PR: Saiba mais sobre a aposentadoria por tempo de contribuição urbana com
período rural
Publicado: 24/09/2015 15:48
Última modificação: 24/09/2015 15:48 De Curitiba (PR) – Segundo dados estatísticos da Previdência Social, o Paraná contava, no mês de junho, com 1 milhão e 44 mil aposentados. Desses, 410 mil (40%) são aposentadorias concedidas a segurados que trabalharam a vida toda no meio rural. E o restante, mais de 630 mil, foi concedida a trabalhadores urbanos. No entanto, uma grande parte das aposentadorias por tempo de contribuição urbanas concedidas no estado contaram com um período de atividade rural do segurado. Para que o reconhecimento do período rural, trabalhado na terra da família, quando ainda solteiro, ou em terra própria, após o casamento, possa ser somado como tempo de contribuição para a carência exigida para o trabalhador urbano (30 anos para as mulheres e 35 para os homens) é preciso observar algumas regras determinadas por Lei. A primeira delas é a exigência do tempo mínimo de 180 contribuições, ou seja 15 anos, feitas para a Previdência Social, para que possa contar o período de atividade rural. Se o período trabalhado na lavoura for anterior a novembro de 1991, quando houve mudança na Lei, o segurado precisará apenas comprovar a atividade como Segurado Especial – aquele trabalhador rural que produz com a ajuda de sua família, sem contratação de pessoas para trabalhar de forma permanente, e que a área do imóvel rural explorado tenha até 4 módulos fiscais. Estão incluídos também a esposa ou esposo, companheiro ou companheira e os filhos solteiros do lavrador, que trabalhem na terra junto com a família. Após novembro de 1991, o período comprovado, porém, deverá ser indenizado ao INSS. O cálculo do valor das contribuições que deverão ser pagas, para que o tempo de lavoura possa ser somado ao tempo urbano do segurado, é feito caso a caso. A idade mínima permitida para que se conte o tempo rural do segurado também foi sendo alterada de acordo com as mudanças na Lei. Assim, até 14/3/1967 o tempo de lavoura só pode ser contado a partir dos 14 anos de idade do trabalhador. Entre 15/3/1967 e 4/10/1988, pode-se considerar o tempo de atividade rural a partir dos 12 anos. Entre 5/10/1988 a 15/12/1998, a idade mínima é de 14 anos. Desde 16/12/1998, só pode ser contado o tempo de atividade rural a partir dos 16 anos. Os documentos da terra pertencentes ao pai ou mãe; notas fiscais emitidas de venda dos produtos rurais ou de compras de insumos agrícolas; certidões de nascimento ou casamento em que conste a profissão dos pais como lavradores e também o comprovante de matrícula ou ficha de inscrição em escolas de áreas rurais são alguns dos documentos que podem servir para comprovação do tempo de lavoura. É preciso ter pelo menos um documento que comprove o início da atividade rural e um que comprove o fim da atividade. A Declaração do Sindicato Rural prestando informações sobre o segurado e seu tempo de atividade rural é um dos documentos mais importantes e dispensa para o INSS o procedimento chamado de Justificação Administrativa: a apresentação de três a seis testemunhas que possam dar depoimento ao INSS para comprovar o tempo trabalhado no meio rural alegado pelo segurado. Sem esta Declaração, a Justificação Administrativa é obrigatória.
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO.
CÔMPUTO DE TEMPO DE SERVIÇO. RURAL. URBANO. COMPROVAÇÃO. CERTIDÃO DE TEMPO DE SERVIÇO. PREFEITURA MUNICIPAL. AVERBAÇÃO. CUSTAS. 1. O tempo de serviço rural pode ser comprovado mediante a produção de prova material suficiente, ainda que inicial, complementada por prova testemunhal idônea. 2. A prova material, conforme o caso, pode ser suficiente à comprovação do tempo de atividade rural. Em tal situação, não é necessária a inquirição de testemunhas para a comprovação do período registrado. No entanto, na maioria dos casos que vêm a juízo a prova material não é suficiente à comprovação de tempo de trabalho, necessitando ser corroborada por prova testemunhal. Nesses casos, a prova material (ainda que incipiente) tem a função de ancoragem da prova testemunhal, sabido que esta é flutuante, sujeita a esquecimentos, enganos e desvios de perspectiva. A prova material, portanto, serve de base, sustentação, pilar em que se apóia (apesar dos defeitos apontados) a necessária prova testemunhal. 3. A certidão emitida por Prefeitura Municipal possui fé pública, constituindo-se em prova plena e suficiente ao reconhecimento de seu respectivo tempo de serviço. 4. O INSS é isento do pagamento de custas no Foro Federal (art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96) e na Justiça Estadual do Rio Grande do Sul (art. 11 da Lei nº 8.121/85, com a redação dada pela Lei nº 13.471/2010). (TRF-4 - APELREEX: 10608320104049999 RS 0001060-83.2010.404.9999, Relator: GUILHERME BELTRAMI, Data de Julgamento: 25/03/2011, Data de Publicação: D.E. 07/04/2011)
PREVIDENCIÁRIO. INTERESSE DE AGIR. TEMPO DE SERVIÇO RURAL EM REGIME
DE ECONOMIA FAMILIAR. TEMPO DE SERVIÇO URBANO. CTPS. COMPROVAÇÃO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO. TEMPO INSUFICIENTE. AVERBAÇÃO. 1. O segurado tem direito ao cômputo do tempo de serviço rural, desenvolvido em regime de economia familiar, desde que comprovada a atividade mediante início de prova material, complementado por prova testemunhal. 2. O registro constante na ctps goza da presunção de veracidade juris tantum, devendo a prova em contrário ser inequívoca, constituindo, desse modo, prova plena do serviço prestado nos períodos ali anotados, ressaltando-se que a anotação posterior, não constitui, por si só, qualquer indício de fraude. 3. O segurado que, somado o tempo reconhecido judicialmente ao tempo já computado na esfera administrativa, não possui tempo de serviço suficiente para a concessão do benefício de aposentadoria, tem direito à averbação dos respectivos períodos. 4. A falta de prévio requerimento administrativo de concessão de benefício previdenciário afasta o necessário interesse de agir, salvo configuração da lide pela contestação de mérito em juízo. (TRF-4 - AC: 2318 SC 2009.72.99.002318-5, Relator: Revisora, Data de Julgamento: 31/07/2012, QUINTA TURMA, Data de Publicação: D.E. 09/08/2012)
DIREITO PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE RURAL. RECOLHIMENTO DE
CONTRIBUIÇÕES APÓS 31/10/1991. TEMPO URBANO. CTPS. PROVA PLENA. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO. REQUISITOS NÃO CUMPRIDOS. AVERBAÇÃO. 1. A comprovação do exercício de atividade rural pode ser efetuada mediante início de prova material, complementada por prova testemunhal idônea. 2. O aproveitamento do tempo de atividade rural exercido até 31/10/1991 independentemente do recolhimento das respectivas contribuições previdenciárias e exceto para efeito de carência, está expressamente autorizado e previsto pelo art. 55, § 2º, da Lei n.º 8.213/91, e pelo art. 127, inc. V, do Decreto n.º 3.048/99. 3. A averbação ao tempo de serviço rural posterior à Lei de Benefícios fica condicionada ao recolhimento das contribuições previdenciárias correspondentes, a teor dos artigos 39, II, da LBPS, e 25, § 1.º, da Lei n. 8.212/91. 4. As anotações constantes de CTPS, salvo prova de fraude, constituem prova plena para efeitos de contagem de tempo de serviço. 5. Não comprovado tempo de serviço/contribuição e carência suficientes à concessão da aposentadoria pleiteada, o período reconhecido deve ser averbado para futura concessão de benefício previdenciário. (TRF-4 - AC: 158507220104049999 PR 0015850-72.2010.404.9999, Relator: NÉFI CORDEIRO, Data de Julgamento: 24/07/2013, SEXTA TURMA, Data de Publicação: D.E. 01/08/2013)
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO.
REQUISITOS. TEMPO DE SERVIÇO URBANO. CTPS. PROVA PLENA. ATIVIDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. LABOR RURAL ANTERIOR AOS 14 ANOS DE IDADE. ATIVIDADE ESPECIAL. LAUDO POR SIMILARIDADE. INEXISTÊNCIA DE AGENTES NOCIVOS. INDEFERIMENTO DO BENEFÍCIO. AVERBAÇÃO DO TEMPO URBANO E RURAL RECONHECIDOS. 1. As anotações constantes de CTPS, salvo prova de fraude, constituem prova plena para efeito de contagem de tempo de serviço. 2. É devido o reconhecimento do tempo de serviço rural, em regime de economia familiar, quando comprovado mediante início de prova material corroborado por testemunhas. 3. Comprovado o exercício da atividade rural, em regime de economia familiar, no período anterior aos 14 anos, é de ser reconhecido para fins previdenciários o tempo de serviço respectivo. Precedentes do STJ. 4. O reconhecimento da especialidade e o enquadramento da atividade exercida sob condições nocivas são disciplinados pela lei em vigor à época em que efetivamente exercidos, passando a integrar, como direito adquirido, o patrimônio jurídico do trabalhador. 5. Considerando que o § 5.º do art. 57 da Lei n. 8.213/91 não foi revogado pela Lei n. 9.711/98, e que, por disposição constitucional (art. 15 da Emenda Constitucional n. 20, de 15-12-1998), permanecem em vigor os arts. 57 e 58 da Lei de Benefícios até que a lei complementar a que se refere o art. 201, § 1.º, da Constituição Federal, seja publicada, é possível a conversão de tempo de serviço especial em comum inclusive após 28-05-1998. Precedentes do STJ. 6. Até 28-04-1995 é admissível o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujeição a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ruído e calor); a partir de 29-04-1995 não mais é possível o enquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovação da sujeição a agentes nocivos por qualquer meio de prova até 05-03- 1997 e, a partir de então, por meio de formulário embasado em laudo técnico, ou por meio de perícia técnica. 7. Admite-se a prova técnica por similaridade (aferição indireta das circunstâncias de labor) quando impossível a realização de perícia no próprio ambiente de trabalho do segurado. Precedentes da Terceira Seção desta Corte. 8. Hipótese em que não restou comprovada a exposição habitual e permanente a agentes considerados nocivos pela legislação previdenciária, nem o exercício de atividade enquadrável em virtude da categoria profissional. 9. Não comprovado o tempo de serviço/contribuição suficiente, é indevida a aposentadoria por tempo de serviço/contribuição. 10. O segurado tem direito à averbação, junto ao Regime Geral da Previdência Social, dos períodos de serviço urbano e rural reconhecidos, para fins de obtenção ou manutenção de benefício previdenciário. (TRF-4 - APELREEX: 50278999020114047100 RS 5027899-90.2011.404.7100, Relator: ROGER RAUPP RIOS, Data de Julgamento: 26/03/2014, SEXTA TURMA, Data de Publicação: D.E. 27/03/2014)
PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. PEDIDOS QUE NÃO INTEGRARAM A
PETIÇÃO INICIAL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO. REQUISITOS. ATIVIDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. TEMPO DE SERVIÇO URBANO COMO EMPREGADO. INDEFERIMENTO DO BENEFÍCIO. AVERBAÇÃO DO PERÍODO DE LABOR RURAL RECONHECIDO. 1. Os pedidos que não integraram a petição inicial não podem ser apreciados em sede de apelação, sob pena de julgamento extra petita (artigos 128 e 460 do CPC). Nada obsta, entretanto, que venham a ser postulados judicialmente, em nova demanda que venha a ser ajuizada pelo segurado. 2. É devido o reconhecimento do tempo de serviço rural, em regime de economia familiar, quando comprovado mediante início de prova material corroborado por testemunhas. 3. Não é devido o reconhecimento do tempo de serviço urbano como empregado se ausente início de prova material. 4. Não comprovado o tempo de serviço/contribuição necessário, deve ser indeferido a aposentadoria por tempo de serviço/contribuição. 5. O segurado tem direito à averbação, junto ao Regime Geral da Previdência Social, do período de serviço rural reconhecido, para fins de obtenção ou manutenção de benefício previdenciário. (TRF-4 - AC: 79084720144049999 PR 0007908-47.2014.404.9999, Relator: CELSO KIPPER, Data de Julgamento: 09/07/2014, SEXTA TURMA, Data de Publicação: D.E. 17/07/2014)
PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO RURAL. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR.
RECONHECIMENTO. TEMPO DE SERVIÇO URBANO. CTPS. AVERBAÇÃO DEVIDA. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. CONCESSÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA. LEI 11.960/2009. 1. Admissível o cômputo de labor rural a partir dos 12 anos de idade, até o advento da Lei n.º 8.213/91. Precedentes do STJ. 2. Comprovado o labor rural em regime de economia familiar, mediante a produção de início de prova material, corroborada por prova testemunhal idônea, o segurado faz jus ao cômputo do respectivo tempo de serviço. 3. As anotações da CTPS fazem presumir (Súmula 12 do TST) a existência de relação jurídica válida e perfeita entre trabalhador e empresa, para fins previdenciários. Ausente qualquer indicativo de fraude e estando os registros em ordem cronológica, sem sinais de rasuras ou emendas, teve o tempo de serviço correspondente ser averbado. 4. O recolhimento de contribuições previdenciárias sobre os períodos anotados em carteira de trabalho incumbe ao empregador, nos termos do art. 30, inc. I, alíneas a e b, da Lei n.º 8.212/91, não podendo ser exigida do empregado para efeito de obtenção de benefícios previdenciários. 5. Preenchidos os requisitos legais, tem o segurado direito à obtenção de aposentadoria por tempo de contribuição integral, desde a DER. 6. O Supremo Tribunal Federal reconheceu repercussão geral à questão da constitucionalidade do uso da TR e dos juros da caderneta de poupança para o cálculo da correção monetária e dos ônus de mora nas dívidas da Fazenda Pública, e vem determinando, por meio de sucessivas reclamações, e até que sobrevenha decisão específica, a manutenção da aplicação da Lei 11.960/2009 para este fim, ressalvando apenas os débitos já inscritos em precatório, cuja atualização deverá observar o decidido nas ADIs 4.357 e 4.425 e respectiva modulação de efeitos. 7. A fim de guardar coerência com as recentes decisões, deverão ser adotados, por ora, os critérios de atualização e de juros estabelecidos no 1º-F da Lei 9.494/97, na redação da Lei 11.960/2009, sem prejuízo de que se observe, quando da liquidação, o que vier a ser decidido pelo STF com efeitos expansivos. (TRF-4 - AC: 155385720144049999 PR 0015538-57.2014.404.9999, Relator: TAÍS SCHILLING FERRAZ, Data de Julgamento: 20/10/2015, QUINTA TURMA, Data de Publicação: D.E. 05/11/2015)
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO.
APOSENTADORIA RURAL POR TEMPO DE SERVIÇO. COMPROVAÇÃO DA CARÊNCIA. SÚMULA N. 7/STJ. DISPENSA DO RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÃO PARA AVERBAÇÃO DO TEMPO DE SERVIÇO RURAL. INEXIGÊNCIA DE PROVA MATERIAL REFERENTE A TODO O PERÍODO. EXISTÊNCIA DE PROVA TESTEMUNHAL APTA. AGRAVO IMPROVIDO. 1. A irresignação que busca desconstituir os pressupostos fáticos pelo acórdão recorrido encontra óbice na Súmula n. 7 desta Corte. 2. A Terceira Seção já se pronunciou no sentido de ser dispensável "o recolhimento de contribuição para averbação do tempo de serviço rural em regime de economia familiar relativo a período anterior à Lei n. 8.213/1991 para fins de aposentadoria por tempo de contribuição pelo Regime Geral da Previdência Social (RGPS)" (AR 3.426/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 24/10/2012, DJe 19/11/2012). 3. "É firme a orientação jurisprudencial desta Corte no sentido de que, para concessão de aposentadoria por idade rural, não se exige que a prova material do labor agrícola se refira a todo o período de carência, desde que haja prova testemunhal apta a ampliar a eficácia probatória dos documentos, como na hipótese em exame" (AR 4.094/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 26/09/2012/ DJe de 08/10/2012). 4. Agravo regimental improvido. (STJ - AgRg no REsp: 697213 SP 2004/0151926-8, Relator: Ministro NEFI CORDEIRO, Data de Julgamento: 18/06/2014, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 04/08/2014)
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO.
RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO RURAL COMO SEGURADO ESPECIAL. AUSÊNCIA DA PROVA TESTEMUNHAL. INSTRUÇÃO DEFICIENTE. A prova testemunhal administrativa, uma vez que não produzida sob o crivo do contraditório, se desfavorável ao administrado, de regra a ele não pode ser oposta, de modo que seu resultado não se presta a obstar a pretensão de produção de prova no âmbito judicial. É de ser anulada a sentença, por deficiência na instrução, em virtude da ausência da prova testemunhal, tendo em vista a sua essencialidade para a comprovação das atividades desempenhadas pelo segurado ao longo do tempo alegado. (TRF-4 - AC: 50037866020114047007 PR 5003786-60.2011.404.7007, Relator: (Auxílio Lugon) TAÍS SCHILLING FERRAZ, Data de Julgamento: 17/12/2014, QUINTA TURMA)
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. FALTA DE
CARÊNCIA. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO RURAL COMO SEGURADO ESPECIAL. PROVA TESTEMUNHAL BASEADA EM INÍCIO DE PROVA MATERIAL. FUNGIBILIDADE. APOSENTADORIA POR IDADE HÍBRIDA OU MISTA. REQUISITOS LEGAIS COMPROVADOS. LEI N. 11.718/2008. ART. 48, § 3º, DA LEI N. 8.213/91. TEMPO RURAL E URBANO. CONCESSÃO DE BENEFÍCIO A SEGURADO QUE NÃO ESTAVA DESEMPENHANDO ATIVIDADE RURAL NO MOMENTO DA IMPLEMENTAÇÃO DOS REQUISITOS. POSSIBILIDADE. TERMO INICIAL. CONSECTÁRIOS LEGAIS. 1. A aposentadoria por tempo de contribuição exige a carência de 180 meses de contribuição, não podendo ser computado para tal efeito o tempo de serviço do segurado trabalhador rural (art. 55, § 2º, parte final, da Lei n. 8.213/91). 2. Demonstrado o trabalho como segurado especial, em regime de economia familiar, mediante prova testemunhal corroborada por início razoável de prova material, deve ser reconhecido o tempo de serviço para fins de averbação junto ao INSS. 3. É possível a concessão de aposentadoria por idade, mediante a conjugação do tempo de serviço rural e urbano durante o período aquisitivo do direito, consoante disposto na Lei n. 11.718/2008, que incluiu o § 3º ao art. 48 da Lei n. 8.213/91, desde que cumprido o requisito etário de 60 anos para mulher e de 65 anos para homem. 4. No casoconcreto, o autor, em homenagem ao princípio da fungibilidade, faz jus ao benefício da aposentadoria por idade mista ou híbrida, ainda que tenha alcançado o requisito etário no curso da ação. 5. Não pode ser conferida interpretação restritiva ao § 3º do artigo 48 da LB não pode ser conferida interpretação restritiva. Tratando-se de trabalhador rural que migrou para a área urbana, o fato de não estar desempenhando atividade rural por ocasião do requerimento administrativo não pode servir de obstáculo à concessão do benefício. A se entender assim, o trabalhador seria prejudicado por passar a contribuir, o que seria um contrassenso. A condição de trabalhador rural, ademais, poderia ser readquirida com o desempenho de apenas um mês nesta atividade. Não teria sentido se exigir o retorno do trabalhador às lides rurais por apenas um mês para fazer jus à aposentadoria por idade. O que a modificação legislativa permitiu foi, em rigor, o aproveitamento do tempo rural para fins de carência, com a consideração de salários-de-contribuição pelo valor mínimo, no caso específico da aposentadoria por idade aos 60 (sessenta) ou 65 (sessenta e cinco) anos (mulher ou homem). 6. Termo inicial do benefício a partir do implemento do requisito etário. 7. Juros de mora e correção monetária de acordo com o Manual de Cálculos da Justiça Federal. 8. Honoráriosadvocatícios fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor das parcelas em atraso (Súmula 111 do STJ e § 4º do art. 20 do CPC). 9. Isenção de custas processuais nos termos da lei. 10. Deferida tutela específica da obrigação de fazer para implantação imediata do benefício, com fundamento no art. 273, c/c art. 461, § 3º, do CPC. 11. Apelação da parte autora parcialmente provida. (TRF-1 - AC: 00704763420094019199 0070476-34.2009.4.01.9199, Relator: JUIZ FEDERAL MURILO FERNANDES DE ALMEIDA, Data de Julgamento: 28/09/2015, 1ª CÂMARA REGIONAL PREVIDENCIÁRIA DE MINAS GERAIS, Data de Publicação: 23/11/2015 e-DJF1 P. 395)
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO RURAL COMO SEGURADO ESPECIAL. PROVA TESTEMUNHAL BASEADA EM INÍCIO DE PROVA MATERIAL. POSSIBILIDADE. CUMPRIMENTO DE CARÊNCIA COMO TRABALHADOR URBANO. CONSECTÁRIOS. 1. Quando não se tratar de sentença líquida, inaplicável o § 2º do artigo 475 do Código de Processo Civil, pois que desconhecido o conteúdo econômico do pleito, de forma que se tem por interposta a remessa oficial. 2. Demonstrado o trabalho como segurado especial, em regime de economia familiar, mediante prova testemunhal corroborada por início razoável de prova material, deve-se reconhecer o tempo de serviço para fins de averbação junto ao INSS. 3. Comprovado o cumprimento da carência como trabalhador urbano, que somada ao período rural ora reconhecido, ultrapassa o requisito dos 35 anos de contribuição, reconhece-se o direito do segurado à aposentadoria por tempo de contribuição. 4. Deferida tutela específica da obrigação de fazer para implantação imediata do benefício, com fundamento no art. 273, c/c art. 461, § 3º, do CPC. 5. Juros de mora e correção monetária de acordo com o Manual de Cálculos da Justiça Federal. 6. Honorários advocatícios fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor das parcelas em atraso (Súmula 111 do STJ e § 4ºdo art. 20 do CPC). 7. Isenção de custas processuais na forma da lei. 8. Apelação e remessa oficial parcialmente providas. (TRF-1 - AC: 00054060720084019199 0005406-07.2008.4.01.9199, Relator: JUIZ FEDERAL MURILO FERNANDES DE ALMEIDA, Data de Julgamento: 28/09/2015, 1ª CÂMARA REGIONAL PREVIDENCIÁRIA DE MINAS GERAIS, Data de Publicação: 26/11/2015 e-DJF1 P. 1057)
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. REQUISITOS NÃO IMPLEMENTADOS. AVERBAÇÃO DE TEMPO NO RGPS. 1. O tempo de serviço rural para fins previdenciários, a partir dos 12 anos, pode ser demonstrado através de início de prova material, desde que complementado por prova testemunhal idônea. 2. O reconhecimento de tempo de serviço prestado na área rural até 31-10-1991, para efeito de concessão de benefício no Regime Geral da Previdência Social, não está condicionado ao recolhimento das contribuições previdenciárias correspondentes, exceto para efeito de carência. 3. Se a parte autora deixar de implementar os requisitos necessários para a obtenção da Aposentadoria por Tempo de Serviço/Contribuição, faz jus tão somente à averbação do período reconhecido no Regime Geral de Previdência Social. (TRF-4 - AC: 171015720124049999 RS 0017101-57.2012.404.9999, Relator: JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, Data de Julgamento: 07/10/2015, SEXTA TURMA, Data de Publicação: D.E. 14/10/2015)