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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO


ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRÁTICA
ACÓRDÃO REGISTRADO(A) SOB N°

í - ' "02168652*

Vistos, relatados e discutidos estes autos de

APELAÇÃO CÍVEL COM REVISÃO n'° 800.780-5/0-00, da Comarca de

SÃO PAULO, em que é __apelante -DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE

RODAGEM DO ESTADO 'DE SÃO PAULO - DER sendo apelado GERMINO

CARVALHO DOS SANTOS: - ' , ' ,

ACORDAM, em Oitava Câmara de Direito Público do

Tribunal de Justiça do Estado der São Paulo, proferir a

.seguinte 'decisão: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO, 'v.U.", de

conformidade com o voto do Relator, que integra este 'acórdão.


V. - -

O julgamento teve . a participação dos

Desembargadores PAULO DIMAS MASCARETTI (Presidente), RUBENS

RIHL.

;São- Paulo, 28 de janeiro de 2009

nnõ
CARVALHO VIANA
Relator
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

VOTO N. 2770
APELAÇÃO N. 800.780.5/0-00
COMARCA: SÃO PAULO (12° OF. FAZ. PUB. - PROC. N° 137723/2007)
APTE.: DER - DEPARTAMENTO ESTRADAS E RODAGENS DO ESTADO
DE SÃO PAULO
APDO.: GERMINO CARVALHO DOS SANTOS

LICENÇA PRÊMIO Servidor regido pela CLT, ocupante de cargo em


comissão Benefício não gozado em razão da perda do cargo em
comissão Negativa da Administração por considerar que o regime
jurídico do servidor não prevê tal benefício Ação julgada
parcialmente procedente.Recurso desprovido

O autor, servidor público regido pela CLT, propôs a presente

ação em face do DER - Departamento de Estradas e Rodagens para ter indenizado o

período correspondente à hcença-prêmio, que adquiriu à época em que exerceu cargo

em comissão. A r. sentença julgou a ação parcialmente procedente, para reconhecer o

direito do autor de usufruir da licença-prêmio, afastando a conversão em pecúnia

porque o autor está em atividade. Sobem os autos por recurso da Autarquia, que pede

reforma, aduzindo, que o reconhecimento à licença-prêmio viola os princípios da

igualdade, legalidade e isonomia, porque não pode a Autarquia conferir aos

funcionários "celetistas" o direito que é apenas conferido aos funcionários estatutários,

dado que o vínculo jurídico entre eles é diverso Também não há que se falar em

direito adquirido, porque exercia cargo em comissão, o que lhe gerava mera

expectativa de direito, e que só poderia pleitear o gozo da licença enquanto estivesse

exercendo o cargo em comissão.

Recurso bem processado e respondido

É o relatório.

Apelação n 800 780 5/0-00 - São Paulo - voto 2770

ARTES GRÁFICAS - TJ 41 0035


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O recurso não merece prosperar.

O art. 209 do Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de

São Paulo, Lei n° 10.261/68, dispõe: "O funcionário terá direito, como prêmio de

assiduidade, à licença de 90 (noventa) dias em cada período de cinco (5) anos de

exercício ininterrupto, em que não haja sofrido qualquer penalidade administrativa

Parágrafo único: O período da licença será considerado de efetivo exercício para

todos os efeitos legais, e não acarretará desconto algum no vencimento ou

remuneração".

Como bem assinalado na r.sentença, o autor adquiriu o direito

à licença-prêmio, como reconhecido pela própria Autarquia, pois cumpriu os requisitos

objetivos a que lei exige. Teve incorporado ao seu patrimônio tal direito, e não mera

expectativa de direito, como quer o apelante. Ao pedir o gozo de 60 dias é que teve

indeferido o benefício.

Não prospera a alegação de violação aos princípios

constitucionais, pois não há mais distinção entre os diversos tipos de servidores

públicos, consoante artigo 205 da Lei Complementar 180/78:

"Para os fins desta lei complementar, passam a ser


considerados servidores:
I - os admitidos em caráter temporário nos termos do
artigo 1 o da Lei n° 500, de 13 de novembro de 1974,
II - os atuais extranumerários,
III - os atuais funcionários interinos;
IV - os servidores admitidos nos termos da
legislação trabalhista." (grifo do Relator)

Não há mais que se falar em relações jurídicas distintas, PáP\

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Apelação n 800 780 5/0-00 - São Paulo - voto 2770
ARTES GRÁFICAS - TJ 41 0035
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funcionários que prestam serviços para o poder público, independentemente do

regime de contratação Portanto, não faz diferença se o funcionário exercia ou não o

cargo em comissão à época em que adquiriu o direito à licença-prêmio.

Consoante entendimento do eminente desembargador

Maurício Ferreira Leite' "Ademais, cabe notar que a finalidade maior da sexta-parte e

da licença-prêmio é de valorizar o período de tempo prestado pelo servidor no serviço

público. São prêmios à fidelidade e à assiduidade, o que não depende do regime

jurídico do servidor ou mesmo de sua qualificação jurídica." (Apelação n° 221.938.5/0-

00).

A r.sentença não fere o princípio da legalidade, da igualdade e

da isonomia. Ao contrário, realiza esses princípios, ao reconhecer ao apelado direito

concedido a todos empregados da Administração Pública.

Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso, permanecendo

a r sentença tal como lançada.

Apelação n 800.780 5/0-00 - São Paulo - voto 2770


ARTES GRÁFICAS - T J 41 0035

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