamente propor-
to a associação entre a ideia de variação di- cionais, chegamos a uma expressão do
retamente proporcional e a de função de tipo f(x) = ax + b, ou seja, a uma função
1o grau, tendo compreendido que: do 1 o grau;
f sendo f(x) = ax + b, então o coeficiente a
f quando y é diretamente proporcional a x e sempre representa a variação no valor da
ambos os valores, de x e y, começam a ser função por unidade a mais de x, ou, em ou-
medidos a partir do valor inicial zero, então tras palavras, a taxa de variação de f(x) em
y = ax, sendo a uma constante não nula; relação a x.
f quando há a proporcionalidade direta en-
tre a variação de y medida a partir de cer- Na Situação de Aprendizagem seguinte,
to valor inicial b e os valores de x, então as funções polinomiais do 2o grau serão apre-
y – b = ax, ou seja, y = ax + b; sentadas também a partir da ideia de propor-
f de modo geral, em qualquer situação em cionalidade direta, agora de y em relação ao
que as variações de duas grandezas in- quadrado de x.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7
FUNÇÕES POLINOMIAIS DE 2o GRAU: SIGNIFICADO,
GRÁFICOS, INTERSEÇÕES COM OS EIXOS, VÉRTICES E SINAIS

Conteúdos e temas: proporcionalidade direta com o quadrado da variável independente; função de


2 o grau; gráficos de funções de 2o grau – vértice, raízes, sinais.

Competências e habilidades: compreender a função de 2o grau como expressão de uma propor-


cionalidade direta com o quadrado da variável independente; expressar por meio de gráficos
tal proporcionalidade.

Sugestão de estratégias: apresentação construtiva do significado e das propriedades da função de


2o grau; exploração de exemplos ilustrativos e de exercícios exemplares envolvendo funções de 2o
grau para serem explorados pelo professor.

Roteiro para aplicação da Situação polinomial de 2 o grau. Desde o primeiro


de Aprendizagem 7 momento, tal função é apresentada como
a representação de uma proporcionalida-
O texto a seguir constitui um roteiro de direta entre uma grandeza e o quadra-
para a apresentação da ideia de função do de outra. Na 8a série/9o ano do Ensino

74
Matemática – 1ª série – Volume 1

Fundamental, é possível que os alunos tenham visto tais assuntos, é quase certo
já tenham tido um contato inicial com que não o viram da forma como são aqui
tal função, ao estudarem as equações de apresentados.
2o grau. Abordaremos o tema, no entanto,
sem pressupor que ele já tenha sido estu- Apostamos na forma de tratamento esco-
dado anteriormente. Cabe ao professor, em lhida, que consideramos a menos técnica pos-
sua realidade específica, acelerar mais ou sível, ou a que mais permanece aderente ao
menos a apresentação feita aqui. A aborda- significado da relação de proporcionalidade
gem adotada é construtiva: todos os resul- envolvida e esperamos que o professor avalie
tados são justificados, sempre com base na o percurso sugerido na Situação de Aprendi-
ideia de proporcionalidade anteriormente zagem, mesmo não constituindo o caminho
referida. Assim, mesmo que os alunos já mais usual.

Grandeza proporcional ao quadrado de outra: a função de 2o grau f(x) = ax2

É possível obter um exemplo da relação de interdependência entre duas grandezas x e y em que

y
y é diretamente proporcional ao quadrado de x, isto é, = constante = k, ou seja, y = kx2, quando
x2

uma pedra é abandonada em queda livre. A distância vertical d que a pedra percorre é diretamente
proporcional ao quadrado do tempo de queda, ou seja, temos d = kt2; sendo, neste caso, o valor de
k = 4,9 (metade da aceleração da gravidade do local).

De modo geral, a relação y = kx2 serve de base para iniciar o estudo das funções de 2o grau, cuja
forma geral é f(x) = ax2 + bx + c (a ≠ 0).

Para explicitar tal fato, inicialmente, vamos exa- f o quadrado de um número maior do que 1
minar o gráfico da função y = x2, ou seja, f(x) = x2. é maior do que o próprio número, ou seja,
x2 > x para x > 1;
Sabemos que o gráfico de y = x é uma reta f o gráfico de y = x2 é simétrico em relação
com inclinação igual a 1. Para construir o gráfico ao eixo y, uma vez que f(x) = f(–x) para
de y = x2, é preciso considerar alguns aspectos: todo x;
f é possível mostrar que o gráfico de y = x2
f o quadrado de um número situado entre encosta “suavemente” no eixo x, sem
0 e 1 é menor do que o próprio número, ou formar um “bico” (o que será feito na
seja, x2 < x para 0 < x < 1; atividade 2).

75
Reunindo tais informações, temos o gráfi- Partindo do gráfico de f(x) = x2, é fácil
co esboçado a seguir. A curva correspondente construir o gráfico de f(x) = ax2, com a ≠ 0:
é uma parábola.
y = x2 Para tanto, a cada valor de x, devemos fa-
zer corresponder o produto ax2, que é maior

x
y

=
y
que x2, quando a > 1, e é menor do que x2,
quando 0 < a < 1. Assim, as parábolas ficam
1
tanto mais “fechadas” quanto maior for o
valor de a; tanto mais “abertas” quanto me-
nor (mais próximo de zero) for o valor de a.
x Alguns gráficos desse tipo são representados
x2 x a seguir:
0 x 1

y
24
2 2
y = 0,3x y = 0,7x y = x 2 22 y = 5x2 y = 3x2
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
x
0
–9 –8 –7 –6 –5 –4 –3 –2 –1 1 2 3 4 5 6 7 8 9
–2

Da mesma maneira, para os valores ne- forma, mas os valores de y tornam-se nega-
gativos de a, os gráficos mantêm a mesma tivos. Observe a figura a seguir:

76
Matemática – 1ª série – Volume 1

y
6
4
2
x
0
–9 –8 –7 –6 –5 –4 –3 –2 –1 1 2 3 4 5 6 7 8 9
–2
–4
y = – 3x2
–6
y = – 0,1x2 y = – 0,5x2 y = – x2 –8
– 10
– 12
– 14
– 16 y = – 5x2
– 18
– 20
– 22
– 24
– 26

Resumindo, observe que, quanto maior o de a, mais “aberta” ela é. O sinal de a indica se
valor absoluto do coeficiente a, mais “fechada” a concavidade (a abertura) da parábola estará
é a parábola; quanto menor o valor absoluto voltada para cima (a > 0) ou para baixo (a < 0).

y
16
14
12
10
8
6 a>0
4
2
x
0
–9 –8 –7 –6 –5 –4 –3 –2 –1 –2 1 2 3 4 5 6 7 8 9
–4
–6
a<0
–8
– 10
– 12
– 14
– 16

77
Algumas atividades, para a exploração do que e), f), g), h)
até aqui foi estudado, serão apresentadas a seguir.
y
y = – x2 4
1. Construa, no espaço a se- y = – 2x2
y = – 10x2 3
guir, em um mesmo plano car-
y = – 1 x2 2
tesiano, os gráficos das seguin- 10

tes funções a, b, c e d, e, em outro plano, os 1


x
gráficos das funções e, f, g e h.
–4 –3 –2 –1 1 2 3 4
–1
a) f(x) = x2 b) f(x) = 2x2
–2

1 2 –3
c) f(x) = 10x2 d) f(x) = x
10 –4

e) f(x) = –x2 f) f(x) = –2x2


Observação: há uma sutileza sobre o gráfico
2
1 2
g) f(x) = –10x h) f(x) = – x de f(x) = x2.
10

Procure esboçar os gráficos comparando-os Para construir o gráfico de f(x) = x2, nota-
com os outros, sem necessariamente recor- mos que:
rer a tabelas com valores de x e de y; em 1o) x2 ≥ 0 para todo número real x, ou seja,
vez disso, leve em consideração os valores o gráfico situa-se acima do eixo x;
relativos dos coeficientes de x2. o
2 ) f(x) = f(–x) para todo real x, ou seja,
a), b), c), d) o gráfico é simétrico em relação ao
eixo y;
y
4 3 ) como x2 ≤ x para valores de x no inter-
o

valo de 0 a 1, então o gráfico de f(x) = x2


3
situa-se abaixo do gráfico de y = x no
2
intervalo entre 0 e 1;
1
x
4 ) como x2 > x para x > 1, o gráfico de
o

f(x) = x 2 situa-se acima do gráfico


–4 –3 –2 –1 1 2 3 4
–1 de y = x para x > 1.
y = x2 –2
y = 2x2
y = 10x2
Seguindo todas as conclusões anteriores, o
–3
y = 1 x2 gráfico poderia ser como o indicado a seguir,
10 –4
com um “bico” na origem:

78
Matemática – 1ª série – Volume 1

y
y
f(x) = x2

x x
O O

Ocorre, no entanto, que o gráfico de f(x) = x2 Se o professor se interessar pela explicação


não tem “bico” na origem, encostando suave- desse fato, basta acompanhar a solução da
mente no eixo x. atividade, apresentada a seguir.

Desafio! Ocorre, no entanto, que, se x2 ≥ mx, então x2 − mx ≥ 0,


ou seja, x u (x − m) ≥ 0 para todo x.
Mostre que a curva do gráfico de Mas notamos que, para valores de x entre 0 e m, os
f(x) = x2 não tem um “bico” na origem do valores do produto x u (x − m) são negativos, ou seja,
sistema de coordenadas, ou seja, ela ape- x2 < mx, o que significa dizer que o gráfico de f(x) = x2
nas tangencia o eixo x. situa-se abaixo do gráfico de y = mx.

y
Afirmar que o gráfico apresentaria um “bico” na origem sig-
f(x) = x2
nificaria dizer que existe uma reta inclinada em relação ao
eixo x tal que o gráfico de f(x) = x2 estaria situado acima de
tal reta para todos os valores de x, mesmo os mais próximos y = mx
de 0, conforme podemos verificar na figura a seguir.
O x
m
y
Em outras palavras, para cada valor de m > 0, por menor
f(x) = x2
que seja, o gráfico de f(x) = x2 situa-se abaixo do gráfico

y = mx de y = mx, para valores de x entre 0 e m. Por exemplo,


mesmo que consideremos a reta y = 0,001x, para valores
de x entre 0 e 0,001, o gráfico de f(x) = x2 situa-se abai-
O x
xo dessa reta. Concluímos, então, que não existe reta
y = mx tal que, para todo x, o gráfico de f(x) = x2 situe-se
Tal reta tangente seria o gráfico de uma função do tipo acima da reta; e é exatamente isso que significa dizer
y = mx, m > 0. que o gráfico não tem um “bico” na origem.
2
Teríamos, então: x ≥ mx para todo x ≥ 0. x2 < mx, ou seja, x2 − mx < 0 para x entre 0 e m.

79
Deslocamentos verticais: a função Nesses casos, o gráfico de f(x) = kx2 + v con-
f(x) = ax2 + v tinua a ser uma parábola, mas seus pontos
são deslocados, em relação ao conhecido
Quando a proporcionalidade entre y e x2 gráfico de y = k u x2, na direção do eixo y de
ocorre a partir de um valor inicial v, então um valor v: para cima, se v > 0, ou para baixo,
y – v = kx2, ou seja, y = kx2 + v. se v < 0.

y
2
f(x) = kx + v

y = kx2

v
v

0 x

Uma situação como esta ocorre, por Neste caso, temos, então, d = h – 4,9t 2,
exemplo, quando calculamos a distância d ou seja, h – d = 4,9t 2. Podemos obser-
de uma pedra abandonada a certa altura h var, a seguir, alguns gráficos de funções
até o solo: desse tipo.

4,9t2

d = h – 4,9t2

80
Matemática – 1ª série – Volume 1

y
22
20
18
16
14
y = 3x2 + 7
12
10
y = 3x2
8
6 y = 3x2 – 5
4
2 x
–4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4
–2
–4
–6
y = –3x2 + 5
–8
–10
–12
–14
y = –3x2 – 4
–16

2. Construa os gráficos das funções a, b, c a) Vértice: (0,1).


e d em um mesmo plano cartesiano e os b) Vértice: (0,3).
gráficos das funções e, f e g em outro pla- c) Vértice: (0,−1).
no cartesiano, indicando, em cada caso, as d) Vértice: (0,−3).
coordenadas do vértice.

a) f(x) = x2 + 1
y = x2 + 1 y
y = x2 + 3
4
b) f(x) = x2 + 3 y = x2 – 1
y = x2 – 3
3
c) f(x) = x2 – 1
2

d) f(x) = x2 – 3 1
– 3 3 x
e) f(x) = –2x2 + 1 –4 –3 –2 –1 1 2 3 4

–1
2
f) f(x) = –3x – 5 –2

–3
g) f(x) = – 0,5x2 + 7

81
e) Vértice: (0,1). f) Vértice: (0, −5). g) Vértice: (0, 7).

y
8
y = –2x2 + 1 6
y = –3x2 – 5 4
y = –0,5x2 + 7
2 x

–5 –4 –3 –2 – 1 –2 1 2 3 4 5 6 7 8
–4
–6
–8
–10
–12
–14
–16

Deslocamentos horizontais: a função não a x2, mas a (x – h)2. Neste caso, temos
f(x) = a(x – h)2 y = k(x – h)2 e o gráfico correspondente é
Outra proporcionalidade direta entre análogo ao de y = kx2, deslocado horizon-
uma grandeza e o quadrado de outra ocorre talmente de h unidades, para a direita, se
quando temos y diretamente proporcional h > 0, ou para a esquerda, se h < 0.

19 y
18
17
16
15
14
13
12
11
10 y = x2 y = (x – 3)2
9
y = (x + 3)2 8
7
6
5
4
3
2
1 x
0
–9 –8 –7 –6 –5 –4 –3 –2 – 1 –1 1 2 3 4 5 6 7 8 9
–2
–3
–4
–5
–6
82
Matemática – 1ª série – Volume 1

Um exemplo de situação semelhante x unidades a partir de seu comprimento


à que foi sugerida anteriormente ocorre normal, então E = k u x2. Naturalmente, se
quando a grandeza y é diretamente pro- x = 0, então E = 0. Entretanto, se a escala
porcional ao quadrado da variação no para medir a distensão da mola é tal que
valor de x a partir de certo valor inicial temos E = 0 para x = h, então, quando a
h. Por exemplo, sendo E a energia elástica mola estiver distendida de (x – h), sua ener-
armazenada em uma mola distendida de gia E será tal que E = k(x – h)2.

E
E=0 E = k(x – h)2
E = k(x -h)2
0 h x
x
0 h

0 x E

E=0 E = kx2 E = kx2

x
0

3. Construa, em um mesmo plano cartesiano, a) Vértice: (−1,0). c) Vértice: (1,0).


os gráficos das funções a, b, c e d e, em ou- b) Vértice: (−3,0). d) Vértice: (3,0).
tro plano cartesiano, os gráficos das fun-
ções e, f e g, indicando as coordenadas do y
4
vértice de cada uma delas.
3

2
a) f(x) = (x + 1)2 b) f(x) = (x + 3)2
1
x
2 2
c) f(x) = (x – 1) d) f(x) = (x – 3) –4 –3 –2 –1 1 2 3 4
–1

–2
e) f(x) = –(x – 5)2 f) f(x) = –2(x + 3)2 y = (x+1)2
y = (x+3)2 –3
y = (x–1)2
y = (x–3)2 –4
g) f(x) = –3(x – 1)2

83
y
4
2
0 x
–5 –4 –3 –2 –1 1 2 3 4 5 6 7 8 9
–2
–4
f(x) = –(x – 5)2
–6 f(x) = –2(x + 3)2
f(x) = –3(x – 1)2
–8
–10
–12
–14
–16
–18

e) Vértice: (5,0). f) Vértice: (−3,0). g) Vértice: (1,0).

Deslocamentos verticais e/ou


horizontais: a função f(x) = a(x – h)2 + v tipo é tal que f(x) = k(x – h)2 + v, e tem como
gráfico também uma parábola, deslocada
No caso mais geral possível, podemos ter horizontalmente de um valor h em relação
a variação nos valores de uma grandeza y, a à parábola y = kx2 e deslocada vertical-
partir de certo valor v, diretamente propor- mente de um valor v em relação à parábola
cional ao quadrado da variação nos valores y = k(x – h)2. O vértice da parábola é o ponto de
de x, a partir de certo valor h: em outras pa- coordenadas (h,v). O gráfico a seguir traduz
lavras, y – v = k(x – h)2. Uma função deste o que se afirmou anteriormente.

f(x) = k(x – h)2 + v

v
2
f(x) = kx f(x) = k(x – h)2

0 h x

84
Matemática – 1ª série – Volume 1

Observe, a seguir, alguns exemplos de gráficos desse tipo de função:

y
16
y = 5(x – 3)2 + 8
14
12
y = 3x2 – 7 10
8
6
y = –5(x – 6)2 + 3
4
2
x
–5 –3 –2
–1 – 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
–4
y = –3(x + 1)2 + 9 –6 y = –5(x – 3)2 – 8
–8
– 10
y = –3x2 + 7 – 12
– 14
– 16

4. Construa os gráficos das seguintes funções a) Vértice: (−1,1). b) Vértice: (−3,−1).


e indique as coordenadas do vértice de c) Vértice: (1,−1). d) Vértice: (3,2).
cada uma delas:
5. Determine as coordenadas do
2 2
a) f(x) = (x + 1) + 1 b) f(x) = –(x + 3) – 1 vértice dos gráficos das seguintes
funções e verifique se a função assu-
c) f(x) = –(x – 1)2 – 1 d) f(x) = (x – 3)2 + 2 me um valor máximo ou um valor mínimo
em cada uma delas.
y
4
1
3 a) f(x) = (x + 3)2 –
2
y = (x+1)2+1 2
y = –(x+3)2 –1
y = –(x–1)2 –1 1
Coordenadas do vértice: −3,−
( 1
2 ) .

y = (x–3)2+2 x Ponto de mínimo: x = −3.


1 .
–4 –3 –2 –1 1 2 3 4 Mínimo valor da função: (−3) = −
2
–1

–2 5
b) f(x) = –(x – 2)2 –
2
–3

–4
Coordenadas do vértice: 2,−
( 5
2 ) .

Ponto de máximo: x = 2.
5 .
Máximo valor da função: −
2

85
c) f(x) = (x – 1)2 + 2 = a(x – h)2, e facilmente encontramos o valor de
Coordenadas do vértice: (1,2). h, explicitando o quadrado do primeiro membro.
Ponto de mínimo: 1.
Mínimo valor da função: 2. Alguns exemplos são apresentados a seguir:

( )–
2
1 3 f x2 – 6x + 9 = (x – 3)2
d) f(x) = x –
2 4
f x2 + 8x + 16 = (x + 4)2
Coordenadas do vértice:
( 1 ; 3
2

4 ) .
f x2 + 7x +
49
= x+
(
7
)
2

1 .
4 2
Ponto de mínimo:
2 f 5x2 + 30x + 45 = 5(x2 + 6x + 9) = 5(x + 3)2
3 .
Mínimo valor da função: −
4
Se o trinômio ax2 + bx + c não for um
quadrado perfeito, então ele será maior
e) f(x) = (x – 4)2 do que um quadrado perfeito, ou me-
Coordenadas do vértice: (4,0). nor do que um quadrado perfeito; ou seja,
Ponto de mínimo: 4. ax2 + bx + c = a(x – h)2 + v, sendo v um nú-
Mínimo valor da função: 0. mero positivo ou negativo, dependendo de o
trinômio ser maior ou menor do que um qua-
f) f(x) = –x2 + 2 drado perfeito.
Coordenadas do vértice: (0,2).
Ponto de máximo: 0. Assim, sempre será possível escrever
Máximo valor da função: 2. f(x) = ax2 + bx + c na forma a(x – h)2 + v,
o que é equivalente a afirmar que todo trinô-
Forma geral de uma função de 2o grau: mio de 2o grau pode ser interpretado como a
f(x) = ax2 + bx + c expressão da proporcionalidade direta entre
y – v e o quadrado de (x – h), para determi-
De modo geral, uma função tal que nados valores de h e v. Encontrar os valores de
f(x) = ax2 + bx + c, com a, b e c constantes, h e v é encontrar as coordenadas do vértice da
sendo a ≠ 0, pode expressar uma situação parábola que corresponde ao gráfico de f(x).
de interdependência em que uma grandeza
é diretamente proporcional ao quadrado de Simetria do gráfico de f(x) = ax2 + bx + c
outra, ou seja, sempre podemos escrever o
trinômio de 2o grau ax2 + bx + c na forma A parábola que é o gráfico da função
a(x – h)2 + v. de 2 o grau é uma curva que possui um
eixo de simetria vertical. Isso significa que
Se o trinômio ax2 + bx + c for um quadra- pontos de mesma ordenada possuem abscissas
do perfeito, podemos escrever ax2 + bx + c = equidistantes a esse eixo. Se o eixo de simetria for

86
Matemática – 1ª série – Volume 1

y
o próprio eixo y, então, para cada valor de y, cor-
respondem dois valores de x com sinais opostos:
(a,y) e (–a,y). Se o eixo de simetria estiver des-
locado horizontalmente de h unidades, então,
os pontos equidistantes terão coordenadas f(x) = ax2 + bx + c
(a + h,y) e (–a + h,y). Observe as figuras
a seguir: c

y yv

0 xv b x

a

Mesmo no caso de a equação de 2o grau


f(x) = 0 não ter raízes, podemos determinar o
–a 0 a x vértice da parábola da seguinte maneira:
Eixo de simetria
x=0
f sabemos que f(0) = c;
f sabemos que existe outro valor de x para
y
o qual a função também assume o valor c:
f(x) = c para ax2 + bx + c = c;
f logo, f(x) = c para ax2 + bx = 0, ou seja,
b
para x = 0 ou x = – ;
a
f a abscissa do xv do vértice é, pois, igual à
b
média entre os valores 0 e – , ou seja,
–a + h 0 h a+h x a
( )
b
Eixo de simetria 0+ –
a b
x=h xv = =– ;
2 2a
f para obtermos o valor da ordena-
O vértice da parábola situa-se no eixo de
da yv do vértice, calculamos o valor de
simetria. Se as raízes de f(x) = 0 forem conhe-
f(xv): yv = f(xv).
cidas, a abscissa do vértice será o ponto mé-
dio do segmento determinado pelas raízes; se
a equação f(x) = 0 tiver apenas uma raiz real, Nas atividades seguintes, os fatos anterior-
a abscissa do vértice será a própria raiz. mente mencionados serão explorados.

87
6. Sabemos que o gráfico de b) Na função (II), quando x = 3, qual é o
f(x) = ax2 + bx + c, sendo a ≠ 0, valor correspondente de y?
é uma parábola. A reta vertical No gráfico (II), para x = 3, temos y = f(3) = 15.
que passa pelo vértice da parábola é seu eixo
de simetria. Observe os gráficos a seguir: c) Complete a tabela com o valor corres-
pondente de x ou de y.
(I) f(x) = x2 – 4 Usando as expressões algébricas das funções, obtemos os se-

y guintes valores:

5 x 2 –2 4 −4 ou 4 –5 5 ou −5
Função I
4 y 0 0 12 12 21 21
3 x –3 1 6 − 1 ± 17 –5 −1±2 7
Função II
2 y 3 3 48 16 15 27
1
Vale a pena comentar com os alunos os resultados obti-
– 4 – 3 – 2– 1 0 1 2 3 4 x dos que refletem a ideia de simetria na parábola.
–1
–2
–3 7. A seguir está representado o gráfico da
–4 função f(x) = –x2 + 4x = –(x – 2)2 + 4.
Eixo de simetria
em x = 0 y
V
(II) f(x) = x2 + 2x = (x+1)2 – 1
y
m

9
x
8
7 0 1 n 4
6
5
4 a) Quais são as coordenadas do ponto V,
3 vértice da parábola?
2
Em razão da simetria do gráfico, concluímos que o vértice é o
1
ponto médio do segmento do eixo x entre 0 e 4, ou seja, no vérti-
– 4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 x
–1 ce temos x = 2. O valor de y correspondente é f(2) = −22 + 4 u 2 = 4.
–2
Eixo de simetria Logo, o vértice é o ponto V de coordenadas (2,4).
em x = –1
b) Quais são os valores de m e n, indicados
a) Na função (I), quando x = 1, qual é o no gráfico?
valor correspondente de y? Para x = 1, temos f(1) = 3, ou seja, m = 3. Como vemos que o va-
No gráfico (I), para x = 1, temos y = f(1) = −3. lor de f(n) também é igual a 3, então n é o simétrico do ponto
88
Matemática – 1ª série – Volume 1

x = 1 em relação ao vértice x = 2, ou seja, a distância de n até o 8. Determine a expressão algébrica de cada


2 é igual à distância de 1 até o 2, isto é, n = 3. De fato, podemos uma das funções de 2o grau representadas
verificar que f(3) = 3. pelas seguintes figuras:

Figura 3

Figura 1 Figura 2 8

y
y
8

4
0 2 4 x
–4 0 2 x 2
–4
1

–3 0 1 x

t Na Figura 1, podemos identificar os pontos (0,0), (2,−4) Portanto, a função que corresponde ao gráfico da Figura 2 é:
e (4,0) pertencentes à parábola. Temos que a é positivo e c f(x) = −x2 − 2x + 8.
vale 0, pois o ponto (0,0) pertence ao gráfico. Substituin- t Na Figura 3, podemos identificar os pontos (−3,8),
2
do os valores de x e y na forma geral y = ax + bx, obtemos: (0,2) e (1,4) pertencentes à parábola. Pelo gráfico, po-
2 2
−4 = a u 2 + b u 2 e 0 = a u 4 + b u 4. demos concluir que a é positivo e c vale 2, pois o ponto
Sendo assim, resolvendo o sistema 2a + b = −2 e 4a + b = 0, en- (0,2) pertence ao gráfico. Substituindo os valores de x e y
contramos a = 1 e b = −4. Portanto, a função que corresponde correspondentes aos outros dois pontos na expressão geral,
2
ao gráfico da Figura 1 é : f(x) = x − 4x. y = ax2 + bx + 2, obtemos as seguintes equações:
t Na Figura 2, podemos identificar os pontos (−4,0), (0,8) e 8 = a u(−3)2 + b u(−3) + 2
(2,0) pertencentes à parábola. Além disso, podemos concluir 4 = a u 12 + b u 1 + 2
que a é negativo e que o valor de y para x = 0 é 8, ou seja, 9a − 3b = 6
Resolvendo o sistema
c = 8. Substituindo os outros valores de x e y correspondentes a+b=2
2
aos pontos (−4,0) e (2,0) na expressão geral, y = ax + bx + 8 obtemos: a = 1 e b = 1.
obtemos as seguintes equações: Portanto, a função que corresponde ao gráfico da Figura 3 é:
2
0 = a u (−4) + b u(−4) + 8 f(x) = x2 + x + 2.
0 = a u 22 + b u 2 + 8

Resolvendo o sistema
4a + 2b = −8 9. Considere as funções de 2o grau f(x) = ax2 +
16a − 4b = −8 + bx + c indicadas a seguir. Descubra se as
obtemos a = −1 e b = −2. equações de 2o grau correspondentes têm duas,

89
uma ou nenhuma raiz real, calculando o valor 10. Determine as raízes da equação de 2o grau
da ordenada yv do vértice da parábola, que é ax2 + bx + c = 0 e o sinal da função f(x) = ax2 +
o gráfico da função. Ou seja, determine o nú- + bx + c, para todos os valores possíveis de x,
mero de raízes de cada equação sem resolvê-las. em cada um dos casos apresentados:
Nesse caso, o aluno pode adotar diferentes estratégias para
a) f(x) = 3x2 + 12x + 11 encontrar as raízes das equações, entre elas o método de
b .
Já vimos que a abscissa xv do vértice da parábola é igual a − Bhaskara. Aqui são privilegiadas soluções que exploram o
2a
12 . conteúdo apresentado nesta Situação de Aprendizagem.
Temos xv = − Calculando yv, obtemos:
2 u3
yv = f(xv) = f(−2) = −1 < 0.
Como a = 3 > 0 e yv < 0, então a equação tem duas raízes a) 3x2 + 12x + 11 = 0
reais distintas. Calculando os valores de xv e yv, temos:
b 12
xv = − =− = −2; yv = f(−2) = 3 u (−2)² + 12 u (−2) + 11 = −1
2a 6
b) f(x) = 3x2 – 12x + 15 Como a = 3 > 0 e yv = −1 < 0, conclui-se que a equação tem
Temos xv = 12 = 2. Calculando yv, obtemos: yv = f(xv) = f(2) = 3 > 0. duas raízes distintas.
2 u3
yv yv
As raízes são x1 = xv − − e x2 = xv + − ; substituindo
Como a = 3 > 0 e yv > 0, então a equação não tem raízes reais. a a
1 1
os valores de yv e a, obtemos: x1 = −2 − e x2 = −2 + .
3 3
c) f(x) = –2x2 – 16x + 5
Temos xv = −4 e yv = f(−4) = 37 > 0; como a = −2 < 0, segue que a e O sinal de f(x) = 3x2 + 12x + 11 é positivo (igual ao de a)

yv têm sinais contrários, e a equação tem duas raízes reais distintas. para valores de x fora do intervalo das raízes, ou seja, para
1 1
x > −2 + ou para x < −2 − ; é negativo (contrário
3 3
d) f(x) = –2x2 + 10x – 13
ao de a) para valores de x no intervalo das raízes, ou seja, para
5 5 1
Temos xv = e yv = f =− < 0; como a = −2 < 0, segue
2 2 2 1 1
−2 − < x < −2 + .
que a e yv têm sinais iguais e a equação não tem raízes reais. 3 3

e) f(x) = 11x2 – 5x + 1 b) – 4x2 + 12x – 9 = 0


2 3 3
Da mesma maneira, temos xv = e yv = f = 0; logo, as
5 5 3 2 2
Temos xv = ey =f =− <0; como a = 11 > 0, segue
22 v 22 44
3
que a e yv têm sinais contrários, e a equação tem duas raízes duas raízes são iguais a xv = .
2
reais distintas.
Sobre o sinal, f(x) = −4x2 + 12x − 9 é sempre menor ou igual a 0,
3
f) f(x) = – 4x2 + 12x – 9 pois a < 0; somente temos f(x) = 0 para x = xv = .
2
3
Temos xv = 3 e yv = f 0; como yv = 0, segue que a
2 2 c) – 2x2 + 10x – 13 = 0
equação tem duas raízes iguais. 5 5 1
Calculando xv e yv, obtemos xv = e yv = f =− < 0.
2 2 2

90
Matemática – 1ª série – Volume 1

yv
Como a = −2, a razão − é negativa, e a equação não tem Resolvendo o sistema formado pelas equações 16a + b = 0 e
a
raízes reais. 8a + b = 8, obtemos:
Como a equação f(x) = 0 não tem raízes reais, a função a = −1 e b = 16, ou seja, R(q) = −q2 + 16q.
f(x) = −2x2 + 10x −13 tem sempre o mesmo sinal, que é o sinal
de a (negativo), qualquer que seja o valor de x. b) Qual é o rendimento bruto máximo?
A observação direta do gráfico nos mostra que o rendimento
11. O gráfico a seguir representa o máximo é igual a R$ 64 mil.
rendimento bruto R(q) de uma
empresa em função da quantidade c) Qual é a quantidade produzida que ma-
q de produtos fabricados mensalmente. Os ximiza o rendimento bruto da empresa?
valores de R são expressos em milhares de O valor de q que conduz ao rendimento máximo é q = 8, ou
reais, e a quantidade produzida q, em mi- seja, é a produção de 8 mil unidades.
lhares de unidades. Sabe-se que a curva re-
presentada é uma parábola. d) Qual é o rendimento bruto que a em-
presa obtém para a produção de 15 mil
R(q) unidades? E de 20 mil unidades? Como
64 interpretar este último resultado?
O rendimento para q = 15 é igual a R(15) = −(15)2 + 16 u 15 =
= 15, ou seja, é 15 mil reais. Para q = 20, no entanto, temos

q R(20) = −202 + 16 u 20 = − 80, ou seja, é negativa, o que significa


que a produção estará dando prejuízo de 80 mil reais.
0 16
Esse resultado pode surpreender os alunos, pois não é in-
tuitivo supor que, para uma produção maior, se obtenha
A partir das informações contidas no gráfi- lucro negativo. Contudo, isso se deve a uma questão de
co, responda: ordem econômica. Se a empresa possui uma estrutura
produtiva montada para um determinado nível de produ-
a) Qual é a expressão algébrica da função ção, a partir de certo ponto, passa a haver ineficiência pro-
R(q)? dutiva devido a alguns fatores: alto custo de horas extras
Para se determinar a expressão algébrica da função R(q), pagas, espaço físico limitado para um número de trabalha-
sabendo-se que a curva é uma parábola, escrevemos: dores, desgaste excessivo de máquinas etc. Por essa razão,
2
R(q) = aq + bq, pois o valor correspondente de c é zero, uma a função que representa o lucro é decrescente a partir de
vez que a curva intercepta o eixo vertical na origem. Como um determinado nível de produção, correspondente ao
R(16) = 0, concluímos que vértice da parábola, no caso.
2
au16 + b.16 = 0, ou seja, que 16a + b = 0.
Em razão da simetria da parábola, concluímos que o valor de 12. Determine, para as funções a seguir, os
q no vértice é o ponto médio do segmento de 0 a 16, ou seja, valores máximos ou mínimos atingidos
é igual a 8. Como vemos que R(8) = 64, temos: em cada caso, indicando o valor de x
a u 82 + b u 8 = 64, ou seja, 8a + b = 8. em tais extremos.
91
a) f(x) = 3(x – 12)2 + 100 Para determinar as coordenadas do vér-
Valor mínimo é 100; ponto de mínimo é x = 12. tice da parábola, devemos considerar os se-
guintes aspectos:
b) f(x) = –x2 + 10
Valor máximo é 10; ponto de máximo é x = 0. f sabemos que f(0) = c;
f em razão da simetria do gráfico, existe outro
c) f(x) = x2 + 6x + 9
valor de x tal que f(x) = c; assim: ax2 + bx +
Podemos verificar que f(x) = (x + 3)2; logo, o valor mínimo da
+ c = c acarreta ax2 + bx = 0, de onde obte-
função é 0, e o ponto de mínimo é x = − 3.
b
mos x = 0 ou x = – ;
a
d) f(x) = 3x2 + 30x + 75
f a abscissa xv do vértice é a média aritmética
Podemos escrever f(x) = 3(x2 + 10x + 25) = 3(x + 5)2; logo, o
dos dois valores obtidos:
valor mínimo é 0, e o ponto de mínimo é x = −5.

( )
b
0+ –
a b
e) f(x) = –x2 + 10x xv = , ou seja, xv = – ;
2 2a
Podemos escrever f(x) = −x2 + 10x − 25 + 25, ou seja,
f(x) = −(x − 5)2 + 25; logo, o valor máximo é 25, e o ponto de f para determinar o valor de yv, calculamos
máximo é x = 5. f(xv) e obtemos:

( ) ( )
b 2 b
f) f(x) = x2 + 8x + 21 yv = f(xv) = a – +b – + c, ou seja,
2a 2a
Podemos escrever f(x) = x2 + 8x + 16 + 5, ou seja, f(x) = (x + 4)2 + 5;
logo, o valor mínimo é 5, e o ponto de mínimo é x = −4.
4ac – b2
yv = .
4a
Funções de 2o grau e raízes da equação de
2o grau: discussão Naturalmente, sabendo o valor de xv, não
precisamos de fórmula alguma para determi-
O estudo das raízes da equação de 2o grau nar yv, mas apenas substituir o valor de xv na
ax2 + bx + c = 0, que já foi feito na 8a série/9o ano função f(x).
do Ensino Fundamental, será aqui retomado sob
outra perspectiva. Calculando-se as coordenadas do vérti-
ce da parábola yv, podemos determinar se
Já vimos que o gráfico de uma função de a equação do segundo grau correspondente
2 grau f(x) = ax2 + bx + c é uma parábola,
o
tem ou não tem raízes. Basta observar os si-
que tem um vértice (xv,yv) e um eixo de sime- nais de a e de yv, conforme mostram as figu-
tria vertical (paralelo ao eixo y). ras a seguir:

92
Matemática – 1ª série – Volume 1

DUAS RAÍZES DISTINTAS


(os sinais de a e de yv são opostos)
y a>0
y
a<0
yv > 0
x
x
yv < 0

DUAS RAÍZES IGUAIS (UMA RAIZ REAL)


(yv é igual a zero)

y a>0
x
yv = 0 y

a<0
x
yv = 0

NÃO EXISTEM RAÍZES REAIS


(os sinais de a e de yv são iguais)
y a>0
y
x

yv < 0
yv > 0
x
a<0

Observação para o professor:

Neste ponto, podem ser apresentados aos alunos outros exercícios do mesmo tipo, para desenvolver a
habilidade de se concluir a respeito do número de raízes de uma equação de 2o grau apenas calculando-
-se a ordenada do vértice e comparando com o sinal de a. Naturalmente, a observação da ordenada
4ac –b2 ∆
yv = =– leva às mesmas conclusões sobre as raízes, discutindo-se o sinal de Δ = b2 – 4ac,
4a 4a
pois temos yv u 4a = –Δ. Quando, por exemplo, yv e a têm o mesmo sinal, significa que o valor de Δ é nega-
tivo, e a equação não tem raízes reais. No presente Caderno, optou-se pela observação direta dos sinais
de a e de yv em razão do significado geométrico mais imediato da existência ou inexistência das raízes. A
escolha final do caminho para a apresentação do tema, no entanto, fica a critério do professor.

93
√––– e; então, x = x ± √–––
y v
y v
Raízes da equação e sinais da função x – xv = ± – –v
;
a a
de 2o grau
f as duas raízes da equação dada, quando

√–––
Já vimos como descobrir as informações
yv
sobre as raízes de uma equação de 2o grau sem existem, são iguais a: x1 = xv – – e
a

√–––
ter que resolvê-la, comparando os sinais do
yv
coeficiente a e da ordenada do vértice yv , ob- x2= xv + – .
a
b
tida a partir da abscissa do vértice xv = – .
2a Como já vimos, a existência ou não de
Para obter as raízes da equação, podemos
raízes está associada aos sinais diferentes ou
proceder da seguinte forma:
iguais de a e de yv; quando yv = 0, as duas raí-
zes são iguais a xv.
f dispondo das coordenadas xv e yv do
vértice da parábola que é o gráfico de
Sobre os sinais de f(x), notamos que:
f(x) = ax2 + bx + c, podemos escrever que,
para todo valor de x:
f f(x) tem o mesmo sinal de a para valores de
ax2 + bx + c = a(x – xv)2 + yv; x fora do intervalo das raízes;
f f(x) tem o sinal contrário ao de a no intervalo
f assim, para resolver a equação f(x) = 0, aberto que tem as raízes como extremidades;
basta resolver a equação a(x – xv)2 + yv = 0, f naturalmente, quando yv = 0, a função tem
y sempre o sinal de a, exceto apenas para
de onde obtemos (x – xv)2 = – v , ou seja,
a x = xv , quando assume o valor zero.

Observando as figuras a seguir, compreende-se o significado disso:

f(x) tem sinal contrário ao de a no


intervalo das raízes

y a>0
y
a<0
yv > 0

x
x x1 x2

x1
x2
yv < 0

94
Matemática – 1ª série – Volume 1

f(x) tem o mesmo sinal de a;


é zero apenas no vértice
y a>0
y
x
yv = 0

x
a<0

yv = 0

f(x) tem sempre o mesmo sinal de a,


para todo x real
y

x
y a>0

yv < 0

a<0 yv > 0
x

Observação para o professor: Considerações sobre a avaliação


Neste ponto, outras atividades semelhantes
A forma de apresentação dos conteúdos
podem ser apresentadas aos alunos, para de-
senvolver a habilidade de se tirar conclusões não foi a usualmente presente nos materiais
sobre o valor das raízes e o sinal da função de didáticos disponíveis. O objetivo fundamental
2o grau, sempre com base nas coordenadas foi a apresentação da função y = ax2 + bx + c
do vértice. Naturalmente, a fórmula para as
como a expressão de uma relação de pro-
( √–––
a )
y
raízes aqui encontradas x = xv ± – vé porcionalidade direta entre as variações de y
(a partir de um valor inicial yv) e o quadrado dos
a conhecida fórmula de Bhaskara, quando se
substituem os valores de xv e yv. No presente valores de x (a partir de um valor inicial xv), ou
Caderno, optou-se pela apresentação da fór- seja, y – yv = a(x – xv)2. Todos os resultados que
mula que explicita diretamente a simetria das os alunos precisam conhecer (coordenadas do
raízes em relação ao valor de xv, mas a esco-
vértice da parábola, raízes da equação do segun-
lha final do caminho para a apresentação do
tema fica a critério do professor. do grau, sinais da função f(x) etc.) foram dedu-
zidos a partir dessa forma de apresentação, que

95
consideramos mais significativa. Entretanto, na f o vértice (xv,yv) da parábola pode ser de-
avaliação final da aprendizagem desses conteú- terminado a partir dos coeficientes a, b e c,
dos, o que importa é o conhecimento dos fatos b
sendo xv = – e yv = f(xv);
fundamentais sobre a função do segundo grau, 2a
sobre equações e inequações do segundo f as raízes da equação ax2 + bx + c = 0 são

√––– √–––
grau, e não o modo como foram explicados. As- y y
x1 = xv – – v e x2= xv + – v ;
sim, mesmo sem seguir literalmente as explica- a a
ções apresentadas, o professor deverá avaliar se
os alunos compreendem efetivamente que: f os resultados anteriores traduzem a conhe-
cida fórmula de Bhaskara para as raízes;
f o gráfico de uma função f(x) = ax2 + bx + f o estudo do sinal da função pode ser fei-
+ c (a ≠ 0) é uma parábola com a concavi- to a partir do conhecimento das raízes
dade para cima se a > 0, e com a conca- (dentro do intervalo das raízes, a função
vidade para baixo se a < 0; tem sempre sinal contrário ao de a; fora
f quanto maior o valor absoluto de a, mais dele, tem sempre o sinal de a; quando
“fechada” é a parábola; quando mais pró- não existem raízes, a função tem sempre
ximo de 0, mais “aberta” ela é; o mesmo sinal de a).

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8
PROBLEMAS ENVOLVENDO FUNÇÕES DE 2o GRAU
EM MÚLTIPLOS CONTEXTOS; PROBLEMAS DE
MÁXIMOS E MÍNIMOS

Conteúdos e temas: problemas envolvendo equações, inequações e funções de 2o grau em diferentes


contextos; problemas envolvendo máximos ou mínimos de funções de 2o grau.

Competências e habilidades: compreender fenômenos que envolvem a proporcionalidade direta entre


uma grandeza e o quadrado de outra, traduzindo tal relação na linguagem matemática das funções;
equacionar e resolver problemas que envolvem funções de 2o grau, particularmente os que envolvem
otimizações (máximos ou mínimos).

Sugestão de estratégias: apresentação de exemplos ilustrativos e de exercícios exemplares envol-


vendo grande parte dos conteúdos estudados na Situação de Aprendizagem 7, sobre equações,
inequações e funções de 2o grau, para serem explorados pelo professor.

96
Matemática – 1ª série – Volume 1

Roteiro para aplicação da Situação delos matemáticos (fórmulas) para repre-


de Aprendizagem 8 sentar tais relações de interdependência
chama-se Pesquisa operacional.
Nesta Situação de Aprendizagem, vamos Suponha que, em certa empresa de produtos
abordar diversos problemas que envolvem eletrônicos, a organização da produção seja tal
equações, funções e inequações de 2o grau. Pra- que o custo total C para produzir uma quanti-
ticamente todos os conteúdos sobre tais temas dade q de determinado produto seja apresen-
foram estudados na Situação de Aprendizagem tado pela função C(q) = q2 – 1 000q + 800 000
7 e serão aqui retomados. Os exercícios e pro- (C em reais, q em unidades do produto).
blemas apresentados são apenas exemplares de
uma classe de problemas que pode ser explora- a) Determine o nível de produção (valor
da pelo professor em sua aula, em sintonia com de q) que minimiza o custo total C e cal-
o tempo disponível e o interesse de seus alunos. cule o valor do custo mínimo.
A pergunta é qual o valor de q que corresponde ao mínimo
São vários os contextos de nossa vida em valor da função C(q).
que o conhecimento sobre as funções polino- A função C(q) é de 2o grau, traduzindo algum tipo de propor-
miais de 2º grau nos permite organizar, avaliar cionalidade direta entre uma grandeza e o quadrado de outra.
e prever o comportamento de certos fenôme- Seu gráfico é uma parábola cujo vértice encontra-se no ponto

nos, sejam eles sociais ou naturais. O foco desta (−1000)


qv = − = 500.
2
Situação de Aprendizagem é abordar alguns
O nível de produção que corresponde ao custo mínimo é, pois,
desses problemas, aplicando o que foi aprendi-
q = 500; o valor do custo mínimo é C(500) = 5002 − 1 000 u 500 +
do na Situação de Aprendizagem anterior.
+ 800 000 = 550 000 reais.

1. Na administração de uma b) Represente o gráfico de C(q).


empresa, procura-se estabele- O gráfico de C(q) é uma parábola com a concavidade para
cer relações matemáticas entre cima, cortando o eixo C no ponto de ordenada 800 000, e
as grandezas envolvidas, tendo em vista a com vértice no ponto (500; 550 000):
otimização da produção, ou seja, a busca C
C(q) = q2 – 1 000q + 800 000
de um custo mínimo ou de um rendimento
800 000
máximo. Naturalmente, as relações obtidas
decorrem de certas hipóteses sobre o modo
de produção, que envolvem tanto a propor-
550 000
cionalidade direta quanto a inversa, a pro- q
porcionalidade entre uma grandeza e o 0 300 500 700 1 000
quadrado de outra, o crescimento expo-
nencial, entre outras possibilidades. Uma c) Para q = 0, o custo é igual a R$ 800 mil.
disciplina que trata da formulação de mo- Como pode ser interpretado tal fato?

97
O custo inicial C(0) = 800 000 corresponde ao custo fixo, in- A área A do retângulo é uma função do com-
dependentemente de se iniciar a produção (aluguéis, equi- primento de seus lados. Entre todas as possi-
pamentos, salários etc.). bilidades para os lados, procura-se, natural-
mente, aquela que corresponde à maior área
d) Qual é o nível de produção que corres- possível para o retângulo.
ponde a um custo de R$ 800 mil? 40 – x
No modelo de produção suposto, o custo de R$ 800 mil cor-
responde a dois níveis de produção. Para determiná-los, bas- x
ta resolver a equação C(q) = 800 000, ou seja:
q2 − 1 000q + 800 000 = 800 000, de onde obtemos q = 0 ou q = 1 000.
e) Do ponto de vista do custo, tanto faz um ní- Dessa forma:
vel de produção q = 300 ou um nível de pro-
dução q = 700. E do ponto de vista do rendi- a) Quais devem ser as medidas dos lados
mento bruto (faturamento da empresa)? do retângulo para que sua área seja a
De fato, do ponto de vista do custo, dois níveis de produção si- maior possível?
métricos em relação ao vértice da parábola, como são 300 reais e Chamando um dos lados de x, o outro será 40 − x, e a área do
700 mil reais, correspondem ao mesmo custo; no caso, C(300) = retângulo será igual a A(x) = x u (40 − x).
= C(700) = 590 000. Entretanto, do ponto de vista do rendimento Buscamos o valor de x para que a área A(x) atinja o valor máximo.
bruto, certamente é preferível o nível de produção maior. A(x) é uma função de 2o grau: A(x) = x u (40 − x) = −x2 + 40x.
Seu gráfico é uma parábola com a concavidade voltada para baixo.
2. Para delimitar um galinheiro em um am- As raízes da equação de 2o grau A(x) = 0 são x = 0 ou x = 40.
plo quintal, dispõe-se de 80 m (lineares) de O vértice da parábola é o ponto onde xv = 20, ponto médio do

uma tela. Deseja-se usar completamente segmento determinado pelas raízes (o vértice também poderia

a tela disponível, e a região cercada deve b 40


ter sido obtido por meio da expressão xv = − =− = 20).
2a −2
ser um retângulo. Fixado o perímetro, são
Os lados do retângulo de área máxima serão, portanto, 20 e 40 − 20,
inúmeras as possibilidades para os lados
ou seja, o retângulo de área máxima é um quadrado de lado 20.
do retângulo, como podemos perceber nos
exemplos a seguir:
b) Qual é o valor da área máxima?
O valor máximo de A(x) é: A(xv) = −(20)2 + 40 u 20 = 400 m2.

15 m 17 m
3. Deseja-se murar (cercar com muros) um
25 m terreno retangular utilizando-se de uma pa-
23 m
rede já existente no terreno. Sabe-se que o
10 m comprimento de muro que será construído
para cercar os outros três lados do terreno
30 m
deverá ter 36 m de comprimento.

98
Matemática – 1ª série – Volume 1

Parede
ro, melhor será, pois o bezerro ganhará mais
x peso. Entretanto, um de seus funcionários
lembra o criador de que o preço de venda, que
hoje é 50 reais por quilo, está caindo 40 cen-
a) Expresse a área A desse terreno em tavos por dia. A escolha da melhor data para
função de x (medida de um dos lados vender o bezerro depende, então, de duas va-
do retângulo). riáveis: a engorda diária e a queda nos preços
Sendo o comprimento dos 3 lados do muro igual a 36 m, se pagos por quilo. Com base nas informações
um dos lados é x, o outro será 36 − 2x, e a área do retângulo fornecidas, mantida a situação atual, pede-se:
será: A(x) = x u (36 − 2x).

a) Determine a melhor data para se vender o


b) Construa o gráfico de A em função do bezerro, contada a partir de hoje.
lado x. Nossa incógnita é o valor x de dias, contados a partir de hoje,
O gráfico de A(x) é uma parábola com a concavidade para após os quais o bezerro deve ser vendido, de modo a gerar o
baixo, tendo como raízes da equação de 2o grau correspon- maior retorno y possível, em reais.
dente os valores 0 e 18.
Para encontrar o valor de y, devemos multiplicar o peso p (mas-

A sa) em quilos do bezerro pelo valor v pago por quilo: y = p u v.

A(x) = 36x – 2x2 O enunciado informa que o peso p aumenta 2 quilos por dia,
a partir do valor inicial 200 quilos, ou seja, p = 200 + 2x, em que

162 x é o número de dias decorridos até a venda.


O valor v de cada quilo, no entanto, decresce à razão de 40
centavos por dia, a partir do valor inicial de 50 reais; temos,
x
então, que v = 50 − 0,40x.

0 9 18 Logo, o valor arrecadado será igual a y = p u v , ou seja,


y = (200 + 2x) u (50 − 0,40x) = −0,80x2 + 20x + 10 000
O valor a ser arrecadado é, portanto, uma função do 2o grau:
c) Calcule a área máxima que o terreno cer-
f(x) = − 0,80x2 + 20x + 10 000
cado pode ter e suas respectivas dimensões.
Determinar a melhor data para vender o bezerro corresponde
O valor máximo da área A corresponde a x = 9 (ponto mé-
a buscar o valor de x para o qual f(x) assume seu valor máximo.
dio do segmento entre as raízes); a área máxima é igual a
De fato, a função tem o coeficiente a negativo (a = −0,80)
A(9) = 36 u 9 − 2 u 92 = 162 m2.
e, portanto, apresenta um valor máximo. Tal valor máximo
ocorre exatamente no vértice do gráfico de f(x). Calculando
4. Um criador de gado tem um bezerro de de- b
o valor de xv , obtemos: xv = − = − 20 = 12,5. Con-
terminada raça para vender. Esse bezerro pesa 2a −1,60
atualmente 200 quilos e engorda 2 quilos por cluímos, então, que, mantidas as condições atuais, a melhor
dia. Inicialmente, o criador acha que, quan- data para vender o bezerro é daqui a 12,5 dias, ou seja, entre
to mais tempo esperar para vender o bezer- o 12o e o 13o dia.

99
b) Calcule o valor em reais que será (200 + 2x) u (50 − 0,40x) = −0,80x2 + 20x + 10 000
arrecadado em tal venda. Logo, para obter as raízes, bastaria igualar a zero os fatores
O valor a ser arrecadado com a venda é: do primeiro membro, obtendo x = −100, que não faz sentido

f(12,5) = −0,80 u 12,52 + 20 u 12,5 + 10 000, ou seja, é igual a no problema, e x = 50 = 125, que é a solução anterior-
0,40
R$ 10 125,00.
mente encontrada.

c) Construa um gráfico que represente o


valor y a ser arrecadado pelo criador na 5. Um foguete, que é lançado de uma base
venda do bezerro (em reais) em função militar, apresenta um defeito em pleno voo
do tempo x de espera (em dias). e, segundo os cálculos, deverá cair sobre
O gráfico de f(x) é mostrado a seguir: trata-se de uma parábola uma região habitada. O gráfico a seguir
com a concavidade para baixo, tendo como vértice o ponto representa a trajetória desse foguete, sendo
(12,5,10 125). x e y dados em metros. O gráfico também
apresenta a trajetória praticamente retilí-
y
nea de um míssil que foi lançado da mesma
f(x) = –0,80x2 + 20x + 10 000
base para interceptar o foguete e evitar um
possível desastre. Suponha que a trajetória
10 125
do míssil seja dada pela função y = 40x.

10 000 y

0 12,5 x
3 600
y = 40x 
d) Determine quantos dias levará para
que o total arrecadado pelo criador
seja igual a zero.
O valor arrecadado pelo criador será zero quando tivermos
− 0,80x2 + 20x + 10 000 = 0
60 120 x
Procurando as raízes dessa equação, encontramos:
yv 10 125
x = xv ± − = 12,5 ± − = 12,5 ± 12656,25 =
a −0,80 a) Com base nos dados do gráfico, encon-
= 12,5 ± 112,5. tre a sentença que representa a trajetó-
Uma das raízes é negativa e não faz sentido para o problema; ria do foguete.
a outra, a positiva, é igual a 12,5 + 112,5 = 125 dias. y = x(120 − x) = −x² + 120x
Uma maneira mais simples de responder a essa questão teria
sido aproveitar a forma fatorada da equação de 2o grau, pois b) Calcule a que altura do solo o míssil in-
sabíamos, desde o início, que terceptará o foguete.

100
Matemática – 1ª série – Volume 1

Devemos efetuar −x2 + 120x = 40x, isto é, −x2 + 80x = 0 e, por- N(t) = –5 u (t – 6)2 + 2 180
N
tanto, x = 0 ou x = 80. Como y = 40x, y = 40 u 80 = 3 200. Logo, o
míssil interceptará o foguete a 3 200 metros de altura.
2 180

6. Em determinado país ocorreu 2 100


uma epidemia provocada por uma
2 000
espécie de vírus. Inicialmente, fo-
t
ram detectadas 2 mil pessoas infectadas. A 0 6 ?
estimativa dos epidemiologistas é a de que o
número N de doentes cresça até o valor má- c) Qual será o número máximo de pessoas
ximo L, que deverá ocorrer após seis sema- infectadas?
nas do aparecimento do vírus, devendo de- Como se pode depreender da expressão N(t) e do gráfico, o
crescer a partir de então. Supõe-se que a valor máximo para N é 2 180.
diferença N(t) – L seja diretamente propor-
cional ao quadrado da diferença entre t e 6, d) Depois de quantas semanas o número
ou seja, quando dobra a distância entre t e de infectados cairá a zero?
6 (valor que será o pico da doença), a que- O número de doentes cairá a zero quando tivermos N(t) = 0,
da no número de infectados torna-se qua- ou seja, quando −5(t − 6)2 + 2 180 = 0.
tro vezes maior: Calculando o valor de t, obtemos:
N(t) = k u(t – 6)2 + L (k é uma constante). (t − 6)2 = 436 t − 6  20,9 t  26,9 semanas
(O outro valor possível para t é negativo e não faz sentido
Com base nesse modelo, e sabendo que para o problema em questão.)
duas semanas após o início da epidemia
havia 2 100 pessoas infectadas, responda: 7. Em certo ambiente, a velocidade V de cres-
cimento de uma população N é, em cada
a) Quais são os valores de k e L? instante, diretamente proporcional ao va-
Sabemos que o valor de N para t = 0 é 2 000, e para t = 2 é lor de N, e também à diferença entre um
2 100; a partir dessas informações, podemos calcular os coe- valor limite L, estimado como o máximo
ficientes k e L: admissível para uma vida sustentável no
N(0) = k u(0 − 6)2 + L = 2 000 ambiente em questão. O valor de N em cada
N(2) = k u(2 − 6)2 + L = 2 100 instante corresponde a V = k u N u(L – N),
Concluímos, então, que 36k + L = 2 000 e 16k + L = 2 100. sendo k uma constante positiva. Podemos
Daí segue que k = −5 e L = 2 180. dizer, então, que a velocidade V é uma
Temos, portanto: N(t) = −5 u(t − 6)2 + 2 180 função de N, expressa pela fórmu-
la V = f(N) = k u N u (L – N), ou seja,
b) Como é o gráfico de N(t)? V = f(N) = –kN2 + kL u N.
O gráfico de N(t) é o mostrado a seguir: Supondo, L = 100 000 habitantes e saben-

101
do que, para N = 10 000, a velocidade de A velocidade de crescimento é máxima no vértice da pará-
crescimento é igual a 900 habitantes por bola que é o gráfico de f(N); temos
ano, responda: Nv = −10 −1 = 50 000
−2 u 10 −6

a) qual é o valor da constante k?


Para L = 100 000 habitantes, a função que expressa a velocidade e) qual é o gráfico de V em função de N?
de crescimento populacional é: O gráfico de V = f(N) é apresentado a seguir.
V = f(N) = k uN u (100 000 − N).
Sabendo que V = 900 para N = 10 000, concluímos que:
V = f(N) = 10 –6 u N(100 000 – N)
900 = k u 10 000 u(100 000 − 10 000), ou seja, k = 10−6.
Temos, então, para a função V = f(N): V

V = f(N) = 10−6 u N u (100 000 − N), ou ainda,


V = f(N) = −10−6 u N2 + 10−1 u N

2 500
b) para quais valores de N a velocidade de
crescimento é igual a zero? N
Para responder à pergunta, basta determinar as raízes da 0 50 000 100 000
equação f(N) = 0.
Encontramos, então, N = 0 ou N = 100 000.
8. Um empresário possui duas lojas de rou-
c) para quais valores de N a velocidade de pas. Entre os anos de 2000 e 2005, a re-
crescimento da população é positiva, ou ceita R1 de uma das lojas, em milha-
seja, a população cresce, e para quais va- res de reais, foi modelada pela função
lores de N a velocidade de crescimento é R1 = 0,7t2+ 3,4t + 4, onde t representa o tem-
negativa, ou seja, a população decresce? po em anos. Durante o mesmo período, a
Como f(N) é uma função de 2o grau com o coeficiente de N2 ne- receita R2, da segunda loja, em milhares de
gativo, a parábola que é o gráfico de f(N) tem a concavidade vol- reais, foi modelada pela função R2 = 0,8t +
tada para baixo. Segue que o sinal de f(N) é positivo (contrário ao + 300. Escreva uma função que represente a
do coeficiente de N2) no intervalo entre as raízes (0 < N < 100 000) receita total das duas lojas, indicada por Rt,
e é negativo para N > 100 000 (N < 0 não faz sentido no problema). verifique se essa receita possui um valor má-
Portanto, a velocidade V de crescimento será positiva (a popula- ximo ou mínimo e determine esse valor.
ção cresce) para uma população menor que 100 000 habitantes. Com base nos dados do problema, podemos escre-
A partir desse limite, a velocidade de crescimento passará a ser ver que Rt  =  R1  +  R2, o que nos permite concluir que
negativa (a população decresce). Rt= 0,7t2  + 4,2t + 304. Observando que o coeficiente de t2 é
positivo, concluímos que a concavidade da parábola, que
d) para qual valor de N a velocidade de representa essa interdependência, é para cima e, portan-
crescimento é máxima? to, a função admitirá um valor de mínimo. Contudo, en-

102
Matemática – 1ª série – Volume 1

contrando os valores das coordenadas do vértice dessa sobre a presença das funções de 2o grau em
parábola, observamos que o valor da abscissa é negativo, diversos contextos práticos, sendo capazes de
xv = −3, o que não é possível, pois ela se refere à grandeza tem- identificar as interdependências envolvidas,
po. Construindo o gráfico correspondente, encontramos: e reconhecer as situações de máximo ou de
R mínimo presentes, sabendo calcular as coor-
denadas dos pontos críticos (máximos ou mí-
nimos) correspondentes. Especialmente nesta
304
Situação de Aprendizagem, as atividades de-
V
297,7 vem ter um caráter essencialmente qualitativo,
não podendo ser associadas a imensas listas
de exercícios meramente repetitivos.
t
–4 –3 –2 –1 0 1 2
Muitos outros exercícios ou problemas
Desse modo, o valor mínimo da receita não está no vértice, poderiam ser aqui apresentados, e o pro-
mas no ponto de interseção da parábola com o eixo y, isto fessor que dispuser de tempo para conti-
é, (0,304). nuar não terá dificuldades em encontrá-los
Portanto, a receita total terá um valor mínimo no tempo ou mesmo “fabricá-los” com base nos que
0 (zero), e esse valor será igual a R$ 304,00. foram resolvidos. Consideramos, no entan-
O professor também pode comentar com os alunos que o fato to, que não é exatamente a quantidade de
de a parábola crescer a taxas crescentes não significa que a receita questões examinadas que é decisiva para
das lojas será infinita, uma vez que devem ser considerados vários uma compreensão adequada dos temas,
fatores que limitam esse crescimento em uma situação de con- mas, sim, o modo como elas são exploradas
texto. O fato importante aqui é que o domínio da função em uma em classe, garantindo-se uma abordagem
situação real difere do contexto puramente matemático. que favoreça um aprendizado consciente e
efetivo. Sobretudo quando envolvem mo-
Considerações sobre a avaliação delos matemáticos utilizados em outras
áreas do conhecimento, é muito importan-
Consideramos que os objetivos da presente te contextualizá-los, não bastando apenas
Situação de Aprendizagem terão sido atingi- receber fórmulas prontas e fazer cálculos
dos se os alunos tiverem sido sensibilizados aparentemente arbitrários.

ORIENTAÇÕES PARA RECUPERAÇÃO

Na 1a série do Ensino Médio, os alunos, da Matemática que exigem maior elaboração


iniciando seu último ciclo de escolaridade bá- algébrica e também a mobilização de estra-
sica, começam a tomar contato com aspectos tégias de raciocínio mais elaboradas. Mesmo

103
que os conteúdos matemáticos apresentados a para auxiliarem os grupos em recuperação.
eles neste momento ainda não sejam concei-
tualmente muito difíceis, o professor deverá Caso considere que os alunos não tenham
estar atento para a presença de alunos que, atingido as metas mínimas prefiguradas em cada
eventualmente, não tenham conseguido com- uma das Situações de Aprendizagem, o profes-
pletar a construção conceitual de maneira sor pode optar por uma das estratégias a seguir:
satisfatória. Se processos de recuperação são
importantes em qualquer etapa de escolari- f apresentar, inicialmente, os conteúdos bási-
dade, o são ainda mais agora, ao iniciar-se o cos sobre funções de 1o e de 2o grau do modo
Ensino Médio. esquemático como costuma ser apresenta-
do na maioria dos materiais didáticos dis-
Para os alunos que necessitarem de recu- poníveis, portanto, sem destacar a ideia de
peração, sugerimos, em primeiro lugar, que proporcionalidade direta de y em relação a
o tipo de construção dos conceitos propos- x, ou a x2, introduzindo paulatinamente as
tos neste Caderno não seja alterado, sobre- explicações ou as justificativas dos resultados
tudo no que diz respeito à identificação da fundamentais como foram apresentadas no
regularidade da sequência e à possibilidade presente Caderno, na medida em que tais jus-
de traduzi-la por intermédio de uma equação tificativas despertem efetivamente o interes-
matemática. Se não se altera a concepção, se dos alunos. Naturalmente, consideramos
altera-se, por outro lado, a forma com que importante que o professor tente despertar
devem ser abordados os conceitos. Assim, su- tal interesse, mas o imprescindível é que os
gerimos que o professor: alunos aprendam os fatos fundamentais do
tema, mesmo que tenham chegado até eles
f prepare e aplique listas de problemas com por vias distintas das aqui propostas;
características mais pontuais, que explo- f uma vez que, de uma forma ou de outra,
rem, de forma mais lenta e gradual, cada os conteúdos apresentados no presente
conceito; Caderno já estiveram presentes na 8a série/
f recorra ao livro didático adotado e tam- 9o ano do Ensino Fundamental, abordar
bém a outros, selecionando problemas e os conteúdos referentes às funções de 1o
agrupando-os de modo a formar listas de e de 2o graus como se fosse uma recorda-
atividades em concordância com a propos- ção, por meio das atividades envolvendo
ta de construção conceitual desenvolvida problemas, invertendo a ordem em que
neste Caderno; tais temas foram expostos. Assim, a apre-
f forme grupos de alunos para a realização sentação mais sofisticada, mais apropria-
conjunta das sequências didáticas que ela- da para o Ensino Médio, pode ser mais
borou e, se possível, convoque alunos com nitidamente apoiada em abordagens mais
maior desenvoltura nos conceitos estudados simples, à guisa de revisão.

104
Matemática – 1ª série – Volume 1

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR


E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA

Caso o professor julgue necessário apro- SÃO PAULO. Secretaria de Estado da Edu-
fundar o estudo de alguns dos temas apre- cação. Programa de Educação Continuada
sentados neste Caderno, sugerimos a leitura, (PEC). Material sobre funções. São Paulo:
dentre outros, dos seguintes artigos da Revista SE/CENP, 2001.
do Professor de Matemática (RPM), da Socie-
dade Brasileira de Matemática: SÃO PAULO. Secretaria de Estado da Edu-
cação. Coordenadoria de Estudos e Normas
ÁVILA, G. “As séries infinitas”. Revista do Pedagógicas. Proposta Curricular para o ensi-
Professor de Matemática, n. 30. no de Matemática: 2o grau. 3. ed. São Paulo:
SE/CENP, 1992.
CARVALHO, P. C. P. “Um problema domésti-
co”. Revista do Professor de Matemática, n. 32. VALADARES, E.; WAGNER, E. “Usando
geometria para somar”. Revista do Professor
LIMA, E. L. “Uma construção geométrica e a de Matemática, n. 39.
progressão geométrica”. Revista do Professor
de Matemática, n. 14.

105
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste Caderno, foram apresentadas diver- O professor deve ter clareza sobre os crité-
sas situações-problema envolvendo as prin- rios da avaliação e as limitações e possibilida-
cipais noções de sequências e de PAs e PGs. des dos instrumentos que serão utilizados. Os
Foram sugeridas atividades que propiciam ex- instrumentos de avaliação devem, também,
periências educativas diversificadas e que en- contemplar as explicações, justificativas e ar-
tendemos como essenciais para o desenvolvi- gumentações orais, uma vez que estas revelam
mento de competências relativas a esse tema. aspectos do raciocínio que, muitas vezes, não
ficam explícitos nas avaliações escritas.
Convém ressaltar que as expectativas de
aprendizagem enunciadas neste Caderno não Neste final de percurso, revimos a ideia
expressam todos os conteúdos referentes aos te- básica de função como relação de interdepen-
mas do volume, mas apenas os aspectos conside- dência, as relações de proporcionalidade dire-
rados fundamentais, isto é, aqueles que possibi- ta como característica das funções de 1o grau,
litam ao aluno continuar aprendendo, sem que e as relações de proporcionalidade direta com
seu aproveitamento seja comprometido. o quadrado, que são suficientes para caracte-
rizar as funções de 2o grau.
Assim, espera-se que o aluno obtenha os
termos de uma sequência a partir da expressão Ao final da Situação de Aprendizagem 5,
de seu termo geral e determine essa expressão a pressupõe-se que os alunos consolidaram a
partir de seus termos. Além disso, o aluno deverá ideia de função; se o professor considerar que
classificar uma progressão (PA ou PG), obter a o desempenho dos mesmos ainda não é satis-
expressão do termo geral e calcular a soma dos fatório, sugerimos uma exploração direta das
termos de uma progressão em situações diversas. relações de interdependência com base em ta-
Em relação às PGs, espera-se, também, que o alu- belas ou gráficos de diversos tipos, extraídos
no calcule o limite da soma de uma PG infinita. de jornais ou revistas. O recurso a diferentes
linguagens para a apresentação da interde-
Vale ressaltar que a avaliação deve fornecer pendência pode contribuir decisivamente para
informações ao estudante sobre seu desenvol- a compreensão da ideia central: uma grandeza
vimento, a respeito de suas capacidades em que tem os seus valores determinados a partir
utilizar as noções aprendidas em situações-pro- dos valores atribuídos a outra é uma função
blema. Por outro lado, a avaliação deve forne- dessa outra, em sentido próprio.
cer ao professor dados sobre a aprendizagem
de seus alunos, para a adequação das situações Na Situação de Aprendizagem 6, o foco foi
apresentadas e a proposição de novas. colocado em uma particular relação de inter-

106
Matemática – 1ª série – Volume 1

dependência: a proporcionalidade direta, que sivo de abordagem além da mera apresentação


não pode ser confundida com a mera associa- de fórmulas a serem memorizadas, inclusive
ção com duas grandezas que crescem simulta- com a tradicional e amplamente conhecida
neamente, ou decrescem simultaneamente: a fórmula de Bhaskara.
manutenção das proporções nesse crescimento
ou decrescimento conjunto é absolutamente Ainda que alguns dos caminhos sugeridos
fundamental para garantir a proporcionalida- na apresentação dos temas não sejam os mais
de. Assim como os temas da primeira Situação conhecidos, convidamos o colega professor a
de Aprendizagem, é provável que estes também viajar conosco, pois temos certeza de que ele
já tenham sido apresentados aos alunos ante- vai apreciar a alternativa proposta. Qualquer
riormente. Cabe ao professor decidir se as ativi- que seja o caminho, no entanto, os fatos fun-
dades constituem uma apresentação inicial ou damentais sobre a função de 2o grau – tais
uma consolidação das ideias já vistas. como: as características do gráfico, o significa-
do dos coeficientes, a determinação das raízes
Na Situação de Aprendizagem 7, a função da equação correspondente, o estudo dos sinais
de 2o grau é apresentada por completo. Ainda da função – devem ser conhecidos dos alunos
que alguns aspectos desta tenham sido abor- ao final dessa Situação de Aprendizagem.
dados na 8a série/9o ano, como a solução das
equações de 2o grau, este é o momento mais Na Situação de Aprendizagem 8, reserva-
adequado para um estudo sistematizado do mos o espaço para a solução de alguns proble-
tema. Apesar de termos feito tal estudo, bus- mas clássicos envolvendo funções de 2o grau,
cou-se constantemente dar ênfase ao signifi- sobretudo os que dizem respeito a questões
cado das noções apresentadas, minimizando o de otimização ou a problemas de máximos e
tempo dedicado às técnicas de cálculo. Todas mínimos. Naturalmente, as atividades apre-
as técnicas necessárias foram contempladas: sentadas têm apenas o caráter de exemplificar:
gráficos, vértices, raízes, inequações etc., po- muitas outras poderão ser propostas, com fi-
rém, sempre procurando um modo compreen- nalidades análogas.

107
QUADRO DE CONTEÚDOS DO ENSINO MÉDIO
1a série 2a série 3a série
NÚMEROS E SEQUÊNCIAS TRIGONOMETRIA GEOMETRIA ANALÍTICA
– Conjuntos numéricos. – Arcos e ângulos; graus e radianos. – Pontos: distância, ponto médio e
– Regularidades numéricas: – Circunferência trigonométrica: seno, alinhamento de três pontos.
sequências. cosseno, tangente. – Reta: equação e estudo dos coefi-
– Progressões aritméticas, progres- – Funções trigonométricas e fenôme- cientes, retas paralelas e perpendi-
sões geométricas; ocorrências em nos periódicos. culares, distância de ponto a reta;
diferentes contextos; noções de – Equações e inequações trigonomé- problemas lineares.
Matemática financeira. tricas. – Circunferências e cônicas: proprie-
– Adição de arcos. dades, equações, aplicações em
FUNÇÕES
diferentes contextos.
– Relação entre duas grandezas. MATRIZES, DETERMINANTES E
Volume 1

– Proporcionalidades: direta, SISTEMAS LINEARES EQUAÇÕES ALGÉBRICAS,


inversa, direta com o quadrado. – Matrizes: significado como tabelas, POLINÔMIOS, COMPLEXOS
– Função de 1o grau, função de características e operações. – Equações polinomiais: história,
2o grau; significado e ocorrência – A noção de determinante de uma das fórmulas à análise qualitativa.
em diferentes contextos. matriz quadrada. – Relações entre coeficientes e raí-
– Resolução e discussão de sistemas zes de uma equação polinomial.
lineares: escalonamento. – Polinômios: identidade, divisão
por x – k e redução no grau de
uma equação.
– Números complexos: significa-
do geométrico das operações.

FUNÇÕES EXPONENCIAL E ANÁLISE COMBINATÓRIA E ESTUDO DAS FUNÇÕES


LOGARÍTMICA PROBABILIDADE – Panorama das funções já estu-
– Crescimento exponencial. – Raciocínio combinatório: princípios dadas: principais propriedades.
– Função exponencial: equações e multiplicativo e aditivo. – Gráficos: funções trigonométri-
inequações. – Probabilidade simples. cas, exponenciais, logarítmicas
– Logaritmos: definição, proprie- – Arranjos, combinações e permutações. e polinomiais.
dades, significado em diferentes – Probabilidades; probabilidade condi- – Gráficos: análise de sinal, cres-
contextos. cional. cimento, decrescimento, taxas
– Função logarítmica: equações e – Triângulo de Pascal e Binômio de de variação.
Volume 2

inequações simples. Newton. – Composição: translações, refle-


xões, inversões.
GEOMETRIA-TRIGONOMETRIA GEOMETRIA MÉTRICA
– Razões trigonométricas nos triân- ESPACIAL ESTATÍSTICA
gulos retângulos. – Organização do conhecimento – Cálculo e interpretação de índices
– Polígonos regulares: inscrição, geométrico: conceitos primitivos, estatísticos.
circunscrição; pavimentação de definições, postulados, teoremas. – Medidas de tendência central:
superfícies. – Prismas e cilindros: propriedades, média, mediana e moda.
– Resolução de triângulos não relações métricas. – Medidas de dispersão: desvio
retângulos: lei dos senos e lei dos – Pirâmides e cones: propriedades, médio e desvio padrão.
cossenos. relações métricas. – Elementos de amostragem.
– A esfera e suas partes; relações
métricas; a esfera terrestre.

O sombreado assinala os conteúdos relacionados aos trabalhados neste volume.

108
CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL Química: Ana Joaquina Simões S. de Matos Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares
NOVA EDIÇÃO 2014-2017 Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda
Batista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus. Meira de Aguiar Gomes.
COORDENADORIA DE GESTÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB Área de Ciências Humanas Área de Ciências da Natureza
Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro
Coordenadora
Teônia de Abreu Ferreira.
Maria Elizabete da Costa Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende
Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara
Diretor do Departamento de Desenvolvimento Santana da Silva Alves.
Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.
Curricular de Gestão da Educação Básica
João Freitas da Silva História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio
Margarete dos Santos e Walter Nicolas Otheguy de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline
Diretora do Centro de Ensino Fundamental Fernandez. de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto
dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação
Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson
Profissional – CEFAF Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de
Luís Prati.
Valéria Tarantello de Georgel Almeida e Tony Shigueki Nakatani.

Coordenadora Geral do Programa São Paulo PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula
faz escola PEDAGÓGICO Vieira Costa, André Henrique GhelÅ RuÅno,
Valéria Tarantello de Georgel Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes
Área de Linguagens
M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio
Coordenação Técnica Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine
Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael
Roberto Canossa Budisk de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel
Plana Simões e Rui Buosi.
Roberto Liberato Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes
Smelq Cristina de 9lbmimerime :oeÅe e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali
Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila
Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da
EQUIPES CURRICULARES Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S.
Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes,
Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura
Área de Linguagens Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves
C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko
Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz.
S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M.
Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus.
Ventrela. Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva,
Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana Área de Ciências Humanas
Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria
Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson
Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt,
dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio
Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto
Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Silveira.
dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos,
Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio
Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire BomÅm, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza,
de Souza Bispo, Marina Tsunokawa Shimabukuro, Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez,
Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos,
Nogueira. Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de
José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório,
Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria
Campos e Silmara Santade Masiero. Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato
Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos
e Sonia Maria M. Romano.
Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene
Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves
Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M. História: Aparecida de Fátima dos Santos
Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.
de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz, Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete
Área de Matemática Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina
Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros, Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso
Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana
Yamanaka, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de
Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley Alexandre Formici, Selma Rodrigues e Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo,
Aparecido Cornatione. Sílvia Regina Peres. Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria
Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas.
Área de Ciências da Natureza Área de Matemática
Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves,
Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e
Rodrigo Ponce. Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Tânia Fetchir.
Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima,
Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Apoio:
Maria da Graça de Jesus Mendes. Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Fundação para o Desenvolvimento da Educação
Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, - FDE
Física: Carolina dos Santos Batista, Fábio Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina
Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, CTP, Impressão e acabamento
Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte. Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Log  Print GráÅca e Logística S. A.
GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís
EDITORIAL 2014-2017 CONTEÚDOS ORIGINAIS Martins e Renê José Trentin Silveira.

COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu


FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e
CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS Sérgio Adas.
Presidente da Diretoria Executiva CADERNOS DOS ALUNOS
Antonio Rafael Namur Muscat Ghisleine Trigo Silveira História: Paulo Miceli, Diego López Silva,
Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e
CONCEPÇÃO
Vice-presidente da Diretoria Executiva Raquel dos Santos Funari.
Guiomar Namo de Mello, Lino de Macedo,
Alberto Wunderler Ramos Luis Carlos de Menezes, Maria Inês Fini Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza
coordenadora! e Ruy Berger em memória!.
Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe,
GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS
Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina
À EDUCAÇÃO AUTORES
Schrijnemaekers.

Direção da Área Linguagens


Coordenador de área: Alice Vieira. Ciências da Natureza
Guilherme Ary Plonski
Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes.
Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo
Coordenação Executiva do Projeto
Makino e Sayonara Pereira. Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta
Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana,
Gestão Editorial
Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso
Denise Blanes
Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti, Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo.
Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira.
Equipe de Produção
Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite,
LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto,
Editorial: Amarilis L. Maciel, Angélica dos Santos
Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida
Angelo, Bóris Fatigati da Silva, Bruno Reis, Carina
Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria
Carvalho, Carla Fernanda Nascimento, Carolina Fidalgo. Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo
H. Mestriner, Carolina Pedro Soares, Cíntia Leitão,
Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro,
Eloiza Lopes, Érika Domingues do Nascimento, LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel
Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão,
Flávia Medeiros, Gisele Manoel, Jean Xavier, Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues
Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume.
Karinna Alessandra Carvalho Taddeo, Leandro Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia
Calbente Câmara, Leslie Sandes, Mainã Greeb González.
Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol,
Vicente, Marina Murphy, Michelangelo Russo, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo
Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet
Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, Paula de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti,
Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar,
Felix Palma, Priscila Risso, Regiane Monteiro Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell
José Luís Marques López Landeira e João
Pimentel Barboza, Rodolfo Marinho, Stella Roger da PuriÅcação Siqueira, Sonia Salem e
Henrique Nogueira Mateos.
Assumpção Mendes Mesquita, Tatiana F. Souza e Yassuko Hosoume.
Tiago Jonas de Almeida. Matemática
Coordenador de área: Nílson José Machado. Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse
Direitos autorais e iconografia: Beatriz Fonseca Matemática: Nílson José Machado, Carlos Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe
Micsik, Érica Marques, José Carlos Augusto, Juliana Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa
Prado da Silva, Marcus Ecclissi, Maria Aparecida Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda
Acunzo Forli, Maria Magalhães de Alencastro e Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião.
Vanessa Leite Rios. Walter Spinelli.
Caderno do Gestor
Edição e Produção editorial: R2 Editorial, Jairo Souza Ciências Humanas Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de
Design GráÅco e Occy Design projeto gráÅco!. Coordenador de área: Paulo Miceli. Felice Murrie.

Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas

* Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são S239m São Paulo Estado! Secretaria da Educação.
indicados sites para o aprofundamento de conhecimen-
tos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados Material de apoio ao currículo do Estado de São Paulo: caderno do professor; matemática, ensino
e como referências bibliográficas. Todos esses endereços médio, 1a série / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Carlos Eduardo de
eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Nílson José Machado, Roberto Perides Moisés, Rogério
um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo, Walter Spinelli. - São Paulo : SE, 2014.
Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites
indicados permaneçam acessíveis ou inalterados. v. 1, 112 p.
Edição atualizada pela equipe curricular do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino
* Os mapas reproduzidos no material são de autoria de Médio e Educação ProÅssional ¹ CEFAF, da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB.
terceiros e mantêm as características dos originais, no que
diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos ISBN 978-85-7849-555-8
elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos). 1. Ensino médio 2. Matemática 3. Atividade pedagógica I. Fini, Maria Inês. II. Granja, Carlos
Eduardo de Souza Campos. III. Mello, José Luiz Pastore. IV. Machado, Nílson José. V. Moisés, Roberto
* Os ícones do Caderno do Aluno são reproduzidos no Perides. VI. Fonseca, Rogério Ferreira da. VII. Pietropaolo, Ruy César. VIII. Spinelli, Walter. IX. Título.
Caderno do Professor para apoiar na identificação das
atividades. CDU: 371.3:806.90
Validade: 2014 – 2017

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