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Carona em sistema de registro de preços: uma opção inteligente para redução de custos e controle.
1. conceitos básicos
1.1. distinção entre participante e carona
1.2. vantagens e desvantagens de ser participante e carona
1.3. órgãos participantes de outras esferas de governo
1.4. instrumento jurídico
1.5. conteúdo do ato de colaboração
2. juridicidade do procedimento carona
3. controle sobre o procedimento carona
3.1. Restrições ao carona
3.2. Vantagens para o fornecedor?
4. fundamentos lógicos do procedimento “carona”
5. cenários futuros
Art. 8º A Ata de Registro de Preços, durante sua vigência, poderá ser utilizada por
qualquer órgão ou entidade da Administração que não tenha participado do certame
licitatório, mediante prévia consulta ao órgão gerenciador, desde que devidamente
comprovada a vantagem.
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Lei nº. 8.666, de 21 de junho de 1993, art. 15, inc. II, e §§.
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TCU recomenda o uso do Sistema de Registro de Preços nesses casos de contratações
freqüentes.
Fonte: TCU - Plenário - Acórdão 1365/2003.
No mesmo sentido, para evitar o fracionamento, o TCU recomenda o uso do Sistema de Registro
de Preços. Fonte: TCU - Primeira Câmara - Acórdão 3146/2004.
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Nesse sentido: Sistema de Registro de Preços – deve ser regra
Sempre que presente uma das hipóteses permissivas, processar, preferencialmente, as
aquisições de bens por intermédio do Sistema de Registro de Preços.
Fonte: TCU – Plenário - Prestação de Contas. Acórdão 56/1999.
Sistema de Registro de Preços – restrições orçamentárias
O TCU entende que o Sistema de Registro de Preços é uma ferramenta adequada a enfrentar as
restrições orçamentárias.
Nesse sentido: TCU - Primeira Câmara - Acórdão 3146/2004.
Destaca-se o seguinte excerto do voto:
“Deste modo, resta cristalino que não há como suscitar situação emergencial; as dificuldades
orçamentárias eram plenamente previsíveis, e o comportamento de fracionar a aquisição
mediante dispensa de procedimento licitatório deu-se por dois anos. Portanto, proporemos a
rejeição das razões de justificativas apresentadas pelo Sr. Gilvandro. Novamente lembramos que
o Sistema de Registro de Preços, previsto no art. 15 da Lei nº. 8.666/93 e regulamentado pelo
Decreto nº. 2.743, de 21 de agosto de 1998, presta-se bem às dificuldades apresentadas pelo
responsável.”
evitando as sistemáticas urgências de atendimento. Não é, portanto, por acaso que vem
ocupando cada vez mais espaço como procedimento de trabalho.
Essa norma que regulou o Sistema de Registro de Preços acolhe os melhores
fundamentos da melhor escola de processo regulamentador. Os operadores do Direito
que definiram seus contornos trazem não só larga experiência em processo legislativo,
quanto vivência prática com o tema específico. Hauriram da riqueza de fatos e
experiências vivenciadas uma norma que alargou os contornos jurídicos do instituto, na
precisa limitação que somente à lei se reserva.
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Veja na homepage <http://www.jacoby.pro.br> o modelo de edital: Licitação & contratos <
Sistema de Registro de Preços > Editais.
Quando nos termos assinalados for conveniente melhor formalizar as relações
entre gerenciador e participante e/ou não participante (carona), temos recomendado a
elaboração de um ato de colaboração, ou termo de cooperação técnica.
O termo convênio, perfeitamente ajustável à questão, não está sendo utilizado
porque há uma tendência de enquadrar todos os convênios às regras do art. 116 da Lei
nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que define normas próprias para convênios. Ocorre
que essas normas dizem respeito a convênios, envolvendo a transferência de recursos,
prestação de contas e julgamento. Ressalte-se que estes atos não ocorrem nas relações
entre órgãos participantes e não participantes (caronas) e órgão gerenciador, em
situações ordinárias.
Mostra-se indispensável, porém, o uso do termo convênio, quando o órgão
gerenciador cobrar remuneração pela administração da Ata de Registro de Preços.
Sintetizando, recomendamos o uso:
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Do SRP, poderão advir inúmeros contratos, mas o Decreto nº 3.931/01, pretende que apenas
um gestor seja o representante de cada órgão participante perante o órgão gerenciador,
conforme se depreende da leitura do art. 3º, § 4º.
Caso venha o órgão gerenciador a cobrar dos órgãos participantes e não
participantes – caronas - alguma remuneração, deverá, como dito, neste caso, ser
utilizado o termo de convênio, no qual deverão ser estabelecidas a forma de
remuneração, a base de cálculo, a data de pagamento.
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Notas pessoais do autor. Depoimento da Instrutora de Pregão Valéria Cordeiro do TRE/RJ e de
Athayde Fontoura, Diretor Geral do TSE.
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Nesse sentido: TCU – Primeira Câmara. Tomada de Contas. Acórdão 27/2002.
TCU – Plenário. Auditoria. Acórdão 67/2000.
b) somente pode aderir a Atas que tenham licitado quantidade superior a
estimativa de sua própria demanda. Por exemplo: um órgão pretende comprar
no exercício 100 unidades de computadores; mesmo que existam na praça
duas atas disponíveis de 50 unidades cada não poderá ser carona nessas atas
porque a proposta de 100 unidades ainda não foi licitada; contudo, se existir
na praça três atas, por exemplo, com 200, 500 e 1000 unidades disponíveis
poderá comprar 100 unidades em qualquer delas, porque em todas as três a
quantidade de 100 unidades foi licitada;
Em síntese:
5. cenários futuros
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O termo é consabido incorreto; usa-se pela facilidade que possui de compreensão; o termo
correto para indicar o fato seria licitação com preços sobrevalorizados.
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O TCU considerou regular a utilização de Sistema de Registro de Preços para a contratação de
operadora de planos de saúde, impondo a condição de o edital vedar a utilização da ata de
registro de preços por órgãos/entidades não-participantes. Embora não apresentando restrições
à tese de adesão de não-participantes – caronas – nesse caso específico, entendeu não haver
possibilidade de aferir se o preço vencedor será mais vantajoso ou compatível com a faixa etária
do quadro de pessoal do “carona”, pois o valor original da contratação é vinculado às
peculiaridades das faixas etárias do pessoal do órgão gerenciador. TCU - Plenário. Processo TC
n.º 004.709/2005-3. Acórdão 668/2005.
legislar privativamente sobre esse tema10 e a esse Tribunal assegurar uma razoável
uniformidade de entendimentos da esfera de controle.11
10
Art. 22, inc. XXVII, da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional
n° 19 de 4 de junho de 1998.
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Nesse sentido dispõe a súmula 222 do Tribunal de Contas da União:
“As Decisões do Tribunal de Contas da União, relativas à aplicação de normas gerais de
licitação, sobre as quais cabe privativamente à União legislar, devem ser acatadas pelos
administradores dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.”