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DENOMINAÇÃO
CONCEITO
O Direito do Trabalho pode ser definido como o ramo do Direito que regula as relações
de emprego e outras situações semelhantes.
Como ramo do Direito, ele é composto de normas jurídicas, aqui incluídas as regras e
os princípios, além de instituições, como entes que criam e aplicam as referidas normas, no
caso, o Estado e certas organizações profissionais e econômicas. No Direito do Trabalho, em
razão do pluralismo das fontes normativas, observa-se a existência de normas estatais e não
estatais.
O Direito do Trabalho, assim, é esse sistema de regras, princípios e instituições
pertinentes à relação de emprego. No entanto, outras relações de trabalho semelhantes
também são reguladas pelo ramo do Direito aqui definido, como ocorre com o trabalhador
avulso.
A finalidade do Direito do Trabalho é estabelecer medidas protetoras ao trabalho,
assegurando condições dignas de labor. Esse ramo do Direito apresenta disposições de
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DIVISÃO DA MATÉRIA
Para fins didáticos, no Direito do Trabalho observa-se uma Teoria Geral, o Direito
Individual do Trabalho e o Direito Coletivo do Trabalho.
Não pertence ao Direito do Trabalho o Direito Processual do Trabalho, pois este
apresenta natureza e características distintas, relacionadas ao Direito Processual. O Direito
Internacional do Trabalho, na realidade, é segmento do Direito Internacional. O Direito da
Seguridade Social também é considerado autônomo do Direito do Trabalho, apresentando
natureza e matéria distintas.
A Teoria Geral do Direito do Trabalho engloba, entre outras, as questões pertinentes à
autonomia, natureza jurídica, fontes, interpretação, integração e eficácia desse ramo do
Direito.
O Direito Individual do Trabalho, em linhas gerais, trata sobre a relação individual de
trabalho, tendo como figura nuclear o contrato de trabalho, seu início, desenvolvimento e
término.
O Direito Coletivo do Trabalho, por sua vez, tem por objeto os diversos aspectos das
relações coletivas de trabalho, com destaques à organização sindical, à negociação
coletiva e aos instrumentos normativos decorrentes, bem como à representação dos
trabalhadores na empresa, aos conflitos coletivos e à greve.
Por fim, as questões pertinentes à inspeção do trabalho, realizada pelos órgãos do
Ministério do Trabalho, integram o que parte da doutrina denomina de Direito Público do
Trabalho, disciplinando as relações do Estado com empregadores e do Estado com
trabalhadores. Assim, a matéria também pode receber a denominação de Direito
Administrativo do Trabalho, desde que presente a distinção quanto às questões envolvendo
o regime administrativo de certos servidores públicos.
Em qualquer grupo social existem regras de conduta. Ao conjunto dessas regras atribui-
se a denominação de Direito, também formado por princípios que, juntamente com as
primeiras, são sistematicamente organizados.
Se o Direito constitui pressuposto para a vida em sociedade, infere-se que sua função
primordial é prevenir e solucionar os conflitos entre os membros de um grupo social.
No âmbito do Direito Laboral, por suas características que lhe são peculiares, observa-
se que sua função primeira é evitar o eterno conflito entre os detentores do capital e os
trabalhadores. Pretende-se chegar a esse objetivo por meio do estabelecimento de melhores
condições de trabalho para os empregados, com a eliminação ou redução da exploração
do homem pelo homem.
Não menos importante, entretanto, são as demais funções do Direito Laboral, que
estão previstas, inclusive, no preâmbulo da Constituição da Organização Internacional do
Trabalho, quais sejam as de promover: a paz social permanente; as condições de liberdade
e dignidade do trabalhador e a igualdade de condições.
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Apesar da notória autonomia que o Direito do Trabalho desfruta, não se pode negar
a influência que recebe dos demais ramos, mesmo porque todos não passam de
especialidades do Direito em geral.
• O Direito Constitucional: A partir do surgimento da constituição do México (1917) e
de Weimar (1919), as constituições de diversos países, inclusive a do Brasil (1934),
passaram a dedicar especial atenção ao Direito Social, com a salvaguarda dos
direitos básicos dos trabalhadores em capítulo próprio. Atualmente, do Direito
Constitucional extraem-se as regras basilares dos demais ramos da ciência jurídica,
inclusive para o Direito do Trabalho, pois a Constituição Federal não se limita
apenas a definir competência e atribuir poderes. No Brasil, o conteúdo mínimo do
pacto laboral encontra-se praticamente definido pelos incisos do art. 7º, da
Constituição Federal de 1988, sem falar nas regras sobre Direito Coletivo do
Trabalho, constantes dos seus artigos 8° a 11.
• Direito Civil: é um dos ramos que mais se aproxima do Direito Laboral. Ambos são
ramos do Direito Privado e toda a sua teoria geral, além de outros institutos, fazem
parte do arcabouço do Direito do Trabalho, mesmo porque a CLT não contém um
tópico destinado à fixação de normas relativas à Teoria Geral do Direito do
Trabalho. Constituem pressupostos para o conhecimento e aplicação do Direito do
Trabalho, dentre outros, as regras e princípios relativos à pessoa, bens, fatos jurídicos
lato sensu, obrigações, contratos etc., que são encontrados no Direito Civil.
• Direito Previdenciário: o Direito Previdenciário fazia parte do Direito do Trabalho,
donde se destacou após conquistar a sua autonomia. A preocupação dos
trabalhadores, logo após o surgimento e consolidação do Direito Laboral, não foi
só com a aquisição de melhores condições de trabalho, mas também com a
manutenção de uma fonte de renda para o operário quando este estivesse
incapacitado, temporária ou definitivamente, para o trabalho.
• Direito do Consumidor: o Direito do Consumidor tem sua essência no Direito do
Trabalho. Isso porque tanto o empregado quanto o consumidor são
hipossuficientes, pois, no plano fático, encontram-se em posição de inferioridade
em relação ao empregador e ao fornecedor, respectivamente.
HERMENÊUTICA TRABALHISTA
INTERPRETAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO
incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior; a lei
nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga
nem modifica a lei anterior; salvo disposições em contrário, a lei revogada não se restaura
por ter a lei revogadora perdido a vigência.
No tocante às convenções e acordos coletivos de trabalho, os §§ 1.º e 3.º do art. 614
da CLT estabelecem a entrada em vigor três dias após a data da sua entrega no órgão
competente do Ministério do Trabalho, não sendo permitido estipular duração superior a dois
anos.
A eficácia da norma jurídica no tempo indica a sua produção de efeitos, ou seja, o
período em que incide sobre as relações jurídicas.
A teoria do efeito imediato da norma jurídica é a que apresenta maior adequação,
inclusive para o Direito do Trabalho. A nova disposição normativa tem aplicação imediata,
ou seja, incide sobre a relação de emprego em curso, regulando apenas os fatos ocorridos
daí para frente, sem atingir eventos anteriores. Obviamente, o contrato de trabalho já extinto
não é alcançado pela norma jurídica posterior à cessação do vínculo; a relação de emprego
iniciada após a nova disposição normativa é por esta regulada.
Indicando que vigência e eficácia não se confundem, bem como adotando a teoria
do efeito imediato, o art. 6º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro estabelece
que a lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada.
Assim, conforme o princípio da irretroatividade das leis, estas dispõem sempre para o
futuro, não atingindo fatos passados. Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988, no art.
5.º, inciso XXXVI, estabelece que a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada, resguardando os atos consumados à época da lei anterior, os
direitos já integrados definitivamente ao patrimônio das pessoas antes da vigência da nova
disposição, bem como as questões definitivamente decididas pelos tribunais.
Os princípios exercem papel fundamental na ciência jurídica. Para que certo ramo do
Direito tenha sua autonomia científica reconhecida, sempre se busca a indicação de seus
princípios específicos. O Direito do Trabalho, assim, também tem os seus princípios próprios,
que, aliás, desempenham funções essenciais para a adequada regulação das relações
laborais.
Os chamados princípios gerais de direito, portanto, são verdades que dão sustentação
ao sistema jurídico como um todo, ou seja, “enunciações normativas de valor genérico, que
condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico, quer para a sua
aplicação e integração, quer para a elaboração de novas normas”.
Pode-se compreender, assim, o relevante papel dos princípios nas ciências, e em
específico no Direito, por constituírem os seus alicerces, dando estrutura ao sistema.
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empregado tenha ficado sem receber salário por mais de dez anos sem possuir outra
fonte de renda; c) a jornada de trabalho do operário seja de 22 (vinte e duas) horas
por dia, etc. Tais legações contrariam o princípio da razoabilidade.
• Princípio da Boa-Fé: Tem aplicação prática de forma mais incisiva nos contratos, no
qual se exige a colaboração mútua e que conta, inclusive, com acolhimento expresso
no art. 422 do Código Civil: "Os contratantes são obrigados a guardar, assim na
conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-
fé". Em qualquer caso, todavia, exige-se sempre que o indivíduo aja imbuído pela boa-
fé na prática do ato jurídico inclusive em relação ao cumprimento das obrigações
contratuais. O princípio da boa-fé (bona fides) tem como pressuposto a existência de
uma obrigação e de um direito correlatos, dentro de uma relação jurídica, e deriva
da máxima romana neminem laedere, ou seja, da intenção de não lesar ninguém.
RELAÇÃO DE EMPREGO
RELAÇÃO DE TRABALHO
Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, de
forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º desta
Consolidação.
➔ TRABALHADOR AVULSO
➔ TRABALHADOR COOPERADO
É aquele que age como sócio, participando da administração da entidade, que visa
proporcionar trabalho aos seus associados, em uma relação de cooperação entre os
integrantes, buscando um fim comum, não se caracterizando o vínculo empregatício.
Art. 442, parágrafo único, da CLT “qualquer que seja o ramo de atividade da
sociedade cooperativa, não existe vínculo de emprego entre ela e seus
associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela”.
➔ TRABALHADOR ESTAGIÁRIO
Esse estágio, segundo a lei, poderá ser obrigatório ou facultativo. É obrigatório aquele
que compõe o projeto de um curso, como requisito de obtenção de diploma. Não se
considera obrigatório o estágio quando, em que pese para a formação do estudante, é
desenvolvido como uma atividade opcional de aperfeiçoamento.
A relação é intermediada, necessariamente, pela instituição de ensino, que tem por
função avaliar as condições do estágio. Coma nova legislação, a instituição de ensino
deverá indicar um professor orientador para o estágio, cuja responsabilidade será
acompanhar e avaliar o estágio. Para tanto, devem ser apresentados relatórios com
periodicidade máxima de seis meses, a fim de permitir a fiscalização do estágio.
Do outro lado da relação, encontra-se a chamada parte concedente. A parte
concedente é aquela responsável por prover o estágio - ou seja, é o tomador do serviço de
estágio.
Essa parte concedente pode ser uma pessoa jurídica de direito privado, órgãos da
administração pública direta, autárquica e fundacional, da União, Estado, Distrito Federal e
Municípios, e, ainda, profissionais liberais de nível superior, devidamente inscritos nos
conselhos de fiscalização da profissão.
À parte concedente incumbe celebrar um termo de compromisso com o estagiário, o
qual terá também a participação da instituição de ensino, devendo, além disso, contratar
um seguro contra acidentes pessoais em favor do estagiário.
A parte concedente é a responsável pela concessão do estágio, para o que deve
disponibilizar um empregado que, a partir de experiência profissional, fará a supervisão do
estágio.
• Direitos Dos Estagiários
No que se refere à jornada de trabalho, o ajuste da jornada deverá, inicialmente, estar
adequado ao horário de estudo do estagiário, observados os seguintes limites:
a) Estudantes de educação especial e nos anos finais do ensino fundamental - 4
horas/dia e 20 horas/semana.
b) Estudantes do ensino profissional, superior e médio - 6 horas/dia e 30 horas/semana.
Tratando-se de estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, é possível jornada
de até 40 horas semanais, desde que nos períodos em que não estão programadas aulas
presenciais e que isso esteja previsto no projeto pedagógico do curso e da instituição de
ensino.
No período de avaliações escolares, o estagiário tem direito à redução da carga horária
pela metade. Ao final de um ano o estagiário terá direito a um recesso equivalente a trinta
dias.
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Quanto à remuneração, será opcional quando o estágio for obrigatório, ao passo que
será obrigatória quando o estágio for facultativo. Havendo concessão de benefícios
alimentação e saúde não implicarão reconhecimento de vínculo empregatício.
• Requisitos De Validade Contratual
O contrato, consistente em um termo de compromisso, deverá ser firmado entre o
estagiário, a parte concedente e a instituição de ensino, figurando como interventora.
Esse termo de compromisso será firmado pelo estagiário ou por seu representante
legal, conforme o caso.
É necessário que o estudante esteja devidamente matriculado e frequentando um
curso, que poderá ser: a) educação superior; b) educação profissional; c) ensino médio; d)
educação especial; e, e) anos finais do ensino fundamental.
Para que o estágio seja regular; é necessário que as atividades desempenhadas pelo
estagiário sejam compatíveis com o quanto previsto no termo de compromisso. Avalia-se,
concretamente, se está o estágio adequado ao efetivo aprendizado do estudante.
A parte concedente não pode receber o estagiário por mais de dois anos e deve
observar o mínimo de 10% das vagas para portadores de necessidades especiais. O prazo
limite de dois anos não se aplica aos estagiários portadores de deficiência.
Art. 3o O estágio, tanto na hipótese do § 1o do art. 2o desta Lei quanto na
prevista no § 2o do mesmo dispositivo, não cria vínculo empregatício de
qualquer natureza, observados os seguintes requisitos:
I – matrícula e frequência regular do educando em curso de educação
superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e
nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da
educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino;
II – celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte
concedente do estágio e a instituição de ensino;
III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas
previstas no termo de compromisso.
§ 1o O estágio, como ato educativo escolar supervisionado, deverá ter
acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e
por supervisor da parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios
referidos no inciso IV do caput do art. 7o desta Lei e por menção de aprovação
final.
§ 2o O descumprimento de qualquer dos incisos deste artigo ou de qualquer
obrigação contida no termo de compromisso caracteriza vínculo de emprego
do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da
legislação trabalhista e previdenciária.
➔ TRABALHO VOLUNTÁRIO
DO CONTRATO DE TRABALHO
Para todo contrato de trabalho, assim como para todo negócio jurídico, são
necessários conter neles os elementos essenciais para ter sua validade.
Os elementos essenciais são definidos pelo art. 104 do código civil, onde cita que a
validade do negócio jurídico requer:
• Agente capaz (ou capacidade das partes);
• Objeto lícito, determinado ou determinável;
• Forma prescrita ou não defesa em lei.
No direito do trabalho, o inciso XXXIII do art. 7° da Constituição Federal proíbe o
trabalho de menores de 16 anos, salvo para a função de aprendiz, a partir dos 14 anos, e
para menores de 18 o trabalho noturno, perigoso ou Insalubre, ou contrário a moral e os bons
costumes.
O direito somente aceita como válido o contrato se seu objeto for lícito, isto é, que não
constitui a prática ilícita conforme a lei vigente.
Nesta mesma linha, a jurisprudência também considera como objeto ilícito o trabalho
contrário a moral e bons costumes, cita-se, como exemplo a contratação de uma prostituta
como empregada doméstica, no mesmo sentido não seria possível, por exemplo, em face
da ilicitude do objeto do contrato, o reconhecimento da função do traficante que trabalha
transportando.
CONTRATO DE EMPREGO
A primeira classificação que ora se apresenta encontra-se inserida no bojo do art. 442 da CLT.
CLT. Art. 456. A prova do contrato individual do trabalho será feita pelas
anotações constantes da Carteira de Trabalho e Previdência Social, ou por
instrumento escrito e suprida por todos os meios permitidos em direito.
Súmula 225 do STF: Não é absoluto o valor probatório das anotações da
carteira profissional.
Art. 445 - O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser
estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451.
Parágrafo único. O contrato de experiência não poderá exceder de 90
(noventa) dias.
Art. 452 - Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder,
dentro de 6 (seis) meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a
expiração deste dependeu da execução de serviços especializados ou da
realização de certos acontecimentos.
Art. 479. Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem
justa causa, despedir o empregado, será obrigado a pagar-lhe, a título de
indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o termo do
contrato.
O empregado não poderá pedir demissão antes do prazo pré-estabelecido, sob pena
de ter que pagar uma indenização pelos prejuízos causados, que não será superior à
indenização que teria direito se a iniciativa do rompimento fosse do empregador (art. 480 da
CLT).
➔ Estabilidade
Em face das características do contrato de trabalho por prazo determinado,
analisadas em confronto com o instituto da estabilidade, entende-se que o empregado
contratado nessas condições pode ser despedido a qualquer momento, por meio do
exercício do direito potestativo do empregador, sem adquirir o direito à estabilidade.
Contudo, o TST alterou a sua jurisprudência sumulada para admitir a aquisição de
estabilidade gestante e aquela decorrente de acidente do trabalho nas hipóteses de
trabalhadores contratados por prazo determinado, inclusive de experiência, conforme se
observa do teor do item III das Súmulas nº 244 e 378.
➔ Efeitos
Ultrapassado o prazo mencionado de dois anos, ainda que por um dia; mais de uma
prorrogação do prazo estipulado inicialmente; ou recontratação antes de seis meses, o
contrato de emprego passa a ser considerado por prazo indeterminado.
MATERIAL EXTRA
• Com a Reforma
Art. 41 - Em todas as atividades será obrigatório para o empregador o registro
dos respectivos trabalhadores, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema
eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho.
Art. 47. O empregador que mantiver empregado não registrado nos termos do
art. 41 desta Consolidação ficará sujeito a multa no valor de R$ 3.000,00 (três
mil reais) por empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada
reincidência.
§ 1º. Especificamente quanto à infração a que se refere o caput deste artigo,
o valor final da multa aplicada será de R$ 800,00 (oitocentos reais) por
empregado não registrado, quando se tratar de microempresa ou empresa de
pequeno porte.
§ 2º. A infração de que trata o caput deste artigo constitui exceção ao critério
da dupla visita.
Art. 47-A. Na hipótese de não serem informados os dados a que se refere o
parágrafo único do art. 41 desta Consolidação, o empregador ficará sujeito à
multa de R$ 600,00 (seiscentos reais) por empregado prejudicado.
➔ Prostituta
Os principais argumentos da corrente recalcitrante são, basicamente, os seguintes: (1)
a atividade dos prostitutos concorre, na condição de atividade-fim, para o tipo penal previsto
no art. 229 do Código Penal, de forma que não há que se falar em relação de emprego, uma
vez que tal atividade consiste em espécie de trabalho ilícito; (2) a atividade dos prostitutos
viola a moral e os bons costumes, inquinando de nulidade a possível relação empregatícia.
O melhor enquadramento jurídico a ser dado à atividade dos prostitutos, em termos
contratuais, na relação prostituto-cliente, parece ser o de verdadeira prestação de serviços
nos moldes do art. 594 do Código Civil, segundo o qual “toda a espécie de serviço ou
trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada mediante retribuição”.
De acordo com o art. 2º do CDC, consumidor é toda pessoa física ou jurídica que
adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Imaginando, por outro quadro, que uma prostituta fosse contratada para prestar
serviços sexuais, só que num set de filmagem de uma empresa especializada na venda e
comércio de material pornográfico: nesse caso, o serviço será utilizado na condição de
atividade-meio, que integrará a cadeia produtiva da venda do material, atraindo, por
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➔ Cargos Comissionados
Art. 443. § 2°. O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando:
a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do
prazo;
b) de atividades empresariais de caráter transitório;
c) de contrato de experiência.
➔ Art. 443, § 2°, 'a' da CLT: Serviços cuja natureza ou transitoriedade justifiquem a
predeterminação do prazo.
Aqui, nesse contrato, o foco do legislador está voltado para a atividade a ser
desenvolvida pelo empregado. Será que o que ele faz tem uma natureza ou transitoriedade
que justifiquem a predeterminação do prazo do contrato? A transitoriedade está na
necessidade do empregador em relação àquela mão-de-obra.
O contrato de trabalho por obra certa adequa-se à previsão contida no art. 443, § 1°,
parte final, da Consolidação das Leis do Trabalho:
A Lei nº 2.959/56, que dispõe sobre os contratos por obra ou serviço certo, preconiza
que o empregador deve exercer a atividade de construtor em caráter permanente. Portanto,
essa espécie de contrato de trabalho tem a sua celebração limitada ao âmbito da
construção civil.
Isso porque, em qualquer outra atividade econômica, a inserção de um
trabalhador nesse tipo de negócio não implicará reconhecimento da relação empregatícia,
pois irá faltar requisito essencial para sua configuração, qual seja, a não eventualidade.
Por se tratar de espécie de contrato por prazo determinado, a lei não exige a forma
escrita para validade do ato.
Mais uma vez indaga-se: e se, durante a instrução processual, o empregado
confessa que, quando contratado, ficou acertado que a prestação de serviço se extinguiria
concomitantemente com o encerramento da obra? A confissão, nesse caso, supre a
ausência da forma escrita? Sem dúvida que a resposta é positiva. Consequentemente, não
há que se falar em exigência de ajuste por escrito, pois a formalidade não é da essência do
negócio jurídico.
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O contrato de trabalho por tempo determinado não pode ser extinto antes do
termo final pré-fixado, salvo se o empregado praticar falta reconhecida como justa causa.
Nesse caso, o elemento acidental do negócio jurídico, qual seja, o termo, representa uma
cláusula essencial. A sua inobservância implica inadimplemento contratual e, por
conseguinte, resolução contratual.
Entretanto, se as partes ajustam a possibilidade de extinção antecipada do
contrato de trabalho, na hipótese desse direito ser exercido por um dos contratantes, serão
aplicados os princípios que regem o contrato por prazo indeterminado, conforme determina
o art. 481 da Consolidação das Leis do Trabalho:
Art. 481. Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula
assecuratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo
ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os
princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado.
Pela antiga redação do art. 2º, Lei 6.019, trabalho temporário era aquele prestado
por pessoa natural a uma empresa, para atender à necessidade transitória de substituição
de seu pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços (art. 2º).
Face à nova redação (art. 2º, caput), trabalho temporário é o prestado por pessoa
física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de
uma empresa tomadora de serviços, para atender à substituição transitória de pessoal
permanente ou à demanda complementar de serviços.
Art. 2º Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por
uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma
empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição
transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços
(Red. L. 13.429/17).
• Imprevisíveis (situações empresariais que não podem ser conhecidas de forma prévia);
• Previsíveis (situações empresariais, as quais são passíveis de serem antecipadas dentro
do exercício da atividade econômica da empresa tomadora), podendo ser
intermitente (hipóteses em que não se tem a continuidade, visto que se tem a sua
interrupção, logo, são situações alternadas ou revezadas da necessidade de mão-de-
obra temporária),
• Periódico (situações as quais ocorrem em lapsos de tempo determinados, havendo
uma época pré-determinada em que será necessária a adoção da mão-de-obra
temporária) ou sazonal (para situações específicas para determinadas épocas do
ano, tais como dia dos namorados, natal, carnaval etc.).
A nova redação do art. 2º reflete a IN SIT (instrução normativa secretaria de
inspeção do trabalho) nº 114, a qual no art. 2º, §§ 1º a 3º, estabelece os parâmetros de
fiscalização do trabalho temporário e as suas hipóteses de contratação.
Pela Lei 13.429, não se pode contratar trabalhadores temporários para a
substituição de grevistas (art. 2º, § 1º, Lei 6.019), exceto nas hipóteses legais (arts. 7º, 9º e 11,
Lei 7.783/89, Lei de Greve).
O trabalho temporário deixa de ser uma forma de trabalho prestado por pessoa
física, para uma empresa. Para ser agora um trabalho prestado por uma pessoa jurídica
(empresa de trabalho temporário) para outra pessoa jurídica (empresa tomadora de
serviços). O empregado dito temporário trabalha para uma empresa de trabalho temporário
que presta serviço para outra empresa.
A empresa de trabalho temporário integra o quadro de atividades e profissões para
enquadramento sindical.
Empresa de trabalho temporário: pessoa jurídica (não pode ser mais pessoa física,
o próprio empregado) que tem por finalidade a colocação de trabalhadores à disposição
de outras empresas temporariamente.
Art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com
empresa de prestação de serviços determinados e específicos.
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Prazo do contrato temporário: será de 180 dias prorrogáveis por mais 90 dias. O
mesmo trabalhador poderá prestar “trabalho” na mesma tomadora após 90 dias do termino
do contrato anterior, caso contrário gera vínculo empregatício com a tomadora.
Art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe
vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas
de trabalho temporário.
§ 1º O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador,
não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não.
§ 2º O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou
não, além do prazo estabelecido no § 1o deste artigo, quando comprovada a
manutenção das condições que o ensejaram. § 3º (VETADO).
§ 4º Não se aplica ao trabalhador temporário, contratado pela tomadora de
serviços, o contrato de experiência previsto no parágrafo único do art. 445 da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452,
de 1o de maio de 1943.
§ 5º O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado nos §§ 1º e 2º
deste artigo somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora
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O empregado temporário que vem para substituir, ou para trabalhar junto de outro
empregado da empresa tomadora tem direito: a) remuneração equivalente à dos
empregados da empresa tomadora ou cliente (calculados à base horária, garantida, no o
valor do salário mínimo regional); b) jornada de oito horas, duas horas extraordinárias no
máximo por dia, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento, CF/88, art. 7º, XVI); c) férias
proporcionais; e) adicional por trabalho noturno; f) indenização por dispensa sem justa causa
ou término normal do contrato, correspondente a 1/12 (um doze avos) do pagamento
recebido; g) seguro contra acidente do trabalho; h) proteção previdenciária; i) anotação na
CTPS, sua condição de temporário.
Justa causa para rescisão do contrato do trabalhador temporário, cabe pelos
motivos elencados nos Art. 482 (ato do empregado) e 483 (ato do empregador). Pode
ocorrer nas duas relações que o trabalhador está envolvido. Trabalhador e empresa de
trabalho temporário ou trabalhador e a empresa cliente .
O contrato de emprego é espécie de contrato de trabalho, que por sua vez é uma
modalidade de contrato de atividade. A prestação de serviços de caráter pessoal pode ser
efetivada por meio de várias espécies de contratos, como a prestação de serviços, a
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Segundo o artigo 593, do Código Civil, “A prestação de serviço, que não estiver
sujeita às leis trabalhistas ou a lei especial, reger-se-á pelas disposições deste Capítulo”. Bem
como, de acordo com o artigo 594, "Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou
imaterial, pode ser contratada mediante retribuição".
Na sistemática legal atual, a regulamentação efetiva-se por exclusão. Qualquer
prestação de serviços que não esteja prevista na Consolidação das Leis do Trabalho ou em
qualquer outra norma específica fica sujeita aos preceitos contidos nos art. 593 e seguintes
do Código Civil.
Esse tipo de contrato não poderá ser firmado com prazo superior a quatro anos (art.
598 do CC). A retribuição devida ao trabalhador, se não ajustada expressamente, deverá
observar os costumes do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade.
Em tais situações, o trabalhador só tem direito à remuneração pelo efetivo trabalho
prestado ou pela conclusão do objeto que ficou definido no contrato, sem qualquer direito
previsto na legislação trabalhista, salvo o aviso-prévio que é devido se o contrato for
estipulado por prazo indeterminado, conforme determina o are. 599 do Código Civil:
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Art. 599. Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza
do contrato, ou do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio,
mediante prévio aviso, pode resolver o contrato.
Parágrafo único. Dar-se-á o aviso:
I - com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de
um mês, ou mais;
II - com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana,
ou quinzena;
III - de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias.
CONTRATO DE EMPREITADA
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
CONTRATO DE MANDATO
CONTRATO DE SOCIEDADE
Quando duas ou mais pessoas associam-se para contribuir com bens e/ou serviços
na exploração de uma atividade econômica, com escopo de repartição dos lucros,
celebram um contrato de sociedade, na forma prevista pelo o art. 981 do Código Civil.
O que caracteriza o contrato de sociedade é, justamente, a affectio societatis,
assim considerado o desejo convergente dos contratantes de unirem-se com objetivos
comuns. Tal não ocorre no contrato de trabalho, por meio do qual o empregador assume o
risco da atividade econômica e o empregado percebe sua remuneração
independentemente da obtenção de lucro pela empresa.
Obviamente que não se pode chegar ao exagero de dizer que são opostos os
interesses do empregado e do empregador. Mas esse vínculo que os unem é apenas de
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CONTRATO DE PARCERIA
Art. 4º. Parceria rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a
ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso especifico de imóvel rural,
de parte ou partes do mesmo, incluindo, ou não, benfeitorias, outros bens e ou
facilidades, com o objetivo de nele ser exercida atividade de exploração
agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa vegetal ou mista; e ou lhe entrega
animais para cria, recria, invernagem, engorda ou extração de matérias primas
de origem animal, mediante partilha de riscos do caso fortuito e da força maior
do empreendimento rural, e dos frutos, produtos ou lucros havidos nas
proporções que estipularem, observados os limites percentuais da lei.
EMPREGADO
O conceito de empregado pode ser obtido do próprio art. 3.º, caput, da CLT, no
sentido de que: “Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”. Na
realidade, empregado é todo trabalhador que presta serviço ao empregador. Nos polos da
relação jurídica de emprego figuram, justamente, o empregado e o empregador.
Assim, cabe ressaltar que o empregado é sempre uma pessoa física ou natural, que
presta serviços com subordinação (“dependência”), não eventualidade, onerosidade
(prestação de serviço “mediante salário”) e pessoalidade, sendo este último aspecto
mencionado no art. 2.º, caput, da CLT. De todo modo, os mencionados requisitos já foram
analisados ao se estudar o contrato de trabalho, e são aqui aplicáveis.
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EMPREGADO EM DOMICÍLIO
TELETRABALHO
controlar o ponto do empregado, mesmo à distância, e, por isso, entende que deve valer a
regulamentação geral da jornada.
Verificamos pela leitura do artigo 75-C, CLT, que a modalidade de teletrabalho deve
constar de maneira expressa no contrato de trabalho, especificando as atividades que
deverão ser realizadas.
Nesse particular, importante destacar que o parágrafo primeiro do referido artigo
estabelece textualmente que “poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e
de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo
contratual”.
Atenção, a lei fala em acordo entre as partes, ou seja, a transferência do regime
presencial para de teletrabalho não pode ser imposto pelo empregador ao trabalhador.
Contudo, uma vez estabelecida essa modalidade de trabalho, somente o
empregador poderá convertê-la em presencial (poder diretivo), observado um prazo de 15
(quinze) dias para adaptação. Essa é a regra do parágrafo segundo do artigo 75-C, da CLT,
pela Lei 13.467/2017:
Por fim, segundo a Lei 13.467, é o contrato de trabalho quem irá determinar a
“responsabilidade pela aquisição, manutenção e fornecimento dos equipamentos
tecnológicos e infraestrutura necessária à prestação do trabalho” (art. 75-D), ou seja, quem
vai pagar pela aquisição e manutenção dos equipamentos e despesas do empregado na
execução do seu trabalho.
Em relação aos demais direitos tais como férias, licença maternidade, folga
semanal remunerada, entre outros, o empregado que trabalha pelo regime de teletrabalho
mantém direitos dos demais empregados.
EMPREGADO DOMÉSTICO
EMPREGADO RURAL
O art. 7.º da Constituição Federal de 1988, ao arrolar direitos dos trabalhadores, faz
previsão quanto aos “trabalhadores urbanos e rurais” (caput).
O empregado rural é definido pelo art. 2º, da Lei 5.889/73, como “toda pessoa física
que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a
empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário”.
Por ser um empregado, aplicam-se ao rural os requisitos, já estudados, da relação
de emprego: pessoa física, pessoalidade, não eventualidade, subordinação e onerosidade.
Observa-se a menção de que o empregado rural presta serviços “em propriedade
rural ou prédio rústico”. A propriedade rural é aquela situada na zona rural. O prédio rústico
pode ser entendido como aquele que, situado na zona rural ou mesmo em zona urbana, tem
como destinação a exploração de atividade agroeconômica. Assim, o fator principal, na
definição do empregado rural, não é local da prestação de serviços.
O art. 3º, caput, da Lei 5.889/1973 define empregador rural como “a pessoa física
ou jurídica, proprietária ou não, que explore atividade agroeconômica, em caráter
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EMPREGADO PÚBLICO
O termo servidor público, adotado pela Constituição de 1988 (que deixou de utilizar
a expressão funcionário público, embora ainda exista na legislação ordinária), divide-se em
três espécies: os servidores estatutários (ocupantes de cargos públicos e sujeitos ao regime
estatutário), os servidores temporários (para atender a alguma necessidade temporária de
excepcional interesse público ,conforme o art. 37, IX, da Constituição), são contratados por
tempo determinado e exercem função, sem vínculo a cargo ou emprego público, e os
empregados públicos (contratados de acordo com o regime da legislação trabalhista e
detentores de emprego público).
Empregado público é o trabalhador que presta serviços para a administração
pública direta, autárquica ou fundacional, regido pelo sistema da Consolidação das Leis do
Trabalho. Ao lado do empregado público, existe o servidor público stricto sensu, ou
funcionário público, ocupante de cargo ou função pública, que mantém uma relação
estatutária coro a administração pública direta, autárquica ou fundacional.
Para a investidura em cargo ou emprego público, exige-se a prévia aprovação em
concurso público, na forma prevista pelo art. 37, II, da Constituição Federal de 1988:
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Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito
e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser
inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais
empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato
intermitente ou não.
§ 1o O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz,
para a prestação de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo
menos, três dias corridos de antecedência.
§ 2o Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para
responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa.
§ 3o A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do
contrato de trabalho intermitente.
§ 4o Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que
descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias,
multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração que seria devida,
permitida a compensação em igual prazo.
§ 5o O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do
empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes.
§ 6o Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado
receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas: I - remuneração; II -
férias proporcionais com acréscimo de um terço; III - décimo terceiro salário
proporcional; IV - repouso semanal remunerado; e V - adicionais legais.
§ 7o O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos valores pagos
relativos a cada uma das parcelas referidas no § 6o deste artigo.
§ 8o O empregador efetuará o recolhimento da contribuição previdenciária e
o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na forma da lei, com
base nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado
comprovante do cumprimento dessas obrigações.
§ 9o A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos doze
meses subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser
convocado para prestar serviços pelo mesmo empregador.
A lei antiga não olhava para esses profissionais. A modernização trabalhista vem
para solucionar esse problema. Agora, o garçom, o manobrista, o segurança e o animador
de festas, o mestre de cerimônias, o ajudante numa mudança podem ter carteira assinada
e todos os direitos garantidos, bem como a proteção da Previdência Social, da mesma forma
que qualquer outro trabalhador.
O trabalhador autônomo é aquele que exerce sua atividade profissional por contra
própria e com assunção dos próprios riscos. É ele quem define quando, onde e de que
forma irá desenvolver suas atividades.
Essa nova previsão legal teve por objetivo derrubar o forte posicionamento da Justiça
do Trabalho que normalmente atribui vínculo empregatício àquele trabalhador que presta
serviços a uma única empresa, subentendendo, apenas com base nesse fato, a
subordinação jurídica própria do vínculo de emprego.
Na verdade, a lei não trouxe uma novidade, apenas procurou deixar claro que seria
possível um trabalhador autônomo dedicar-se com exclusividade a uma empresa sem que
isso signifique necessariamente a subordinação própria do trabalhador empregado.
Por essa razão entende-se que a reforma trabalhista acrescentou texto que não
modificara, nem impedirá que a justiça do trabalho continue a declarar o vínculo
empregatício, quando exista fraude na contratação através de contrato de autonomia,
levando sempre em consideração a verdade dos fatos, haja vista que uma relação de
emprego jamais deixará de existir porque o legislador autorizou que autônomos prestem
serviços de forma exclusiva.
EMPREGADOR
➔ Empresário: é quem exerce profissionalmente esta atividade (art. 966 do Código Civil
de 2002). Portanto, há aqueles que, mesmo exercendo atividade econômica, não são
considerados empresários, seja por expressa exclusão prevista em lei (parágrafo único
do art. 966 do Código Civil de 2002), seja pela ausência de organização dos fatores
de produção ao desenvolver a atividade. Frise-se que o empresário, ou seja, aquele
que exerce a atividade empresarial, tanto pode ser uma pessoa jurídica como uma
pessoa física.
De acordo com o parágrafo único do art. 966, do Código Civil de 2002, aqueles que
exercem profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o
concurso de auxiliares ou colaboradores, em princípio, não são considerados empresários e,
por consequência, sua atividade não é considerada empresarial. No entanto, a parte final
do mesmo dispositivo ressalva a hipótese de o exercício da referida profissão constituir
elemento de empresa, de forma que, se presente a organização da atividade econômica,
típica da atividade empresarial, esta passa a ser assim reconhecida.
No entanto, a definição adotada pelo art. 2.º, caput, da CLT apresenta importantes
efeitos práticos em questões envolvendo a sucessão trabalhista, no sentido de que o
empregador é a empresa, independentemente de modificações na sua titularidade ou
propriedade (arts. 10 e 448 da CLT).
Cabe ressaltar que o art. 7.º, a, da CLT estabelece que os preceitos contidos na
Consolidação das Leis do Trabalho não se aplicam “aos empregados domésticos”, sendo
que estes possuem lei específica, já estudada. Atualmente, na verdade, observadas as
peculiaridades do trabalho doméstico, a ele também se aplica, subsidiariamente, a
Consolidação das Leis do Trabalho, conforme art. 19 da Lei Complementar 150/2015.
O condomínio também pode ser empregador, ainda que não exerça atividade
econômica ou lucrativa propriamente, não sendo, portanto, empresa no sentido técnico do
termo. É óbvio que não se pode confundir o condomínio com a empresa que administra
condomínios.
A Lei 2.757, de 23 de abril de 1956, em seu art. 1.º, esclareceu que são excluídos das
disposições do art. 7.º, a, da CLT “os empregados porteiros, zeladores, faxineiros e serventes
de prédios de apartamentos residenciais, desde que a serviço da administração do edifício
e não de cada condômino em particular”. Assim, o condomínio encontra-se inserido como
empregador por equiparação (art. 2.º, § 1.º, in fine, da CLT). Frise-se que somente os
empregados a serviço de condômino em particular é que, em tese, serão empregados
domésticos. Quanto aos empregados arrolados pela Lei 2.757/1956, não são domésticos.
Portanto, o condomínio, por expressa disposição de lei, é verdadeiro empregador, não
doméstico, quando possua empregado, aplicando-se as disposições da CLT.
GRUPO DE EMPRESAS
Por outro lado, o grupo econômico também não é forma de incorporação de uma
empresa por outra, sendo certo que os entes integrantes da coligação permanecem com
personalidades jurídicas e patrimônio distintos, embora, para fins trabalhistas, possam ser
chamados à responsabilidade pelos empregados contratados pelas empresas integrantes
do grupo.
• Responsabilidade:
§2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou
administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua
autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente
pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.
Importante destacar que a Reforma Trabalhista não substituiu o grupo vertical pelo
grupo horizontal. O que houve foi uma ampliação do instituto: além do tradicional grupo
econômico formado por subordinação (controle, direção ou administração) a uma empresa
líder, também será possível o reconhecimento do grupo econômico entre empresas que não
possuam qualquer relação hierárquica, conquanto estejam coligadas no desenvolvimento
de sua atividade econômica.