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1 SÉRIE
ENSINO MÉDIO
Caderno do Aluno
Volume 1

GEOGRAFIA
Ciências Humanas
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO ALUNO

GEOGRAFIA
ENSINO MÉDIO
1a SÉRIE
VOLUME 1

Nova edição

2014 - 2017

São Paulo
Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretário-Adjunto
João Cardoso Palma Filho
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da
Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gestão de
Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informação,
Monitoramento e Avaliação
Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assunção
Coordenadora de Infraestrutura e
Serviços Escolares
Ana Leonor Sala Alonso
Coordenadora de Orçamento e
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
Caro(a) aluno(a),

Agora, na 1a série do Ensino Médio, você está convidado(a) a retomar os conceitos, temas e
conteúdos estudados no Ensino Fundamental de forma bem mais aprofundada.
Começaremos pelo estudo da Cartografia, instrumento fundamental para o conhecimento geo-
gráfico. Neste volume você terá a oportunidade de ampliar o seu conhecimento sobre os elementos
fundamentais de construção do mapa: projeção, escala, métrica e linguagem. Compreenderá que a
Cartografia deve ser tida como uma linguagem indispensável, que propicia um acesso importante
às realidades espaciais.
As relações, as transformações da realidade das sociedades e os arranjos mundiais de poder no
mundo contemporâneo também são considerados nas atividades e Situações de Aprendizagem,
principalmente por meio da abordagem sobre a ordem mundial construída pela ação geopolítica,
o papel dos Estados Unidos e os conflitos regionais.
Os estudos sobre globalização também serão retomados, agora com maior enfoque a dois im-
portantes aspectos deste fenômeno: a base geográfica pela qual a globalização está assentada, ou seja,
as redes geográficas, que dão suporte para que tanto os fluxos materiais (de pessoas, de objetos, de
mercadorias) quanto imateriais (informações culturais, financeiras, políticas etc.) se tornem cada
vez mais acelerados; e o peso da economia globalizada, que coloca em evidência a fragilidade de
muitos países ante esta ordem mundial.
Com o advento de novas tecnologias, tornou-se possível uma melhor mobilidade espacial, sen-
do possível viajar longas distâncias em questões de horas, ou poucos dias. A internet, por exemplo,
permite-nos estar cada vez mais conectados às redes sociais, de comunicação, entre outras. Atual-
mente, em instantes, somos informados sobre o que está acontecendo do outro lado do planeta.
Com um clique, temos acesso aos mais diversos povos e culturas. Com alguns softwares, podemos
“viajar” pelo planeta...
No entanto, sabemos que deslocar-se de um país a outro não é tão simples. Existem regras.
Assim como existem regras que regulam os fluxos materiais e imateriais. Ainda, a internet não é de
domínio igual para todos. Nesse contexto, a questão que se coloca é: quem são os agentes que detêm
o espaço globalizado? Quem o regula? Quem “equaliza” as redes? Espera-se que por meio da inter-
pretação de mapas temáticos, gráficos, iconografias, textos, você possa refletir sobre essas questões e
mais, sensibilizar-se acerca da busca de um bem comum entre os países. Isso é possível?
Bom estudo!
Equipe Curricular de Geografia
Área de Ciências Humanas
Coordenadoria de Gestão da Educação Básica – CGEB
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
Geografia – 1a série – Volume 1

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
OS ELEMENTOS QUE CONSTITUEM OS MAPAS:
OS RECURSOS, AS ESCOLHAS E OS INTERESSES

Leitura e análise de mapa

1. Veja o mapa entregue pelo seu professor e/ou indicado em seu livro didático. Para começar, observe
o mapa diretamente, mas sem olhar o título e a legenda. Discuta com seus colegas e registre:

a) O que o mapa está representando (por exemplo: distribuição da população, de cidades, de


escolas em um país, da vegetação, altitudes do relevo etc.)?

b) Qual é a situação geográfica do(s) fenômeno(s) representado(s) no mapa?

c) Você sabia que vários mapas publicados em jornais e revistas (e também em livros didáticos e
atlas geográficos escolares) podem conter erros cartográficos (erros de linguagem)? Você acha
que o mapa examinado por você tem erros? Justifique.

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Geografia – 1a série – Volume 1

2. Analise o mapa a seguir e responda às questões.


Expectativa de vida, 2009

Atelier de cartographie de Sciences Po, 2012


47 58 69 75 83 ausência
de dados
método estatístico: médias ajustadas
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS), www.who.org

Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/fr/expectativa-de-vida-2009>. Acesso em: 5 nov. 2013. Mapa
original (base cartográfica com generalização; algumas feições do território não estão representadas em detalhe; sem escala; sem indicação de norte geográfico).

a) O que o mapa está representando?

b) Em quais países/regiões se encontram as maiores e as menores concentrações do fenômeno


representado? E as situações intermediárias? Em síntese: o que é possível dizer a respeito da
expectativa de vida no mundo?

c) Esse mapa não tem erros cartográficos. Justifique essa afirmação.

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Geografia – 1a série – Volume 1

Leitura e análise de mapa

Observe o mapa a seguir.

Atelier de Cartographie de Sciences Po. Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do território não estão representadas
em detalhe; sem escala; sem indicação de norte geográfico).

1. Responda, analisando o mapa, sem olhar para o título e a legenda:

a) O que esse mapa está representando?

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Geografia – 1a série – Volume 1

b) O que representam os círculos? O que significam os círculos maiores? E os menores? Onde


se concentram mais círculos?

c) O que representam as tonalidades de cor laranja no interior dos círculos? O que significa a
tonalidade mais escura? E a mais clara?

d) Onde há a predominância de círculos com tonalidades de cor laranja mais escuras?

2. Agora, considere os dados que o mapa apresenta:

a) Quais são as três maiores aglomerações urbanas da América do Sul? Qual delas é a mais populosa?

b) Quais são as três maiores aglomerações urbanas da Ásia? Qual é a população absoluta total
em 2010 em cada uma dessas aglomerações?

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Geografia – 1a série – Volume 1

c) Em quais regiões do mundo o fenômeno das grandes aglomerações urbanas é mais represen-
tativo? E onde ele é menos representativo? Com base na análise do mapa, o que mais você
considera importante comentar a respeito desse fenômeno?

d) Cite exemplos de grandes aglomerações que tiveram crescimento mais rápido entre
1990 e 2010.

3. Esse mapa tem erros cartográficos? Quais? Você o considera um bom mapa? Justifique.

4. Qual é o recurso cartográfico utilizado e como é aplicado para comunicar o tamanho das aglo-
merações urbanas? E qual é o recurso (e como é usado) para mostrar velocidades diferentes no
crescimento dessas aglomerações? Você concorda que esses recursos compõem a linguagem do
mapa? Justifique.

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Geografia – 1a série – Volume 1

Leitura e análise de mapa

Sob a orientação do seu professor, você e seus colegas vão explorar os mapas apresentados nas
páginas 11 e 12 e responder às questões a seguir:

1. O que esses mapas estão representando?

2. Quais são as diferenças entre os mapas apresentados e os mapas-múndi que você está habituado
a ver? Explique.

3. Esses quatro mapas apresentam semelhanças e diferenças.

a) Liste e explique algumas semelhanças.

b) Liste e explique algumas diferenças.

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Geografia – 1a série – Volume 1

Projeção de Mercator

Projeção Mercator
0 2 000 km
Escala no Equador:

Planisphère, projection “Mercator”, 2011. Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.
fr/fr/planisph-re-projection-mercator-2011>. Acesso em: 5 nov. 2013. Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas
feições do território não estão representadas em detalhe; sem indicação de norte geográfico).

Projeção de Peters

Carlos A. Furuti. Disponível em: <http://www.progonos.com/furuti/MapProj/Normal/ProjCyl/ProjCEA/>. Acesso em: 23 jul. 2013.


Mapa original (sem escala; sem indicação de norte geográfico).

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Geografia – 1a série – Volume 1

Projeção de Bertin, 1950

Projection J. Bertin, 1950


Planisphère, projection “Bertin1950”, 2011. Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.
fr/fr/planisph-re-projection-bertin1950-2011>. Acesso em: 5 nov. 2013. Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas
feições do território não estão representadas em detalhe; sem escala; sem indicação de norte geográfico).

Projeção de Buckminster Fuller

Projection Buckminster Fuller

Projeção Buckminster Fuller


Planisphère, projection “Buckminster Fuller”, 2011. Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.
sciences-po.fr/fr/planisph-re-projection-buckminster-fuller-2011>. Acesso em: 5 nov. 2013. Mapa original (base cartográfica com
generalização; algumas feições do território não estão representadas em detalhe).

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Geografia – 1a série – Volume 1

Desafio!
Tendo como base o que foi apresentado pelo seu professor e as atividades que você realizou,
responda às questões a seguir.

1. Imagine uma fotografia de 6 x 8 cm retratando uma pessoa de 1,8 metro de corpo inteiro.

a) No que diz respeito às medidas, o que há em comum entre essa fotografia e um mapa?

b) Que nome se dá, em Cartografia, a esse fator de redução?

2. Um mapa-múndi foi reduzido 23 milhões de vezes. Isso quer dizer que a Terra é 23 milhões
de vezes maior que o mapa? Justifique.

3. Se uma pequena cidade tiver de ser representada em um mapa, será preciso reduzir sua área na
mesma proporção em que é necessário reduzir o planeta para representá-lo em um mapa? Por quê?

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Geografia – 1a série – Volume 1

1. Leia o quadro a seguir.

Quadro descritivo das projeções

A deformação do tamanho das superfícies torna-se máxima próxima aos po-


los. Essa projeção exagera visualmente a importância territorial dos países do
Mercator Hemisfério Norte, pois a maior porção das massas continentais dessa região
está localizada nas maiores latitudes, diferentemente das massas continentais
do Hemisfério Sul, que estão concentradas nas proximidades do Equador.
Em comparação com a de Mercator: restabelece o tamanho correto das
Peters superfícies continentais e, com isso, revaloriza visualmente os países do
Hemisfério Sul.
Fiel na relação entre os tamanhos das superfícies dos continentes, é uma
Bertin
das boas soluções para os mapas temáticos, apesar de não ser tão comum.
Buckminster Centrada no Polo Norte, apresenta uma organização dos continentes
Fuller incomum quando comparada às outras projeções.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

a) A projeção de Buckminster Fuller mostra o mundo a partir do Polo Norte. Com base no qua-
dro anterior e no mapa (p. 12), comente as implicações disso para a representação do mundo.

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Geografia – 1a série – Volume 1

b) As outras três projeções (Mercator, Peters e Bertin) mostram o mundo a partir de onde?

2. Leia, a seguir, um pequeno texto sobre uma das projeções apresentadas.

Projeção de Buckminster Fuller

A projeção “Dymaxion”, de Buckminster Fuller, foi concebida para permitir uma melhor com-
preensão das questões humanas e pôr em evidência as relações entre os diferentes povos. É uma
tentativa para encontrar a forma cartográfica mais adequada para a época das telecomunicações em
escala mundial, dos transportes intercontinentais, das interdependências econômicas. Essa projeção
reduz as distorções habituais, fornece uma visão mais precisa das dimensões relativas dos territórios,
dos oceanos e dos mares, e uma imagem menos “hierarquizada” do planeta.
Elaborado por Jaime Tadeu Oliva especialmente para o São Paulo faz escola.

Na passagem do texto em que se diz que essa projeção reduz as distorções habituais, pode-se
entender, então, que ela não possui distorções? Justifique.

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Geografia – 1a série – Volume 1

Leitura e análise de mapa

Veja com atenção o mapa a seguir.

Projeção equidistante cilíndrica ou equirretangular

Carlos A. Furuti. Disponível em: <http://www.progonos.com/furuti/MapProj/Normal/CartProp/DistPres>. Acesso em: 23 jul. 2013.


Mapa original (sem indicação de norte geográfico).

1. Este mapa representa o mundo inteiro, com suas terras emersas e oceanos, em um espaço de
apenas 16 x 8 cm. Como isso é possível?

2. Agora, observe os traços verdes.

a) Você vai notar que, apesar de eles serem do mesmo comprimento, varia a indicação de quilôme-
tros para cada um. Em qual região se localizam os traços com valores mais baixos? E mais altos?

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Geografia – 1a série – Volume 1

b) Há uma correspondência entre o número de centímetros do traço verde, o número de


quilômetros que está indicado nele e o tamanho do terreno que ele demarca? Explique.

c) Escolha dois traços verdes diferentes no mapa. Quanto vale cada centímetro no terreno, no
ponto onde o traço escolhido foi traçado?

3. Compare as seguintes informações sobre dois mapas: o primeiro foi reduzido 23 milhões de
vezes em relação ao terreno que representa (a Terra inteira, por exemplo); o segundo foi reduzido
10 mil vezes em relação a uma pequena cidade. Qual dos dois pode apresentar mais detalhes
do terreno que representa? E se você quiser inserir a pequena cidade no mapa que foi reduzido
23 milhões de vezes, como ela aparecerá?

4. Por que as medidas variam na projeção equidistante?

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Geografia – 1a série – Volume 1

Leitura e análise de mapa

Veja, com bastante atenção, os dois mapas a seguir:


População absoluta, 2000

SASI Group (University of Sheffield) and Mark Newman (University of Michigan). Disponível em:
<http://www.worldmapper.org/display.php?selected=2>. Acesso em: 5 nov. 2013. Mapa original.

Mapa territorial de referência

SASI Group (University of Sheffield) and Mark Newman (University of Michigan). Disponível em:
<http://www.worldmapper.org/display.php?selected=1>. Acesso em: 5 nov. 2013. Mapa original.

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Geografia – 1a série – Volume 1

1. Qual dos dois mapas está mais próximo dos mapas-múndi até agora apresentados? Quais são as
principais diferenças entre o mapa mais incomum e os demais planisférios já apresentados?

2. Com base no mapa População absoluta, 2000, responda às questões a seguir.

a) Quais são os países mais populosos?

b) Quais blocos continentais (ou territórios de países) estão bem alterados, no tamanho e na
forma, ao se comparar esse mapa com outros, mais convencionais?

c) Esse tipo de representação chama-se anamorfose. Procure o significado dessa palavra e relacione-o
com as formas do mapa.

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Geografia – 1a série – Volume 1

Leitura e análise de gráfico e mapa

Veja e analise as variáveis visuais que podem ser utilizadas na elaboração de mapas, gráficos etc.

As variáveis visuais
As variáveis da imagem

y
2 dimensões
do plano
x
4 1 2 4

tamanho e também

valor e também

As variáveis de separação

granulação e também
Benoît MARTIN, dezembro de 2005

cor

orientação e também

forma
Fonte: DURAND, M.-F. et al. Atlas de la
Segundo Jacques Bertin mondialisation. Édition 2008. Paris: Presses
de Sciences Po, 2008. p. 13.

1. Se quisermos mostrar quantidades em um mapa – por exemplo, tamanho de população ou dos


volumes econômicos de comércio –, devemos usar quais variáveis visuais, entre as que estão no
gráfico? Por quê?

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Geografia – 1a série – Volume 1

2. Quando o objetivo de um mapa for mostrar uma ordem, uma gradação – por exemplo, do mais
alto para o mais baixo (relevo), do mais quente para o mais frio (clima) ou do mais rico para o
mais pobre (questões sociais) –, qual variável visual deve ser usada? Justifique.

3. E se quisermos expor em um mapa onde se localizam fenômenos diferentes – por exemplo,


recursos naturais distintos ou tipos diferentes de uso econômico do território (agricultura,
indústria, mineração etc.) ou, então, simplesmente destacar países ou Estados diferentes em um
mapa –, qual variável visual seria a correta? Por quê?

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Geografia – 1a série – Volume 1

4. O que o mapa a seguir está representando? Por que se utilizou a seta como variável visual para
representar o fenômeno?

Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/fr/exporta-o-de-


produtos-agr-colas-e-aliment-cios-no-mundo-2010>. Acesso em: 5 nov. 2013. Mapa original (base cartográfica com
generalização; algumas feições do território não estão representadas em detalhe; sem escala).

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Geografia – 1a série – Volume 1

Desafio!
Em grupo, selecionem pelo menos cinco mapas de fontes diversas (livros didáticos, atlas
geográficos escolares, revistas, jornais, Cadernos do Aluno etc.) e, seguindo as orientações de
seu professor, analisem cada mapa de acordo com estes critérios:

1. Classifiquem de que tipo eles são, conforme tabela a seguir, justificando a escolha de vocês.

Tipos de mapas
Função Nome
Mostrar quantidades Mapa quantitativo
Colocar ordem em um mesmo fenômeno Mapa ordenado
Mostrar relações entre localidades diferentes e as
Mapa qualitativo
qualidades dessas relações
O fenômeno é a própria medida básica do mapa
Anamorfose
(não usa as medidas do terreno)
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

2. Indiquem se os mapas possuem erros cartográficos, de que tipo são esses erros e como vocês
acham que deveria ser a representação correta.

3. Ao final da análise, respondam: é possível um único mapa trabalhar com duas variáveis
visuais (por exemplo, um mapa ser quantitativo e ordenado ao mesmo tempo)? Há
algum exemplo nos mapas selecionados que vocês podem indicar? E no Caderno do
Aluno? Justifiquem.

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Geografia – 1a série – Volume 1

4. Observem atentamente os mapas a seguir e classifiquem-nos de acordo com o quadro Tipos


de mapas (p.23):
a) Mapa
Bacias hidrográficas dos grandes rios e fronteiras estatais, 2010

Atelier de cartographie de Sciences Po, 2010


bacias dos
principais rios

fronteiras
Fonte: World Resources Institute, fronteiras contestadas
Earth Trends, Environmental Information,
http://earthtrends.wri.org (nomenclatura da ONU)
Segundo Marie-Françoise DURAND, Philippe COPINSCHI, Benoît MARTIN, Patrice MITRANO,
Delphine PLACIDI-FROT, Atlas de la mondialisation, dossier spécial Russie, Paris, Presses de Sciences Po, 2010

Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/fr/bacias-hidrogr-fica-dos-


grandes-rios-e-fronteiras-estatais-2010>. Acesso em: 5 nov. 2013. Mapa original (base cartográfica com generalização;
algumas feições do território não estão representadas em detalhe; sem escala; sem indicação de norte geográfico).

b) Mapa

Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/fr/com-rcio-de-petr-leo-


2005-e-2011>. Acesso em: 5 nov. 2013. Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do território não
estão representadas em detalhe; sem escala; sem indicação de norte geográfico).

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Geografia – 1a série – Volume 1

c) Mapa
Assinaturas de celular, 2010

Atelier de cartographie de Sciences Po, 2012


Por 100 pessoas
ausência
de dados
1,2 53 92 126 206
método estatístico: médias ajustadas
Fonte: UNESCO, www.uis.unesco.org

Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/fr/assinaturas-de-celu-


lar-2010>. Acesso em: 5 nov. 2013. Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do território
não estão representadas em detalhe; sem escala; sem indicação de norte geográfico).

d) Mapa
População em 2050

SASI Group (University of Sheffield) and Mark Newman (University of Michigan).


Disponível em: <http://www.worldmapper.org/display.php?selected=11>. Acesso em: 21 nov. 2013.

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Geografia – 1a série – Volume 1

Em seu caderno, elabore um texto para responder à seguinte questão: Mapas representam a verda-
de das superfícies terrestres, ou são criações humanas, úteis, porém imperfeitas e subjetivas?

VOCÊ APRENDEU?

Considerando todos os mapas vistos e analisados, responda às questões a seguir.

1. Quais são os elementos cartográficos até aqui identificados nesta Situação de Aprendizagem?

2. Que referências de medidas são utilizadas para chegar à escala e às projeções?

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Geografia – 1a série – Volume 1

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Geografia – 1a série – Volume 1

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
O SENSORIAMENTO REMOTO: A DEMOCRATIZAÇÃO
DAS INFORMAÇÕES

Veja a imagem de satélite na próxima página, que mostra o mundo à noite.


1. A imagem de satélite representa de forma plana a superfície da Terra, que é curva. Isso pode ser
feito sem criar uma projeção, sem a aplicação de uma escala de redução? Pode-se dizer que a
imagem de satélite tem as mesmas distorções de um mapa? Explique.

2. É possível que uma única imagem de satélite represente toda a Terra à noite? Justifique.

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© Nasa

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Geografia – 1a série – Volume 1

O mundo à noite: imagem de satélite. Fonte: <http://visibleearth.nasa.gov/view.php?id=55167>. Acesso em: 12 nov. 2013.
Geografia – 1a série – Volume 1

3. Essa imagem é uma montagem. Isso abre possibilidades para equívocos e/ou distorções
intencionais? Justifique.

4. Qual das representações, mapa ou imagem, é a que melhor expressa a realidade? Justifique.

Compare a imagem O mundo à noite: imagem de satélite (p. 29) com o mapa Evolução das
150 metrópoles mais populosas, 2010 (p. 7). Para tanto, utilize o roteiro a seguir e, em seu caderno,
escreva um texto apresentando os resultados obtidos.

Ɣ Compare as zonas com maior concentração de iluminação com as de maior aglomeração


urbana e veja se há alguma coincidência.
Ɣ Identifique as zonas mais intensas e as mais dispersas de iluminação no território dos Estados
Unidos da América e compare se há outras situações como essa na imagem. Por exemplo:
é assim na Índia ou na China?
Ɣ Identifique as zonas mais iluminadas da imagem e, observando o mapa, descreva a
urbanização ali existente.
Ɣ Comente no seu texto se o uso conjunto da imagem de satélite e do mapa das metrópoles
mais populosas acrescentou mais informações e enriqueceu a visão espacial do fenômeno
urbano no mundo.

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Geografia – 1a série – Volume 1

1. Leia o texto considerando o roteiro a seguir.

Ɣ Ao longo da leitura individual, grife as palavras que desconhece e os trechos que gerarem
dúvidas.
Ɣ Em dupla, procure descobrir o significado das palavras já destacadas e os termos e passagens
que vocês grifaram no texto, anotando-os em seu caderno.
Ɣ Ainda em dupla, releia o texto e destaque as definições e as passagens principais (por exem-
plo, o que é sensoriamento remoto, o que é o sensoriamento suborbital, o que é o sensoria-
mento orbital, o que o sensoriamento remoto orbital pode nos informar etc.).

Sensoriamento remoto
Remoto quer dizer distante, logo, o sensoriamento remoto é um meio para a obtenção de in-
formações a distância. O sensor capta a interação dos objetos com a radiação eletromagnética,
e essa interação é transformada em informação. Esse é um dos tipos de sensor que existem.
As fotografias aéreas são outro produto do sensoriamento remoto, podendo ser utilizadas,
por exemplo, para produção de mapas. Elas são obtidas no chamado nível suborbital. No nível
orbital (sensores óticos orbitais localizados em satélites) são coletadas informações meteoro-
lógicas, úteis para previsões do tempo, por exemplo. Mas um uso fundamental das imagens
de satélite está ligado ao estudo e à localização de recursos naturais, como no caso do satélite
Landsat.
As condições orbitais em que se encontram os satélites permitem que suas imagens cubram
grandes extensões da superfície terrestre de forma repetitiva. Permitem também a coleta de infor-
mações em diferentes épocas do ano e em anos distintos, o que facilita os estudos dinâmicos em
diferentes escalas, desde as continentais e as regionais até as locais, como, por exemplo, disponi-
bilizar a imagem de uma casa.
Além de desenvolver mapas, o sensoriamento remoto permite, ainda, obter informações
sobre áreas minerais, bacias de drenagem, agricultura, florestas; fazer previsões com relação
ao planejamento urbano e regional; monitorar desastres ambientais, como enchentes, polui-
ção de rios e reservatórios, erosão, deslizamentos de terras, secas; monitorar desmatamentos;
realizar estudos sobre correntes oceânicas e movimentação de cardumes, aumentando, assim,
a produtividade da atividade pesqueira; realizar estudos para a construção de rodovias e li-
nhas de fibra ótica; fazer estimativas de áreas plantadas em propriedades rurais para fins de
fiscalização do crédito agrícola; identificar áreas de preservação permanente e avaliar o uso

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Geografia – 1a série – Volume 1

do solo; implantar polos turísticos ou industriais; avaliar o impacto da instalação de rodovias,


ferrovias ou de reservatórios etc.
Os dados obtidos por sensoriamento remoto contribuem para o desenvolvimento do plane-
jamento regional, ao disponibilizar informações privilegiadas, que, depois de cruzadas com dados
socioeconômicos, permitem estabelecer panoramas de alta confiabilidade com relação às reais
necessidades dos municípios, apontando áreas de vulnerabilidade ambiental.
Elaborado por Jaime Tadeu Oliva especialmente para o São Paulo faz escola.

a) Como funciona o sensor remoto para a obtenção de imagens de satélite?

b) Quais são os principais usos do sensoriamento remoto?

2. Examine detidamente o quadro a seguir.

Satélite geoestacionário Satélite orbital


Tem uma órbita equatorial e movimenta-se com Percorre uma órbita em torno da Terra,
velocidade coincidente com a de rotação da Terra. circulando-a várias vezes por dia.
Pode captar muitas imagens de uma mesma Pode captar imagens de diversas porções
porção da superfície terrestre em um curto da superfície terrestre, registrando-as
intervalo de tempo. com detalhes.
Por fornecer dados contínuos, é apropriado Apropriado para produzir informações
para acompanhar dinâmicas locais e a evolução mais detalhadas e precisas, algumas das
de eventos, como a incidência de queimadas quais não seriam possíveis de ser obtidas
na Amazônia, sendo também usado na área de de outra forma.
telecomunicações.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

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Geografia – 1a série – Volume 1

a) Considerando o quadro e a análise realizada, defina o que é um sensor remoto orbital e res-
ponda se existem satélites com essa tecnologia.

b) Qual dos dois tipos de satélite – geoestacionário ou orbital – é mais adequado para acompanhar
a evolução de fenômenos (captados em imagens) durante um curto espaço de tempo? Por quê?

c) Qual dos dois tipos de satélite – geoestacionário ou orbital – pode obter imagens mais amplas da
superfície terrestre? Por quê?

Veja a imagem de satélite a seguir para responder às questões.

1. Qual parte do globo terrestre a imagem mostra?

2. Que fenômeno da natureza ficou registrado na imagem? Por que se retrata regularmente o fenô-
meno em destaque na imagem?

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Geografia – 1a série – Volume 1

3. Essa imagem foi registrada por um satélite geoestacionário. Em que posição em relação à Terra
se encontrava esse satélite para poder tirar essa foto?
© Depto de Satélites Ambientais do INPE

Fonte: Departamento de Satélites Ambientais do INPE (12 mar. 2008). Disponível em:
<http://www.cpa.unicamp.br/atualizacoes-regulares/imagens-de-satelite-goes.html>. Acesso em: 12 nov. 2013.

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Geografia – 1a série – Volume 1

Você e seus colegas, sob orientação do seu professor, vão realizar uma pesquisa sobre imagens
de satélite presentes em nosso cotidiano. Para tanto, considerem o roteiro a seguir.

1. Individualmente, coletem imagens de satélite disponíveis em jornais e revistas (caso não as


encontrem, vocês podem buscá-las em livros didáticos e paradidáticos, atlas geográficos escolares
etc.). Cataloguem cada uma delas de acordo com os seguintes critérios:

Ɣ tema da imagem (clima, desmatamento, urbano etc.);


Ɣ extensão coberta pela imagem (por exemplo: América do Sul, Brasil ou uma cidade);
Ɣ veículo no qual a imagem foi publicada (jornal ou revista);
Ɣ data da publicação e da imagem (se houver);
Ɣ periodicidade da seção na qual a imagem foi publicada (se a imagem aparece em uma
seção periódica ou em uma publicação eventual, associada a um assunto específico).

2. Em grupo, analisem o resultado da coleta que cada um fez e, com esse material organizado,
elaborem, em uma folha avulsa, um relatório sobre as imagens de satélites que estão presentes
em nosso cotidiano. Devem integrar os relatórios itens como:

Ɣ para que servem as imagens e qual o uso que as pessoas podem fazer delas;
Ɣ o que as imagens relativas a um mesmo fenômeno permitem conhecer deste fenômeno
(um exemplo: há muitas informações recentes sobre o desmatamento na Amazônia,
e é bem provável que vocês terminem encontrando imagens que os ajudem a ter uma
visão de conjunto desse fenômeno).

Em seu caderno, faça um texto para discutir a importância das imagens de satélite com base nas
questões a seguir.

Ɣ Qual é a utilidade das imagens de satélite para a previsão dos fenômenos climáticos (se for
necessário, faça uma pequena pesquisa no seu livro didático, ou em outro material ou fonte)?
Ɣ Qual é o tipo de satélite ideal para o monitoramento climático: geoestacionário ou orbital?
Justifique no texto a sua opção.

35
Geografia – 1a série – Volume 1

36
Geografia – 1a série – Volume 1

?
!
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
GEOPOLÍTICA: O PAPEL DOS ESTADOS UNIDOS E
A NOVA “DESORDEM” MUNDIAL

Para começo de conversa


1. Existe um termo muito utilizado para se falar da situação mundial, das relações e dos conflitos
internacionais: “geopolítica”. O que há por trás dessa palavra que mistura os termos “geo” e
“política”? Será uma mistura de geografia e política? Justifique sua resposta.

2. A invasão do Iraque pelos Estados Unidos da América, em 2003, derrubou o presidente


Saddam Hussein.
a) A Organização das Nações Unidas (ONU), fundada em outubro de 1945, após o fim da
Segunda Guerra Mundial, tem como uma de suas funções tentar resolver conflitos interna-
cionais. A invasão do Iraque pelos EUA foi discutida na ONU? Por qual órgão da entidade?
Que países participaram dessa discussão?

b) A ONU aprovou a invasão? Todos os países estavam de acordo com os EUA? Em caso nega-
tivo, quais se manifestaram contra?

c) Um ano antes de ocupar o Iraque, os EUA invadiram o Afeganistão. Onde se localizam esses
dois países? O que você sabe a respeito dessa região do mundo?

37
Geografia – 1a série – Volume 1

d) Por que, em um prazo tão curto, os EUA invadiram militarmente o Afeganistão e o Iraque?
Qual é a relação dessa invasão com o atentado terrorista aos EUA, em 11 de setembro de
2001? Justifique.

Leitura e análise de mapa

Para responder às questões, veja o mapa a seguir, que mostra uma ideia de “ordem mundial”.

1. Procure localizar e identificar as áreas onde havia fronteiras fechadas durante a Guerra Fria
(observe a legenda, se necessário).

2. O que esse fechamento de fronteiras simbolizava? Teria ele relação com a ampliação das relações
das superpotências da época? Quais eram essas superpotências?

3. Você sabia que a área sob influência da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi
chamada de Cortina de Ferro e procurava se fechar à influência da superpotência estadunidense?
Esse fato não indica a grande importância existente na capacidade geográfica dos países de atuar
na arena internacional? Justifique.

38
A BIPOLARIDADE E A ORDEM WESTFALIANA - 1950-1980

Irlanda Coreia, 1950-53

País Basco
Ex-Iugoslávia
Cuba 1962
Curdistão
Saara Ocid. Indochina, Vietnã

39
Nicarágua 1945-75
1979-90
Sri Lanka
Geografia – 1a série – Volume 1

Nigéria 1970-75 A bipolaridade


Etiópia Países ligados
Somália aos EUA por um acordo
militar, como a Otan
Grandes Lagos Outros países ligados
anos 1960 e 1990 ao bloco do Oeste (1980)
Os territórios Países ligados à URSS
por um acordo militar,
Fronteiras “fechadas” como o Pacto de Varsóvia
pela Guerra Fria
Outros países ligados
“Implante” do Estado ao bloco do Leste (em torno de 1980)
Conflitos ligados à definição Conflitos ou crises ligados

Oficina de cartografia da Sciences Po,


R. GIMENO, C. GOIRAND, outubro de 1998
Projeção de J. Bertin, 1950

das identidades territoriais ou separatistas ao enfrentamento Leste-Oeste


La bipolarité et l’ordre westphalien (1950-1980). Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/fr/guerre-froide-1950-1980>. Acesso em: 5 nov. 2013.
Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do território não estão representadas em detalhe; sem escala; sem indicação de norte geográfico). Tradução: Renée Zicman.
Geografia – 1a série – Volume 1

Observe o quadro:

Força Força Força geográfica


País Força militar
econômica cultural (força espacial)
EUA + + + + + + + + + + + + + + + +
França + + + + + + + + + +
Alemanha – + + + + + + + +
Japão – + + + + + + + + +
Reino Unido (Inglaterra) + + + + + + + + + + +
China + + + + + + + + + +
Índia + + + + + + + + +
Espanha + + + + + + +
Rússia + + + + + + + + +
Brasil – + + + +
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

1. Defina os elementos presentes no quadro.

Força militar

Força econômica

Força cultural

Força geográfica
(força espacial)

2. Quais países podem ser designados como superpotências e quais seriam apenas potências?

40
Geografia – 1a série – Volume 1

3. Qual seria a força geográfica exercida pelo Brasil? Justifique.

Leitura e análise de texto

Leia o texto e assinale todas as passagens que abordam as ações do governo dos EUA voltadas
para o exterior com vistas a: a) ampliar seu território; b) proteger seu território; c) aumentar sua
influência regional. Para cada tipo de ação, use uma cor diferente para grifar o texto.

A “vocação” geopolítica dos EUA


No curso da história, a potência de um Estado nacional territorial se manifestou por ações de
dominação, tanto econômicas como culturais; pela conquista de territórios, quando populações fo-
ram destruídas, submetidas, assimiladas ou incorporadas ao Estado mais poderoso. Mas a potência
também se manifestou como proteção com relação aos Estados mais frágeis. Aumentar o número
de aliados, em especial, se são vizinhos, ajudou a resistir a invasões e agressões de outras potências.
Os EUA, a grande superpotência do mundo contemporâneo, inscreve-se nessa história
desde a sua independência. Um marco notório da sua postura geopolítica ativa ficou conhecido
como a Doutrina Monroe. Em 2 de dezembro de 1823, o presidente James Monroe enviou ao
Congresso estadunidense a seguinte mensagem:
“Julgamos propícia esta ocasião para afirmar, como um princípio que afeta os direitos e
interesses dos Estados Unidos, que os continentes americanos, em virtude da condição livre
e independente que adquiriram e conservam, não podem mais ser considerados, no futuro,
como suscetíveis de colonização por nenhuma potência europeia.”
A prevenção contra as potências colonizadoras europeias da época, para proteção de seu territó-
rio em constituição, passava pela aliança com os países vizinhos das Américas do Norte, Central
e do Sul e pelo apoio a esses países contra essas mesmas potências. Aliás, Monroe foi o primeiro
presidente a reconhecer as colônias espanholas como independentes. Pode-se afirmar que nesse
momento apenas se configurava o que já havia sido fecundado anteriormente e enunciado pe-
los seus primeiros presidentes, como George Washington e Thomas Jefferson.
Posteriormente, respaldados nessa visão geopolítica de proteção contra outras po-
tências, os EUA partiram para a ampliação do seu próprio território. Além de acordos
amigáveis e da compra de territórios, os EUA também fizeram guerras e submeteram ou-
tros povos, como testemunham as brutais ações militares contra indígenas e mexicanos
durante o processo de ampliação do território estadunidense para o Oeste (chegando até
o Oceano Pacífico) e para o Sul.
Alguns anos depois, um novo presidente, James Knox Polk, exacerbou o conteúdo da
Doutrina Monroe, que pregava “a América para americanos”. Com Polk, ampliou-se a in-

41
Geografia – 1a série – Volume 1

fluência direta no contexto americano, o que já mostrava o país como potência que criava uma
ordem regional, no caso. Este presidente defendia a ideia de que os EUA estariam abertos a
qualquer país que estivesse disposto a anexar-se a eles. Na verdade, isso pode ser interpretado
como uma justificativa para a anexação de antigas áreas coloniais espanholas: Texas, Novo
México, Califórnia, Colorado, Utah e Arizona, que estavam associadas ao México. Com isso,
este último foi despojado de ⅔ do seu território na época.
Em meados do século XIX, a ampliação do território dos EUA continuava alternando compras,
acordos e anexações. Os Estados Unidos adquiriram dimensões continentais. Mas àquela altura o
país dividia-se internamente entre os interesses do Norte, que almejava modernização econômica e
o fim da escravidão, e os interesses do Sul, dominado por uma aristocracia agrária sustentada pela
escravidão. Esses interesses inconciliáveis redundaram em uma guerra civil que terminaria com a
derrota do Sul. A partir desse momento, o país entrou em um período de grande desenvolvimento.
A expansão da rede ferroviária e de comunicação teve um papel fundamental na consoli-
dação geográfica desse território continental e na coesão de uma sociedade ainda desarticulada.
Some-se a isso o enorme desenvolvimento agrícola no Sul e no Oeste, que de nada adiantaria se
o escoamento dessa produção não fosse protegido por uma legislação que garantisse reserva de
mercado e restringisse produtos estrangeiros, o que é um exemplo de ação geopolítica. Tudo isso
contribuiu para que os EUA alcançassem a liderança política nas Américas, acentuada por ações
cada vez mais agressivas nas Américas Central e do Sul. Na época já se falava no imperialismo
estadunidense, expressão até hoje brandida por muitas lideranças e forças políticas do continente.
No século XX, por exemplo, a América Central foi alvo de uma formidável ação geopolí-
tica dos EUA, ação essa caracterizada pelo expansionismo econômico e pelo militarismo prote-
tor. Os investimentos na área foram significativos, passando inclusive pela construção de uma
infraestrutura de grande porte: o Canal do Panamá.
Quando esse investimento correu o risco de ser “apropriado” pelas forças locais dos países
da América Central, ações intervencionistas foram realizadas em nome da liberdade, da demo-
cracia, figuras de um bem comum que não existem realmente. Isso deixa esse intervencionismo
nu, revelando sua verdadeira motivação: os interesses próprios dos EUA e a autoproteção, a
qualquer custo e em qualquer território, de seus negócios.
Elaborado por Jaime Tadeu Oliva especialmente para o São Paulo faz escola.

1. Complete o quadro a seguir, sintetizando os aspectos abordados no texto.

Ações do governo estadunidense voltadas para o exterior com vistas a:


Ampliar seu
território
Proteger seu
território
Aumentar sua
influência regional

42
Geografia – 1a série – Volume 1

2. Comparando-se essa trajetória dos EUA com a do Brasil, haveria aspectos semelhantes no que
diz respeito às ações em relação aos seus vizinhos e ao mundo? Justifique.

3. Considerando o que foi lido, você acha que se pode definir geopolítica como aquela ação voltada
para o exterior (para os vizinhos e o mundo), visando à defesa dos interesses e às estratégias de
expansão do poder de uma nação? Justifique, usando o exemplo dos EUA.

4. O Estado nacional e territorial dos EUA (a sociedade estadunidense) declararam seus motivos
para invadir o Iraque. Que outros motivos pode ter tido o governo estadunidense para essa in-
vasão? Justifique com base no texto.

5. O que faz que o governo e o Congresso estadunidense, sua população, enfim, decidam pela guer-
ra, se outros países, até mesmo os aliados, são contra? Essa ousadia geopolítica dos EUA pode
ser atribuída à sua condição de única superpotência contemporânea? Argumente.

43
Geografia – 1a série – Volume 1

APRENDENDO A APRENDER

A história da formação dos EUA como uma superpotência pode ser objeto de várias ativi-
dades de aprofundamento. E aqui você pode aproveitar uma oportunidade que vem do próprio
poderio dos EUA: o cinema estadunidense. Essa manifestação é muito familiar: está em grande
quantidade nas salas de cinema, mas também nas videolocadoras e na televisão. Além da diversão,
com orientação, é possível usar os filmes dos EUA como fonte de aprendizado da geopolítica em
si e da ação geopolítica estadunidense no mundo. Você já reparou quantos filmes de guerra o cinema
americano produz? Você já notou que existem filmes que já representam episódios da história recen-
te, como a guerra no Iraque? Quando você assistir a um filme dessa natureza, procure ficar atento
às localidades; às questões levantadas; aos interesses que estão em jogo etc. Tudo isso é bastante útil.

Leia o texto a seguir, que aborda ações recentes dos EUA no mundo. Ele traz um conjunto de
termos muito usados nas discussões conflituosas das relações internacionais (geopolítica, imperia-
lismo, doutrina, barbárie, terrorismo, medidas de exceção etc.). Grife todos aqueles que não foram
compreendidos, procure seus significados no dicionário e registre-os em seu caderno.

A Doutrina Bush e “A Síndrome do 11 de setembro”

Após o ano de 2001, uma data ganhou a condição de síndrome mundial – o 11 de


setembro. A história é recheada de eventos que adquirem significados extremamente
reveladores, pois representam continuidades e descontinuidades, atingindo o imaginá-
rio de uma forma tal que, a partir de um dado momento, o que ainda não é percebido,
ganha novos contornos. Assim ocorreu com o 11 de setembro de 2001. Após esses seis
anos, com a dissipação da poeira da História, é possível compreender melhor as razões e
os propósitos que justificam a escalada do terror e as novas cartadas em jogo no sistema
internacional. [...]
A Doutrina Bush é a Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, encaminhada pelo pre-
sidente George W. Bush ao Congresso em setembro de 2002, sob o impacto dos atentados de
11 de setembro de 2001, e revista no segundo mandato, em março de 2006. Trata-se, de fato,
de uma articulação de direita que, desde 1970, tenta impor suas ideias para mudar os rumos
da política externa estadunidense, com o intuito de criar as condições para um novo Oriente
Médio, no qual os EUA teriam influências diretas.

44
Geografia – 1a série – Volume 1

Logo após os ataques de 11 de setembro, análises conservadoras apontavam que os futuros


conflitos adviriam de um choque entre o Ocidente, judaico-cristão, e o Oriente, islâmico e multi-
facetado, o que configurava a adoção de uma postura maniqueísta do Bem contra o Mal.
O alvo da Doutrina Bush não se resume, apenas, a combater o terrorismo islâmico. Ela nada
mais é do que o início da aplicação da teoria dos falcões, ou seja, do novo imperialismo alinhado
com Israel. Após o bárbaro ataque às torres gêmeas e ao Pentágono, a sociedade estadunidense, antes
relutante em apoiar projetos de intervenção direta, passou a endossar as medidas de exceção.
A Doutrina Bush, ao criar o “eixo do mal”, criou também as condições para perpetuar o que
o escritor Demétrio Magnoli denomina “época de barbárie”, ou seja, não é uma declaração de
guerra a um Estado, mas ao terror, e este é difuso e não tem residência fixa.
Cabe, sem dúvida, uma reflexão acerca do conceito de terrorismo. Teoricamente considera-se
terrorismo “o uso da violência sistemática, com objetivos políticos, contra civis ou alvos militares
que não estejam em operação de guerra”. Como explicar, porém, ações de Estado como os ataques a
Hiroshima e Nagasaki, ao final de II Guerra Mundial, e as ações israelenses nos territórios palestinos
e agora no Sul do Líbano? Há que se estabelecer uma nova classificação de terrorismo – o de Estado.
E é por meio dele que as potências militares sustentam a tese de que a melhor defesa é o ataque. [...]
SILVA, Angela Corrêa da. A síndrome do 11. Revista Discutindo Geografia. São Paulo: Escala Educacional, 2006. Adaptado.

1. Como aparece a palavra “geopolítica” nesse texto? De que forma ela é empregada para se referir
às estratégias dos EUA no Oriente Médio?

2. Considerando-se a dimensão da geopolítica que corresponde à defesa do seu território, em que


passagem do texto esse aspecto pode ser identificado? Essa dimensão já aparecia nas ações histó-
ricas dos EUA? Vale consultar o texto anterior para essa resposta.

45
Geografia – 1a série – Volume 1

3. Outra dimensão da geopolítica é a ação fora do seu território, procurando aumentar a influência
do país sobre os seus vizinhos, por exemplo. Nesse sentido, compare as ações mencionadas no
texto “A ‘vocação’ geopolítica dos EUA” com as que aparecem no texto “A Doutrina Bush e
‘A Síndrome do 11 de setembro’”. O que mudou?

4. A Doutrina Bush é coerente com a denominada Doutrina Truman. Pode-se dizer que a partir
deste momento as ações geopolíticas estadunidenses já haviam adquirido escala mundial, quer
dizer, tinham extrapolado a escala regional? Justifique.

Desafio!

A proposta agora é aumentar o quadro da página 40 com mais cinco países.


Escolha aqueles sobre os quais você possui informações, ou a respeito dos quais consegue
pesquisar rapidamente. Em seguida, atribua a eles sinais segundo suas forças em cada um dos itens.

Força Força Força Força geográfica


País
militar econômica cultural (força espacial)

46
Geografia – 1a série – Volume 1

Os países que você acrescentou ao quadro, e qualificou com sinais, podem ser chamados de
potências? Eles se encontram em situação próxima ou abaixo do Brasil? Justifique.

Agora, seu desafio é elaborar um mapa que represente, de maneira clara e objetiva, as forças
geopolíticas da atualidade. Para isso, os passos são os seguintes:

Ɣ O que cartografar: o quadro qualitativo da força (militar, econômica, cultural e geográ-


fica) dos países, que pode lhes dar a condição de potência, foi acrescido de mais cinco na-
ções. E todos os integrantes da lista devem ser classificados segundo as quatro categorias do
quadro. Atenção: mesmo que se chegue à conclusão de que existem vários níveis de potên-
cia, para a realização de um mapa que tenha qualidade visual e capacidade comunicativa,
é preciso reduzir a informação visual ao que o olho humano apreende. Por isso, mais de
quatro grupos já começa a escapar dessa capacidade do olho humano.
Quais seriam, então, as quatro categorias de potências? Tal é o destaque dos EUA que não
há sentido em considerá-los em conjunto com outras potências. Trata-se da única superpo-
tência; logo, esse país representará a primeira categoria. A segunda categoria será composta
dos países que podem ser chamados de potência (os que estão no quadro e mais algum que
você tenha acrescentado). A terceira categoria será composta do Brasil e de outros que, na
pesquisa, você tenha considerado razoavelmente próximos ao nosso país. A quarta catego-
ria será dos países restantes.

Ɣ Como cartografar: o primeiro passo será encontrar uma projeção que transmita o que se
quer expressar. Exercite esse mapa nas diversas projeções apresentadas no começo deste
Caderno (p. 11 e 12) e, posteriormente, defina aquela que melhor expressou visualmente a
ordem mundial comandada pelas potências.

Ɣ A linguagem: a ideia dessa cartografia não é mostrar onde ficam os países da tabela, e sim
mostrar as forças diferentes, as diversas condições de potência, da mais forte para a mais fraca.
Assim, é preciso ordenar o fenômeno, o que pode ser feito usando tonalidades de uma única
cor. Escolha essa cor e aplique os tons mais fortes para as maiores potências e os mais fracos
para os países mais frágeis.

47
Geografia – 1a série – Volume 1

Busquem informações sobre os seguintes fatos históricos mencionados no texto “A Doutrina


Bush e ‘A Síndrome do 11 de setembro’” e elaborem, em uma folha avulsa, um texto que explique
a posição geopolítica dos EUA em cada um desses fatos históricos.

Ɣ Ataques a Hiroshima e Nagasaki.

Ɣ Ataques de 11 de setembro de 2001 à Nova Iorque (EUA).

48
Geografia – 1a série – Volume 1

?
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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
OS DESERDADOS NA NOVA ORDEM MUNDIAL:
AS PERSPECTIVAS DE ORDEM MUNDIAL SOLIDÁRIA

Para começo de conversa


Considerando o mundo em que vivemos, você pode afirmar que há paz? Liste os conflitos que
você conhece, os que venham à sua memória. Procure organizá-los do mais antigo ao mais recente
e também situe onde eles ocorreram ou ocorrem.

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Geografia – 1a série – Volume 1

Leitura e análise de mapa

Veja detidamente o mapa a seguir.

Deslocados internos e refugiados segundo ACNUR, situação no final de 2010


Deslocados internos (dentro de um Estado) Rússia
Geórgia
Armênia
Azerbaijão Quirguistão
Bósnia e Herzegovina Sérvia Uzbequistão
Kosovo Turcomenistão
Macedônia Turquia
México Síria Nepal
Chipre Afeganistão
Líbano Iraque Filipinas
Birmânia
Guatemala Argélia Líbia Bangladesh Laos
Israel
Palestina Paquistão
Índia
Tailândia
Mali Níger Chade Iêmen
Senegal Eritreia
Sudão
Colômbia Nigéria Sri Lanka
Rep. Etiópia Somália
Libéria Timor-Leste
Togo C.-Africana Indonésia
Peru Costa do Marfim Uganda
Congo
RDC Quênia
Ruanda
Efetivos Burundi

Efetivos internos 3 672 100 Abreviações:


assistidos pelo ACNUR Angola C. : Croácia, B. : Bósnia e Herzegovina,
1 000 000 P. : Palestina,
Deslocados internos 200 000 Zimbábue J. : Jordânia, U. : Uganda,
mencionados pelo ACNUR 62 000 R. : Ruanda, B. : Burundi.

Refugiados (movimentos

Atelier de cartographie de Sciences Po, 2012


transfronteiriços)
Suécia

Reino Unido Rússia


EUA Ale.
Fr.
C. China
B. Sérvia
Turquia Afeganistão
Síria Irã Butão
Nepal
Iraque
P. J. Birmânia
Argélia Bangladesh
Saara Egito Paquistão
Ocidental Índia Vietnã
Tailândia
Mauritânia Sudão
Chade Eri. Iêmen
Venezuela
Sri Lanka Malásia
Colômbia Costa do Marfim Rep.
Equador Eti. Somália
Libéria C.-Africana
Camarões
RDC U.
Congo Quênia
Quantidade 500 000 R.
B.
1 900 000 100 000 Tanzânia
40 000 Angola
1 030 000 20 000 Zâmbia

Os refugiados palestinos não figuram no mapa. Eles não são da competência do ACNUR, mas da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados
da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA), criada em 1949 e responsável pelos programas de cooperação (educação, saúde, assistência social,
luta contra pobreza, projetos de desenvolvimento). Eles são definidos como aqueles que residiam na Palestina entre junho de 1947 e maio de 1948
e perderam moradia e meios de sobrevivência devido ao conflito árabe-israelense de 1948. Os atuais 5 milhões de refugiados palestinos vivem
na proximidade ou dentro dos 58 campos oficiais (Jordânia, Líbano, Síria, Gaza e Cisjordânia).
Fontes: ACNUR, Statistical Yearbook 2010, Trends in Displacement, Protection and Solutions, Genebra, 2011, www.unhcr.org ;
IMDC, www.internal-displacement.org

Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/fr/deslocados-internos-e-refugiados-segundo-acnur-


situa-o-no-final-de-2010>. Acesso em: 5 nov. 2013. Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do território não estão
representadas em detalhe; sem escala; sem indicação de norte geográfico).

50
Geografia – 1a série – Volume 1

1. Observe a segunda parte da figura, cujo título é Refugiados (movimentos transfronteiriços). Que
mapa é esse? Qual é seu tipo, segundo as classificações feitas na primeira parte deste Caderno?
Qual é a principal variável utilizada?

2. Além de direções, essa variável visual aplicada ao mapa está informando mais alguma coisa?
Justifique.

3. Onde se situam os maiores fluxos de refugiados? Quais são suas principais direções?

4. Qual é a tendência mais comum dos refugiados no seu movimento de fuga?

PESQUISA EM GRUPO

Sob orientação de seu professor, organizem-se


em grupos e façam uma rápida pesquisa sobre uma
das áreas apresentadas no mapa da página 50.
Combine com seu professor
O objetivo é saber, de forma básica, qual conflito como deverão ser apresentadas
está em andamento (guerra entre países, guerra civil), as pesquisas da turma.
suas razões e consequências para a população.

51
Geografia – 1a série – Volume 1

Desafio!
Leia o excerto a seguir, que apresenta um testemunho sobre um dos conflitos notados no
mapa anterior.

Quando Ishmael Beah tinha 12 anos – e Serra Leoa já sofria com os ataques realizados
pela Frente Unida Revolucionária –, ele teve contato com os primeiros refugiados produzidos
pelo início da guerra civil, que passavam por seu vilarejo e contavam histórias terríveis. [...]
Beah ainda não sabia que dentro de alguns meses, em 1993, seria a vez dele de fugir dos rebel-
des e, aos 13, seria obrigado a se juntar ao Exército, tornando-se uma das milhares de crianças-
-soldado que lutariam na guerra civil que deixou milhares de mortos no país de 5 milhões
de habitantes. [...] Para Beah, um ano foi tempo suficiente para ter sua vida completamente
modificada. Dos banhos de rio e partidas de futebol, nada restou. A única preocupação era so-
breviver. Na fuga, perdeu-se de toda a sua família. Passou fome, escapou da morte, presenciou
assassinatos [...]. Quando acreditava que havia alcançado a segurança, recebeu um ultimato do
Exército: todos os “homens” teriam que pegar em armas ou então deixar a cidade. Era matar
ou morrer. [...] Antes da batalha, as crianças recebiam anfetaminas [...]. Para completar, havia
a lavagem cerebral. “Eles manipulam a raiva que você tem por dentro por ter perdido a família.
Eles diziam: “Você perdeu sua família e esses caras são responsáveis por isso. Precisa vingá-los”.
Você não tem outra escolha a não ser acreditar neles”, diz Beah. [...]
SUMMA, Renata. Ex-menino-soldado revive horror da guerra em livro. Folha de S.Paulo, 6 jul. 2007.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0607200710.htm>. Acesso em: 13 jul. 2013.

Debata com seus colegas a respeito das questões a seguir e, ao final, registre suas conclusões.

1. O que justificaria o uso de crianças como soldados em conflitos?

2. Qual é a responsabilidade das potências mundiais no surgimento e na manutenção desses


conflitos?

52
Geografia – 1a série – Volume 1

Leitura e análise de mapa

Observe o mapa a seguir.

APD em dólares por habitante


Ajuda pública ao desenvolvimento (média de 5 anos, 2000-2004)
(países beneficiários) 2,12
1,50
0,80
Média
0,22 mundial
0,05
0
método estatístico:
médias ajustadas com isolamento
dos valores extremos

Estados doadores *

Ausência
de informação

Palau,
Micronésia,
llhas Marshall,
Roberto Gimeno e Oficina de cartografia da Sciences Po,

Nauru, Kiribati,
Ilhas Salomão,
Tuvalu, Samoa,
Vanuatu, Fiji,
Tonga, Ilhas
Cook

MÁXIMA
Taiwan 2,12
Macau 2,03
Índia 1,95
Arábia Saudita 1,93
setembro de 2006

Hong Kong 1,50


Bermudas 1,48
México 1,46
Dominica 1,11
Kuwait 1,06
EAU 1,05 * A Coreia do Sul não é um país
Projeção J. Bertin doador, mas não recebe mais APD

Aide publique au développement (pays bénéficiaires). Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/
10-11_aide_dev_hab_2000-04.jpg>. Acesso em: 23 jul. 2013. Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do território
não estão representadas em detalhe; sem escala; sem indicação de norte geográfico). Tradução: Renée Zicman.

1. Em termos de cartografia, compare esse mapa com o mapa Deslocados internos e refugiados
segundo ACNUR, situação no final de 2010 (p. 50). As representações são diferentes ou seme-
lhantes? Justifique.

2. Quais são os países que mais ajudam no desenvolvimento de outros países? Será a superpotên-
cia? Ou serão outros os principais beneficiadores dos países mais pobres?

53
Geografia – 1a série – Volume 1

3. Na sua opinião, qual é o interesse desses países ao auxiliar os países pobres?

4. Os principais países beneficiados são os mais pobres? O Brasil se enquadra nessa condição?

5. Na América Latina, quais são os países menos beneficiados? Faça uma lista com ao menos cinco
deles e diga se eles estão entre os mais pobres ou entre os mais ricos.

6. Essas ajudas podem ser incluídas no conjunto das ações geopolíticas ou, na verdade, represen-
tam uma ação que foge aos interesses isolados e correspondem à construção de uma nova soli-
dariedade mundial? Justifique.

7. O fato de parte significativa da opinião pública mundial, assim como líderes de instituições e
países importantes, ter se colocado contra a invasão do Iraque pelos Estados Unidos da América,
somado ao avanço das políticas de ajuda internacional (um exemplo encontra-se no mapa em
análise), pode significar um enfraquecimento da geopolítica estadunidense? Justifique.

54
Geografia – 1a série – Volume 1

Depois do atentado terrorista a Nova Iorque, os EUA invadiram o território do Afeganistão,


suposto esconderijo do líder terrorista Osama bin Laden. Devido à operação militar, mais de 1 milhão
de pessoas fugiram para o Paquistão, seu vizinho. Em seu caderno, comente essa situação e compare
com outras situações visualizáveis no mapa de refugiados.

55
Geografia – 1a série – Volume 1

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5
A MUDANÇA DAS DISTÂNCIAS GEOGRÁFICAS
E OS PROCESSOS MIGRATÓRIOS

Para começo de conversa

1. A população brasileira foi formada, em boa medida, por povos vindos de outras partes do mundo,
por processos migratórios estrangeiros. Quais foram os principais grupos que vieram para cá? Quando
vieram e para que parte do nosso território eles se dirigiram?

2. Considerando os grupos citados e a época em que vieram, estime quanto tempo duravam, em
média, as viagens marítimas.

3. Um grupo importante de imigrantes que se estabeleceu no Brasil nas primeiras décadas do século XX foi
o de japoneses. O Brasil é o país que tem a maior comunidade de origem japonesa fora do Japão. Para
fazer o percurso Japão ĺ Brasil, que distância geográfica teve de ser percorrida por esses imigrantes?

56
Geografia – 1a série – Volume 1

Observe a imagem a seguir:

© Cortesia José Giraud/Laire José Giraud


Kasato Maru foi o primeiro navio que trouxe imigrantes japoneses ao Brasil, em 1908.

1. O navio Kasato Maru trouxe os primeiros imigrantes japoneses ao Brasil, em 1908. Considerando
essa data, a distância Japão ĺ Brasil e as características visuais do navio, tente estimar quanto
tempo durou essa viagem.

2. Se o imigrante japonês aqui chegando se arrependesse, seria fácil voltar imediatamente ao Japão?
Justifique.

3. Atualmente, existem muitos brasileiros trabalhando no Japão. Para chegar a esse distante país da
Ásia, quanto tempo leva em média a viagem de avião?

57
Geografia – 1a série – Volume 1

4. Os brasileiros que estão no Japão são imigrantes definitivos ou trabalhadores temporários? Existe
a possibilidade de eles retornarem facilmente ao Brasil?

5. Pode-se afirmar que hoje o Japão ficou mais perto do Brasil? Faz sentido dizer que a distância
geográfica que separa esses dois países tem outro significado em comparação com o tempo de
viagem do Kasato Maru? Justifique.

6. Nos dias atuais, o que permite percorrer essa distância com maior facilidade e rapidez?

Leitura e análise de mapa

Observe o mapa na próxima página e responda às questões.

1. A projeção desse mapa foi apresentada na Situação de Aprendizagem 1. Qual é ela? Quais são
suas características quando comparada a um mapa-múndi que você está acostumado a observar?

2. Nesse mapa estão representados dois aspectos de um mesmo fenômeno, as migrações interna-
cionais. Você consegue identificar onde esses aspectos são mais intensos sem consultar a legen-
da? Com base em sua resposta, explique por que esse é um mapa para ver, e não para ler.

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Geografia – 1a série – Volume 1

Les migrations, fin du XXe siècle. Atelier de Cartographie de Sciences Po. Mapa original (base cartográfica com generalização;
algumas feições do território não estão representadas em detalhe; sem escala; sem indicação de norte geográfico).

3. Nesse mapa estão representados fluxos que correspondem a diferentes quantidades.

a) Qual foi o recurso gráfico usado para dar a ideia de movimento de um continente ou de um
país a outro? Você acha que todos vão entendê-lo da mesma maneira? Por quê?

b) Que variável visual foi utilizada para mostrar que um fluxo tem mais imigrantes que o outro?

c) Cite três países (e/ou regiões) no planeta que estão recebendo os maiores fluxos migratórios.
Na sua opinião, por que eles atraem tantos imigrantes?

d) De quais locais partem esses fluxos migratórios? Se usarmos os pontos cardeais, podemos dizer
que se trata de um movimento migratório sul ĺ norte? O que mais se pode deduzir?

59
Geografia – 1a série – Volume 1

4. Esse mapa também representa a maior ou a menor presença dos imigrantes na composição da
população dos países.

a) Que variável visual é usada nesse caso?

b) Você considera correto escolher a tonalidade mais escura de uma cor para representar maior
intensidade de um fenômeno? Justifique.

c) Considerando a participação dos imigrantes no conjunto das populações dos países, o mapa
nos dá que tipo de informação?

Leia com atenção o quadro a seguir. Comparando-o com o mapa As migrações, final do
século XX (p. 59), indique as quantidades relativas aos fluxos migratórios. Se for preciso, some
alguns valores representados pelas setas. Caso julgue necessário, utilize outro mapa-múndi para
auxiliar na identificação dos diferentes países.

Quantidades relativas
Os grandes sistemas migratórios contemporâneos aos fluxos migratórios
(em milhões)
1. Magreb ĺ França
2. Subcontinente indiano ĺ Inglaterra
3. Oriente Próximo e Cáucaso ĺ Alemanha
4. África Meridional ĺ Europa
5. Índia e Paquistão ĺ países petroleiros do Oriente Médio
6. América do Sul e América Central e Caribe ĺ Estados Unidos

60
Geografia – 1a série – Volume 1

Leitura e análise de gráfico

Veja o gráfico a seguir:

1. Com base no gráfico, o que se pode afir-


mar a respeito dos fluxos migratórios in-
ternacionais?

Fonte: DURAND, M.-F. et al. Atlas de la mondialisation. Édition


2008. Paris: Presses de Sciences Po, 2008. p. 24.

2. O gráfico nos mostra a variação no fluxo de imigrantes direcionado a alguns países. O que ele
revela de mais evidente ao longo do tempo?

3. Compare a evolução dos fluxos de imigrantes na Europa Ocidental e na Argentina.

61
Geografia – 1a série – Volume 1

4. Considerando a participação dos imigrantes no conjunto da população dos EUA e os fluxos (ta-
manho e direção) representados no mapa As migrações, final do século XX (p. 59), você acha que
a participação dos imigrantes na população dos EUA vai diminuir ou aumentar? Por quê?

Em pequenos grupos, considerem os três materiais apresentados:


t o mapa As migrações, final do século XX (p.59);
t o quadro Os grandes sistemas migratórios contemporâneos (p.60);
t o gráfico Evolução dos efetivos de migrantes, 1910-2000 (p.61).
Produzam um relatório sobre um dos sistemas migratórios contemporâneos. Para tal, façam
uma pesquisa sobre o fluxo escolhido. O relatório deverá ter três partes:

Parte 1 – Caracterização do fluxo escolhido


t volumes estatísticos que podem ser extraídos do mapa e do gráfico;
t direções geográficas – origem e destino;
t temporalidades – quando se iniciou, período em que se acelerou, situação atual;
t condição anterior do país (ou da área) que recebe o fluxo – que grau de participação os imi-
grantes já têm na composição da população daquele país.
Parte 2 – Compreensão do sistema migratório
t características econômicas e sociais dos países (e/ou regiões) de onde saíram ou estão saindo
migrantes;
t características econômicas e sociais dos países (e/ou regiões) que receberam ou estão rece-
bendo migrantes.
Parte 3 – Avaliação sobre os fluxos migratórios
A sugestão aqui é realçar a importância da “diminuição das distân-
cias geográficas” e a aceleração das interações entre pessoas. Esses dois
fatores estariam construindo uma globalização das relações humanas
(o aumento da mobilidade geográfica de bens, de mercadorias e pes-
Combinem com
soas para além dos limites territoriais dos países e das regiões vizinhas). seu professor o modo
Uma frase pode inspirar a finalização desse relatório debatido de apresentação do re-
em grupo: “O documento mais importante nesse mundo globali- latório.
zado não é a carteira de identidade, e sim o passaporte”.
62
Geografia – 1a série – Volume 1

1. Leia com atenção as informações que se encontram no quadro a seguir:

Características das migrações internacionais contemporâneas


1. Nos últimos 40 anos, houve o dobro de migração internacional, o que traz muitas difi-
culdades nas relações sociais em várias partes do mundo.
2. São aproximadamente 200 milhões de migrantes internacionais em 2005. Apenas 3% da
população mundial. Eles são: migrantes regulares, clandestinos, refugiados etc.
3. São tanto homens quanto mulheres. E 50% são economicamente ativos.
4. Onze países desenvolvidos concentram 40% dos imigrantes.
5. Não são os mais pobres que migram mais, pois não é fácil migrar (é preciso ser acolhido
e ter recursos, algo que os pobres imigrantes não conseguem facilmente).
6. Aos migrantes propriamente ditos se acrescentam as migrações temporárias: por exemplo,
o turismo, que mobiliza 700 milhões de pessoas ao ano.
7. Para as informações, bens e serviços, não há tanta restrição na circulação, enquanto para a
migração há vários freios. Depois dos anos 1970, as fronteiras estão se fechando aos imi-
grantes, o que fez aumentar o número de imigrantes clandestinos. Por exemplo: seriam
uns 7 milhões nos EUA.
8. Para os países de origem, por vezes as consequências são negativas, como, por exemplo,
no caso da fuga de cérebros; por outras, são positivas para grupos que permanecem, em
razão da remessa de recursos: em 2005 foram 225 bilhões de dólares, o que representa
mais que a ajuda oficial direta para o desenvolvimento. Por vezes, um imigrante sustenta,
em média, dez pessoas no seu país de origem.
Fonte: DURAND, M.-F. et al. Atlas de la mondialisation. Édition 2006. Paris: Presses de Sciences Po, 2006. p. 22-23.

Faça uma redação em seu caderno utilizando as informações presentes nesse quadro, assim
como outras que apareceram na Situação de Aprendizagem. Escolha um dos temas: “A mudança
das distâncias geográficas” ou “Os processos migratórios”.

2. Quais são as facilidades que os migrantes atuais têm em relação aos do passado? Descreva-as
e discuta.

63
Geografia – 1a série – Volume 1

3. Quais são as dificuldades que se impõem ao processo migratório da atualidade? Descreva-as e discuta.

4. Leia com atenção:

A ideia de que o tempo suprime o espaço provém de uma interpretação delirante do encurtamento
das distâncias, com os atuais progressos no uso da velocidade pelas pessoas, coisas e informações. A ver-
dade é que as informações não atingem todos os lugares. [...] É mínima a parcela de pessoas que mesmo
nos países mais ricos se beneficiam plenamente dos novos meios de circulação.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp, 1996. p. 161.

Que aspecto da realidade está sendo destacado pelo autor nesse trecho do texto?

5. Como pode ser explicado o crescimento da migração clandestina em âmbito mundial?

64
Geografia – 1a série – Volume 1

6. Tomando como referência a aceleração dos processos migratórios nos últimos 40 anos, pode-se
afirmar que:

a) Os processos migratórios internacionais se aceleraram bastante, embora o continente euro-


peu não tenha sofrido nenhum tipo de movimentação importante nesse período.

b) Houve um aumento dos processos migratórios – multidirecionais – com o aumento da mo-


bilidade humana, com predomínio de movimentos para os países ricos.

c) As migrações estão intensas com o fim da intolerância étnica, o que significa que independen-
temente da origem do imigrante ele será absorvido no novo país com os direitos de cidadania.

d) Graças às políticas de cooperação entre os países, criou-se um mercado de trabalho na escala


mundial, o que permite uma imigração internacional sem obstáculos.

e) Com a facilidade atual para os imigrantes, eles tendem a se enraizar mais nos seus novos
países, sendo cada vez mais difícil o retorno a seus países de origem.

65
Geografia – 1a série – Volume 1

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6
A GLOBALIZAÇÃO E AS REDES GEOGRÁFICAS

Leitura e análise de mapa

1. Observe o mapa a seguir.


Internautas, 2010

Atelier de cartographie de Sciences Po, 2012


Parcela de internautas
(em %)
ausência
de dados
0,2 14 36 61 95
método estatístico: médias ajustadas

Fonte: União Internacional de Telecomunicações, www.itu.int

Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/fr/internautas-2010-0>.


Acesso em: 5 nov. 2013. Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do território não estão
representadas em detalhe; sem escala; sem indicação de norte geográfico).
a) Que tipo de mapa é esse? Que variável visual está sendo utilizada nessa representação?

b) Identifique onde ocorrem as manifestações mais intensas do fenômeno representado. Cite


algumas áreas (países e/ou regiões) onde isso ocorre.

66
Geografia – 1a série – Volume 1

c) Identifique as áreas onde o fenômeno é menos representativo. Cite pelo menos três países
em diferentes continentes.

d) Por que pode ser dito que esse é um mapa para ver? Justifique.

e) Descreva o mapa. É possível afirmar que o mundo inteiro está cada vez mais presente em cada
lugar? Isso significa que as mesmas coisas estão em todos os lugares?

2. Agora observe o mapa a seguir.


Mundo: posse de computadores pessoais, 2002

SASI Group (University of Sheffield) e Mark Newman (University of Michigan).


Disponível em: <http://www.worldmapper.org/display.php?selected=337>. Acesso em: 24 jul. 2013.
a) Por que, nesse mapa, as extensões dos blocos continentais e dos países foram alteradas em
relação às projeções habituais?

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Geografia – 1a série – Volume 1

b) Tendo ao lado um mapa-múndi convencional (com medidas baseadas no terreno), responda:


considerando os blocos continentais e os países, quais estão com suas extensões diminuídas
na anamorfose?

c) Agora, ao contrário, quais blocos continentais e países estão com suas extensões aumentadas?

d) Como a América do Sul aparece nesse mapa?

3. Com base nos dois mapas anteriores, responda às questões a seguir.

a) Compare as situações dos Estados Unidos da América e da África.

b) O que pode ser dito em relação ao Brasil?

c) É possível afirmar que a rede mundial conecta principalmente os países desenvolvidos?


Por quê? Qual desses mapas melhor informa sobre esse fenômeno?

4. Computadores domésticos, nas empresas, nas instituições públicas, conectados ao sistema tele-
fônico e que permitem acesso a uma área comum constituem uma rede? Justifique.

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Geografia – 1a série – Volume 1

5. É possível identificar, no espaço das áreas urbanas, outras infraestruturas que se organizam em
redes? Dê exemplos.

1. Um dos maiores exemplos da aceleração contemporânea é a do fluxo de informações. Como é o


acesso a esse fluxo na atualidade?

2. O que circula pela internet? Isso pode gerar proveito econômico? Explique.

3. O poderio e o desenvolvimento econômico, assim como o desenvolvimento social, passam atual-


mente também pelo acesso e pela capacidade de expansão e de controle dessa rede? Justifique.

4. A maior ou menor participação em um mundo mais amplo, um mundo em que a distância


geográfica tornou-se um obstáculo menor (ou diferente), depende do acesso aos fluxos de infor-
mações, de mercadorias, de capitais etc.? Justifique.

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Geografia – 1a série – Volume 1

5. Comente a seguinte afirmação: Quando se fala em globalização, é possível entender que existe
uma presença muito maior do mundo em cada localidade. Há uma nova organização do espaço
geográfico que permite que o mundo esteja aqui e que também estejamos no mundo.

1. Há pouco tempo, o que hoje chamamos corporações transnacionais eram conhecidas como
empresas multinacionais. Por que você acha que os termos mudaram? Empresa é diferente de
corporação? Em que medida o prefixo multi difere de trans? Explique.

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Geografia – 1a série – Volume 1

2. Considere o quadro a seguir e examine-o com atenção. Ele expõe uma nova realidade geográfica
presente em nosso mundo.
A economia globalizada

f Globalização Produção industrial, agrícola e de serviços mundializada;


Interconexação potencial do mundo como um todo;
Espaço composto por inovações técnicas e científicas;
Intensos fluxos acelerados de bens materiais e de informações;
Espaço estruturado como uma malha de redes espaciais.

f Agentes da Corporações transnacionais;


globalização Estados nacionais (potências e superpotências).

Reordenamentos espaciais;
f Consequências Nova escala das relações humanas: dos territórios nacionais para contextos geográficos
da globalização mais amplos, podendo chegar à escala do planeta.

f A realidade A malha de redes geográficas da globalização não envolve inteiramente o território


nacional de um país;
global
O poder e as regras nos espaços globais estão em grande medida nas mãos das
corporações transnacionais.
Elaborado por Jaime Tadeu Oliva especialmente para o São Paulo faz escola.

a) Qual é o papel das novas tecnologias nessa nova configuração mundial? Quais são as conse-
quências dessa nova ordem geográfica para as relações humanas? Justifique.

b) Observe no quadro a presença e o papel das corporações transnacionais. Indique em que


situação elas aparecem e procure explicar o significado das referências a essas corporações.

c) Em que tipo de espaço, de fato, as grandes corporações baseiam suas atividades?

71
Geografia – 1a série – Volume 1

3. Leia agora um pequeno trecho de uma obra do geógrafo brasileiro Milton Santos:

O interesse das grandes empresas é economizar tempo, aumentando a velocidade da circulação. [...]
Corporatização do território é a destinação prioritária de recursos para atender as necessidades geográ-
ficas das grandes empresas.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp, 1996. p. 270.

Qual é a ideia central do texto? Em que medida essa ideia ajuda a compreender a lógica da globa-
lização econômica e o papel das corporações transnacionais?

Leitura e análise de mapa

Observe o mapa.
Especialização e troca entre filiais de uma corporação automobilística no Sudeste Asiático

Sistemas de transmissão
Peças de motor
TAILÂNDIA
Equipamentos elétricos
Peças de forjaria

F I L I P I N A S

OCEANO
PACÍFICO
M A L Á S I A

I N D O N É S I A

OCEANO
ÍNDICO N 0 677 km

0 600 km

Elaborado por Jaime Tadeu Oliva especialmente para o São Paulo faz escola.

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Geografia – 1a série – Volume 1

1. Descreva o papel da seta como símbolo principal nessa representação cartográfica.

2. Qual é o papel das cores nessa representação cartográfica?

3. Esse é um mapa quantitativo ou qualitativo? Justifique.

4. O que está representado nesse mapa? Podemos dizer que se trata da visualização da rede geográ-
fica de uma transnacional no Sudeste Asiático? Justifique.

5. Considerando o significado da palavra “montadora”, responda: observando o mapa, é possível


concluir que as filiais da corporação automobilística atuam de forma integrada e complementar?
Por quê?

73
Geografia – 1a série – Volume 1

6. Se as filiais especializam-se fazendo apenas algumas peças, logo o automóvel não fica completo
em nenhuma delas. Considerando esse aspecto, o que pode ser entendido como empresa (ou fi-
lial) montadora? No Brasil, as indústrias automobilísticas podem ser consideradas montadoras?

7. Voltando à observação do mapa, fica claro por que a empresa pode ser designada como uma
corporação transnacional? Justifique.

Reunidos em pequenos grupos, realizem uma pesquisa procurando até onde for possível “montar”
a rede geográfica de uma corporação transnacional automobilística.
A fonte principal, nesse caso, é a internet. Como a pesquisa é em grupo, pode-se organizar uma
visita à casa de algum componente do grupo que tenha acesso à internet ou a uma lan house acessível
a todos.

Procedimentos

t Entrem no site de qualquer grande corporação automobilística;

t As informações necessárias são as seguintes: unidades da empresa nos diversos países e fun-
ções dessas unidades;
t Assinalem no mapa da próxima página a localização das unidades nos diversos países, criando
um símbolo para as respectivas funções. Por exemplo: se for uma área em que se produzem
motores, façam um quadrado vermelho; se for uma área em que se produzem peças de câm-
bio, indiquem com um quadrado verde, e assim por diante. Organizem uma legenda e assim
terão um esboço da rede geográfica mundial de uma corporação transnacional. Lembrem-se,
também, de citar a fonte dos dados e de dar um título ao mapa.
74
Título: _________________________________________________________________________________________________________________________________

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Geografia – 1a série – Volume 1

Projection J. Bertin, 1950

Planisphère, projection “Bertin1950”, 2011. Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/fr/planisph-re-projection-bertin1950-2011>.
Acesso em: 5 nov. 2013. Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do território não estão representadas em detalhe; sem escala; sem indicação de norte geográfico).
Geografia – 1a série – Volume 1

Leitura e análise de imagem e quadro

Observe com atenção as fotos e o quadro a seguir:

© Delfim Martins/Pulsar Imagens


A

Vista aérea de condomínio fechado. Barueri (SP), jun. 2006.

© Juca Martins/Olhar Imagem


B

Fachada de shopping center, na Avenida Faria Lima. São Paulo (SP), 2006.

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Geografia – 1a série – Volume 1

Redes geográficas em São Paulo


Pontos Habitações em condomínio fechado ļ centros administrativos isolados também em
formato de condomínio fechado ļ centros comerciais (shopping centers, hipermercados)
fechados e protegidos ļ outras instalações do tipo (hotéis, resorts urbanos)
Linhas Vias expressas, avenidas cuja circulação é predominantemente automobilística

1. Com base na observação da foto A e nas informações que você possui, caracterize o que é um
condomínio fechado residencial.

2. Observe a foto B e, com as informações que você possui, caracterize o que é um shopping center.

3. Analisando as informações das questões anteriores e utilizando seus conhecimentos, dê exem-


plos de redes geográficas na cidade de São Paulo.

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Geografia – 1a série – Volume 1

Leitura e análise de texto

Agora leia o texto a seguir:

Segundo relatório da UNCTAD (vide texto a seguir, na página 79), mais de 50% dos capitais, de bens
de produção, de serviços e de tecnologia que as corporações transnacionais põem em movimento, circulam
internamente em suas estruturas, quer dizer, em suas próprias redes. Outro ângulo dessa lógica: o mesmo
relatório permite concluir que aproximadamente 30% das exportações mundiais são trocas no interior das
redes das corporações (a participação das transnacionais no total das exportações é de 66%). É uma movi-
mentação econômica que não se irradia para os territórios dos países onde elas estão instaladas.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

Compare as redes geográficas da cidade de São Paulo com a rede geográfica da corporação
automobilística transnacional e, com base no texto, responda às questões:

1. Pode-se considerar esses dois exemplos como duas redes geográficas fechadas? Justifique.

2. Que semelhanças podem ser apontadas entre a circulação de bens na rede da corporação auto-
mobilística e na rede geográfica urbana de São Paulo?

3. Ambas as redes recebem grandes investimentos. Isso significa automaticamente desenvolvimento


social e econômico para os territórios onde essas redes estão implantadas? Justifique.

4. Faz sentido afirmar que a rede geográfica concorre com o território pleno? Explique.

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Geografia – 1a série – Volume 1

1. Leia o texto a seguir.

Segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (CNUCED, ou


UNCTAD na sigla em inglês), em 2000 havia 65 mil empresas transnacionais, o que significava um
montante de 850 mil filiais (CNUCED, 2001, p. 1). Algumas outras informações extraídas da própria
argumentação da Situação de Aprendizagem e do relatório citado da UNCTAD podem ajudar a construir
um breve perfil das corporações transnacionais:
1. Sua estratégia e sua organização são concebidas na escala mundial.
2. Todos os ramos de atividades econômicas estão presentes em suas atividades.
3. As transnacionais tendem a se organizar em redes geográficas globais.
4. Em 1999, empregavam 54 milhões de pessoas e totalizaram 19 trilhões de dólares em vendas.
5. Analisando o relatório da UNCTAD, o economista Antônio Corrêa de Lacerda destacou que o
patrimônio das transnacionais é de 25 trilhões de dólares e que, no montante das exportações
mundiais, suas operações representam 66% do total.
6. As cem maiores corporações detêm um número de negócios acumulados de 2,1 trilhões de dólares,
o que equivale a um PIB e meio de um país como a França.
7. Pelo peso econômico e por sua capacidade de influenciar as políticas econômicas dos Estados
nacionais onde se instalam, elas tornaram-se atores muito importantes na cena internacional
contemporânea.
8. Atualmente, a ação geopolítica dos Estados deve considerar a presença dessa nova força (corpora-
ções) e também de uma terceira força que se ergue, que são as organizações não governamentais.
Referência
CNUCED – Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento. Informe sobre las inversiones en el mundo. Nova Iorque/Genebra:
Nações Unidas, 2001. Disponível em: <http://www.unctad.org/sp/docs/wir2001overview_sp.pdf>. Acesso em: 24 jul. 2013.

Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

a) Identifique os elementos no texto que mostram que as corporações transnacionais se


organizam na escala mundial.

79
Geografia – 1a série – Volume 1

b) Produza um texto com base em duas das informações listadas tentando explicar e ampliar os
seus significados.

2. Sobre as redes geográficas das corporações transnacionais no Brasil, é correto afirmar que:

a) os pontos dessas redes, em especial das transnacionais automobilísticas, encontram-se somente


no Sudeste desenvolvido.

b) as transnacionais estão desmontando suas instalações no país, como aconteceu no Rio Grande
do Sul, em razão das restrições ao comércio internacional no Brasil.

c) atualmente, as transnacionais se instalam no país com o apoio financeiro (isenções fiscais) de


governos estaduais, interessados em industrializar seus Estados.

d) as transnacionais têm muitas dificuldades de fazer circular equipamentos entre outros pontos
de sua rede em outros países, em razão da rigidez das leis brasileiras.

e) as deficiências infraestruturais brasileiras no campo das telecomunicações dificultam o funcio-


namento das redes e desestimulam os investimentos das transnacionais em nosso território.
80
Geografia – 1a série – Volume 1

81
Geografia – 1a série – Volume 1

?
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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7
OS GRANDES FLUXOS DO COMÉRCIO MUNDIAL
E A CONSTRUÇÃO DE UMA MALHA GLOBAL

Para começo de conversa

1. Vamos começar relembrando algumas ideias trabalhadas nas outras Situações de Aprendizagem.
Defina:

a) aceleração dos fluxos:

b) redes técnicas:

c) redes geográficas:

d) corporações transnacionais:

1. Elabore um mapa quantitativo de fluxos com base nos dados da tabela apresentada na próxima
página. Os passos que devem ser percorridos são os que seguem.
82
Geografia – 1a série – Volume 1

a) Leia cuidadosamente os dados da tabela a seguir para se familiarizar com essas informações,
que serão a base do mapa:

Principais fluxos comerciais na escala mundial, 2004


Direções Valores em dólares (*)
Ásia (**) ĺ América do Norte 533 bilhões
Ásia (**) ĺ Europa (***) 400 bilhões
Europa (***) ĺ América do Norte 400 bilhões
Europa (***) ĺ Ásia (**) 300 bilhões
América do Norte ĺ Ásia (**) 300 bilhões
Oriente Médio ĺ Ásia (**) 200 bilhões
América do Norte ĺ Europa (***) 200 bilhões
Europa (***) ĺ CEI 100 bilhões
CEI ĺEuropa (***) 100 bilhões
Ásia (**)ĺ Oriente Médio 100 bilhões
Américas do Sul e Central ĺ América do Norte 100 bilhões
Europa (***) ĺ Oriente Médio 100 bilhões
Oriente Médio ĺ Europa (***) 50 bilhões
América do Norte ĺ Américas do Sul e Central 50 bilhões
Europa (***) ĺ Américas do Sul e Central 50 bilhões
Américas do Sul e Central ĺ Europa (***) 50 bilhões
(*) Valores arredondados para facilitar o exercício cartográfico.
(**) Ásia sem o Oriente Médio e a CEI asiática.
(***) Europa sem a parte europeia da CEI.

Elaborado por Jaime Tadeu Oliva especialmente para o São Paulo faz escola. Fonte: Atelier de Cartographie de Sciences Po. Commerce mondial
de marchandises, 2004. In: DURAND, M.-F. et al. Atlas de la mondialisation. Édition 2008. Paris: Presses de Sciences Po, 2008. p. 105.

b) Escolha o símbolo gráfico ideal. Para os fluxos, a seta indica movimento e direção. Além
disso, permite expressar a quantidade com a manipulação da sua largura.

c) Defina classes de representação. Na base de dados apresentada, temos seis categorias que
estão assinaladas com cores (não se deve usá-las no mapa). Cada categoria terá no mapa
uma largura de seta. A mais grossa será a que representa um fluxo de mercadorias no valor
de 533 bilhões de dólares. É razoável que essa seta tenha 1 centímetro de largura; assim,

83
Geografia – 1a série – Volume 1

as outras vão se estreitar proporcionalmente, realizando-se uma operação simples (uma regra
de três). Veja o exemplo:

533 bilhões ļ1 cm largura


300 bilhões ļx cm largura
em que x = 0,6 cm. Chega-se a esse 0,6 cm pelo arredondamento da divisão de 300 por 533.

d) Trace e defina as direções no mapa mudo a seguir, acrescentando, também, título e legenda.
Ele está confeccionado com base na projeção Buckminster Fuller. Os blocos continentais no
fundo do mapa devem ter uma única cor. Uma cor leve e neutra para não ofuscar as setas.
Define-se uma única cor para as setas e com o auxílio de gabaritos de desenho geométrico
(ou qualquer outro recurso) traçam-se as setas, que seguramente vão ter de ser curvas para
atender à direção e para não se sobreporem umas às outras. Neste mesmo Caderno, há um
exemplo de mapa de fluxos de migrantes (p. 59) que pode ser usado como referência.

Título:

Projection Buckminster Fuller

Planisphère, projection “Buckminster Fuller”, 2011. Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/fr/
planisph-re-projection-buckminster-fuller-2011>. Acesso em: 5 nov 2013. Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do
território não estão representadas em detalhe).

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Geografia – 1a série – Volume 1

2. Analise o mapa que você elaborou.

a) Descreva suas principais informações.

b) Há predominância dos fluxos com um perfil do tipo países desenvolvidos ĺ países subde-
senvolvidos? Justifique.

c) O que estaria acontecendo com a Ásia? Como se construiu sua importância como polo
exportador? Explique.

1. Escolha dois dos fluxos contidos no quadro e que foram representados no mapa. Em seguida,
escreva sobre eles procurando apresentar elementos que os justifiquem: os volumes e os produ-
tos envolvidos; as empresas etc. Seu livro didático de Geografia e outros materiais podem ajudar
e enriquecer sua pesquisa.

85
Geografia – 1a série – Volume 1

2. Olhando as direções dos fluxos comerciais internacionais e seus volumes, pode-se afirmar que os
EUA perderam importância no comércio internacional? Justifique.

3. O volume de exportação de bens das Américas do Sul e Central para os EUA é superior à im-
portação dos EUA para essa mesma região. Essa situação pode ser explicada porque:

a) essa área (Américas do Sul e Central) é uma grande exportadora de commodities (bens agrí-
colas, bens primários) e os EUA, por outro lado, são um grande consumidor desses bens.

b) a América do Sul, em especial o Brasil e a Venezuela, é atualmente grande exportadora de


petróleo para o maior mercado consumidor de energia, que são os EUA.

c) os EUA transferiram grande parte de suas transnacionais automobilísticas para as Américas


do Sul e Central, e essa importação é composta de automóveis de suas próprias fábricas.

d) a região das Américas do Sul e Central, em razão do seu empobrecimento, perdeu a capa-
cidade de importar dos EUA, que, por sua vez, mantêm suas compras para não agravar a
situação.

e) cresceu o valor das exportações das Américas do Sul e Central, pois essas são cada vez mais
compostas por bens industriais, que valem muito mais no comércio mundial.

4. A presença da Ásia no contexto dos fluxos comerciais internacionais é de chamar a atenção. Esse
papel pode ser explicado considerando:

a) o fato de a China ter se transformado num país capitalista e ter aumentado exponencialmente
o seu poder de consumo.

b) o fato de o Japão ter se aberto recentemente para o mercado internacional, com seus produtos
de baixo custo, graças ao também baixo custo da mão de obra nesse país.

c) o fato de os EUA terem instalado no Japão um grande número de corporações automobilís-


ticas, que agora abastecem o mundo todo.

d) o fato de o Extremo Oriente ter se transformado num imenso e eficiente centro produtor
(formado pela China, Japão e Coreia do Sul) de produtos industrializados.

e) o fato de essa região ser um imenso centro receptor de imigrantes, em especial na China, em
vista da baixa especialização da mão de obra nativa no trabalho industrial.
86
Geografia – 1a série – Volume 1

?
!
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8
REGULAMENTAR OS FLUXOS ECONÔMICOS NA ESCALA
MUNDIAL: É POSSÍVEL ENCONTRAR UM BEM COMUM?

Para começo de conversa

1. Tendo em vista a ordem mundial constituída pelos países e suas relações, o que pode ser dito
sobre as diferentes forças (econômica e política) desses países?

2. Qual é a referência fundamental no relacionamento dos países? Há um bem comum como ho-
rizonte ou, na verdade, o que conta são os interesses de cada país? Justifique sua resposta.

3. Os fluxos comerciais entre os países ocorrem livremente? Por quê?

4. O que é alfândega? Qual é sua principal função?

5. Você acha que ocorrem conflitos gerados pelos fluxos comerciais entre os países? Em que medi-
da fluxos comerciais de outros países podem ajudar ou prejudicar a economia do Brasil? Justifi-
que sua resposta.

87
Geografia – 1a série – Volume 1

Leitura e análise de texto

Leia com atenção o texto que segue. Grife as passagens mais importantes e assegure-se de que
compreendeu a ordem cronológica descrita no texto.

Em busca de uma regulação mundial: as organizações econômicas internacionais

Ao lado da ONU funcionam as instituições e os organismos encarregados de, na escala mundial:


1. regular os problemas de financiamento das operações de desenvolvimento; 2. controlar a estabi-
lidade das moedas; e 3. amenizar e administrar as barreiras alfandegárias. As instituições que atuam
em cada uma dessas missões são: o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a
Organização Mundial do Comércio (OMC).
Com recursos que provêm de contribuições dos países-membros (quase todos os países do mun-
do) e de títulos lançados no mercado financeiro, o Banco Mundial empresta recursos financeiros a
longo prazo para os países necessitados, com taxas de juros reduzidas. 
Por sua vez, o FMI é produto de um dos acordos de Bretton Woods, em 1944, atuando em favor
da estabilidade financeira dos países-membros. Assim como o Banco Mundial, seus recursos são uma
somatória de cotas de capitais dos países-membros. Os empréstimos concedidos são como socorros
financeiros e somente são autorizados após exame da política econômica do país beneficiário, que deve
estar de acordo com a linha de atuação do FMI. Em fevereiro de 2011, o FMI contava com 187 países-
-membros (fonte: <http://www.imf.org>, acesso em: 24 jul. 2013).
Não há dúvidas de que, no campo das relações econômicas internacionais, as trocas comerciais e
as de serviços são de difícil negociação. A primeira tentativa de se criar uma regulação se deu em 1947,
com um acordo amplo sobre as tarifas alfandegárias e sobre o comércio (GATT). Esse acontecimento
está na origem da OMC. O objetivo era favorecer a diminuição das barreiras alfandegárias e lutar contra
os protecionismos, facilitando, assim, o comércio. Sua missão era de fixar normas, regras, regulamentos
e arbitrar as diferenças. Essas ações foram interpretadas como meios de promoção da paz. Isso porque se
entendia que o protecionismo era um fator de conflitos, que poderia inclusive levar a guerras.
As novas rodadas de negociação do GATT foram incluindo mais países e mais produtos nos acordos.
A última rodada foi em 1994, quando se resolveu criar a OMC, um fórum permanente para as negocia-
ções, visando a uma instituição que chegasse a ter poder de sanção sobre os países que não respeitassem
os acordos.
Em julho de 2008, a OMC já contava com 153 países-membros. A Conferência Ministerial com
representantes desses países é seu principal órgão de decisão. As reuniões acontecem de dois em dois anos
e nelas se definem as orientações e as reformas na regulamentação do comércio mundial.
A análise dos conflitos comerciais levados para a OMC mostra duas tendências: 1. um aumento dos
litígios comerciais e 2. uma concentração do comércio em poucas regiões – os EUA e a União Europeia
(UE) controlam 40% do comércio mundial. Os principais litígios comerciais dão-se justamente entre
esses dois grandes atores do comércio mundial (EUA e UE).

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Geografia – 1a série – Volume 1

Em 1999, em Seattle (EUA), a conferência da OMC sofreu um grande abalo. Os conflitos entre os
EUA e a União Europeia, a presença mais ativa dos países em desenvolvimento, a irrupção dos movi-
mentos antiglobalização e outros que propunham outro modelo de globalização paralisaram as decisões.
Aumentou aí a desconfiança sobre a eficácia das instituições multilaterais para atuar num mundo mar-
cado por forças desiguais e interesses contraditórios. As queixas fundamentais sobre a regulamentação do
comércio mundial referem-se ao papel marginal dos países mais pobres, cujos interesses são atropelados
pelas potências econômicas. A OMC não estaria enfrentando essa postura nem os conflitos que existiam
anteriormente às regulamentações. 
A situação evoluiu um pouco em 2001. A negociação foi mais transparente e dela extraiu-se um pro-
grama de desenvolvimento. Mas esse processo foi bloqueado na rodada seguinte, em razão das posições
inconciliáveis em torno da questão agrícola: EUA, União Europeia, G20 (grupo dos países emergentes)
e países da África protagonizaram os desentendimentos. O G20 e os países africanos mostraram seu
descontentamento com os EUA e a União Europeia, que insistiam em manter subsídios às suas agricul-
turas, uma clara forma de protecionismo.
Na rodada de 2005 (Hong Kong), chegou-se a um acordo parcial a respeito dos subsídios agrícolas:
os EUA prometeram atenuar as subvenções à agricultura até 2013. Há que se aguardar, mas no momento
o que se vê é a força da lógica anterior à OMC valendo no interior dos organismos econômicos interna-
cionais: um mundo sem regulamentações ou um mundo onde as regulamentações ajustam-se mais aos
interesses das grandes potências.
Elaborado por Jaime Tadeu Oliva especialmente para o São Paulo faz escola.

1. No quadro a seguir, descreva cada uma das organizações econômicas internacionais citadas no
texto.

Banco Mundial

Fundo Monetário
Internacional

Organização Mundial
do Comércio

89
Geografia – 1a série – Volume 1

2. “[...] Não há dúvidas de que, no campo das relações econômicas internacionais, as trocas comer-
ciais e as de serviços são de difícil negociação. [...]”.

a) Por que você acha que isso acontece? Há alguma relação entre esta afirmação e o fato de
haver grande desigualdade econômica entre os países do mundo? Justifique.

b) Discuta com seus colegas e seu professor a seguinte afirmação, procurando considerá-la no
âmbito das relações econômicas internacionais: Os países do mundo ainda movem-se pela lógica
da geopolítica, ou seja, os interesses internos de cada país são soberanos aos dos demais países.

Registre aqui uma síntese da discussão.

c) No contexto do comércio internacional, você acha necessária a criação de instrumentos de


regulamentação, como o GATT? Por quê?

3. Segundo o texto, o objetivo do GATT “[...] era favorecer a diminuição das barreiras alfande-
gárias e lutar contra os protecionismos, facilitando, assim, o comércio. Sua missão era de fixar
normas, regras, regulamentos e arbitrar as diferenças. Essas ações foram interpretadas como
meios de promoção da paz. Isso porque se entendia que o protecionismo era um fator de con-
flitos, que poderia inclusive levar a guerras. [...]”.

a) Defina os termos em destaque, explicando por que eles são os maiores entraves ao comércio
internacional.

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Geografia – 1a série – Volume 1

b) Por que, em última instância, a regulação das relações econômicas internacionais é conside-
rada, no GATT, como meio de promoção da paz?

c) Por que os países procuram relações comerciais para além da escala nacional, mesmo com as
medidas protecionistas? Quais são as vantagens?

4. Considerando o texto e, também, o mapa de fluxos comerciais elaborado anteriormente (p. 84),
por que você acha que os EUA e a UE são os principais protagonistas de litígios comerciais
levados à OMC?

5. Quais são as principais queixas a respeito da eficácia da OMC na regulamentação do comércio


mundial? Cite um exemplo do texto e comente-o.

Desafio!
Agora, a ideia é aplicar em situações imaginadas as linhas de raciocínio desenvolvidas, que se
referem ao protecionismo comercial.

1. Situação I: produtores agrícolas num país qualquer (país A), envolvidos com suas atividades,
lutando para conseguir boas safras, veem-se em dificuldades para vender sua produção. Por
isso, esses agricultores vão recorrer aos seus governos, que eles elegeram e apoiam, para pedir
ajuda. Mas, por que não vendem sua produção? Porque os compradores tiveram acesso a pro-
dutos agrícolas mais baratos e de melhor qualidade vindos de outros países.

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Geografia – 1a série – Volume 1

a) Os agricultores do país A devem aceitar essa lógica do mercado? Por quê?

b) É provável que os agricultores reivindiquem ao seu governo proteção contra os “invaso-


res” estrangeiros? Você faria o mesmo? Não é lógico que o governo deva protegê-los e não
favorecer agricultores de outros países? Por quê?

2. Situação II: no mesmo país A, as indústrias estão se desenvolvendo muito, crescendo e ven-
dendo seus produtos pelo mundo. Diante disso, alguns países começam a reagir aumentando
as barreiras alfandegárias como medida protecionista contra seus produtos.

a) Os países que aumentaram as barreiras alfandegárias estão legitimamente protegendo sua


indústria nacional? Você acha essa atitude correta? Justifique sua resposta.

b) O que vão fazer esses industriais do país A que estão vendo seus mercados diminuírem?
É certo pressionar seus governos para combater o protecionismo dos outros? Eles estão
corretos? Justifique sua resposta.

3. No primeiro caso (Situação I), o governo do país A vai adotar políticas protecionistas; já no
segundo caso (Situação II), deverá combater políticas protecionistas. Isso não é incoerente?
Justifique sua resposta, procurando pensar numa solução razoável para o dilema.

4. Com base na discussão das duas situações, elabore em seu caderno um texto sobre práticas
comerciais protecionistas, enfatizando as perspectivas, as soluções e o que você acha justo
que aconteça em relação a elas.

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Geografia – 1a série – Volume 1

1. Em seu caderno, faça uma redação refletindo sobre a afirmação a seguir:

Os conflitos internacionais gerados pelas relações comerciais têm uma natureza estranha. Como
todos os envolvidos agem segundo interesses legítimos e próprios, ninguém está errado em princípio.
Todos estão certos. É o conflito do certo contra o certo. E, se num conflito temos a convicção de que
estamos certos, como vamos abrir mão de nossas posições? Não seria importante reconhecer que o outro
também está certo?
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

2. Faça uma breve pesquisa, buscando definições sintéticas sobre outras organizações (e institui-
ções) que vêm surgindo para pensar e organizar as relações internacionais. Registre-as em seu
caderno. Vejam, a seguir, alguns exemplos dessas organizações:

t Grupo do G8 (países economicamente mais poderosos). Muitos analistas dizem que o que
se decide entre eles é o que realmente conta no cenário das relações comerciais no mundo.

t Grupo do G20 (países emergentes). O Brasil é uma das lideranças desse grupo, que pres-
siona para que os países ricos admitam regras de interesse comum, diminuam suas políticas
protecionistas etc.

t Fórum Social Mundial, promovido por organismos que defendem uma outra globalização,
uma outra ordem mundial.

3. Os organismos econômicos procuram conciliar interesses conflitantes na escala mundial. Eles


têm sido bem-sucedidos? Por quê?

4. Quais são os organismos responsáveis por estruturar ajudas e regulações entre os países envolvidos
nos fluxos econômicos internacionais? Descreva situações de conflito enfrentadas em âmbito
interno nesses organismos.

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Geografia – 1a série – Volume 1

5. Considerando a composição diversificada da OMC, é correto dizer que:

a) as potências econômicas relutam em participar das negociações, pois, embora tenham o maior
poderio econômico, perdem as votações, uma vez que representam uma clara minoria.

b) os países emergentes encontram resistência dentro da OMC para fazer valer sua condição de
portadores da produção com tecnologia mais avançada.

c) os países mais pobres, fundamentados nas atividades agrícolas, protegem seus mercados por
não resistirem à concorrência das potências, que possuem agricultura mais desenvolvida.

d) organizar políticas protecionistas mais rígidas está entre as principais funções da OMC,
organização de combate ao comércio sem regras na escala mundial.

e) a OMC defende maior fluidez do comércio, mas não tem conseguido evitar o choque entre
grandes potências, nem cuidar melhor dos interesses dos países emergentes.

94
CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL Química: Ana Joaquina Simões S. de Matos Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares
NOVA EDIÇÃO 2014-2017 Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda
Batista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus. Meira de Aguiar Gomes.
COORDENADORIA DE GESTÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB Área de Ciências Humanas Área de Ciências da Natureza
Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e
Coordenadora Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro
Teônia de Abreu Ferreira.
Maria Elizabete da Costa Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende
Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara
Diretor do Departamento de Desenvolvimento Santana da Silva Alves.
Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.
Curricular de Gestão da Educação Básica
João Freitas da Silva História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio
Margarete dos Santos e Walter Nicolas Otheguy de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline
Diretora do Centro de Ensino Fundamental Fernandez. de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto
dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação
Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson
Profissional – CEFAF
Almeida e Tony Shigueki Nakatani. Luís Prati.
Valéria Tarantello de Georgel

Coordenadora Geral do Programa São Paulo PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula
faz escola PEDAGÓGICO Vieira Costa, André Henrique GhelÅ RuÅno,
Valéria Tarantello de Georgel Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes
Área de Linguagens
M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio
Coordenação Técnica Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine
Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael
Roberto Canossa Budisk de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel
Plana Simões e Rui Buosi.
Roberto Liberato Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes
Smelq Cristina de 9lbmimerime :oeÅe e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali
Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila
Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da
EQUIPES CURRICULARES Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S.
Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes,
Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura
Área de Linguagens C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko
Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz.
S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M.
Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus.
Ventrela. Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva,
Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana Área de Ciências Humanas
Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria
Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson
Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt,
dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio
Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto
Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Silveira.
dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos,
Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio
Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire BomÅm, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza,
de Souza Bispo, Marina Tsunokawa Shimabukuro, Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez,
Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos,
Nogueira. Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de
José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório,
Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria
Campos e Silmara Santade Masiero. Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato
Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos
Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene e Sonia Maria M. Romano.
Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves
Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves. Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M. História: Aparecida de Fátima dos Santos
de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz, Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete
Área de Matemática Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina
Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros, Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso
Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana
Yamanaka, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de
Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley Alexandre Formici, Selma Rodrigues e Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo,
Aparecido Cornatione. Sílvia Regina Peres. Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria
Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas.
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Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan
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Vice-presidente da Diretoria Executiva História: Paulo Miceli, Diego López Silva,
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