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N U V E N S

COMO SE FORMAM AS NUVENS:

Uma nuvem constitui-se de um aglomerado de gotículas de água ou


cristais de gelo, ou ainda ambos, sustentados na atmosfera por correntes
ascendentes. Embora a nuvem pareça um corpo fixo em suspensão, ela é
um processo contínuo de evaporação de incontáveis gotículas d’água, e
formação incessante de outras inúmeras gotículas.
Para que a nuvem se forme, é necessário que o ar esteja no estado de
saturação ou próximo dele, ou seja, é imprescindível que a presença do
vapor d’água seja muito elevada.
Existem duas formas pelas quais o ar pode tornar-se saturado: por
resfriamento ou por acréscimo de vapor.
O resfriamento é o processo que está mais associado à formação das
nuvens. Ele acontece quando uma parcela de ar se eleva, por ação de
alguma força. Ao se elevar, o ar vai encontrando pressões cada vez
menores, vai se expandindo, resfriando-se por expansão, até que a
temperatura da parcela se iguale à temperatura do ponto de orvalho.
Atingiu-se o ponto de saturação e as condições para a formação de nuvens.
As principais causas de ascensão do ar são:

 Orográficas, quando uma parcela de ar, em movimento, ascende


sobre uma montanha.

 Térmicas, quando o ar, em contato com o solo mais aquecido, aquece-


se, torna-se mais leve e ascende.

 Dinâmicas, resultante do movimento horizontal de massas de ar,


quando duas situações são possíveis:

1) uma massa de ar mais quente e úmida (portanto, mais leve)


ascende sobre o ar mais frio (portanto, mais denso e mais pesado);

2) o ar mais frio é que penetra sob o ar mais quente, fazendo com que
este suba.
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Além da saturação do ar, é essencial também a presença de núcleos


higroscópicos, que são minúsculas partículas em torno das quais o vapor
irá se transformar em gotículas d’água (condensação) ou em cristais de gelo
(sublimação). Normalmente esses núcleos higroscópicos se constituem de
aerossóis, sais e outras microscópicas partículas sólidas.

COMO AS NUVENS SE CLASSIFICAM

As nuvens podem ser classificadas de acordo com a altura em que se


formam, os aspectos que possuem, e ainda conforme os processos físicos
que lhes deram origem. Como elas se formam em diferentes alturas,
através de processos também diferentes, e como a atmosfera apresenta
características variadas tanto de temperatura quanto de fluxo de vento e
umidade nos diferentes níveis, é natural que as nuvens assumam uma
enorme variedade de formas.
Na tentativa de auxiliar na classificação, a Organização Meteorológica
Mundial elaborou um “Atlas Internacional de Nuvens”, que descreve 10
gêneros de nuvens, inúmeras espécies e variedades. Neste nosso estudo,
priorizaremos as características essenciais de cada gênero.

Tabela de classificação dos gêneros das nuvens, de acordo com a altura de suas bases

ALTURA DAS BASES


NUVENS
ESTÁGIO
(G Ê N E R O S) Latitudes Latitudes Latitudes
tropicais temperadas polares

Cirrus
ALTO Cirrocumulus 6 a 18 km 5 a 13 km 3 a 8 km
Cirrostratu
s
Altocumulus
MÉDIO Altostratus 2 a 8 km 2 a 7 km 2 a 4 km
Nimbostratus

Stratus
BAIXO Stratocumulus Da superfície Da superfície Da superfície
Cumulus Até 2 km até 2 km até 2 km
Cumulonimbus
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Dependendo de como se distribuem no céu, as nuvens classificam-se


em dois tipos:
a) Estratiformes – são aquelas que possuem desenvolvimento
horizontal, e quase sempre cobrem áreas bastante amplas do céu.
Geralmente estão associadas a condições de estabilidade do ar atmosférico.
São nuvens de desenvolvimento horizontal: stratus, nimbostratus, altostratus
e cirrostratus.
b) Cumuliformes – são aquelas que apresentam
desenvolvimento vertical. Comumente se apresentam sob a forma de
elementos isolados, estão associadas ao ar instável e não constituindo
camadas contínuas. É o caso dos Cumulus, Cumulonimbus, altocumulus e
Cirrocumulus.

As nuvens Stratocumulus possuem razoável desenvolvimento tanto


vertical quanto horizontal, e as condições de estabilidade do ar em que se
formam é do tipo estabilidade condicional.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS


DIVERSOS TIPOS DE NUVENS

NUVENS DO ESTÁGIO ALTO:


(cirrus, cirrocumulus, cirrostratus)

São nuvens sólidas, isto é, constituídas quase que exclusivamente por


pequeníssimos cristais de gelo. Como se formam em alturas mais elevadas,
as nuvens do estágio alto naturalmente não causam nenhum problema
para a aviação de menor porte. Dependendo do tipo, podem indicar
instabilidade ou estabilidade nos níveis em que ocorrem, como também
aproximação de sistemas frontais, mas não constituem camadas espessas,
nem dão origem a precipitação que chegue até o solo.

A seguir, veremos os três gêneros de nuvens altas, com suas


respectivas principais características:

a) CIRRUS:
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Os cirrus são nuvens isoladas, com textura fibrosa de cor branca e


brilho sedoso, que não possuem sombra própria. É a mais comum das
nuvens altas.
Os cirrus constituem-se de cristais de gelo e quase sempre são muito
pouco densos para ocultarem o Sol ou a Lua. Normalmente não
apresentam o halo circular como os cirrostratus.
De modo geral, os cirrus formam-se a partir de transformações dos
cirrocumulus e cirrostratus, da evolução da parcela superior (bigorna) dos
cumulonimbus, ou ainda espontaneamente no céu claro.
As formas mais comuns em que as nuvens cirrus se apresentam são
fibras delgadas, ou ainda filamentos retilíneos que parecem convergir para
o horizonte, ou ainda emaranhados ou encurvados, com aspecto de
vírgulas ou ganchos nos extremos. Às vezes os cirrus tomam a forma de
penachos que são comumente chamados de “rabos de galo”.

Cirrus uncinus Ciruus fibratus

b) CIRROCUMULUS:
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Os cirrocumulus são definidos como nuvens brancas, dispostas em


forma de banco, lençol ou camadas, não possuem sombra própria e são
compostas de elementos muito pequenos em forma de pequenos grãos,
bolas, rugas, etc., que podem estar agrupados ou não. Formam-se quase
sempre a partir de transformações dos cirrus e cirrostratus, ou
espontaneamente em céu claro.
Os cirrocumulus são constituídos quase que exclusivamente por cristais
de gelo. Algumas gotículas de água que eventualmente se formam
rapidamente se transformam também em cristais de gelo, devido às baixas
temperaturas do meio.
Às vezes são confundidos com os altocumulus, mas deve-se estar atento
para o tamanho dos elementos que os constituem, os quais nos altocumulus
são bem maiores que nos cirrocumulus.
Os cirrucumulus são bastante transparentes e não obstruem a visão do
sol ou da lua.

a) CIRROSTRATUS:

Os cirrostratus normalmente se apresentam sob a forma de um véu


nebuloso, transparente e esbranquiçado, muito pouco denso, às vezes de
aspecto fibroso em que se observam algumas estrias, e frequentemente
cobrem grande parte ou inteiramente o céu.
A constituição física dos cirrostratus é quase que exclusivamente de
cristais de gelo, e eles também nunca são suficientemente espessos para
ocultar inteiramente o Sol ou a Lua. Sua formação pode ser decorrente da
fusão dos cirrus ou dos cirrocumulus, da expansão horizontal dos topos
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(bigorna) dos cumulonimbus, ou ainda a partir da ascensão de camadas de ar


para níveis mais elevados.
É bastante comum, nos véus mais ralos de cirrostratus, observar-se ao
redor do Sol ou da Lua um círculo luminoso, denominado “halo” , que é
uma característica predominante dessa nuvem. O halo é na verdade a
difusão da luz solar (ou lunar) pelos minúsculos cristais de gelo que
constituem os cirrostratus. As nuvens cirrus, como já se viu, também podem
apresentar o halo, mas descontínuo, nunca o halo circular como o
apresentado pelos cirrostratus.
Por serem camadas contínuas, os cirrostratus não devem ser
confundidos com outras nuvens do estágio alto, embora às vezes se
pareçam com os cirrus bem espessos.

NUVENS DO ESTÁGIO MÉDIO:


(altocumulus, altostratus e nimbostratus)

As nuvens do estágio médio (altocumulus, altostratus e nimbostratus),


formam-se a partir de níveis bastante frequentados pela aviação de modo
geral, estendendo-se, algumas vezes, até o nível das nuvens altas.
De acordo com a classificação oficial, a base das nuvens médias
situam-se entre 2 e 8 km nas latitudes tropicais. Na maioria das regiões do
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Brasil, essas nuvens costumam formar-se entre 2 e 4 km acima do solo.


Enquanto as nuvens altas são constituídas basicamente de cristais de
gelo, até em função das temperaturas dos níveis em que ocorrem, as
nuvens médias são formadas por gotículas d’água, cristais de gelo, ou
ambos misturados.

São as seguintes as nuvens do estágio médio, com suas principais


características:

a) ALTOCUMULUS:

Os altocumulus são nuvens brancas ou acinzentadas, ou mesmo de


coloração branca e acinzentada ao mesmo tempo, com elementos em forma
de seixos, rolos, bolas, etc., que podem ser fibrosos ou difusos.
Freqüentemente apresentam-se como um lençol de grande extensão
horizontal, composto por elementos mais ou menos arredondados, que
deixam interstícios através dos quais se pode avistar o céu.
Os altocumulus possuem várias espécies e diversas variedades, entre as
quais os translucidus e opacus, conforme permitam ou não a passagem da
luz do Sol ou da Lua.
A presença de altocumulus no céu pode indicar turbulência nos níveis
médios, pois eles frequentemente são resultantes da transformação
convectiva de altostratus e nimbostratus. Podem, ainda, ser resultado da
evolução dos cumulus e stratocumulus. Quase sempre são constituídos por
gotículas de água, podendo, em temperaturas muito baixas, formar-se de
cristais de gelo.
Os altocumulus possuem alguma semelhança com os cirrocumulus,
como vimos, já que ambas as nuvens são formadas por elementos análogos,
geralmente arredondados. Vale relembrar que os altocumulus são formados
por elementos consideravelmente maiores, além de serem mais escuros do
que os Cirrocumulus.
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Altocumulus translúcidos Altocumulus vistos de cima

b) ALTOSTRATUS:

Normalmente os altostratus se apresentam sob a forma de extensa


camada uniforme cinzenta ou ligeiramente azulada, de aspecto estriado ou
fibroso. Normalmente se expandem por amplas áreas (às vezes centenas de
quilômetros), daí o fato de cobrirem com frequência inteiramente o céu.
Também possuem uma extensão vertical bastante considerável.
Podem se apresentar em duas ou mais camadas superpostas, situadas
em níveis próximos, constituem-se de gotículas de água e cristais de gelo, e
algumas vezes podem conter flocos de neve. Na maior parte das vezes,
possui espessura suficientemente densa para ocultar completamente o Sol
ou a Lua (altostratus opacus), mas também podem menos densas,
permitindo a visão do Sol ou da Lua (altostratus translucidus).
Uma das principais características do altostratus é a de apresentar
precipitação que chega ao solo em forma de chuva, quase sempre de
intensidade leve e moderada e de caráter contínuo.
Os altostratus costumam ter origem na uniformização e espessamento
dos altocumulus, no adensamento do véu de cirrostratus, e principalmente
na expansão horizontal da composição dos níveis médios dos
cumulonimbus.
Comparando com outras nuvens, os altostratus só apresentam alguma
semelhança com os cirrostratus, devido a sua disposição em forma de véu
horizontal contínuo. Vale ressaltar as principais diferenças entre ambos: os
altostratus são mais escuros e densos, impedindo que os objetos projetem
sombras no solo; não apresentam fenômeno de halo como os cirrostratus, e,
principalmente, os altostratus são nuvens de precipitação, indicando quase
sempre tempo chuvoso, ao contrário dos cirrostratus, que nunca precipitam.
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Altostratus translucidus Altostratus opacus

c) NIMBOSTRATUS:

Embora os nimbostratus estejam classificados entre as nuvens médias,


muitas vezes elas podem ter bases no nível das nuvens baixas ou se
expandir até o nível das altas. Normalmente se apresentam como camadas
de grande extensão horizontal, cujos contornos da base são pouco
definidos. Possuem aspecto cinzento e sombrio, devido à elevada presença
de gotículas de água e (frequentemente) cristais de gelo e flocos de neve em
seu interior. Frequentemente estão associadas a precipitação de caráter
contínuo.
Os nimbostratus se apresentam em camadas suficientemente opacas
para ocultar completamente o Sol. Suas porções inferiores quase sempre
ficam ocultas pela presença de outras nuvens a elas associadas (stratus e
stratocumulus, principalmente), que tornam a sua base sempre indefinida.
Os nimbostratus podem se formar a partir da ascensão de camadas de
ar, como também ser resultado de altostratus que se tornam mais espessos,
ou ainda da expansão horizontal da parte mediana dos cumulonimbus.
A maior semelhança dos nimbostratus é com os altostratus, mas é bom
lembrar que estes são menos espessos, menos opacos e menos escuros.
Além disso, a base dos altostratus são mais definidas que a dos
nimbostratus.
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NUVENS DO ESTÁGIO BAIXO:


(stratus, stratocumulus, cumulus e cumulonimbus)

São classificadas como nuvens do estágio baixo aquelas cujas bases se


formam entre o solo e 2000 metros de altura. Do ponto de vista da aviação,
essas nuvens são naturalmente as mais importantes. Primeiro, porque
ocorrem em níveis nos quais se processam a grande maioria dos vôos de
aeronaves monomotoras. Segundo, porque têm influência direta nas
operações de pouso e decolagem de todas as aeronaves (independente da
categoria, evidentemente). Terceiro, porque entre as nuvens baixas estão
aquelas associadas aos fenômenos que oferecem maiores riscos às
operações aéreas, como turbulências, cortantes de vento, ventos de rajada,
formação de gelo e precipitação intensa.

Veremos a seguir as nuvens do estágio baixo e suas principais


características:

a) STRATUS:

As nuvens stratus normalmente são as que apresentam bases mais


baixas, muitas vezes bem próximas ao solo. Geralmente são constituídas
por gotículas de água e, eventualmente, quando as temperaturas estão
muito baixas, podem conter pequeníssimos cristais de gelo.
Os stratus quase sempre possuem a forma de uma camada cinzenta,
turva e uniforme, capaz de ocultar elevações naturais ou edificações. Sua
formação acontece com frequência devido ao resfriamento dos níveis
inferiores da atmosfera, através de processos orográficos (ascensão do ar
através de encostas). Os stratus podem ser resultado, ainda, do nevoeiro
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que se forma à superfície e que, devido ao aquecimento do solo, ou por


ação do vento, acaba ascendendo progressivamente.
Algumas vezes os stratus podem se apresentar em fragmentos
esgarçados escuros com dimensões variadas e mudando de forma com
rapidez, associados a nuvens de mau tempo. Nesse caso recebem o nome
de fractostratus.
Normalmente a precipitação associada às nuvens stratus é o chuvisco,
que são gotículas muito pequenas, muito tênues, que às vezes nem molham
inteiramente o solo. A temperaturas muito baixas, os stratus podem
produzir precipitação de cristais de gelo muito pequenos ou minúsculos
flocos de neve.

b) STRATOCUMULUS:

Os stratocumulus normalmente se apresentam em forma de bancos,


lençóis ou camadas às vezes cinzentas, às vezes esbranquiçadas, ou ambas,
com frequência apresentam partes escuras em forma de seixos, rolos ou
lajes.
A constituição mais comum dos stratocumulus são gotículas de água.
Mas podem também, embora raramente, apresentarem cristais de gelo ou
flocos de neve. Sua estrutura possui alguma semelhança com a dos
altocumulus, porém está em níveis mais baixos e os elementos que os
constituem são mais encorpados, mais grossos e geralmente possuem
aspecto mais sombrio.
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A precipitação associada aos stratocumulus é a chuva, quase sempre


fraca, ou no máximo moderada, quando essas nuvens possuem estrutura
mais densa, ou estão em fase de transição para cumulus.

c) CUMULUS:

Os principais aspectos apresentados pelas nuvens cumulus são que


possuem bases bastante regulares e horizontais, são nuvens claras
(sobretudo na face voltada para o Sol), de contornos bem definidos e se
formam em núcleos isolados. Normalmente são muito densas e se
desenvolvem verticalmente em forma de torres.
Os cumulus constituem-se basicamente de gotículas d’água, porém,
como costumam expandir-se verticalmente até níveis de temperatura
negativa, podem apresentar também cristais de gelo na sua porção
superior, onde as temperaturas são inferiores a 0º C.
As nuvens cumulus variam bastante em relação ao seu tamanho
(extensão vertical). Normalmente se formam a partir de núcleos pequenos,
sutilmente achatados (chamados de cumulus humilis), atingindo proporções
médias (cumulus mediocris), evoluindo para elevações muito grandes, como
imensas torres, conhecidas como TCU (do inglês Towering Cumulus). Nessa
fase de TCU, os cumulus estão em franca transição para cumulonimbus, e
produzem chuva em abundância, normalmente em forma de pancadas.
A formação dos cumulus pode ser proveniente da convecção resultante
do aquecimento da superfície pela radiação solar, do aquecimento de
camadas mais baixas de uma massa de ar frio que se desloca sobre
superfície mais aquecida, do deslocamento de massas sobre encostas de
montanhas (orografia), ou mesmo da evolução de stratus e stratocumulus.
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Geralmente os cumulus estão associados a correntes convectivas, que


podem resultar em turbulência bastante perigosa (ou no mínimo muito
incômoda), capaz de elevar aeronaves de pequeno porte a muitos metros
acima do seu nível de voo. Por essa razão é sempre aconselhável que se
evite voar em áreas de formação de cumulus bem desenvolvidos.

Cumulus humilis Cumulus congestus

Towering cumulus (TCU) Towering cumulus (TCU)

d) CUMULONIMBUS:

As nuvens cumulonimbus, tratadas simplesmente por CB, são


consideradas as vedetes da aviação. A elas estão associados alguns dos
fenômenos meteorológicos mais perigosos para a atividade de voar.
Embora esteja classificada entre as nuvens baixas – pois sua base se forma
normalmente abaixo de 2.000 metros – expande-se verticalmente em forma
de enormes torres ou montanhas até níveis muito altos – algumas vezes
acima de 50.000 pés. Em alguns casos também possuem grandes extensões
horizontais.
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Os cumulonimbus são muito densos e possuem umidade em grande


quantidade, seja sob a forma de gotas d’água (às vezes bastante grandes),
cristais de gelo, granizo de tamanhos variados e flocos de neve.
Naturalmente os componentes sólidos ocorrem nas regiões da nuvem onde
as temperaturas são negativas.
É comum os cumulonimbus, ou CB, no seu estágio final de evolução,
apresentarem, uma espécie de penacho na região superior, a que se costuma
chamar de bigorna. Os CB que desenvolvem a bigorna são chamados de
capilatus; quando não a desenvolvem são chamados de calvus. As bigornas
são, na verdade, a expansão horizontal do topo dos cumulonimbus,
constituído por nuvens cirrus.
Os cumulonimbus costumam ser tratados como fábricas de nuvens, pois
a eles frequentemente estão associados vários tipos de nuvens: os cirrus e
cirrostratus na porção superior, altocumulus e altostratus nos níveis médios e
todas as nuvens baixas nos níveis inferiores.
Quase sempre os cumulonimbus são sombrios e ameaçadores.
Comporta elevadíssimas cargas elétricas que produzem descargas
violentas, resultando em relâmpagos e trovões.

Os cumulonimbus são, a rigor, o último estágio de desenvolvimento dos


cumulus. Não é simples identificar quando os grandes cumulus (TCU) se
transformam em CB. Costuma-se mudar a denominação para CB no
momento em que o TCU, após acentuada verticalização, começa a ficar
com os contornos indefinidos no seu topo. O critério mais comum usado
para identificar os cumulonimbus, é a partir do momento em que as
descargas elétricas se iniciam, isto é, quando se veem relâmpagos ou se
ouvem trovões. Como são muito sutis as diferenças entre os grandes
cumulus (TCU) e os cumulonimbus (CB), ambos são tratados com o mesmo
cuidado em meteorologia aeronáutica. Em alguns códigos meteorológicos,
por exemplo, são os únicos tipos de nuvens identificadas pelo nome.

A presença de cumulonimbus significa instabilidade na atmosfera.


Portanto deve-se esperar a existência de correntes ascendentes e
descendentes frequentemente bastante violentas, além dos trovões,
relâmpagos, pancadas fortes de chuva e às vezes granizo ou neve. Alguns
dos fenômenos mais perigosos para as operações de pouso e decolagem, as
rajadas à superfície e as temerárias cortantes do vento (wind shear)
costumam acontecer quando há cumulonimbus nas imediações do
aeródromo.
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