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ANTIOXIDANTES

Até à algum tempo as investigações médicas tinham por objectivo prevenir


doenças. Os cientistas têm vindo a focar-se no papel dos nutrientes e sua respectiva
influência na saúde. Em particular, as preocupações centram-se na redução do risco
de doenças crónicas e degenerativas. Inúmeras investigações tem-se focado em
nutrientes como a vitamina C, vitamina E, betacaroteno (precursor da vitamina A).
Este nutrientes são designados por antioxidantes. Pensa-se que estes podem
desempenhar um papel significativo na redução do risco de patologias crónicas pela
capacidade de neutralizar os radicais livres.

Mais do que estes compostos, as xantonas revelaram muito recentemente


possuírem capacidades antioxidantes muito mais intensas do que qualquer dos
nutrientes tradicionalmente referidos como antioxidantes.

Pelo processo de geração de radicais livres, os antioxidantes perdem um electrão


sem que se convertam em substâncias quimicamente instáveis. Ao igualar o número
de electrões que o radical livre contém, tornam-no menos prejudicial portanto.

Existem 2 tipos de antioxidantes.

1. Sistemas enzimáticos antioxidantes

As defesas do organismo actuam através de enzimas que contém


um ião de metal na sua estrutura. Estas transferem um electrão de
ião de metal para o radical livre diminuindo a sua capacidade de
reacção. Estas enzimas antioxidantes contém ferro, selénio,
manganês, zinco ou cobre. Não é ainda claro se as doses elevadas
destes minerais podem ter consequências adversas ao organismo.
As investigações têm vindo a centrar-se sobretudo em nutrientes
antioxidantes.

2. Nutrientes antioxidantes

Os nutrientes antioxidantes têm um papel activo contra o ataque


dos radicais livres. Por exemplo a vitamina E deixa-se atacar ela
própria pelos radicais livres, actuando como tampão químico. Esta
vitamina converte-se também num radical até que a vitamina C a
devolva ao estado normal, quebrando-se a cadeia. A vitamina C
pode reagir com os radicais livres, actuando como bloqueador.

O betacaroteno desempenha uma função mais importante do que


a vitamina E na protecção das membranas celulares, proteínas e
ADN. Uma molécula de betacaroteno
pode diminuir a energia de 1000
moléculas de oxigénio
desemparelhadas.

O teste laboratorial mais conhecido por ORAC


(Oxygen Radical Absorbance Capacity – Capacidade de
absorção de radicais Oxigénio) mostrou que uma
porção de sumo de mangostão tem 20-30 vezes mais capacidade de absorção de
radicais livres do que a mesma porção da maior parte das frutas e vegetais.

O teste ORAC é uma das mais precisas maneiras de medir a capacidade dos
antioxidantes para absorver radicais livres.

Papel dos antioxidantes tradicionais:

Por exemplo, a incidência de cancro do estômago é muito alta no Japão e baixa nos
EUA, equanto que a incidência de cancro do cólon é muito mais alta nos EUA do que
no Japão. Emigrantes Japoneses nos EUA e com os hábitos de alimentação
modificados segundo a nova cultura, apresentam o mesmo padrão de cancro de
cólon.

Vários autores asseguram que cerca de 25% dos cancros de indivíduos masculinos
e 50% dos indivíduos femininos são explicados pelos hábitos alimentares.

Vários trabalhos demonstram que dietas ricas em fibra e vitamina C e


betacaroteno, reduzem o risco de vários cancros;

Estudo de Menkes
Avaliados 25802 indivíduos com idades entre os 25 e 64 anos. Em
1974 as amostras de sangue foram congeladas. Entre 1975 e 83, 99
indivíduos desenvolveram cancro do pulmão e constatou-se que o
nível de betacaroteno era mais baixo do que os outros.

Estudo de Basileia
Foram avaliadas 3000 pessoas com média de idade de 51 anos,
entre 1971 e 1982, das quais 102 morreram de cancro. Os que
faleceram de cancro de pulmão apresentavam índices de
betacaroteno mais baixo dos que não desenvolveram cancro.

Outros estudos observaram a mesma relação de incidência de cancro do estômago,


esófago e leucemia.
Noutros estudos demonstrou-se a relação entre os baixos níveis de vitamina C no
sangue e o cancro de estômago e do esófago.

Estudo Enstrom
11348 Adultos com idades entre 25 e os 74 anos de idade que
consumiram diariamente 300 a 400mg de vitamina C. O estudo
decorreu entre 1971 e 1984. Verificou-se aumento da esperança de
vida em 6 anos. O maior efeito foi notado nas mulheres.

Estudo da Finlândia
29000 Indivíduos masculinos entre 50 a 69 anos de idade,
fumadores. Há correlação entre o cancro do pulmão e consumo de
antioxidantes.

A Harvard Medical Schol estudou a influência dos suplementos dietéticos com um


ou mais antioxidantes na redução do risco de desenvolvimento de doenças
coronárias. Notaram-se 50% menos de segundos enfartes.

Existe assim uma clara associação entre os baixos níveis de antioxidantes e maior
incidência de doenças cardiovasculares. Existem também indícios de que os
nutrientes antioxidantes ajudam a proteger os olhos de desenvolvimento de
cataratas, ou pelo menos retardar o seu aparecimento.

Inúmeros outros estudos tem vindo a ser elaborados, os quais comprovam a


correlação positiva, e os óptimos resultados de melhoria em pessoas afectadas por
patologias várias.

Antioxidantes na actividade desportiva

O stress oxidativo desempenha um papel relevante na actividade desportiva. Os


antioxidantes podem ser sintetizados pelo organismo, ou obtidos através da dieta
alimentar. O exercício forçado aumenta o consumo de oxigénio, e um desequilíbrio
entre os mecanismos pró-oxidantes. Aumenta assim a produção de radicais livres o
que pode induzir a destruição celular.

Em determinadas situações, as defesas antioxidativas do organismo não


conseguem evitar o dano oxidativo que atinge os lípidos, proteínas e ácidos nucleicos.
Os meios pelos quais os radicais podem ser gerados em desportos ou exercícios
são:

1. Consumo de oxigénio aumentado


2. Produção de intermediários como superóxidos, peróxido
de hidrogénio e radicais hidroxilos.
3. Aumento de adrenalina e outras catecolaminas, que
podem produzir espécies reactivas de oxigénio.
4. Produção de ácido lácteo que se pode converter em
radicais livres.

Em resposta ao exercício, o músculo inflama em função da fadiga. Os radicais


originados pela estimulação do metabolismo oxidativo são indispensáveis a fim de
evitar os danos à célula muscular, mas também podem ser responsáveis pela
agravação da lesão.

Quer no desportista ocasional, quer no de elevado treino, a toma de antioxidantes


pode ser benéfica na redução do stress oxidativo que ocorre no músculo.

O impacto dos radicais livres acontece especialmente quando é realizado exercício


físico extenuante.

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