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Resumo: O presente artigo destina-se a profissionais de ensino coletivo de música de violino e viola.
Através de exercícios simples, sugeridos pelo autor, diferenciam-se alguns detalhes na técnica de
mão direita entre os dois instrumentos. A produção sonora é muito parecida, mas há diferenças sutis
no ensino da técnica de arco para violistas, em função de alguns fatores, como tamanho do
instrumento e espessura das cordas. Muitos erros, repetidos durante anos por alunos mal orientados
por professores de ensino coletivo, podem levar o aluno a dificuldades em corrigir tais erros em idade
adulta, quando ingressam no ensino superior.
Abstract: This article is for teachers of collective music education for violin and viola. Through simple
exercises, suggested by the author, some details are differentiated in the technique of right hand
between the two instruments. The sound production is very similar, but there are subtle differences in
teaching the technique of bow for violists, depending on factors such as size of the instrument and
thickness of the strings. Many errors, repeated for years by poorly targeted students by teachers of
collective schools, may lead the student to correct such errors in difficulties in adulthood, when
entering higher education.
1) Introdução
1
O Instituto Baccarelli é uma associação civil sem fins lucrativos que tem por objetivo oferecer
formação musical e artística de excelência para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade
social, proporcionando desenvolvimento pessoal e criando a possibilidade de profissionalização. Sua
sede localiza-se na Comunidade de Heliópolis – São Paulo – SP. Fonte:
http://www.institutobaccarelli.org.br Acesso em: 10 fev 2009.
2
O Projeto Guri nasceu em 1995, na Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo.
Oferece, gratuitamente, aulas de instrumentos de cordas, cordas de arco, sopros, percussão e canto
coral. Fonte: http://www.projetoguri.com.br Acesso em: 10 fev 2009.
3
Programa de ensino coletivo e individual de instrumentos de cordas para jovens entre 10 e 18 anos,
por meio do método Jaffé de ensino coletivo de música. É realizado nas Unidades Educacionais do
Instituto Pão de Açúcar em São Paulo e Santos.
Fonte: http://www.gife.org.br/casos_noticias.php?codigo=6468&tamanhodetela=4&tipo=ns Acesso
em: 10 fev 2009.
4
Cf. RILEY. The history of the viola, v. 1, p. 184.
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2) Particularidades da Viola
Para corrigir estas limitações sonoras, o autor sugere aos professores que
chamem a atenção dos alunos de viola para três características da técnica de arco:
1. Velocidade
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Em torno de 53 cm de comprimento do fundo, para uma ressonância ideal. Cf. BARRET. The viola,
p.107.
6
KUBALA, Ricardo Lobo. A escrita para viola nas sonatas com piano Op.11 Nº4 e Op.25 Nº4 de Paul
Hindemith : aspectos idiomáticos, estilísticos e interpretativos. p. 54,55
4
2. Peso do braço
3. Ponto de contato
3) Exercícios
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Técnica de arco leve e rápida, imitando o som de uma flauta. Disponível em:
<www.oxfordmusiconline.com> Acesso em: 11 fev. 2009.
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Do italiano: sobre o cavalete. O arco toca praticamente sobre o cavalete de madeira que sustenta as
cordas, produzindo um som metálico. Disponível em: <www.oxfordmusiconline.com> Acesso em: 11
fev. 2009.
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Mecanismo, dotado de um parafuso, que sustenta as crinas de cavalo, usadas para exercer fricção
nas cordas, fazendo-as vibrar. Através de tensão, o parafuso do talão distancia as crinas da vara do
arco, deixando-o mais tenso. É o mecanismo que ajusta a tensão do arco, dependendo do repertório
a ser executado. Localiza-se na extremidade mais pesada do arco, onde o músico o sustenta, com a
mão direita. A extremidade oposta do arco é chamada de ponta.
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Técnica de beliscar as cordas com um dedo, em geral o indicador da mão direita. Pode-se executar
o pizzicato também com outros dedos, inclusive da mão esquerda.
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As cordas da viola não soam tão bem com o uso da pronação13 no talão,
como é o caso do violino. Devemos orientar os alunos a não usarem pronação no
talão, transferindo a condução do arco ao dedo mínimo (supinação14). É um
movimento complexo que engloba a supinação, o movimento de rebaixamento do
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JAFFÉ, Marcelo- Atualmente, além de violista do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, é
professor de viola no Departamento de Música da ECA/USP.
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Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.
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Giro de antebraço que resulta em uma maior pressão do indicador sobre a vara do arco e,
consequentemente em uma menor pressão do dedo mínimo sobre a vara do arco.
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cotovelo, juntamente com flexibilidade dos dedos, que se dobram, aproximando suas
pontas à palma da mão.
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Giro de antebraço que resulta em uma maior pressão do dedo mínimo sobre a vara do arco e,
consequentemente, em uma menor pressão do indicador sobre a vara do arco.
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Professor de viola da Universitaet der Kuenste – Berlin, Alemanha. Em 1990 fundou o Kandinsky
Streichtrio (http://www.kandinsky-streichtrio.de Acesso em: 10 fev 2009) e em 2000 passou a integrar
o Mozart Piano Quartet (http://www.mozart-piano-quartet.com Acesso em: 10 fev 2009).
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Crina de cavalo, presa ao arco. Ao exercer fricção nas cordas de instrumentos de arco, faz as
cordas vibrarem.
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17
Parte do instrumento de cordas sobre a qual as cordas estão esticadas e contra a qual o
instrumentista pressiona as cordas com os dedos da mão esquerda.
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Quando prendemos a corda com um dedo, para produzir um som mais agudo que o
da corda solta, diminuímos o tamanho da corda vibrante do instrumento. Ou seja, a
corda solta é a que representa o maior comprimento de corda, e também o menos
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FLESCH, Carl – “Urstudien”, p.10
19
FLESCH, Carl – violinista húngaro, conhecido por seus métodos para violino, como “Sistema de
Escalas”, “Urstudien”, “Die Kunst des Violin-Spiels”. Disponível em: <www.oxfordmusiconline.com>
Acesso em: 15 fev. 2009.
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Devemos mostrar aos alunos a importância da região da corda onde eles puxam o
arco. A regra é simples, quanto mais aguda for a nota produzida, mais próximo ao
cavalete deverá estar o arco.
4) Conclusão
5) Bibliografia
Renato Bandel
Estudou na Academia da Orquestra Filarmônica de Berlim, atuando sob regência de Claudio Abbado,
Daniel Barenboim, Seiji Ozawa, entre outros. Com esta orquestra, realizou gravações de CD e DVD.
Em 2000 graduou-se na Universidade de Artes de Berlim, titulando-se como mestre. É professor do
Instituto Baccarelli (São Paulo). Atua como docente em Festivais como Campos do Jordão e Poços
de Caldas. Foi professor de viola das Faculdades FAAM e Cantareira (São Paulo). É spalla do naipe
de violas da Orquestra Sinfônica Municipal (São Paulo).