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Trocando uma Bomba de Combust€vel

Passo a passo ilustrado


A função de uma bomba de combustível é deslocar o combustível que
está no tanque para o sistema de alimentação do motor, suprindo, assim,
todas as suas condições de trabalho, como carga, rotação e temperatura.
Existem dois tipos de bombas: a mecânica, presente nos carros
carburados e movida por um eixo; e a elétrica, que equipa os veículos
com injeção eletrônica e é acionada por um motor elétrico.

Entre os modelos de bombas elétricas estão as do tipo interna e externa


ao tanque. A primeira fica submersa e aspira o combustível do fundo do
tanque, impulsionando-o através de um tubo de abastecimento aos bicos
injetores. A segunda, do tipo externa, está fixada no chassi do veículo,
próxima ao tanque ou ao motor, e suga o combustível por um tubo
coletor dentro do tanque.

A Delphi, fabricante do produto, explica que a bomba é classificada ainda


em modular, que conta com um reservatório de plástico para alojar a
bomba, o filtro e o medidor de combustível, que geralmente são
substituídos em conjunto; e não modular, em que os itens do conjunto
são trocados separadamente. Dentro da bomba são encontrados os
seguintes componentes: motor elétrico, conjuntos de alta pressão e em
alguns casos um pré-filtro.

De acordo com a Bosch, o funcionamento ideal da peça depende das


condições dos itens que compõe o sistema de alimentação, ou seja,
filtros, pré-filtros, mangueiras e combustíveis de qualidade. “Na bomba

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propriamente não há manutenção, assim é necessário cuidar da
substituição do filtro de combustível e pré-filtro nos intervalos indicados
pela montadora. Desta forma a bomba de combustível trabalhará em
condições adequadas tendo maior durabilidade”, analisa Paulo Souza,
gerente de Assistência Técnica da Bosch.

Os sintomas de avarias na bomba de combustível podem ser verificados


nas seguintes situações: baixo desempenho e falhas do motor devido à
pressão e/ou vazão insuficiente”, aponta Jair silva, coordenador de
assistência técnica da Brosol. “Rodar com o carro constantemente na
reserva também pode comprometer o bom funcionamento da bomba de
combustível, pois é refrigerada pelo combustível”, completa.

“A falta de manutenção preventiva pode prejudicar a bomba de


combustível e ocasionar alguns problemas como a diminuição da vazão
em situações de maior carga aplicada ao motor e rotação um pouco mais
elevada que irá exigir mais combustível, uma queda de pressão, o que
acarretará falhas no motor e, no caso da bomba parar de funcionar, o
motor do veículo também não irá funcionar por falta de combustível”,
alerta o gerente da Bosch.

De acordo com a Delphi, alguns parâmetros do scanner de diagnose


também podem indicar falhas de funcionamento da bomba, desde que as
informações sejam interpretadas corretamente pelo mecânico, como por
exemplo, tempo de injeção alto, grandes correções de BLM, baixo
retorno de tensão do sensor de oxigênio. Além disso, deve ser realizado o
teste de bateria e alternador para checar seu desempenho e a parte
elétrica do veículo, principalmente aterramentos. Com o manômetro é
possível verificar se a pressão está dentro dos limites especificados pelo
fabricante. No teste de vazão com o rotâmetro ou na coleta, pode-se
verificar o volume de combustível.

A Bosch alerta que não existe reparo de bomba de combustível, uma vez
diagnosticado problemas, a bomba deve ser substituída, pois trata-se de
um produto “selado”, que se for aberto perde a garantia de
funcionamento perfeito.

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Super aquecimento, andar sempre na reserva, entupimento do filtro e
pré-filtro forçam o motor elétrico que pode queimar. “È possível realizar
a troca dos filtros, e em alguns casos, mangueiras e conexões
preventivamente”, diz o técnico da Brosol.

Na hora de comprar uma bomba de combustível para reposição, o


reparador deve ficar atento à utilização de peças remanufaturadas e
recondicionadas, bastante oferecidas nas oficinas mecânicas para
baratear o custo do serviço e condenadas pelos fabricantes do produto.
“É importante lembrar que o preço, apesar de ser mais em conta na visão
do consumidor, pode sair caro em um espaço curto de tempo, com as
conseqüências de deixar o motorista pelo caminho”, analisa Souza.

A Brosol argumenta que algumas oficinas dizem que “recuperam” o


motor elétrico da bomba, mas a qualidade, a durabilidade, o
desempenho, a garantia e, principalmente, a segurança (lembre-se que a
peça trabalha dentro do tanque) nunca será a mesma de um componente
novo. Tomado todos os cuidados com relação a manutenção e qualidade
do combustível, a vida útil estimada da bomba de combustível elétrica é
de 100 mil km.

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Procedimentos de troca
Os fabricantes de bomba de combustível indicam a limpeza do tanque e
substituição dos filtros, mangueiras e abraçadeiras toda vez que trocar a
peça. O novo componente deve ser retirado da embalagem somente na
hora da instalação.

“Vale ressaltar alguns detalhes do procedimento, como a aplicação


correta do produto; seu posicionamento dentro do tanque, ou no
suporte em que ela é fixada; as condições do pré-filtro e filtro de
combustível e as mangueiras. Cuidados com as conexões de
combustíveis, mangueiras, presilhas e conexões elétricas de forma que
tanto na hora da retirada quanto na hora da colocação não haja danos,
além disso o sistema deve estar despressurizado”, diz Souza.

Passo-a-passo para troca da bomba de combustível:

Na maioria dos casos, a peça pode ser removida por meio de um painel
de acesso no compartimento de passageiros, apesar de que, em alguns
veículos, é necessário retirar o tanque de combustível. Acompanhe o
procedimento de desmontagem e montagem da bomba injetora
BCD00123 da Delphi, que equipa o Fiat Palio Weekend.

1) A primeira providência que o técnico deve tomar é atender às


normas de segurança, com o uso de extintores de incêndio e
óculos de proteção, além de seguir as orientações da norma
ABNT NBR14752 Veículos Rodoviários Automotores – Bomba
Elétrica de Combustível – Ensaios de Manutenção - e trabalhar
com o veículo no regime de marcha lenta para realização dos
testes.

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2) Verifique a performance do sistema elétrico por meio dos testes
de bateria, que deve suportar uma descarga controlada de
acordo com a recomendação do fabricante, por 15 segundos, e
no final do teste a tensão entre os pólos não pode ser menor que
9,6 V (de acordo com a temperatura). Tensão de alimentação da
bateria, verificando se a tensão do alternador que chega até os
terminais está entre 13,5 V a 14,7 V (para sistemas 12 V).
Corrente do alternador, checando a produção de corrente do
alternador, comparando com a especificação do veículo. Tensão
de alimentação na bomba de combustível em funcionamento,
que deve ser igual a tensão de alternador .

3) Com o sistema despressurizado, conecte o manômetro na linha


de combustível, funcione o veículo e verifique se a pressão está
dentro dos limites especificados, que varia de acordo com cada
veículo. Em seguida, verifique também o volume de combustível
que a bomba pode fornecer . O teste pode ser realizado com
rotâmetro acoplado na linha ou coletando o combustível com um
“Becker” graduado na linha de retorno. A vazão mínima é dada
em l/h e pode ser consultada com o fabricante do produto.

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4) Ainda com o manômetro, avalie a estanqueidade do sistema,
desligando a ignição e verificando se existe queda de pressão.
Quedas acentuadas no sistema indicam vazamentos na linha de
combustível.

5) Caso necessite de substituição, despressurize o sistema e solte a


tampa metálica e os conectores de entrada e saída de
combustível, o conector elétrico e o conector de sensor de nível
(bóia).

6) Retire o módulo de combustível, que contém todo o conjunto da


bomba. Remova o sensor de nível e o pré-filtro. Este último
sempre deve ser trocado por um novo.

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7) Solte a trava de fixação e retire a tampa do módulo para
desmontá-lo. Desconecte os terminais elétricos e a mangueira.

8) Ao iniciar a montagem, limpe o módulo, com atenção para o anel


de vedação de borracha do fundo do caneco, que deve estar em
ordem ou ser trocado. Verifique se há trincas no flange do
módulo e nas travas. Em caso de vazamento o cheiro de
combustível no interior do veículo ficará muito forte.

9) Encaixe o pré-filtro. A mangueira de combustível já vem acoplada


à nova bomba. Agora, monte o anel de vedação.

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10) A colocação da bomba no módulo deve ser feita com atenção
para que o pré-filtro encaixe na posição correta.

11) Coloque a tampa e feche todas as travas. Coloque a abraçadeira


na mangueira do flange e encaixe-a no módulo.

12) Em seguida, instale o anel de trava da flange com ajuda de uma


chave de canhão.

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13) Acople os conectores elétricos e encaixe o pré-filtro externo. Não
esqueça do anel “o’ ring” e do conector de sensor de bóia.

14) Neste momento é obrigatório que se faça a verificação do


tanque de combustível para remover qualquer sujeira. Encaixe o
conjunto no veículo.

15) Antes de entregar o veículo, faça o teste de desempenho final,


realizando novamente todos os testes iniciais.

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Bomba para bicombustíveis (Carros flex):
O funcionamento das bombas para veículos bicombustíveis é
basicamente o mesmo das convencionais, com exceção de alguns
componentes internos construídos com materiais adequados para
trabalhar com os dois combustíveis, principalmente para evitar a
corrosão do álcool, que gera inclusive faíscas. “A vida útil da bomba
que é específica para a gasolina fica comprometida quando aplicada
nos carros flex., em função do uso do álcool”, alerta Souza.

Evitar o uso de combustível adulterado é o ideal, afinal causa


desgastes excessivos dos itens internos e pode prejudicar não
somente a bomba, mas todos os componentes que tem contato
como as mangueiras da linha de combustível, além disso, o
rendimento do motor e consumo também serem prejudicados.

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Resumo dos componentes:

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