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DIREITOS FUNDAMENTAIS: NACIONALIDADE E DIREITOS

POLÍTICOS

Título II: Dos Direitos e Garantias Fundamentais


Capítulo I: Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (art. 5º)
Capítulo II: Dos Direitos Sociais (arts. 6º/11)
Capítulo III: Da Nacionalidade (arts. 12/13)
Capítulo IV: Dos Direitos Políticos (arts. 14/16)
Capítulo V: Dos Partidos Políticos (art. 17)

DIREITOS DE NACIONALIDADE

 Conceito de Nacionalidade : Pessoa-Estado. Vínculo da pessoa com


seu Estado (vínculo jurídico de direito público interno)
 Decorrência do conceito: Nacionalidade é o pressuposto de
incorporação do povo ao país.
 Espécies de nacionalidade

 Primária/Originária : Nascimento. Critérios: jus solis e jus


sanguinis.

 BRASIL – IUS SOLIS E IUS SANGUINIS

 SOLIS: Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na


República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que estes não estejam a serviço de seu país;

 SANGUINIS: ART. 12, I, “B” E “C”. São brasileiros, I – natos: b) os


nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira,
desde que qualquer deles esteja a serviço da República
Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham a residir na
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo,
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;

 CONDIÇÃO SUSPENSIVA DA NACIONALIDADE – Após a


maioridade daquele que nasceu no estrangeiro, enquanto não feita a
opção. Caráter personalíssimo.

 Secundária/Adquirida) Vontade/Opção. Tácita ou


expressa.
 BRASIL: Expressa. Ordinária e Extraordinária:

 ORDINÁRIA: Art. 12, II, “a”: “São brasileiros naturalizados os que,


na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas
aos originários de países de língua portuguesa apenas residência
por um ano ininterrupto e idoneidade moral”

 EXTRAORDINÁRIA: Art. 12, II, “b”: “São brasileiros naturalizados


os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira”.

 GRANDE NATURALIZAÇÃO. Nacionalidade secundária tácita


(sem manifestação de vontade). CF/88 não adotou. CF/1891 a adotou.

 OUTROS CASOS INFRACONSTITUCIONAIS DE


NACIONALIDADE SECUNDÁRIA ORDINÁRIA (“na forma da
lei”). ESTATUTO DO ESTRANGEIRO (Lei 6.815/80, art. 115, §2º):
Radicação precoce e conclusão de curso superior
 RP: moradia antes de 05 anos e requerimento até 02 anos
após a maioridade
 CCS: moradia antes da maioridade, conclusão de curso
superior e requerimento até 01 após a formatura

 CONCESSÃO DA NATURALIZAÇÃO. ATO PRIVATIVO DO


PRESIDENTE. Discricionário na ordinária e vinculado na
extraordinária.

 PERDA DA NACIONALIDADE BRASILEIRA (hipóteses


taxativas – art. 12, §4º):
 Cancelamento da naturalização: sentença por
atividade nociva ao interesse nacional
* Recuperação da nacionalidade brasileira por ação
rescisória
 Aquisição voluntária de outra nacionalidade
* Não perde nacionalidade pelo reconhecimento feito pela
lei estrangeira ou pela imposição da naturalização com
condição de permanência no território ou para exercício
dos direitos civis
* Recuperação pelos mesmos procedimentos da
nacionalidade secundária ordinária e extraordinária
* Recuperação como brasileira nato ou naturalizado? STF:
Nato (Ext. 441/EU).
 TRATAMENTO DIFERENCIADO E EXCEPCIONAL DO
NATO E DO NATURALIZADO. SÓ PELA CF:
 Cargos para natos: Presidente e Vice; Presidente da
Câmara; Presidente do Senado; Min. do STF;
Carreira diplomática; Oficial das Forças Armadas;
Min. de Estado e Defesa. Critérios da segurança
nacional e da linha sucessória.
 Seis vagas no Conselho da República
 Propriedade de empresa jornalística: natos ou
naturalizados há mais de 10 anos
 Extradição: permitida para o naturalizado: tráfico
ou crime comum antes da naturalização

DIREITOS POLÍTICOS

 Conceito de direitos políticos : Participação e condução dos negócios


políticos estatais. Direito público subjetivo.

 Espécies : Positivos e negativos


 Positivos: normas que asseguram (elegibilidade e alistabilidade).
Cidadania ativa (dar o voto) e passiva (receber o voto).
 Negativos: normas que impedem (inelegibilidade e
inalistabilidade).

 SUFRÁGIO, VOTO E ESCRUTÍNIO

 Espécies de sufrágio :
 Universal
 Restrito (censitário e capacitário).

Características básicas do voto: a) liberdade; b) personalidade

 Alistabilidade (para votar). Obrigatória e facultativa.

 Elegibilidade (para ser votado). Facultativa.

Art. 14, § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade


brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade
mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da
República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de
Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal,
Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito
anos para Vereador.

Art. 14, § 1º, CF/88: “O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios


para os maiores de dezoito anos; II - facultativos para: a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de
dezoito anos.”
 Inalistáveis: menores de 16 anos, conscritos e estrangeiros.
 O Presidente da República poderá ter menos de 35 anos? Linha
sucessória. Presidente da Câmara. Condições de exercício e de
elegibilidade.
 “Todo elegível é eleitor, mas nem todo eleitor é elegível”. “O
cidadão pode ser alistável, porém inelegível”

 Inelegibilidade (direito político negativo) (falta de capacidade


eleitoral passiva).
 Espécies de inelegibilidade: Relativa e Absoluta (analfabeto e
não alistáveis: estrangeiros e conscritos).

 INELEGIBILIDADE ABSOLUTA: Analfabeto e


não alistáveis: estrangeiros, conscritos

 INELEGIBILIDADE RELATIVA:
× Hipóteses exemplificativas:

Art. 14, §9º:Lei complementar estabelecerá outros casos de


inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a
probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato
considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o
abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração
direta ou indireta

× Espécies:

 RELATIVA POR MOTIVO FUNCIONAL

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito


Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso
dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período
subseqüente

§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República,


os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem
renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
 Chefe do Executivo pode mais de dois mandatos? Sim, desde que
não sucessivos
 Chefe do Executivo deve se desincompatibilizar do cargo para
concorrer a outros cargos? Não (deve renunciar).
 Chefe do Executivo reeleito pode renunciar para concorrer ao
mesmo cargo? Não (renúncia é para outros cargos).

 RELATIVA POR MOTIVO DE CASAMENTO, PARENTESCO OU


AFINIDADE (“REFLEXA”)

§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge


e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por
adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou
Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular
de mandato eletivo e candidato à reeleição.

 Inelegibilidade reflexa alcança a viúva? Não (não há influência)

 Inelegibilidade reflexa alcança a união estável e o casamento


meramente religioso? Sim (há influência)

 Inelegibilidade reflexa alcança o Município desmembrado? Sim (há


influência)

 Parente de Chefe do Executivo pode ser candidato para vaga de


deputado ou senador? Não (há influência e é para o território).
Pode para reeleição (já titular).

 Caso Garotinho: renúncia nos 06 meses anterior para Rosinha ser


candidata. Pode? Sim (TSE; Garotinho poderia ter mais um
mandato).

 RELATIVA POR MOTIVO MILITAR

§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:


I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da
atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da
diplomação, para a inatividade.
01. Estrangeiro pode ser eleitor brasileiro?

02. Qual a diferença entre sufrágio, voto e escrutínio?

03. O que é princípio da atribuição estatal?

04. O que é nacionalidade potestativa?

05. O que é quase-nacionalidade?

06. Quando ocorre conflito negativo e positivo de nacionalidade?

07. Cidadão com 30 anos pode ser Presidente do Brasil e receber voto para
tal cargo?

01. Via de regra, não, porque é inalistável. Mas o português residente no


Brasil, desde que haja reciprocidade (quase-nacionalidade), sim

02. Sufrágio é amplo, e atinge a estrutura política do país. Voto é a


materialização do sufrágio. Escrutínio é a forma de votar.

03. É o princípio que eleva a nacionalidade à condição de direito público


interno, de modo que somente o Estado é que dá e retira a nacionalidade,
não sendo ela um direito de nível contratual.

04. Ocorre quando o brasileiro nasce no estrangeiro e vem morar no Brasil, e


a sua condição de nacional, após a maioridade, depende única e
exclusivamente da sua vontade.

05. É a condição do português residente no Brasil, que tem os mesmos


direitos do brasileiro, salvo exceções previstas na Constituição Federal.

06. O conflito negativo ocorre quando uma pessoa se vê afastada de qualquer


nacionalidade em face do conflito de sistemas jurídicos dos países
envolvidos. É o caso do sujeito que nasce na Itália filho de brasileiros.
Positivo quando os dois sistemas acabam gerando dupla nacionalidade. É
o caso do sujeito que nasce no Brasil filho de Italianos.

07. O cidadão pode ser Presidente com 30 anos, quando chega a tal condição
pelo critério da sucessão presidencial. Deputado, com 30 anos, chega à
Presidência da Câmara. Presidente e Vice saem do país. Neste caso, o
Deputado, presidente da Câmara, com 30 anos, fica na Presidência em
exercício. Porém, nenhum cidadão poderá receber voto para tal cargo,
porque a Constituição diz que só adquire este direito político passivo, de
ser votado, quando tiver no mínimo 35 anos.
Natureza jurídica da nacionalidade: direito público interno (não é contratual).
PRINCÍPIO DA ATRIBUIÇÃO ESTATAL: É O ESTADO QUE DÁ E
TIRA A NACIONALIDADE

SENTIDO SOCIOLÓGICO DA NACIONALIDADE: NAÇÃO

RADICAÇÃO PRECOCE: moradia com menos de 05 anos e requerimento até


02 anos da maioridade

CURSO SUPERIOR: moradia antes da maioridade, término do curso e


requerimento até 01 ano depois da formatura

RECUPERAÇÃO DA NACIONALIDADE: NO CANCELAMENTO, POR


AÇÃO RESCISÓRIA; NA AQUISIÇÃO DE OUTRA NACIONALIDADE,
POR AQUISIÇÃO DOS MESMOS REQUISITOS DA ORDINÁRIA E DA
EXTRAORDINÁRIA

IMPORTÂNCIA DO “A SERVIÇO DO SEU PAÍS”. E SE FOR PARA


TRABALHAR E ACABAR SÓ PASSEANDO? E SE FOR PARA PASSEAR E
ACABAR TRABALHANDO?

CONDIÇÃO SUSPENSIVA DA NACIONALIDADE. NACIONALIDADE


POTESTATIVA (SÓ DEPENDE DA PESSOA – CARÁTER
PERSONALÍSSIMO)

POLIPÁTRIDA: NASCE NO BRASIL FILHO DE ITALIANOS (BRASIL:


IUS SOLIS; ITÁLIA: IUS SANGUINIS)

APÁTRIDA: HEIMATLOS: NASCE NA ITÁLIA FILHO DE BRASILEIROS


(BRASIL:IUS SOLIS; ITÁLIA: IUS SANGUINIS)

DIREITOS POLÍTICOS. DIREITOS QUE CONCRETIZAM A SOBERANIA


POPULAR. DIREITOS DE PARTICIPAÇÃO E CONDUÇÃO DAS
ATIVIDADES ESTATAIS (VOTO NAS ELEIÇÕES, NOS PLEBISCITOS E
NOS REFERENDOS, FORMAS DE DEMOCRACIA DIRETA – INICIATIVA
POPULAR E DIREITOS DE SE CANDIDATAR).
“DIREITO POLÍTICO É A REALIZAÇÃO POLÍTICA DA
CIDADANIA”.
SUFRÁGIO: direito de votar e ser votado.
NÃO HÁ SUFRÁGIO COMPLETAMENTE UNIVERSAL. Crianças.
Analfabetos.
VOTO É FUNÇÃO E DEVER. MATERIALIZAÇÃO DO VOTO.
CLÁUSULAS PÉTREAS RELATIVAS AO VOTO: DIRETO, SECRETO,
UNIVERSAL E PERIÓDICO.
ESTRANGEIRO PODE SER ELEITOR BRASILEIRO? PORTUGUÊS, CASO
HAJA RECIPROCIDADE.
CONGRESSO NACIONAL É QUE CONVOCA PLEBISCITO E AUTORIZA
REFERENDO POR DECRETO-LEGISLATIVO.
PLEBISCITO: ANTES
REFERENDO: DEPOIS (REFERENDO COM CONDIÇÃO SUSPENSIVA:
EFICÁCIA DO ATO SUSPENSA ATÉ O REFERENDO – VENDA DE
ARMAS; COM CONDIÇÃO RESOLUTIVA: REFERENDO RESOLVE A
EFICÁCIA, RETIRANDO-A)
INICIATIVA POPULAR: A) 1% DO ELEITORADO NACIONAL; B) CINCO
ESTADOS; C) 0,3% EM CADA ESTADO; D) APRESENTAÇÃO
OBRIGATÓRIA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS.
NOS MUNICÍPIOS, INICIATIVA POPULAR COM NO MÍNIMO 5%.

SUBSTITUIÇÃO E SUCESSÃO “Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de


impedimento, e suceder- lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.”
Substituição no impedimento (temporariedade – viagem, saúde) e sucessão na
vacância (definitividade – morte, impeachment).
Itamar Franco substitui Color? Sarney substituiu Tancredo Neves? SUCEDERAM.

INELEGIBILIDADE ALCANÇA A SUPLÊNCIA


RESUMO DO §6º:
SE O PRESIDENTE FOR CANDIDATO À REELEIÇÃO, O VICE PODE
CANDIDATAR-SE À REELEIÇÃO OU A OUTRO CARGO
SE O PRESIDENTE NÃO SE CANDIDATAR À REELEIÇÃO, E A
NENHUM OUTRO CARGO, IDEM
SE O PRESIDENTE RENUNCIAR 06 MESES ANTES, E O VICE NÃO
RENUNCIAR, SÓ PODERÁ CONCORRER À REELEIÇÃO
SE O VICE RENUNCIAR JUNTO COM O PRESIDENTE, PODE
CONCORRER A QUALQUER OUTRO CARGO

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