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Silvério Visacro Filho oe ae eee ee en ener re See ee oes Pee a a ee eee eect Pee an ee eee eee eaten ee ee ee ee en a ee ATERRAMENTOS ELETRICOS TRICOS pete eter, ate cet a are Cree ee en Geese ind CONCEITOS BASICOS TECNICAS DE MEDICAO E SELES Oh NEY Cera Ce) FILOSOFIAS: DE ATERRAMENTO ee ee a Pesiunl ofa dle afertarnens ee Pee ee eee fe ec RRAMENTOS E tere ee oe ea AY enter Ceca fiber O cena atecramentos Elwicos € objeto de poucas obras, sobretudo na in- gua portaguesa. Faltava uma obra que apresentasse ‘uma abordagem basica do tema, que pet- mitisse 2 compreensio dos seus aspec- tos fundamentais, Ao adotar esta abordagem, o livro “Atersamentos Eléuicos” possibilica ao Jeitor o entendimento do comportamento dos atertamentos ¢ a motivagao para as praticas € procedimentos” técnicos adotados. Isto o potencializa & definigdo de so- lugdes para os problemas associados 208 aterramentos. Esta obra é um texto obrigatério para os iniciantes no tema, para os engenhei- ros € téenicos que atuam nos setores das Engenharias Elétrica, Eletrdnica de “Telecomunicacies. Silvério Visacro Filho ATERRAMENTOS ELETRICOS Conceitos Basicos Técnicas de Medicao e Tnstrumentagao. Filosofias de Aterramento Ariliberi Copyright® 2002 by Aadiber Balicors Ltd Composicio vetronica: TEs Eitri! Rewisi Mone Apart ‘Datos Internacionuls de Cacslogagin na Publicacin (CAP) ‘Clmaes Brasilia ds Lax, SP. Bras ‘Virarn Fhe Siva Spersntotes cicos cone sto, th sieved medi eiasnumematn, lores de aoe ments /Sleao Vaca Ells Sie Pal: Aaeber as, 2002 1. Aeconecrs 2. Eager lon 3. de 80 epp.c2ii92 lacie pra ents: 4. Aterumsnune tress Ragen aren 628 51928 Todas os diteiras desta edigho reeteadios & Artlibes Rivora Lids ‘Ax, Dibyenes Ribeieo de Lima, 3.294 5083-010. S50 Paulo -SP- Beisil “Tels (1) 3852-5223 Baa (1 3852-5989 ‘afar com be ‘wrewartber sum be A Maria Helena, amiga e companheira Ao nosso filho, Silverio PrerAcia Noose estooastorapresenta spetisfondamen: tais zelacionados a0 tema Aterramentos Hléeréos, Apés um longo periodo de experiéncias em ensino, em investigagies € em aplicagSes priticas na dren de Aterra- mentos Elétricos, o autor desenvoiveu uma abordagem pro= pria do tema, ‘Tal abordagem considera que o entendimento das questées mais complexas pressupde um conhecimento fir- me ¢ consistente dos aspectos mais fundamentals do tema. Nessa perspectiva se coloca o presente texto. No mesmo sio apresentados os conceitos basicos que permitern ao pro- fissional entender e avaliar as grandezas envolwidas, perce~ er a motivagio ¢ © significado das principais préticas de atermamento e! ainda, realizar medigdes dos parimetros de inseresse, com confiabilidade. A experiéncia tem mostrado gue grande parte dos problemas priticos de Aterramentos pode ter solucao a partir da aplicagio de tais conceitos, sen- do injustificada a “méstica” que ustialmente envolve o tema, Nilo se pretende considerar neste texto o Peojeto de Aterramentos, Esse tema complementar é objeto de outro livto especifico do autor, oma em preparagio. Julga-se essen- cial que 0 leitor ja tenbs estabelecido uma base consistente nairea de Atetramentos antes de estudar 0s topicos relaciona- dos ao projeio. Hspera-se que essa possibilidade possa sce propiciada pela presente obra. Para compreensio do texto tem-se a expeciativa de que o leitor, de nivel téenico ou su- perior, possua conhecimentos bésicos de Hletrotécnica, © autor tem obtido sucesso, no que concerne Hos te- sultados do aprendizado, na utilizagio desse texto, como patte da bibliografia aes Cussos de Aterramentos Bkétricos que vem oferecendo aos niveis de extensio, de pas-gradua- gio e gtaduacio na UFMG, desde 1987, O autor espera que esta obra possa trazer algnaa con rbuigio para a formacio de engenheiras, técnicos ¢ esti- dantes, envolvidos com os problemas de instalagées eléeri- cas ¢ eletrdnicas. Serio apreciados comentitios técnicos ¢ mesmo 2 indicagio de eventuais ersos de edicio. c-maik visacro@epdee.ufingbs Rua Expedicionisio Alicio, 462 Bairro Mengabeires CEP 30315-2290 Belo Horizonte - MG Fone: G1) 3227-9864 Fans (1) 3499-5455, ¢ INDIGE vol n Capitulo 1 ~ Teoria bisica de aterramentos elétricos, Consideragies preliminares Conceitos bisico: AplicagGes tipieas associadas aos aterramentos 16 CLERICS serene 4 “YAterramento de sistema” “sistema de aterramento” . 5~ Consideragties sobre a influéncia do aterramento no desempenho dos sistemas ..rusninnnsinonnsnnnann 24 Capitulo 2 - Conceitos bisicos em condiges de baixa fregiigncia: cesistividade do solo ¢ resisténcia de aterramento 1 Introdugio. 2+ Resistividade do solo 24 - Conceit ua 2.2.- Fatores que determinam a resistividade do solo ..., 7 - - sevens 26 2.3 » Resistividades caracteristicas de nosso meio... 2A CG races finais sobre a resistividade do solo .. sons sooner 39 Resisténcia de aterramento «sconce 39 3.1 - Generalidades....... ce seseersaeeess SO 3.2 - Conceito ¢ quantificagio da “cesisténcia de atertamento” .. sve 33- Naruseza da resisténcia de um aterramente ou 42 3s ~ Determinaciio da resistencia de atereamento waa 4S 5 - Requisitos basicos de um aterramento 3.6 - Resisténcia de alguns sistemas de arerramento 3.7 - Fatotes que influenciam no valor da resisténcia de om aterramentO sun 3.8 - Técnicas mais comuns de melhoria da resistencia de aterramento ... 5 Capitulo 3 - Métodos de medigio de resisténcia de aterramento € de resistividade d0 $010 ssuecsnnennnnnnnne Gh 1 Introdugio . 2--Distribuigdo de cbtrentes e potenciais no solo 3 - AlteragSes produzidas na distelbuicdo de cotrentes @ poteaciais no solo pelo emprego de outros tipos de letzodos ¢ pela ndo-homogeneidade do solo 4 - Medico de resistencia de atérramento.. 4.1 Método de queda de potencial (3 terminals) ....72 4.2.- Método dircto (2 termintis) .oneveun 4.3 - Método do tringulo Atérodo de Kolrausch) 5. Medigio de resistividade do solo .. 5.1 - Medicio por amostragen 5.2- Medicao local .. 5.2.1 - O método de Frank Wenner. 5.2.2 -O método da haste vertical (“Driven tod method”) Capftulo 4 - Instrumentacio para medigio de resistencia de terra ¢ tesistividade do SOL so ecncn 7 1 - Medico de resisténcias eléiticas.. 7 2 Complexidades presentes na medigio de resistencia de seers # resistividade do solo... 3 - Instrumentasio para medigao de resistencia de terra e resistividade do solo 100 3,1 - Constimigac. LOE 3.1.1 - Fonte de poténcia .. ADE 3.1.2 + Filttos de onda 14 Sistemas de MediCHO srnen seane OF 4 -Principios mais comuns de implementagio nos instrumentos comerciais.. 108 4.1 - Emprego de um instramento do ° ipa quocientimet=6 on sens 1B 42 - Comparagio pelo método de 2010 nonsennnnn 109 4.3 - Medidores com caracteristicas especiais soncnne LI 4.3.1 - Medidoe de resisténcia de aterramento de pé de torre de linhas de transmiss40 08 soe 4.3.2 - Insttumento medidor de resisténcia de aterramentn tipo “Alicare” Capitalo 5 - Conceitos basicos de seguranca em arerramentos . 1 + Inteodnga . 2 Caractesizacto de condicées de Hseo 3+ Efeitos da contente elétrica no compo humane sana 125 3.1 - Intredugao “ 3.2 A impedincia do compo humane. 3.3 Avaliaglo dos efeitos da corrente 80 CORPO seu 126 3.4 Anilise da inFluéncia de alguns Fatores nas condigies‘de riseo 34d 3.4.2 - Tipo de corrente yiéneia da corzente sect 128. 4 Critérios de seguranca para arermamentos. 20 Capitulo 6 Fitosofins de atertamentsamnunsnne BL 434 2 Modelos de avesramentos elétricos.. 132 21 Aspectos gerais se 132 2.2 - Consideraces de ordem pratica ...... 137 3- Influéncia do acerramento no sistema 141 3.1 - Modelagem do siscema 11 3.2 ~ Filosofias de aterramento ....... 145 3.2.1 ~ Aterramento “isolado” .. 45 147 150 153 1 - Consideragdes prelimninates.. ~ Aterramente por ponto tinico 3.2.3 - Aterramento com equipatencializacio 4 - Concludes... Referéncias bibliogsiicas ... Carituto i TEORIA BASICA DE ATERRAMENTOS ELETRICOS 1- Con: jeracbes preliminares Neste capitulo procede-se 2 uma abordaigem insrods- t6ria de alguns conceitos fundamentais no tema “Aterra- mentos”. Pretende-se formular respostas a duas questées Inisicas: “O que € um Ateteamento ¢ quals as sazdes funda- mentais para se atervar um sistema?”. 2 - Conceitos basicos Um atertamento elgstico consiste em uma ligagfo elé- trica proposital de um sistema fisico (elétrico, elerénice ou corpos metilicos) ao solo, Este se constitai basicamente de ttés componentes, como ilustea a figura 1.1 as conéxdes elétricas que ligam um ponto do siswe- ma nos eletrodos; # cletrodos de aterramento (qualquer corpo metitico colocado no solo); # terra que envolve os eletrodos 12. Aterramentos Elétricos Figua 1.1 - Constituigio de um aterramento, Q ponto do sistema que se desea conectar a0 solo pode ser de natureza variada, Dependendo da aplicacio, este pode constituirse em uma tritha numa placa de citcuito imptesso, na carcaca de um motor ou de um computador 00, ainda, no ncutro de um sistema elétrico. ‘Também os eletrodos de aterramento podem tet configuracio muito diversificada, Basicamente, 0 eletro~ do se constitu em qualquer corpo metilico enterrado no solo, Podem sex enumeradas algumas configuragdes usuais, como cantoncitas de ferto galvanizado, sistemas hidréu- lices ov mathas em reticulado. A forma, assim como a disposi¢ao geométrica dos eletrodos no solo so as mais vatiadas, de acordo com a aplicagio, Destacam-se as has- tesiverticais, usadas prineipalmente quando as camadas mais profundas do solo tém menor sesistividade, ¢ que sio muito priticas, por serem de fieil cravagio. Os ele- trodos horizontals, enterrados usualmente 2 profund des da ordem de 0,5 metro, sio usados principalmente quando a maior preocupagio € o controle do gradiente la de potencial na superficie do solo, : \ Teoria basica de aterramentos eletricos 13 Para se avaliar a natureza dos atertamentos, deve ser considezado que, etn geral, uma conexio a terra apresenta resisténcia, capacitincia ¢ indutaneia, cada qual influindo na capacidade de conducio de corrente para a terra, A perspectiva na qual o sistema enserga o atertamente pode ser expressa através da sua impedincia Tal “hnpedancia de Aterramento” pode ser concei= tuada como a oposigio oferecida pelo solo a infecio de ‘uma cortente elétrica no mesmo, através dos eletrodos, e se expressa quantitativamente por meio da relagio entre a tensio aplicada a0 aterramento e corrente resukante, Este conceito seri abordade com maior propriedade em capi- alos posteriores. Para ifustrat a natareza dessa impedincia, a figure 1.2 apresenta uma representagio simplificada de aterramento pot meio de um cireuito equivatente e explica sucintamente a otigem da sua configuracio. leti'e eed Figura 1.2 - Componentes de correate no sole, Se uma porgio limitada do eletrodo @ considerada, pode-se notar que a corrente dissipada para 0 solo € com- posta pelas quatro componentes representadas na figura, A corrente que € injetada no eletrodo é parciaimente dissipada para o sole e parcialmente transfetida para o comprimento 14 Aterramentos Elétricos restante do eletrodo. No que concerne a essa tittima parcel, dio obsorvadss perdas internas a0 condutor ¢ um campo magnética é estabelecida na regiio a corrente longitudinal, em volta dos caminhas de corrente (no interior ¢ exterior do conduror). Em termos de um cireuito equivelente, 0 ¢m- puto das energias correspondentes pode ser feito por meio de uma resisténcia e uma indutincia em série, Por outro lado, 0 campo elétzico no solo (um meio de tesistividade p © petmissividade €) determina fuso de correntes condutiva ¢ capscitiva no meio, A relacio entre tais correntes nto depgnde da geometria dos eletrodos, mas tRo-somente da relacio “G/@E”, onde 6 refere-se A con- dlutividade do solo ¢ (0 feecpiéncia angular. A enespia associa- da ao fluxo dessas correntes transversais pode ser computa dla pot meio de uma condutincia e uma capacitincia colo- cadas em paralelo no circuito equivatente Adicionalmente, devem ser considerados os efeitos mniruos (eapacitivos, condutivos e indutivos) entre os diver- sos trocos dos cletrodos de aterramento. O equacionamen- to dessa questio contém certa complexidade, devido aos cfeitos da propagacio no solo, Em muitas aplicagbes, no se refere & impediincia de aterramento, mas & sua resisténcia, Isto se deve 20 fato de que, nas condigdes dessas aplicagdes, os efeitos reativos sho muito reduzidos, Essas condigdes sao usuais para fendmenos Jentos, cujas freqiigneias representativas tém valor reduzido, A configuragio resultante pars 0 circuito equivalente se apto- sxima de um conjunto de condutineias colocadas em paralelo. Esse € 0 caso de gcorréncias proximas as condicies de vegi- ‘me em sistemas de poténeia, como curto-circuitos, Teoria basica de aterramentos elétricos 15 © valor da resisténcia de aterramento pode ser quantificado pela relagao catre a tensio aplicada a um atertamento c a cortente resultante (neste caso, entence- se por tensio o potencial adguirido pelo aterramento te- fetido a0 infinito): Rr=Vil aay O termo notmalizado paca designar a resistencia ofe- recida a passagem de uma corrente elétcica para 0 solo atta ves de um aterramento é “Resisténcia de Aterramento” Contudo, a designagio “Resisténcia de Terra” banhou for ca entre os técnicos, sendo hoje a mais empregade. Para se estabelecer uma idéia da ordem de grandeza desse valor, deve-se considera inicialmente que a terra no é um bom condutor de cletricidade, isto é, possui alta resistividade, Contudo, 2 segio reta do caminho percortido por uma cor rente no solo pode set bastante ampla, de forma que, a des- peito da alta tesistividade do solo, sua cesisténcia real pode set bem pequena. A presenca do aterramento se manifesta, na perspec- tiva do sistema, quando fhui cortente pelos seus eletrodos. Na auséncia da mesma tem-se um potencial aulo nos cle- trodos (mesmo potencial de um ponto infinitamente fasta do). A resisténcia de aterramento pode afetag o sistema de duas formas. Primeiramente, através de uma influéncia ati- va, 0 seu valor pode ser determinante ns imitacdo do valor de cartente que flui para 6 solo, Por outro lado, numa pers- Pectiva passiva, deve-se considerar que o fluxo de carsente pelo aterramento resulta em uma elevagio de potencial 20 16 Aterramentos Elétricos solo, transmitide ao ponto de aterramento do sistema, e que © valor dessa elevacio de potencial V,, é diretamente pro- porcional ao valor da resisténcia de aterramento. Vr =Rr.1 a 3 - Aplicacies tipicas associadas aos Aterramentos Elétricos Existe uma ampla gama de fungdes que © aterzamen- to pode desempenhar no sistema. O aterrimento pode as- sumir configuragio muito diversificada (em termos do po sicionamento dos seus eletrodos n0 sole € de sua dimen so), conforme a natureza dessa fiingio, Entretanto, as cor- respondentes aplicagdes esto sempre associndas a dois f2- tores fundamentais: = desempenho do sistema ao qual o aterramento est conectade; = guestées de seguranga (de setes vivos) © protegio (de equipamenwos). No primeira caso, pode-se citar 0 uso do sclo como condutor efetivo de retorno, quando corrente alteenada ou continua ¢ injetada no aterramento ou, ainda, as funcdes associadas a protecio do sistema. No segundo caso, 0 ater- ramento pode ser um fator de seguranca, por pezmitir o escoamento para a terra de carges ou de correntes de des- carga ¢, ainda, ao promover a distribuicio segura de poten- Glais na superficie do solo, quando € injetada corrente em seus eletrodos. Teoria bésica de aterramentos elétricos 17 Nesse sentido, é possivel caracterizar um conjunto de aplicagdes em que se recoxre 20 uso do solo como ccindutor de cletricidade, associando-se s mesmas os aspectos de maior interesse: a) Urna ligaglo 4 terra pode constituit-se em um fator de seguranga, por permitir 0 escoamento para a mesma de cargas ou correntes de descarga. Consegue-se, por meio de tal pritica, evitar ou pelo menos minimizar os efeitos inde- sejfveis der « energizagio (acidental ow por falha de isolamento} de partes metilicas de sistemas, expostas av contato de pessoas ¢ animais; ae = carregamento de cargas estitieas em corpos ou equipamentos industriais, caja descarga pode originar faiscas ou irtadiagio eletsomagnética, Pode-se citar 0 caso das fabricas de tecidos, onde o atrito entre mate- siais diferentes costuma cartegar estaticamente os equi- pamentos, com sisco de incéndio, na eventualidade de faiscamentoy = descargas atmosféricas (pelo uso do para-raios). 'b) Fi possivel se limitar 05 niveis de potenciais ou a disiribuigao destes a patamares seguros, por mein de priti- cas adequadas de aterramento: = tensdes indur Jas em corpos merilicos por fend- menos atmosféricos ou linhas energizadas priximas (por exemplo, tensGes induzidas em cercas de arame por linha de transmissio paratela as mesmas) podem ser minitnizadas pela conexiio dos mesmos 10 solo; 18 Aterramentos Elétricos = pode-se alcangar uma minimizagio dos gradientes de potencial na superficie do solo, por ocasiio do flu- xo de corrente no aterramento, pelo posicionamento adlequado dos eletrodos no solo, com redugio dos ris- cos para pessoas € animais presentes ao local, durante essas ocorréncias. ©) Uso da terra como um condutor de retorno, Em diversas aplicagdes, se recorre ao solo como um condutot efetivo no ciscuito de alimentagio, Podem ser ci- tados, como exemplos, o sistema MRT (Monofiisico com retorno pela terra}, etmpregado na distribuigio rural, os sis- temas de transmissiio em corrente continua (CO e diversos sistemas de trago elétrica, Nesses casos, sto necessirios cui- dados especiais nos aterramentos, que se coastituem no ponto de injecio de corrente no solo, 9) O aterramenco de certos pontos do influenciar no desempenho do mesmo. tema, para Essa pritica, ao caso de sistemas cletrdnicos, pode resular oo estabelecimento de um potencial de referencia para.os circuitos. Particularmente, a priticn de se aterrar o neutro de tistemas polifisicos pode apreseatar diversos aspectos de interesse, associados & flosofia de protecio do sistema, ‘Quando ocorre ums falta no sistema, o desequilibrio resul- tants gera correntes no solo, entre os pontos de aterramen- 10. A protegio dos sistemas haseia justamente na detecezo dessas correntes, que sensibilizam os dispositivos adequa~ Teoria basica de aterramentos elgiricas 19 dlos, permitindo isolar prontamente os circuitos ox equipa- mentos faltosos, © aterramento do neutro permite, ainda, limitar a ni- veis inferiores as sobretensSes surgidas no sistema de ali- mentacio, em relacio & condicio de sistema isoiado, A defi- nigio dos niveis de solicitagio do sistema é um importante fator econémico, em fungio do custo associado ao aivel de isolamento. Adicionalmente, podem ser identificadas algumas aplicagées especificas que, apesar de campo da Engenharia Blétrica, apresentam interesse de ordem pratica: ~ Mo se restringir a0 a) Protec no solo © galvinica de partes metélicas enterradas Existem virias aplicaces que utilizam as proprieda- des elétricas do solo para minimizar 0 efeito da corrosio em corpos metilicos enterzados no solo, Eisses efeitos podem ser extremamente graves, particularmente em 4reas indus- ttiais, devido & existéncia de gasodutos, eletroduros ¢ estru- tras enterradas. b) Geoloyia Porintermédio do conhecimento das propriedades clé- tticas do solo, dererminadas por medigio a partir da aplica io de sinais eletsomagnéticos no sole, pode-se chegar a uma série de conclasdes quanto & constituigko do mesmo nas camadas mais profuundas. ‘Tais priticas podem levar, por exemplo, 4 identificagio de jazidas minerais, 20 Aterramentos Eletricos 4~ “Aterramento de Sistema” e “Sistema de Ater- ramento” Neste ponto cabe estabelecer a distingio entre “siste- made aterramento” e “atersamento de sistema”, Enquanto 0 primeiro termo se relaciona ao sistema fisico referido an- teriormente, a expressio “aterramento de sistema” costes- ponde a forma como o sistema elétrico é conectado a0 solo. Nesse case, existem basicamente erés tipos de priticas: » Sistema isolado Nio existe conexio condutiva propasital entre o sis- tema clétrico ¢ 9 solo, O acoplamento entre ambos ¢ fraco ¢ s¢ faz prioritariamente de forma capacitiva. © nivel das maximas sobretensdes possiveis nesse tipo de sistema é ele- vado e existem dificuldades na localizagio de eventuais fal- tas para terra, © mesmo é utilizado nas aplicagées em que intetessa priotizar a continuidade de servico. # Sistema solidamente aterrado Aigans pontos do sistema elérrico sig conecrados diretamente terra, procurando-se um carninhe de mini- ma impedancia 4 passagem de eventual corrente de falta par’ o solo. Os valores clevados da corrente resultante nessa eventualidade sensibilizam os dispositivos de protecio, os quais prontamente comandam o desligamento da parte faltosa do sistema. Mnitas vezes, a intensidade dessas cor- ventes as torna muito destrutivas para os componentes do sistema, As sobretensGes sdo controladas mais facilmente nese ¢: 70, sendo essa a forma mais usual de aterramento de sistemas no Brasil. | | [ 1 : : i | : / ' ' 2 3 : | a i : - 7 | 4 2 ‘Teoria bésica de aterramentos elétricos 21 Sistema atertado por impedaneia Nese caso, ¢ interposta propositalmente uma impe- diincia (resisténcia ou rearincia) entre sistema elétrica e seu aterramento fisico, que procura fimitar 0 valor da cor- rente de eventual falta, sem contudo eliminar a ligagio con- dutiva do sissema ao solo. Tal forma de aterramento tent implementar uma condicio intermediaria entre as duas al- temnativas ciradas anteriormente, reunindo as vantagens de cada qual, Modernamente, com avango da tecnologia digi- tal para deteccio de baisas correntes de falta, tem crescido significativamente a aplicacio deste tipo de aterzamento, prin- cipalmeate o de aterramento por alta impedéneia. Algumas projecties apontam gue essa tendéncia deve prevalecer para ‘ aterramento de sistemas industriais, num futuro proximo, 5 - Consideracoes sobre a influéncia do aterramen- to no desempenho dos sistemas Dependendo das caracterfsticas da ocorréncia que submere o sistema, 2 influéncia do aterramento pode aferar significativamente a respostz do mesmo, Nesse contexto, duas questGes fundamentals devem ser consideradas: « com- portamento do aterramento nas condigéies impostas pelo fendmeno solicitante ¢ a influéneia desse comportamento no deseinpenbo do sistema. Ambas as questoes apresentam considerivel compiexi- dade. A solucio da primeira delas esti relacionada i disponi- bilidade de modelos apropriados para o aterramento, capazes de representar todos os aspectos fundamentais envotvido: para as condigées determinadas pelo fendmeno solicitante. 22. Aterramentos Elétricos No prosimo capttulo, sia desenvalyidas consideragdes sobre 0 comportamento do aterraments para solicitacdes de baixa fregiigncia. No sexto capitulo, é apresenrada uma abordagem mais abrangente, que considera a inuénela do aterramento em condicdes genéricas q | : a | | 4 CarituLto 2 CONCEITOS BASICOS EM CONDIGOES DE BAIXA FREQUENCIA: RESISTIVIDADE DO SOLO E RESISTENCIA DE ATERRAMENTO. 1 - Introdugao Na maioria das situngdes de projeto, © aterramento € dimensionado para atender a solicitagdes lentas, comoas cor- rentes de curto-cireuito, As freqiiéncias representadivas desse tipo de acorréncia so balsas, sendo préwimas da freqiigncia fundamental dos siseemas de alimentagio, usualmente de vi- Jor 60100 50 Hz, Como o aterramento constitaido pode, tam bém, estar sujeito 2 ocorréneias associadas a fendmenos tipidos, é pritica usual promover-se algumas corregdex locatizadas no aterramento projetado para condigdes de bai- was freqiiéncias, para ajustar a sua configuragio, comple- mentando-a para também atender as solicitages répidas, Nesse sentido, é pertinente analisar-se especificamente como 0 atesramento se comporta nas condigées particulares de buixa freqiiéneia, considerando-se a figura 1.2 apresentada no capitulo anterior (cireuito equivalente para xepresenta~ so bisica do atertamento). Na figura 2,1 € apresentado o ciscuito resultante da aplicagio das simplificagdes cabiveis nas condigdes de baixa freqiiéncia, Em funcio do valor re- duzido da freqiéncia, a reatincia longitndinal (de casites 24 Aterramentas Elétricos indutivo; OL) € a susceptincia transversal (de catiter capaci v0: 0) podem ser desprezadas, Ademais, € possivel des- considerar-se a resisténcia longitudinal nos eletrodos, dexido 2 auséncia do efeito pelicular nessa faisa de freq{igncia, A re- sisténcia interna do condutor é muito reduzida devido 3 alta condutividade dos eleteodos metilicos ¢ & usual dimensio da seciio desses condutores, Assim, o aterramento pode set ba- sicamente teptesentado por um conjunto de condutincias conecindas em parslelo, assegurando-se a inclusiv dos efei- tos miituos condutivos entre as mesmas. Nessa perspectiva, © sistema atertado deisa de enxergar 0 atertamente como «uma impedéacia comiplexs, passando a visualizi-lo como uma resisténcia, designada Resisténcia de Arermamento (R.,}, equi- valente 4 solugio do conjunto de conduraacias, Raith oa fhm Pa a ti Ss os — 6 Figura 2.1 » Circuito equivalence de unt pase de atceramento em cond- 608 de baisa freqiiencia, Pode ser mostrado que a Resisténcia de Atertamento € disetamente proporcional } resistividade do solo (p) em gue 0s cletrodos esto colocados. A constante de propor- cionalidade K expressa apenas os efeitos geameéticos (di- mensio e forma) dos eletrodos: R,=K.p 2. salandehoiatamiauala saphena as Resistividacle de solo e resistencia de aterramenta 25 ifetivamente, do ponto de vista de aplicagao, interes- sa avaliar-se a resisténcia de aterramento, Contado, perce be-se, pela rel ciao 0 valor da resistividade do solo, cia na mesma propotgio sobre a resistencia de arerramento, Biste contexto justifies a apreciagdio, nesse capitulo, da gran- deza resistividade do solo, precedendo & consideragio da prandeza resisténcia de atersamento, fio anterior, que os parimetsos que influen- cercem uma influén- 2- Resistividade do solo 2.1 - Conceito Pode-se detinir a resistividade do solo (p) como a re sisténeia eléwica (R) medida entre as faces opostas de um cubo de dimensées unitirias (aresta /de 1 m, fea das faces A de 1 m4 prcenchido com este solo. Sua unidade é“Q.mn” Sube-se que: L A Rep, a paRt 22 © solo em sev estado natural € um maa condator de eleteicidade. Se for considerado totalmente seco, ele se com- porta como uh material isolante. Sua resistividade € muito clevada se comparada a dos condutores convencionals. A tabela 2.1 jlustra tal fato. 26 Atetramentos Elétricos Condutor __|—_—Resistividade (mm) Cobre puro Aluminio Solos mais comuns: 3.420.000 ‘Tabela 2.1 ~ Outer de granceza de tesstividade de cers materials 2.2- Fatores que determinam a resistividade do solo ‘A seguir sio considerados os principais parimetros que influenciam no valor da resistividade do solo, bem como a direcdo dessa infléncia. a) Tipo de solo Os tipos de solo nfo sao claramente definidos, Por isto, no é possivel attibuir-se umi valor especifico de resis, lividade a um tipo de solo, Além disso, a experiéacia mos- tra que, usualmente, so encontrados valores diferentes de resistividade para a mesma variedade de solo de localida- des distintas, Contudo, ¢ possivel caraccetizar Faisas de valores catacteristicos para os diferentes tipos de solo, nas suas condigées usuais de umidade, conforme compilade na tabela 2.2, Resistividade do sole e resistencia de aterramento 27 | Tipode Soto | Resistividade (mn) Tena dopa Caleatio fissurado. Chicco compar Granite 1 Areta comom [ Besalto Tubela 2.2 Fuisa de valores usunis de resisividad de ccetos tpos de solo 4123.25), b) Umidade do solo Para entender o feito da umidade a resistividade do solo, deve-se considezar gue, em baixe freqdéneia, a conds- ‘clo no solo se fez basicamente por mecanismos cletroliticos. Para que a eletblise se estabeleca & essencial a existéncia da gua c dos sais que vio prover os fons da mistara, Assit, a condutividade do solo sensivelmense afetada pels quanti- dade de Agua nele contida, sendo que o aumento da umida- de do solo implica a diminuigio da sua vesistividade, Na reali- dade, a §gua é o principal elemento de condugso de corren- te no solo, © que pode ser comprevada, por exemple, pelo compostamento da condutividade do solo quando fhe é al- terada & concenttacio de sais minerals, Por sua vez, essa quantidade de agua € variivel com uma série de fatores, tais como clima, época do ano, tem- 28 Aterramentos Elétricos perarura, natureza do solo, existéncia de lencéis subterr’- eos, denere outros. Em geral, a umidade aumenta com a profundidade, Contudo, observa-se que, em seu estado natucal, dificilmente encontram-se solos realmente secos e, também, raramente se encontram solos com umidade superior a 40%, ‘Nio é sazoiivel se presumir que um solo que retenha grande quantidade de agua tesha forsosamente pequena sesistividade, Isto alo ocorrer’, por exemplo, se 2 concen- tracio de sais dissolvidos na égua for muita baixa ou mes: mo se esta estver-congelada, pois a estrdnura cristalina do gelo Ihe confere alta resistividade elétrica, Todavia, geral- mente a resistividade de um tipo de solo é diminufda com 0 aumento de gua nele retide, Um sole de terra de jardim que apresenta um valor médio de resistividade de 480. Q.m a 20% de amidade (valor percentual em peso), tem es§a resistivida- de diminuida para 140 Q.m, 2 50% de umidade. A argila que, 2.20% de umidade, tem valor caracteristico de resistividede de 330 Om, tem este valor reduzido para.86 O.m a 40% de umidade. A areia a 90% de umidade apresenta uma resistivi- dade média de 1.300 Q.m {33}. Na figura 2.2 6 apresentado um grifico que estabelece arelagio entre tesistividade ¢ umidade para um solo areao- $0. Observaese que a resistividade diminui sensivelmente com o aumento da quantidade de égna diluida no solo para varlagdes do indice de Oa 18%. A partir dai, a vatiagio da umidade afeta pouco a resistvidade. Exxperiéncias realizadas com diversos outros tipos de solo comprovam que 0 com- portamento para estes solos é similar aquuele deserito na curva da figura 2.2 {25} Resistividade de solo e resisténcia de aterramento 29 (om 4500 a0} 15 105 95 zs5e 120 150 0: Indie 2 utd (5% pono) Figura 2,2 - Rfeico da umidlade aa resistvidade do soto c) Concentragao e tipos de sais dissolvidos na 4gua Sendo a resistividade de um solo dependente da quan- tidade de agua retida neste, ¢ conhecendo-se o fato de que a resistividade da digua é governada pelos sais dissolvidos nes- ta (Condugdo eletrolitica), conclui-se que a resistividade do solo é influenciada pela quantidade ¢ pelos tipos de sais dis- solvidos na Agua tetida no mesmo. A ateia é usualmente pobte em sais minerais, Assim, guando se umedece ums amostra de aria com agua dest da, geralmente verifica-se que sua resistividade varia relati- -vamente pouco, a despeito da vasagio da umidade, pela fal- ta de condigdes para que se processe a cletrdlise, devido & caréncia de sais na égua. A tabels 2.3 mostra a relacZo entre a quantidade de sal adicionado a um solo arenoso, de umi- dade 15% (peccentual em peso} ¢ temperatura de 17° Ce i 30. Aterramenios Elétricos su resistividade {23}. A figura 23 ilustra a influéncia do tipo de sal dissolvido na dgua {25}. Sal adicionado (oem peso) Resistividade | (Gum) Solo arenoso | Tabola 2.3 - nfludncia da comeentzagio de sais na resistvidade de solo (IPC, umidade 15%), 100 pam 20°C a0 81 02 Pereontagem de solugae Pigans 23 - Ffeie do tipo © eoncenteacain de sais restive de sol, Resistividade do solo e resistencia de aterramento 31 d) Compacidade do solo Um solo mais compacto apresenta uma maior conti- uidade fisica, © que proporciona um menor valor de sesis- tividade. Tanto assim, que se recomenda a espera de um certo tempo apés a instalacdo de um aterramento elétrico, para se fazer a medigio de sua resisténcia, © solo demora um pouco para se acomodar ¢ tornar-se mais compacto. ‘Um aumento da pressfo sobre © solo ocasiona ge- ralmente maior compacidade deste, com redugio de sua resistividade, €) Grannlometzia do solo Sio de reconhecida importineia no estabelecimento da resistividade do solo a dimensio ea presenca de gros de diversos tamanhos. Deve-se considerar essa influéacia em dois aspectos: * capacidade de retoncio de dua nas camadas do solo # continnidade fisica do solo. Em ambos os aspectos, « influénda de uma granalo- metria maior tende # aumentar a tesistividade (menor capae cidade de retengio de agua no soio, deixando-a fuir para camadas mais profundas ou evaporar-se; menor contaro entre os grins resultando em menor continuidade etre), Nos dois aspectos, a presenca de grvios de tamanhos yaria- dos tende a diminuir a resistividade, pois 08 erios menores preenchen os vazios existentcs entze os gros maiores, pro- vocando uma tnaior continuidede da massa do solo € maior capacidade de retencio da sua umidade, 32 Aterramentas Elétricos £) Temperatura do solo Deve-se encarar 0s efeitos da temperatura sobre a re sistividade do solo em dois aspectos distintos: + umg temperatura elevada provoca maior evapora- ho, diminuindo a umidade do solo, Dessa forma, um aumento de temperatura tende a aumentar a resistivi- dade. Isso deve ser considetado, principalmente em paises tropicais com regides de alta temperatura e al- tos indices de insolaciv. = considetande que a resistividade do solo é sensi- velmente influenciada pela igua nele contida ¢ s bendo-se que a Agua possui alto coeficiente negativo de temperatura, ¢ razodvel supor que a resistividade tende a crescer para uma diminuigio da temperatu- fa, A figura 24 ilustra a influéneia da temperatura na resistividade da agua. oo Temperate Figuea 24 - Comportsmento da vesitvidade da agua em fanedo da tem- petwrara Resistividade do sole e resist@ncia de aterramenia 33 Dados colerados experimentalmente mostzam que, para um solo cuja umidade é mantida aproximadamente constante, 9 compostamento da resistividade em fungi da temperatura é bem aproximado daquele apresentado na fi- gura 24 {1, 23, 25}. A resistividade, que apresenta valores seduzidos a 20°C, passa a ter um valor ntuito elevado quan- do 2 gua do solo se congela, devido ao alte valor de resisti= vidade do gelo, como mostea a tabela 24 {23}. Resistvidade | ‘Temperatura CC) “Yhbela 24 - Eisito ca temperneara na resiseividede do sola, Portanto, para analisar-se os efeitos da temperatura de ‘um solo em sua resistividade, os dois aspectos devem set con- siderados, assim como outeos fatores relacionados. Por exer plo, so considerar-s¢ 2 dimninuigio da umidade devido ao au. mento de temperatura (maior evaporigio), é necessirio verifi- car se isto ocome apenas na camada superficial do solo € se 0 mesmo é homogénea, antes de chegar-se a alguma conclusio, g) Estrutura geologica - Anisotropia - Estratifi- cago do solo Quando se pensa na resistividade do solo de um certo local, normalmente atribui-se a esta o valor da resistividade 34 Aterramentos Elétricos do material que 0 compde. Na realidade, a composigio de solo € geralmente estratificada em varias camadas de forma- Gio diferente (consegtientemente de diferentes resistivida- des) superpostas. Além disso, 0 solo apresenta caracteristi- cas anisotrépicas, quando por exemplo camadas mais pro- fandas afloram cm locais dererminados, ocasionandé des- continuidades na superficie. Assim, a resistividade pode va- tiar dependendo da ditecdo considerada ¢, para ceatar do solo de um certo local, passa-se a atribuirJhe o valor médio das resistividades das diversas partes que 0 compdem, de- nominado sesistividade efetiva deste solo {4,17} Parece ligica a existéncia de uma cortelacio entre 2 resistividade do solo ¢ sua estrutura geoldgica, quando sio considerados os processes naturais de formagio da crosta terrestte € a matureza dos materiais que a compéem, A ex periéncia mostra que o valor da resistividade em areas de rochas muito antigas ¢ elevada ¢ que, geralmente, este valor decresce com a diminuigo da idade das rochas, Entretanto, notain-se algamas excecées nese comportamento, A tabela 2.5 mostea faixas de valores de sesistividade corresponden- tes a formagies predominantes em determinados periodos geoldgicos {2}. O extrato da ctosta terrestre, composto pelas cama clas mais superficiais do solo, foi formado pela deposicao de matetiais provenientes da erosio de elevagées, sobre as ter- as baisas, mares e lagos internos, ¢, também, pela acumula- io de conchas & materiais orginicos no funde de pogos profundos de gus, Esses materizis, logo apés sua deposi- io, foram firmemente compactados. Os depdsitos, sujei- tos A transformagio quimica ea grandes press6es, forma ram rochas que sofreram metamorfose até roraarem-se dea Resistividade do solo e resistancia de aterramento 35 sas estruturas cristalinas, gue 2 crosta estd em constante movimento ¢ a estrusita intretanto, ao se deve esquecer formada por sedimentagio esta sujelta a modificagdes de- correntes de erosio, deslocamentos, agio vuledniea, ete, Esta ‘ihima, em particular, pode causar o afloramento de cuma- das profundas, ou dar origem a camadas de rochas igneas na superficie ou estratificada entre outras camadas do solo e, tazabém, sujeitas & meramorfose. Pesfodo [Pré-Cambrianoe combinagocs SS a | dle PréeCambriano e Cambrian 1.0081 10.000 Combinacées de Cambriano ¢ Onioviciano| 100 2 1.000 Ordovieiano, Devoniano ¢ combinagdes destes Carbonless, Trissico © combinagbes do Carbonifero com perioddos mais recentes 50 a 600 Wa 300 | Creticeo, Tercistio, Quaternatio € > | combinagbes destes periods “abel ices “Valowes tiplovs de sesisuvidace pata difereanss pevtodor geols ipl Ps Os mingrios que compSem as rochas sedimentos, com excegio de certos metais, tém, quando secos, resistivi dade tio elevada que podem ser consideradlos isolantes, Dois dos maiores constituintes da costa, os éxidos de Silicio & Aluminio sic excelentes isolantes. A resistividade desses materinis, na forma como ocorrem na natuteza, é determi- nada pela quantidade de Agua neles contida, a 4gua nas par- 36 Alerramentos Elétricos ticulas ov, na maior parte dos casos, nos poros entre parti culas, Para materiais abaixo do aivel de saturugio do solo, conde os poros esto completamente preenchidos, a resisti- vidade depende do volume dos potos, da forma e arvanjo das particulas, além da composigio das Aguas impregnantes, Para colos e materiais acima do nivel de saruragio (efinido como 4 superficie abaixo da gual os poros esto totalmente preenchidos com Agua), os pozos podem estar apenas parcial- mente preenchidos, sendo, entio, dificil analisar a influéncia dessa varidvel. Na inicio do processo de deposi¢io dos sedimentos, 6 volume dos poros era grande. Com 0 decorrer do tempo os sedimentos sofreram compactacio e metamorfose, re- duzindo gradualmente o volume dos poros a pequenas menses, A relago entre o volume dos poros € o volume total de material iocaliza-se na faixa de 35% a 83% para argi- las, de 4% 0 16% para areias e de 0,02% a 1,85% para rochas cristalinas muito antigas {2}, Como as rochas recentes € sedimentos tém elevado volume relative de poros, estes poderiam possuie alta ou b: derado apenas o fator quantidade de agua. Enteeranto, esses materiais a resistividade, sc fosse consi- Ao, getalmente, sokiveis c os sais deles dissolvi- dos formam bons eletrdlites, determinande, usvalmente, baixa resistividade. Constiruem-se em excegdes as arcias € cascalhos, que sao relativamente insokiveis ¢ getalmente es- ‘Ao situados em locais tais, que nao recehem Ayuas de outras camadas, como, por exemplo, quando apresentam altas te- sistividades por formarem as poredes superiores de estru- turas. As rochas cristalinas antigas nfo s6 apresentam redu- zido volume felativo dos poros, como sio, também, insohi- para formacio de elerrélitos, veis, Como aio provém s Resistividade do solo € resistencia de aterramento 37 nem recebem aguas de condugio de outras camadas, as mesmas tém alta resistividade. 2.3 - Resistividades caracteristicas de nosso meio © Estado de Minas Gerais constitui-se numa regio cujos solos superficiais so compostos predominantemente de formagdes antigas, principalmente do periodo Pré- Carabriano, como mostra a figura 2.5 {3}. Periods Gackegicos auc cxnontee Bie Figura 25 ~ Maps geoldgieo do Histado de Minas Gerais, Assim, a resistividade desses solos é geralmente mui- to elevada, admitindo-se um valor médio de resistividade présimo a 2,500 Q.m, Valores dessa grandeze situados na faixa entre 5.000 € 10.000 Q.m so comuns em locais onde sio implantadas instalagdes clétricas. Em alguns casos, quando essas instalacSes se localizam em forma- ces elevadas que apresentam solo seco ¢ hastante afeta- do pela erostio, chega-se a encontrar resistividades supe- thores a 10,000-Q.m, 38 Aterramentos Elétricos Na tabela 2.6 esto compiladios valores tipicos de te~ sistividade em algumas regides brasiteiras, a partir de in- Vale citar que tais valores constituem-se apenas numa referéncia, pois, em locais especificos, os valores de vesistividade podem se formagSes fornecidas por empresas locals afastar muito das médias regionals, Particularmente em regides prosimas ao litoral, tais valores tendem a ser signi- ficativamente menores. FYatocesspicas de Regito Nalores tip ‘Minas Gérnis Sto Paalo Parand L_ Mato Grosso ‘Fabela 26 - Resistvidades usuais de algummas reyides brasileiras, De uma forma geral, os valores de resistividade do sole 130 Brasil sie muito elevados se comparados com valo- es caracteristicos de outros paises como, por exemplo, a Franca ¢ 2 Alemanba (valores usuais em torno de 50 Q.m), No inicio deste capitulo foi postulada 2 relagio proporcio- nal enue a resisténcia de aterramento ¢ a resistividade do solo. Assim, pode se estimar de imediato que a resisténcia de aterramento de determinada configuracio de eletrodos instalada em um solo tipico de Minas Gerais deve apresen- tar um valor de cesisténcia aproximadamente 50 vezes supe- Hor Aquele encontrado para configuragio idéntica de eleteo- dos instulda num solo tipico da Franca, Isto sugere que Resistividade da solo e resistencia de aterramento 39 certas priticas de aterramento, adequadas ¢ suficientes para as condicSes européias, podem ser completamente inopor- nas para as condigdes beasileiras. 2.4 - Consideragées finais sobre a resistividade do solo Nos itens anteriores foram colocados fatores que afe- tam a resistividade'do solo, Contudo, é fundamental res saltar-se a dificuldade de se estabelecer a relagio entre o conjuato de todos esses fatores © 0 comportamento da resistividade do solo em casos reais. Isso confere maior ienportiineia medicio de resistividade local pata avaliagko desse parimetro. 3 - Resisténcia de Aterramento 3.1 - Generalidades ‘Uma conesio 4 term apresenta resisténcia, capacitdncia @ indutincis, cada qual influindo na eapacidade de conci- io de corrente para o solo. Portanto, em principio, alo deve se pensar apenas numa resisténcie de atercemento, mas puma impedincia. Para condigées de baixa freqiiéncia, bai- sas correntes e valores de resistividade do solo nfio muito levados, so despreziveis os efeitos capacitivos e de ioniza- ‘Go do solo ¢ © mesmo comportase praticamente coma ‘ama resisténecia linear, ‘as aplicagies de alta freqiiéneia (como, por exem- ‘plo, em telecomunicagiies), é necessatio considetarse e efeite, __ tapacitivo, principalmente aos solos de alta resistividade ¢, 40 Aterramentos Elétricos também, x influéneia da reatincia indutiva ao bongo dos con- dntores ¢ eletrodos. Tris efeitos estio tantbém presentes para as ondas impulsivas de corrente ¢ tensa, como aquelas as- socindas a descargas atmosféricas, pois as freqiiéncias re presentativas desse tipo de onda sie bastante elevadas, AA figura 2.6 jlusira como a intensidade de corrente in- Auencia 0 valor da impedincia de um aterramento, No caso, considera-se a aplicacio de uma onda impulsiva de corrente, que simula ums descarga amosférica {14, 15, 37}, sobre um arerramento constimido por uma haste de pequenas dimen- ses. No grafico se relaciona o valor de crista da onda de corrente (valor de’pico) com a “impediincia impulsiva’’ (rela- Bo entre os valores de pico das ondas de tensio e corrente), 20 0 i Rasitanls = #0 He ran ond 40 7 eotome oe impute / Bola wrens: Sale nies pe Figure 2.6 - Hiei da Intensidade de oorrente no coimportamento do ater ramesto, Obscrva-se que, para pequenos valores de crista, a impedincia tem valor clevado, comportando-se praticamente como uma resisténcia. Quando a intensidade de corsente vai aumentando, comeca a haver a ionizagiio do solo em tomo da haste, com o aparecimento de eanais de descarga no solo. ‘Tais canais, constituides de plasma, tém natureze Resistividade do solo # esist@ncia de aterramento 41 condutora ¢ 0 efeito equivalente dos mesmas é a formacio de um cilindro de dispersio de corrente, com area ampliada em relagio a superficie do condutor, Essa ampliagio equi- yalente da superficie dos etetrodos, que sera tanto maior quanto maior for o valor de pico de corrente, resulta 20 crescimento tanto da cortente condutiva quanto cepacitiva 0 solo, com a conseqiiente redugio da impedncia de ater= ramento {37, 45} Usualmente, em condigdes de baixa fregiidnela ¢ va- lores de impedincia superiores 2 um ohm, € comum des- premise a componente reativa dessa impedincia, Contu do, para valores inferiores a meio ohm, possiveis em gran- des sistemas de aterramento, deve-se considerar 4 compo- cote indutiva, pois esta pode inéluencias ao 56.20 valor de uma possivel corrente de falta, como também na diseribui- cfo desta corrente no solo, tendendo a tornar seu percurso présimo & linha de transmissao e alterando as finhas de po- tencial na superficie do solo {20, 21,28}. 3.2 Conceito e quantificagao da “Resisténcia de ‘Aterramento” Por aterramento entende-se a ligacio eléwiea de um €quipamento ou componente de um sistema elétrico & terra ‘por meio de dispositivos condutores de eletricidade adeqqua- ‘los. Como citado, ao ser percorrido por uma corrente, 0 atertamento comporta-se como uma impedincia compie- ~ ¥a. Eim condigdes de baixa freqiiéncia, tal impedincia apso- ‘aima-se de uma resisténcia. O tetmo adotado para designar a resisténeia oferecida A passagem de ima corente elétrica pata o solo através de 42 Aterramentos Elétricos ‘um aterramento é “ designacio “cesisténcia de teren” ganhou forga entre 0s téc- nicos, sendo hoje a mais empregada resistencia de aterramento”. Coatudo, & A quantificagio do valor da zesisténcia de aterramen- to pode ser traduzida através da relagio entre o valor ds tensio resultante no eletrodo ¢ 0 valor da corrente injetada no solo através do mesmo: RpsVq/1 ea 3.3- Natuieza da resisténcia de um aterramento ‘A resisténcia oferecida & passagem da corrente elétr. ca através de um eletrodo para o solo tem trés componentes 4 prineipais: «+ Resisténcia propria do eletrodo ¢ das ligacdes eléti- cas a0 mesmo (uswalmente de valor muito reduzido, : dada a alta condutividade dos metais empregados); » Resistencia de contato entze 0 eletrodo ¢ a terra ad jacente a0 mesmo (de valor desprezivel se 0 elettodo cstiver isento de qualquer cobertuta isolante, como tintas, dleos € gordoras, ¢ se a terra estiver bem com- primida de encontro a superficie do eletrodo); # Resistencia da terra circanvizinha (componente fun- damental, que efetivamente determina o valor da resis- téacia de um aterramento bem instalado, € que depen- de basicamente da resistividade do solo e da distribui- gio da corrente provinda do eletrodo, esta determinacda principalmente pela forma ¢ dimensio do mesmo). Resistividade do solo e tesisténcia de aterramento 43 Para se considerar a influéneia da resisténcia da tere Greunvizinha ao eleteodo, pode-se recorrer a uma estiliza- gio que aborda, de forma simplificada, 2 constituicio da resisténcia de aterramento, Na Bara seguinte considera-se © fluxo de uma corrente de conducio para um solo homo- génco por meio de um eletrodo de formato hemisférico. Na estilizagio, o solo é aproximado por um conjunto de fatias hemisféricas de mesma espessura (Ad) e resistividade, cuja rea cresce & medida que se afasta do eletsoda (A = 20), I / R= Re Re Rs, sr0418 a ‘ Ryo R,> R> A> yon? B, Figura 27 - Medelo de solo homogénee aproximade por fats. Cada fatia de solo apresenta um certo valor de resis- téncia. A soma da resisténcia de todas as fatias até uma dis tincia infinita resulta no valor da Resistencia do Aterramen- to, Como a espessura € @ mesma para todas as fatias, quanto ‘mais prosima do eletrodo esti uma fatia, maior é sua resis éncia, pois 4 area atravessada pela corrente € menor, Por ‘ourto lado, quaride a distincia 20 eletrodo € muito significa tiva, a rca da fatia em consideragio torna-se Wo ampla que a sug resistencia flea desprezivel. Assim, quem determina cfetivamente o valor da resistencia de aterramemo 6 4 tetra ‘ais prdxima do eletrodo, sendo muito reduzida a contei- buigio das fatias-de solo mais distantes 44 Aterramentos Elétricos Para se considerar os potenciais estabelecidos no solo devido a0 Huxo de corrente através do eletrodo, deve-se tes saltat que a corrente (J, que se distsibui radialmente © que atravessa cada fatia (em diregio ao infinito), € a mesma. As~ sim, a queda de tensio que ocorre em cada fatia (AV= RI) vai deerescendo & medida que se afasta do eletodo, pois a resistencia da fatia também decresce, devido ao aumento da fea atravessada, Admitindo-se um potencial nulo no infini- 10, 0 valor do potencial aumenta a medida que se sproxima do elettodo, devido & queda de tensio no percuso conside- rado no solo, Percebe-se, ainda, que tal crescimento do po- teacial sem derivada ceescente, pois a cositribu da de tensio) para composicio do potencial é tanto maior » (em que- quanto mais proxima do eletrodo esta a fatia. A curva se- gainte iustra o perfil de potencial no solo. Ponca 1 Rp = FEB ER pnt RM ER PLR AR RSL ROL Reh R, i 1 t | L *nemisterio sictancis (m) Figura 28 - Perl de poteneial 20 solo, © mesmo tipo de estilizacio € wilido para outras con- figuragSes de elettodos (como hastes ¢ eletrados horizon tais). Nesse caso, forma das equipotencisis na regito pro- xima ao eletrodo ¢ semelhante # forma deste, eo mesmo Resistividacie do sofn e resistencia de aterramento 45 deve ocotter com o formato das fitias. Contudo, a medida que se afasta deste, a forma das equipotencizis tende a se abanlar (o mesmo deve ocorrer com as tatias), logo se apro- ximando de um hemisfério, A. diferenga no formato das primeiras fatias resulta, certamente, em valores diferentes para a res © que implica um valor diferente da cesisténcia de aterra- mento da configuracio, a0 se compor a soma das resistén- clas das fatias isténcia das mesmas em relagao ao caso anteriot, Notas que tal diferenga é devida apenas as came- das de solo mais proximas do eletrodo, gue, entretanto, so aquelas que exercem maior influéncia na‘composicio do valor de R,,. 3.4 - Determinagao da tesisténcia de aterramento © calculo exato da resisténcia de aterramento re- quer a realizagio de desenvolyimentos analiticos, que podem ser mais simples ou complicados, consoante a configuracio dos eletrodos. A resistencia de aterramen- to € definida pela relagio entre a elevacin de potencial teferida ao infinito e a corrente que a gerou, Para fins de ifustracdo, consideta-se a configuracio hemisférica da estilizacio anterior. O desenvolvimento a seguir ilus- ta a determinacdo de tal resisténcia no caso do eletro- do hemisférico, Inicialmente, calcula-se o potencial promovido num Ponto x qualquer do solo {a uma disvincia ¢, da fonte de corrente, devido 20 fluxo dessa corrente em direcio 20 infinite). 46 Aterramentos Eétricos oE ow Hepl fe ears? on Pag are 24/28) Posteriormente, quando se considera 0 ponto x sobre a superficie do eletrodo, pode se dererminar a elevacto de potencial do eletrode em relagie 20 infinito, devido ao flu- xo da corrente I —P oy 2a 25) ieeady A pattir dai, se determina o valor da resisténcin de ateramento: Veeco, . Brees SORT etosaan Uma anilise interessante, que pode ser derivada dos desenvolvimentos, refere-se & forma de disttibuigio de po- tencial no solo. Percebe-se (através da formulagio de V_) ‘que tal distribuigdo cortesponde a equipotenciais hemisféri- cas, exatamente como no modelo “fatiado” do solo, Em caso de fluxo de corrente no aterramento, 2 con- segiiente elevagio de potencial é transmitida & supesficie do solo ¢ pade set perigoxa nas imediacées. Apesar da re- sistividade homogénea do solo, a resisténcia do solo por unidade de distincia diminui 4 medida que se afasta do Resistividade do solo e resistoncia de aterramento. 47 - qletrodo. Isto ¢ facilmente compreensfvel: apesat da densi- me i | Gade de corrente diminuir 4 medida que se afasta do cle- trodo, a cortente total que se dispersa 2 partir da superticie ‘do cletrodo é a mesma que atravessa todas as superficies ‘correspondentes is equipotenciais, A area da seco do solo atravessada pela cotrente vai aumentando medida que se afasta do eletrodo, resultando na diminuicéo da resisténcia dessas secdes €, conseqiientemente, em menores quedas de tensio por unidade de comprimento. Dessa forma, a maior parte de elevacio de potencial que ocorse entre a smalha € 0 ponto de potencial zero fica localizada na terra mais circanvizinha ao ponto de dispersio de cortente, como mostra a figura 2.9. Percebe-se, ainda, que, por ocasido do Flaxo de uma | fottente por um cletrodo semi-estérico enrerrado a0 nivel -do solo, merade da elevacio do potencial do eletrodo locali- | Rese a uma distincia de dois maios do centro da semi-esfera. © A quantificacio dessa telacio deriva diretamente da aplica: i 48. Aterramentos Elétricos P ° 2... ae One, Fics eto Vs; Var = G2Vp ‘eens ke ‘ems A determinagao da resisténcia de aterramento de ov tras configuengdes de aterramento segue o mesmo procedi- mento basico. A diferenea fica por conta da forma de distti- buicio da densidade de corrente no solo, gue depende da forma e dimensio do cletrodo e que determina uma formu- lagao especifica para o campo elétrico. A integragin do mes- mo no percurso entre um ponte infinitamente afsstado ea superficie do eletrodo fornece o sen potencial, Dividindo- se tal porencial pela corrente, obtém-se o valor da resistén- cia, Na tabela a seguir so apresentadas as expresses para cilculo da resisténcia de aterramento de algumas configuea- gbes tipicas de aterramento. gsc Haste Vertical a= VF qe aL i © kpePecandl-n Eletrodo Tipo / Expresso Semi-esfera ao nivel do sno Disco hesizontal so rive do solo ‘Disco vertical profundidade “a” Disca hosizontal a profundidade “a” | Supertce quadada vite | Meson resitcia que ade umn | disco de mesma Area, colocado & (Oe eso profiad | “Tabela 2.7 - Expressées parm configuragées tipieas de eletrodos de aterea- teenie 50 Atetramentos Elétricos 3.5 - Requisitos bisicos de um aterramento Para corar nitidas as caracteristicas elesejdvels para um aterramento, basta se considerar as funcSes fandamentais que 9 mesmo deve desempenhar. No capitulo 1, estas fo~ tam sintetizadas em: permitir.o escoarmento para a terra de cargas ou cor- rentes de descarga, constituindo-se em um fator de segumaagas ® possibilitar o uso da terra como um condutor de feoorno Hum cireuito elétrico; « influenciar no desempenho eletromagnético do si tema, seja no estabelecimento de referéacias de po- tencial ou pela possibilidade de implementme%o de ama filosofia de protectio baseada na detecgio de fluxo de corrente pelo solo; * limitar os niveis de potenciais ow a distribuigzo des- tes a patamares seguros, Ora, pata realizar adequadamente essas funcdes, um atetramento deve apresentar basicamente trés earacteristicas: = capacidade de condugio; = baixo valor de resisténcia, = configutagio de cletrodas que possibilite o controle do gradiente de potencial De uma forma geral espera-se que um aterramento tena suficiente capacidade de dispersdo para 0 solo de de~ terminados valores de cotvente, sem, contudo, petmitir que 68 potenciais na superficie deste solo atinjam niveis com- prometedoreé 4 seguranca do pessoal, por ocasiio de uma Resistividade do soto e resistencia de aterramento 51 falta, Nessa perspectiva, é possivel agrupar os aterramentos, =. gensoante seu principal objetive na aplicagao, em: “aterra- mnentos de servic”, quando desempenham efetivamente ema ou circvito elétrico, ¢ “ater- ‘ama fangao elétvica ao s ramento de segueanca”, quando sua finalidade & evitar tis- cos para a vida no local. E dificil se estabelecer qual é um valor razoével de R., de uma forma absoluta, Isso depende da aplicagio do ater ramento, de fatores t€enicos e econdimicos. Entretanto, em quase todos os casos, deseja-se que a resisténcia de tera tenha o menor valor possivel. Pode ser citado, pata se ter uma idgia quantitativa de Ry, que é co- mum cncontrarse resisténeia de atetramento de valor me- nor que SO para instalagdes elétricas de grande porte de valores na faixa de 40 a 4000. nas tedes de distribuigio de energia elética, Alguns autores consideram atettamentos ‘com resisiéncis superior a 25Q condenaveis. Contudo, nio parece razodvel tal consideracto, pois em muitas aplicagdes © valor da tesisténcia de atersamento no € 0 ponto funda- mental (por exemplo, aos aterramentos para evitar-se 0 car seyaimento estitico de sistemas eletto-ctet*Snicos). Por ou- tro lado, em outras situagdes, nao é possivel se aleangar va loves reduzidos de resisténcia de aterramento, para as restri- Ges impostas em condigSes priticas (por exemplo, valores clevadissimos de resistividade do solo ¢ restrigGes na dimen- sto da planta onde o aterramento deve set instalado). Nes- ses casos, € possivel assegurar o desempeaho eficiente do sistema, através da adogio de abordagens mais abrangentes de protecio, que podem incluir priticas de equipotenciali- ago e 0 recurso a téenieas ¢ dispositivos especificos, como ‘ttansformadores isoladores ¢ supressores de surto. 32 Aerramentos Elétricos syidade do sola e resistencia de aterramento 33 3.6- Resistencia de alguns sistemas de até fl, Q15) Alguns tipos de aplicacio requerem que o ater . « y A Fett a “ io muito distantes, n3o existe to possua valor muito tedazido de resisténcia. Bra i is elettodos esto muite ; Ne eee : og mesmos, pois é desprezivel o poten- casos nio € possivel aleangar tal valor com um nie nite ca um eletrodo pelo oe : ‘ 54 ca um eletrodo trodo, nes condighes especiticas de resistividade d, segito onde se encon Jocal. Isso pode justificar a composigao de sistemas de. rumento, constituidos pela intetligacio de diferentes todos, dispostos de forma diversa, depencendo dhs peg Faridades do projeto. we Ho outro, Nesse casa, se os dois eletrodos digados, @ cortente que flui € 0 dobro daqucla {pare a mesma tensio aplicada a wma baste isle ‘portanto, a resisténcia de atecramento do con- Embora 0 aumente da configuzagio de eletrodas sulte na redugip da resisténeia de ateitamento, tal ted io obedece a uma xelagio proporcional com o cresciny to do compemento dos eletrodos, devido a um efeite acoplamento resistivo entre os mesmos, Quando dois todos sto colocados préiximos no solo, passa a existir interferéncia entre ambos que influsncia na capacidede d dispersio de corrente do conjunto. Cabe, ent&o, cones a Resisténcia Muima (R,,,) entre dois elerrodos de atertam to, Esta € definida como a elevagio de potencial de wm el trodo em relacio ao terra infinitamente afastaclo, devido a9 Axo de uma corrente unitiria no outto eletrodo. R=R/2 Gg VjERyl + Ry 17/218) R= VL, Ry =V,/ 1. =I, / 2c, pela conexto Pata sc estabelecer uma melhor idéia do ¢ feito de plamento associado a resisténcia mitua, pode se reco consideragio de dois eletrodos verticais (hastess) idéase solocados num solo homogéneo, Quando considerados: paradamente, cada qual tem uma resisténcia pres pria dea ramento, R,: 54 Aterramentos Elétricos Assim, percebe-se que 4 resisténcia de atermmento do conjunto torna-se maior que o pamiclo da resistencia das duas hastes, por um excesso quantificado pela metade do valot da resisténcia mainaa, Isso traduza redugiio da corrente resultan- te no conjunto, quando Ihe é aplicade determinada tensio, em relacio a condicio de grande afastamento entre as hastes. Logo, 20 determinar-se a resisténcia de “terra” de um sis- ema de atertamento (por exemplo, de uma malha) deve-se con- Siderar o patallismo existente entee as resistencias dos cletrodos «¢, também, 0 efeito de resisténcia mitua entee 08 mesos. Na tabela 2.8 sio compilados alguns tipos de sistema de atesramento de uso mais comum. Deve-se ressaltat, ain- da, a existéncia de efeitos ménuos indutivo e capacitive en- tre 08 elettodos de aterramemto, que, contudo, no se mani- festam nas condicdes de baixa freqiiéncia em anilise. 3.7 - Fatores que influenciam no valor da resis- téncia de um aterramento Vitios fatores infuenciam na resisténcia de teren de um eletrodo ou de utns associagio detes. Como foi mencionado, das componentes dessa resisténcia, pesa realmente a resistén- cia da terra mais circunvizinha aos eletrodos. De uma forma genética pode-se resumir todos os fatores em dois grupos: + resistividade do solo nas adjacéncias dos eleteodos; * geometria dos cletrodos (dimensio ¢ forma). Fwidentemente, se a resistividade € um fator de in- fluéncia, também o sio todos aqueles fatores que determi- nam 0 sex valor. Quanto aos eletrodos, pode-se considerar suas dimensdes, forma, aimero empregado, 0 posiciona- mento relative € © espacamento entre eles. Resistividade do solo eresisténcia de aterramento 55 Tipo / Expressio aes de # pontos colocada num hn zona de potent a tauin do elewodes 3} Pak Hayter y tks 201-1072 (a ates veins daposeas emeeuia (> 13 hanes areas deporas Unifnrmemente na aren A aos 1 tant aga Ke in Brey agit bee * KK, = constamte que depence da profun de hastes (25 hastes vets digpostas ern nha sei (¢ =>) Nialha eonsdruide por vetieotado | formado com eletrodos horizontals, | ‘cobtinds 2 area A e comprimenta | tonal de condurores [ wpe oes fe 2 | T Wark ~ Guat de 3 rates verticals itech tulas, posts no vite de urn cngulo equitero(apieapto tipicn be hieoramenso dk parses By=ha nae font Bae natty rio do heme que postal w maser ‘aloede reseténen de ui haste) 56 Aterramentos Eiétricos 3.8 - Técnicas mais comuns de methoria da resis- téncia de aterramento Muitas vezes, apés a instalacio de um aterramento, observa-se através de medicdes que o valor da resistencia deste é superior a0 valor desejado. Nesses casos empregam- se normalmente algunas téenicas capazes de melhorar (di- minuit) 0 valor da tesisténcia de terra, Fissas téenicas atuam, basicamente, modificando a resistividade do solo vas proxi- miclades do eletrodo, ou alterundo as condigbes dos eletro- dos de atesramento, ou, ainda, fazerido aplicagio dessas duas possibilidades simukaneamente, a) Aumento do mimero de eletrodos em paralelo Pode-se conseguir por este meio diminui bastante a re- sisténcia, Contudo, deve-se lembrar que os eletrodos devem estar suficentemente afastados para minimizar os efeitos da resisténcia mina, A partir de um certo nitmero de elersodos ‘em patalelo, a sesistEncia passa a diminuis pouco para a coloca- ho de novos eletrodos, quando, entio, a técnica deixa de ser eficaz. Na figura 2.10 é mostrado o comportamento da resis- téncia de um aterramento constituid de uma haste vertical para o acréscimo de bastes verticais iguais em paraielo. sy, Reon ge serene vax oe om on (3 pega: 1 polepao) Figura 2.10 - Bieta do parilelismo edo dii- smetno das hastes are (90,1 popes t2ees ep a Nomeredenasion dugio de R, (25). Rosistividade do soto e resistencia de aterramento 57 b) Aprofundamento dos eletrodos © processo pode ser eficiente se mostra particular- mente vidvel na aplicagiio de hastes werticais. A figura 2.11 mostma 0 comportamento da resisténcta de terra de urna haste vertical A medida que sus profundidade é aumentada pela emenda de outras hastes. Sole com camada Bri 4 ma rotunda de 24 minor reise Rl) ~ Solo quace hromogeneo 0 _, 3 30 30 2 Prafunidade (m) Profundisade (rm) Figura 2.11 - Efeito da protundidade de haste na redugio de R, {33}, Quando 0 solo apresenta camadas mais profundas de menor resistividade, essa cécnica é peculiarmente eficaz, pois com a emenda de hastes verticais consegue-se atingir essas camadas de melhor condugio, Se 0 solo é homogéneo, a eficécia da técnica é reduzida para profundidades superiores 3,5 m. Observa-se que, a partir de uit certo ponto, a resis- téncia do aterramento diminui pouco para grandes aamen- tos da profundidade. ¢) Aumento da seco reta do elettodo Observa-se una diminuicio da resisténcia de um ater ramento para um aumento da area da secio do eletrodo. Contudo, © que acorre, aa miioria das vezes, € 0 dimensio- hamente da seco do eletrade por questdes de resisténcia 58 Atercamentos Elétricos mecinica ou em fungio da sua capacidade de condugéo de cotreate, pois a varlacio no valor da tesisténcia de aterra- mento pela modificagite da 4rea da seqao 6 pequena. A figu- ra 2.10 ilustea ossa vatiagio, 4d) Tratamento quimico do solo A adicio de sais na tetra cixcunvizinha a um aterra- mento diminui sua resistividade e, conseqientemente, a sua resisténcia de terra. E comum o emprego de cloreto de sédio ou sulfato de cobre on, ainda, de produtos quimicos indus- trializados com essa finalidade, Nesse tearamento deve-se cuidar que os sais n¥o entrem em contato direto com o ele- todo para evitara corrosio, ¢ também manter um controle do valor da resisténcia de terra, pois este pode aumentar com o tempo devido 4 dispersto dos sais pelo solo. Esta pritica pode ser muito eficiente para atertamen- tos de pequena dimensio, Embora a redugio da resistivida- de seja promovida apenas nas proximidaces dos elettodos, € justamente esta porgio do solo que € responsive! pela maior parcela da resisténcia de aterramento, Redugdk periores a 50% de valor da resisténcia de aterramento po- dem ser obtidas, s¢ a dimensio do sistema € muito pequena (Gor exemplo, umas poucas hastes). Entretanto, no caso de aterramentos extensos, como é o caso de malhas de subes- facio, maramente se alcanca rechugio superior a 15% no va- Jor da resistéacia com © tratamento quimico. sue ©) Tratamento fisico do solo Consiste em envolver o eletrade com material eonda- - telativamente reduzide de resisti Resistividade do sole # resistencia de aterramento 59 or, fizendo como que uma ampliagio de sua superficie de Contato com a terra adjacente. Os materiais mais emprega- idos sio a sucata € 0 carvio, Salve-se que as téencas aqui mencionadas diminucm a vesisténcia de um aterramento, O que nio se pode dizer & ‘quio significativa seri a redugo para cada caso. Uma pritica especifica, que merece citacdo, refere-se a0 emprego de_betonita, que é uszda para pteenchimento de um volume em tomo do eletrodo, em aterramentos co- Jocados em solos de alta resistividade. B comum o uso des- Se material nas valas onde sto colocados os eletrodos host- ‘zontais ¢, também, em furos com drea ampliada em elagio A superficie do eletrodo, nos quais sfo colocadas hastes (ver- ‘icais} profundas. Além da sua baixa resistividade,a betonita tem propriedade higroscdpica, que the permite concentrar ‘uma maior umidade, A concentragio maior de umidade se testende, inclusive ao solo adjacente a beronita, o que resulta ‘uma significativa redugio da resistividede do mesino, jus- tamente na regido que € critica pars definigio do valor da sesisténcia de aterramento, Tal pritica poderia ser classifica de como uum tratamento fisico do solo, Outra pnities de interesse constitui-se no envalvimento dos eletrodos numa camada de concreto, muito usual em _ solos de alta tesistividade e, sobretuelo, quando a instalago gue sc deseja atermar se localiza sobre rochas. Além de pro- Yer a fixagio do eletrodo 20 solo, o concreto apresenta valor idade, tem propriedade ‘igroscépica e, ainda, protege © eletrodo contea a corrosio, GaPituLo 3 METODOS DE MEDICAO DE RESISTENCIA DE ATERRAMENTO E DE RESISTIVIDADE DO SOLO 1 - Introdugio Para s¢ efetuar a mediglo corteta de uma grandeza, € necessério ter conhecimento das caracteristicas da mesma, a fim de evitar-se intetpretacdes equivocadas quanto ao significado dos resultados da medigao. "Tal conbecimento é perticularmente importante no caso de grandezas de re- conhecida complexidade, tais quais a resistividade do solo © a resisténcia de aterramento. No capitulo anterior, pro- cedeu-se & abordagem cuidadosa dessas duas grandezas, suficiente para caracterizagio das mesmas, 0 que possibili- tm considerar, no presente capitulo, as correspondentes técnicas de medigio. 2 - Distribuigao de correntes e potenciais no solo Os caminhos de corrente no solo apresentam uma geomeiria complesa e, por conseguinte, ao analisar a terra como um condutor de cozrente, nfo se tem a mesma sim- plicidade de tratamento existente no caso de condutores metilicos lineages. Ao ser injetads no solo, a corrente tende 62. Aterramentos Elétrices 1 se dispersar em todas as direcdes, percorrendo caminhos cterminados pelas caracteristieas do meio. A figura 3.1 dé vina idéia da mancira como a corrente cixcula entre dois elettodos colocados no solo. Para abordagem dessa questio, pode-se fazer referén- cia avs desenvolvimentos dos itens 2.3 e 2.4 do capitulo anterior, correspondentes & configuragio hemisférica Considera-se, iniciaimente, o estabelecimento de usna diferenga de potencial entre dois eletrodos hemisféricos entetrados num solo homogéneo, colocados a uma distin- cia “d” muito supgtior aos seus raios “” fd > 10s). A fonte de tensio deve ser alternada para minimizacko dos efeitos galvinicos junto & superficie dos eletzados, os quais podem mascatar 05 resultados de medicio. ira 3.1 Distibuicde apreimada das inhas de cosrente ¢ equipotencinis pe sok Resistencia de aterramento e resistividade do solo 63 A cortente I flui para 0 solo através do eletrodo A, espalhando-se radialmente em todas as disegdes ¢ concen- trando-se, da mesma forma, & medida que se aproxima do outto eetrodo. A densidade de corrente “}” a uma distancia <<" do centro do hemisfério (figura 3.2 no solo sio dados respectivamente por (2.6 ¢ 2. , £0 campo elétrico Eph (sot ar? * , Por outro lado, para se obter a diferenga do poten- cial “AV” do ponto “x” em relagio ao porencial do ele- trodo (Figura 3.2) basta caleular a integral de linha da in- sensidade de campo entre a superficie do eletrodo © ponto “x GAY any Figur 3.2 - Densidad de eorcenree perfil do potencial ag solo (em suki aa slenodto}, 64 Aterramentos Elétricos Da expressio anterior, pode sex determinada a dife- renga de porencisl entre o eletrado hemisférico ¢ um poato x muito distante (tendendo para infinito): fy (1, ictodo OR Fetcirodo 63) Esse ponto afastado & tomado como referéncia de potenciai, sendo-Ihe atribuido arbitrariamente o potencial vero ¢ a denominacio de “terra remota”. © valor da résisténcia elétrica sentida pela corren- te que Flui do eletrodo é fornecido pela razio entre 0 potencial deste (referido a infinito) e a coreente. A in- terligacie dos pontos de mesmo potencial no solo geta superficies equipotencisis, de formato hemisférico com centro nos eletrodos, conforme mostrado nas figuras 3463.2, Para obtencio do perfil do potencial na saperticie o solo, pode ser implementada a montagem indicada na Figuca 53 - Maontagem para levsntamento do perfil de potenci. Resistencia de aterramento e resistividade do salo 65 Uma Fonse de rensio alternada estubelece « diferenga de potencial entre os dois eletrodos, que faz circular uma determinada corrente entre os mesmos no solo, O desloca- mento da haste de prova “h” ao longo do segmento de reta AB que liga os dois eletrodos permite tomar-se o potencial do ponto x (onde estiver enterrada esta haste) em telagio 20 porencial do eletrodo A, Trngando-se a curva dos potenciais ~ obtem-se um grati- medidos para as diversas distincias “3 co similar a0 apresentado na figura 3.4. gua 34 Pet 6 pore aa wep do so Na parte inicial da curva (cntre A e x), @ potencial é sensivelmente crescente, Como foi visto anteriormente, a maior parte da resisténcia de um aterramento lo; pa terra mais préxima ao mesmo. A medida que se afasta do dletrodo, a Area de condugie de corrente vai se ampliando e liza-s setae manta 66 Aterramentos Elérricos a resisténcia da “fatia” do solo correspondente a esta super- ficie vai diminuindo cada vee mais. Para pontos muito dis- tantes tal resisténcia torna-se desprezivel, Os pontes da cut- va correspondem justamente & somatéria da queda de ten- sho que ocorte na resisténcia de cada elemento de volume desde © ponto A até © ponto x, em consideragio, Ponde- rando-se que a corrente que atravessa cada superficie & a mesma ¢ qué a resisténcia das fatias elementares de solo vai diminuindo medida que se afasta do aterramento, conclui- s€ que a queda de tensao ¢ cada vez menor para os volumes clementas embora a somatéria destas seja ainda crescen- te. Isso justifica o formato da curva antes do patamar (cres- cente ¢ com derivaca decrescente entre Ae x). Entre os pontos x, € x, area da seciio de condugio é to ampla que resulta numa densidade de corrente diminu- ta, sendo, entio, a queda de tensto desprezivel entre os dois pontos, Fista repiio é conhecida como paramat de potencial A diferenga de potencial entze os pontos nas extremidades do patamar corresponde a nxenos de 2% do potencial obti- do entre A ¢ x,, Em termos praticas, pode-se dizer que Io- caliza-se neste patamar o “terra remote” (ponto ao qual se attibui potencial zero € que estd infinitamente afastado do aterramento}, pois quase toda a diferenga de poteneial entre 0 eletrodo A ¢ um ponto infiniamente afastado sc Iocaliva até o patamar (cerca de 98%). partir dex,,as areas de condhiclo comecam a dimi- nuit, pois, ao convergir para o eletrodo B, a corrente tem de attavessar supetficies hemisféricas centeadas nesse eletrodo de area cada vex menor. Conseqiientemente, a res isténcia dos clementos de volume correspondentes aumenta com & aproximagio de B, Isso justifica io apenas a caracter tien t | | t | | : i i Resistencia de eterrumento e resistividade do sola 67 crescente da curva, mas também a caracteristica crescente de sua derivada, 4 medida que se aproxima de B. Obsery: se nesta curva uma separacio bem nitida entre a queda de tenso no aterramento A e aquela no atel samento de B, sepatagio esta constituida pelo patamar de potencial, Isso ocorre porque os eletrodos A e B foram con- siderados suficientemente afastados. Para se avaliar 2 modi- ficacio do perfil de potencial com a diminuigao da distancia entre 98 eletrodos que injetam corrente no solo, é empregar de a mesma montagem da figura 3. auamente os potenciais entre os eleerodos Ae BOs resule tados estio colocados na figura 3.5. }, sero medisios conti- a 8B, Figura 3.5 Variagi do peril de porencial em Ringto da cistinela exste 08 eletrodos de corrente. A aproximagio dos eletrodos eausa a diminaigio do jpatamar, Isso & mostrado na “curva 1” para s distineia AB, entre os eletrodos A ¢ B, Diminuindo-se ainda mais a dis- incia, atinge-se uma situsio critica, em que‘o patamar esti prestes 4 se extinguir, indicada na “curva 2”, para a distancia AB,, Sea distiacia é diminuida além desse ponto, 0 parimar desaparece, nto sendo mais possivel distinguir as regiées de 68 Aterrarnentos Elétricos queda de rensio dos dois aterramentos, como € mosttade pela “curva 3. Passa a existir uma intecferéncia entre as regides de aterramento dos dois elettodos, como resultado do acoplamenta matuo resistivo entre ambos, A “curva 4” mostta o perfil de potencial obtide quan- do as tensdes sio medidas ac longo da teta que une Ae B, mas do Jado oposto a0 cletrode A, Nota-se que a curva tem © ctescimento um pouco mais lento, tendendo a aleancar 6 potencial do patamar para pontos muito distantes. O poten- ial eo ulttapassa o valor do potencial do patamnar, pais na direcio em questio no se tem a concentratio das linhas de corrente como no Caso em que se aproxima de B. Na curva da figura 3.4, a igualdade no valor da queda dc potencial para os dois aterramentos decorte da confign- taco idéntica (forma ¢ dimensio} dos elettodos. Se 0 raio do elettodo A Fosse igual 4 metade daquele de B, a queda de tenso no aterramento de A seria o dobro daquuele da resis. téncia de B, pois a corrente que citcula entre ambos é a mesma eo valor da resisténcia de aterramento de A seria o dobro daquele do de B.A figura 3.7 (a) idustea um caso em gue as dimensées dos dois efetvodos colocados em solo homogéneo sao diferentes, : 3° Alteracdes produzidas na distribuicao de corren- tes ¢ potenciais no solo pelo emprego de outros ti- Pos de cletrodos e pela ndo-homogeneidade do solo Quando si empregados eletodos de formato dife- tente, os caminhos de corrente nas proximidades do eletro- do sio modifieados. A corrente & sempre ortogonal 3s su- i : | : Resistencia de aterramento e resistividade do solo 69 pesficies equipotenciais. Fistas tém formato semelhante a0 do elewoclo ¢ sio ampliadas & medida que se alasta do mes- imo, tendlendo a se abaularem até toraarem-se hemisfétieas. “Assim, a grandes distincias do aterramento, a disteibusigio de cortentes ¢ potenciais no solo deve aprosimar-se dague- Jas gue ocorrem para eletrodos hemisféricos, nie importan- do. forma do eleiodo. Até mesmo para uma malba consti tuida de virios eletrodos pode se considerar essa distribu cio se as dimensdes da malha s4o reduzidas em relagio as distincias em questio (aproximadamente quatro vezes me- nos}. Na figura 3.6 estio reptesentadas as superficies © le has equipotenciais, além da curva do perfil de potencial, para um eletrodo wertical (haste), Figura 3.6- Equipotenciais np solo paca eterrodo tipo haste. [As heterogeneidades do solo podem alterar sensivel- mente 0s caininhos de corrente e conseqiientemente a dis- tribuigio de potenciais na sua superficie. Por exemplo, um. corpo condutot de Jongas dimensdes enterrado pode con- contrat a conrente que passa no solo, alterando as linhas de potencial. A estratificacio do solo em camadas de resistvi- dades diferentes pode fazer que 0s caminhos de corvente 70 Aterramentas Eléuricos sejam mais superfciais ow mais profuindos, de acordo com a resistividade das camadas, conforme tlusteade na fignea 3.7 {1}. Esta mostra as linhas de corrente, as equiporenciais ¢ 0 perfil de porencial ma supesticie de solo, quando se uma diferenga de potencial entee dois cletroxt de raios a plica s hemistéricos: rentes (0 diametto do elesrodo A vale 10. m0 de B vale 1m). Os dois cletrodos estio enterrados a uma distincia de 1.000 metzos, sursae Figura 3.7 = Uso da os supestiie Fifleupdhy doy solo no perfit de poencial sa Na primeira parte da tigura, o solo é homogéneo quan: to a resistividac ¢ ¢ aplicada uma difecenca de potencial de 110 V entre os efetrados, Non-se que a maior pare da que dade tensio nv sole lncaliza-se prdsimna ao eletrodo de me. nor didmetro. Na seyanda parte da fiyura considera-se a aplicacio de wma diterenga de potencial de 113 V entre ns eletrodos, colocados num sole ‘itatificada em duas cama das, sendo a earmada superficial de resistividade bem menor. ResistOncia de aterramento e resistividiade do solo 71 eso causa uma taigr concentiacio de caminhos de corren- te na camada superficial, aleerando completamente a distti- buigio de porenciais no solo, Nota-se que o patamar de potenciad praticamente se extingniu, sendo dificil delimitar a regio de cada aterramento. This heterogencidades vio influenciar efetivamente © vilor da resisténcia de aterramento, 4- Medicao de resisténcia de aterramento Como ji fora colocado, a quantificagio da tesisténcia de um aterramento pode ser realizada por meio da raaio eatse © potencial do sistems de aterramente em relagic a um ponte infiaitamente afastado ¢ a corrente que se faz fluir entre © aterramento ¢ tal ponto. Na pritica, sabe-se que quase todo esse potencial (cerca de 98%) se localiza a uma distincia no multe grande do ‘el comsidetar-se esse ponte loca- aterramento, sendo ros Tiado no terra remoto, Referindo-se & figura 3.4, esse pon 10 4e localizavia sobre o patamar de potencial. Na medigio de re: di cortente alrernada, para evita tos galvanicos no solo na detecego da queda de tensio resis: tiva, como est explicado no proxime capitulo. inca de “terta” deve ser empreg: ainterteréneia dos ete Para conferir gonerilidlade as consiceragbes apresen- tadas sobte os métados de medicio, sda representados nas dereesio de tension figuras voltimettos ¢ amperimetos pars sténcia de aterramento pode ser obtida V/A. A dinica e corrente. A resi indiremmente pel caleuly da relicto R, difescaga em relaclia aus instrumentox de medicio de te 72 Aterramentos Elétricos sisténcia de “terra” consiste no faro destes forneeerem dire tamente o valor da resistéacia, jd estubelecendo » rela: entre as grandezas tensin © currence Na aplicagio de todos og métodos de medicio, me vavnda-se que a sister ser media esta deseueny ring caidadas, as medigées pode adn por quite die segeranga, Ainda nessa condigho, sia nec pois o opetador que tealiz tuto com condutor ‘star enn con. aterrados em pontos dis taalmente, a existéncia de diferenca de porencial entre tais pontos pode getar o fluxe de corrente entre as mestnos através dos condurotes. Ao fazer as conesdes para mediq20, © operdor pode efefunt, com o seu compo, o fechamento do cicuito pam cicculagio da corrente,o que pode submeté- Joa condigaes severas de tisco, Além disso, devem ser observadas certas condigdes pam realizagio das medicdes. Por exemplo, estas nao devem set efetuadas num breve periodo apés uma chuva, pois o solo umedecido pela chuva tende a apres fatar menor valor de resisténcia, Recomenda-se a realizagiio da medicio quan- doo solo encontear-se seco, pois nesse caso a resistencia do aterramento teri possivelmente seu walor critico, Fi acanse- Ihavel registrar as condigdes de realizacdo das medigdes (term petatura ambiente, umidade do ar, profondidade dos eletro~ dos to, distineins € diregdes das mediedes, denire outras) de prova, dimensies e forma do sistema de aterramen- 4.1 - Método da queda de potencial (3 terminais) Para implemenragio dese método, € feita uma mon- taem idéntien Aquela da figura 3.3. stabelece-se uma ten io entre © sistema de aterramento representade pelo ele- Resisténeia de aterramente e resistividade do solo 7 trodo Ne p eletrodo de corrente ©, fincado no solo a uma distincia do aterraments X hem maior que as dimensdes fineares do sistema (figura 3.8), Isto resulta a tluso de uma corrente J,, entre os cleodos, Pista causa uma queda de potencial no solo € parte desta queda € devectada pelo voltimetro atcayés da haste sonda P, finesda no solo entre X Ao se deslocar 6 dletrode de potenicial entre X ¢ C, registeundo-se a cada ponte a indica ¢ « perfil de poteacial entre os ecendo-se a 12- eC,em inka com os mest 10 do voltimetto, obtém- dois electodes, como na figura 3.4, Bstabel zo entre a queda de tensio detectada © a cortente que fui entte os cletrodas X eC, obtém-se um valor de resistencia. Considerando-se que a comente que fui entre os eletrodas tem valor eficaz constante, observa-se que a curva de resis- io da distancia tem exatamente ames- réncia media em fun ma forma do perfil de potencial, pois foi construida ponto a ponto a partir da division da tensio do ponto corresponden- te na curva do perfil de potencial pela intensidade da cor- rente (Agura 3.9). eee “Montegens para implmcntagie da medigie pele Métao dt Figure hk dy Porendal 74 Aterramentos Elétricos Pela definigie apresentada anteriormente, identifica. se na curva @ valor da resisténcia do aterramento com it resistencia cortespondente a reat do patamar de porencial, onde se localiza aptoximadamente o “terra removo”, con. forme indicado na figura 3.9. Figura 3.9- Perf de porencial cua sclagdo cont eurtemte em farsedo da dlistineia Consideragdes de ordem pratica (mérodo da que- da de potencial) Xa aplicacio deste método, o eletsodo de corrente C deve ser colocaco a uma distincia do centro elétrico do ater famento (aproximadamente igual ao centro geomeétrico) su pedior a3 oud vezes a maior dimensto linear do aterremen- ta. Aconselh metros pata pequenos arerramente Hse que essa distincia nao seja inferior a 40 sea 100 metras na ease de malbas, O eletrodo de potencial P, colocade a aptoxima- damente 60% da distincia entre o centro eléerien da malhae © elettodo de corrente © em linha com estes, normalmente esti na regio do patamar. Kate eletrodo tem sus local guadativamente variada ao longo dessa diregia, efetuando- se uma medicio para cada posigfo, de forma a getar uma carva semethamte Aquela da figura 3,9, da qual obtém-se 0 valor da resistencia do aterramento {28}. Na pritica sto necessérins apenas ures mediedies pari se avaliar © posicio- Resistencia dle aterramento e resistividade tle sola 75 aamento sobre o patamar, Variando-se de 10% (de NC} a posicio da haste de potencial em tore do ponto inicial de medigia, verifica-se se © valor de resistencia medido tem uma vatiacio compativel com sua eventual localizagio ao patamar ce potencial (variagao de resistencia inferior a sn, coma-se o valor imédio como a Resistéacia de Nesse Arerramento. No caso da curva gerada no apresentar © pacemar, isto possivehnente devido & excessiva proximidade entre o elewwodo de cortente ¢ a malha, havendo superposicio nas Assim, recomenda-se um au suas regides de aterrament. mento do afastamento do cletrado de corvente ¢ 2 repeti¢io do proceso até que sejam obtids resultados satisfatérios Para slgumas malhas so necessitias distincias superiores a 500 metros. Esiste entre divessos autores uma discussio acerea da posigio inicial do cletrodo de potencial (50 ou 62% da distin- cia XC}. Julga-se que essa € uma discussio indeua, pois o posicionamenty do patamat depende fortemente das carac- teristieas do sulo (conforme mosteado np caso do solo estra- tificado da figura 3.7), que em principio nfo sin coohecidas no momento da medic&v. O que efetivaneete imports € que as medigdes sejam efetuadas no paramar, o que pode ser de- rerminado facilmente pelas recomendagdes anteriores eletrodos de prova devem estar firmemente erava- Os dos 00 sale, No- deve atingir uma profuncdidade superior a 0,30 m, para se 0 do eletroxdte de correns assegavar oma baixa resiseéncin de aterramento para 6 mes tencin €, asa mo, Isso € importante, pois © value dessa esis mente, muito superior Aquele da resistencia do aterramente 76 Aipiramentos Elétricos sob teste, 0 que pode tornilo um elemento limitador da cortente Fornecida pelo insrramenta de medi¢ia, com pos- sivel comprometionento dos resultados aleancados. Quanto a0 dlettodo de potencial, « corrente que o pereorre € muito, reduvida, de forma que a queda de tensio no seu aterra- mento nie ¢ importante, na profundamente, o sendo necessirio cravé-to tie oem mais de e30, 0 que aumenta a conflahilidade dos resulkaclos AA comparacio dos resultados obtidos para a resistécis nas F aconselhavel a aplicagio do pence: uma dire diferentes direcdes permite verificar a consisténcéa dos mes mos. Fim algumas sithagbes identifica-se, por tal compara ‘p80, una false identificaca » do patarsar de potencial, assoein~ i & prosenga de um conduror no solo, estendide na direcio de medigio ¢ que poderia le téncia. Esse eondutor modifica a distribuigio de potencial no solo, tendendo 2 “equiporencializay” a regio pedxima 80 seu comprimenta. a valores errados de # sis- E necessétio um cuidado especial nas medigdes de grandes sistemas de aterramento, que possuem geralmente valores haixos de resistencias, Nesses casos si sempre ne- cessiitias grandes distincias entze os eletrodos de corrente e poteneial ¢, conseqiientemente, grandes compsimentos de condutores, Como, usualmente, as erés eletrodos s80 posts cionados em linhas, esses longos condutores necesseriamente estario estendidos prdximos, podendo apresentar uim valor apreciivel de impedincia midtua, possivel Fonte de ertos nas medigdes. Como exemplo, pode ser citado 0 ca condutor de ligagio ao eletrade de corremte se localiza a BO em que o apronimadamente 1000 metros da malha € o eletroda de potencial a 7) metros, estande afiastados de 31 centine- r Resistencia de alerrarmento @ resistividade do solo 7: 5 de indarineia paopria do indutincia e crs, ¢ que apresenta part valor condlutor de corrente € de poteneiat, para nwitun para capacitincis entre os mesmos respectivemente 242 mH, 1.37 mH, 0,89 mH © (0028 ub. Quando se considera que # resistencia medida pode set da ordem de 0,1 Q, fiea evidente a imporsincia da con- sideracho dus efeitos citados para evitar erros {17}. Uma Jugie recomendadg para tais medigbes € a colocacio de eletrodo de potencial do lado oposto ao do eletrado de cor- rente ¢ prefezencialmente na mesma reta que contém os pon- tos X eC. Observa eletrode P na directo escothida tende para um patamar, pois rio inch o efeit das quedas de tensio na dren do nterta- mento do eletrodo de eorrente {28}. © posicionamento do ¢ que a curva obtida ao deslocar-se 0 elerrodo de porencial numa direco ortogonal a0 segmento XC.€, também, uma pricica adotads para minimizacio dos efeitos mnétuos, wso de sistem: Outro aspecto comprometedor s10 ca muito extensos (por exemplo, grandes subestacdes) € que estes demandam longas distancias para posicionamento dos eletrodos ausiliares de corrente ¢ tensio. Como a corrente & » relat a tensio geradas pelos instrumentos de medigio vamente baixas, com o aumento das distincias a diferenca de potencial por anidade de comprimento vai se reduzindo, aumentando a importincia relativa de sinais espuitins, even tualmente preseares no solo, as quais podem interferir ma enedigio, Nesse caso, uma alternativa que tem sido adouda, da malha em ques: na aplicacio do mémodn, é a energ ntc a partir de uns subestacio préxima, Esta io dicta funciona come Fonte de tensko, que usa os proprios conde tures da linbe de tmusmissies para conduzir e injetar valores 7B Aterramentos Elétricos elevados de corente na malhe de aterramento, Consegue-se, clessa forma, ampliae sipnificativamente os niveis de potencial no solo, facititando ¢ a localizagio do patamae de potencial « sninimizanco-se o efeito de intecfexéncia de sinais esptiios, 1 se deve primordialinente a dois fatores: se é 0 métado de medigio mais empregado, © que ua exatidie e, prin- cipalmente, ao fate de ele permitir uma avaliagio da consis. téncia dos seus resultados, pois € possivel notar imediata- mente a concorclincia ou discordincia dos valores de uma medisie, A exatidio é decosrente de praticamente no ha- ver queda de tensio nos condutozes do citcaito voltimésri- co, pois a corrente que percorre o civeuite & desprezivel ea resisténcia interna do cireuito é muito elevada se comparada Aquelas dos condutores de ligacio ¢ do aterramento do ele- trode sonda P a corrente principal nao passa pelo circuit voltiméttico, mas pelo amperimétrico). (Mh XPra rosie Ponte kee) 17) xP ractresta XE Cente Po) 0 “exsoem Figur 5.10 - Variacto de perf de porneial om fangdin dh ditegies ds Trantes de medigies (28) 4.2- Método direto (2 terminais) Hm locsis onde existir uma conesio a terta cujo valor uc resisténcia sein desprezivel, este mérodo pode ser empre gado (por exemplo, ama rede hidriulica de tubos met cos). Vide figura 3.71 Resisténcia de aterramento ¢ resistividade do sola 79 SS RoR IBgiaa 3.11 - Moamygem pasa medigio pelo Método Disero Par ser adequadamente empregado, devem ser satis s condigdes: feiray a = a conesio a fern usada deve ser suficientemente estensa pam apresentar valor de resisténcia de arerni- mento desprezivel #0 sistema usado (por exemmplo, rede hideduliea) deve ser todo metalico, sem acoplamentos isolantes, gue restrinjam sua continuidade elétries; wo sistema de atersamento sob teste deve estar a uma components do aterramentor distancia razodvel dos usado como refeséneia, para estar fora de sua esfera de infludncia, o que nem sempre é possivel confirmar, A teulo de ilustracio, eita-se que, para se obter uma csatidio da ordem de 10%: na medigio, esta distancia deve ser aproximadamente 10 vezes superior ao maior comprimento do sistema de aterramento {274 Apesar de sua aparente simpliciclale de aphi métado apre restrita a malhias e configura zidas, O metodo nie aferece nana manciza simples de-veriti- enga muitas fimitacies, sendo sua aplicagio ses de dimenséies maito rede 80 Aterramentos Elétricos cat a validacle dos resultados da medigia, Seu maior emprego ocorte em loeais onde é dificil o uso de hastes de prova e, Particularmente, quarido o teste destina-se simplesmente a ve. Blicat 2 existéncia ow nfo de um ponto de atcrramento {28% 4.3~ Método do triangulo (método de Kolransch) © processo consiste em se fincar duas hastes no solo formando, com o aterramento sob teste, a figura aproxima- a de umn tridngulo equilitero de lados iguais a apreximada- mente 30 metsos, como indicado na figuta 3.12 {33}. Na verdade essa distancia pode ter outro valor, mas deve set tall que assegure a inexisténcia de intersecio nas tegides de ater- tamento de todos os elerodos \ v 2 Figura 312 ~ Montagern para aplicagto dos Métcxto, © efetuada uma leitasa pars cada dois eletrodas. Ob- seevarse quea resisréncia medica, em cada caso, corsespon- Resistencia de aterramenta @ resistividade do sola 61 isténcias de aterramento dos dois eletro- de a soma das res dos enterrados: Rect * Roce (G4/35/3.6) RR Somando-se as resisténcias medidas, que inchtem o aterramento sob teste, ¢ desta soma subtraindo-se a resis- téncia dos eletrodes auxiliares, obtém-se 0 dobro do valor en Tim realidade, o métode corresponde ao emptego do método anserior (2 terminais), aplicado a cada par de elecro- dos por vez. Como vantagem, em relagio ao mesmo, nao se necessita conhecer 0 valor das tesisténcias dos cletrodos au- ailiates, pois estes so eliminados no processo de céteulo. Apesat de 0 método ser aparentemente simples, sua aplica- fo & muito restita, por dificuldades de implementar a geo- metzia requerida nas condigées de aplicagio, sendo hoje con- siderado ultrapassado, O sistema de aterramente sob teste deve ser muito pequeno, composto de uma a quatro hastes. Alémn disso, hi duas possivels fontes de etter a resisténcia do sterramento Ry pode ser muito menor que a das ontras | 82 Aterramentos Elétricos duas hastes de teste, podendo gerar resultados absurdos, ¢ a propria forma de relagio das grandevas, que contém uma subteasio, pode gerar uma propagagio de erro excess a8 partes envolvidas na subtrago tiverem valores aproxima- C= Ero, = (ABFAC)/(B-Cy. A isso, este método aio apresenta ficilidsdes para verifica- ‘ase dlamente iguais [ASB. clo da consisténcia dos seus resulsados, scndo sempre pre- terido no caso de sistemas de aterramento maiores [28} 5 - Medicao de resistividade do sole A medicao de fesistividade do solo ¢ efetuada basics mente de duas formas: * Medico por amostragem - Hi realizada em labora) so, ensaiando-se una amostea de solo coletada 110 local cuja resistividade se deseja conhecer; * Medicio local - Pela imposicio de dererminados sinais eletromagnéticos em regides fimitadas dev solo, através de eletodos adequadamente posicio. nados nese mein, e pela deteccio des potenciais estabeleciclos nas imediacées #ax-a composicio do solo na tegtio, em terms de possivel caractesi- sua resistividade, 5.1 - Medigao por amostragem Pa tra cle soe ta imune ds vari ealizacio do primeiro tipo de medigie, a amos- asex ensaiacla em taboratdria & wstialmente cole- kk a uma cert profundidide, onde © terrena ea mais es das eandicdes umbientais, Resistencia de aterrameato @ resistividade do solo 63 © processo baseia-se na medigio da resisténcia eotre duas faces condutoras de uma cuba de dimensdes conhec . preenchida com a amostra do solo. As paredes laterais da cuba devem ser constituidas de materiaisisolantes. Q solo deve estar firmemente compactado de encontto as faces dos eletrodos metilicos. Fividentemente, devem existir cuidados com relagio i distibuicao ¢ fuga de cortente v1 cuba, asso- ciados 4 faisa de fregiiencia ¢ nivel de potencial em que se a medicio, A figura 3.13 ilustea de forma elemen- process tar 0 processe. Repl Figura 3.12 Madigso da resides em eubs. Entreunto, este spo de medigio apresenta um grande amostra apresente inconveniente: nao se pode assegurar qt no eborstgio exatarmeente as mesmas caractetistieas gue apre= sentiva no focal deorigem (prineipalmente em termos de arnt dacie-€ compacidade), Aléa disso, nat se pode afinaiar, mesmo. sno caso dla disponibaidade de um grande nimere dle amostras jpara determinada regido, que as amostras ealetdas: configs re com fidelidade a commposigfo do sols, devide as usta al} propriedades anisotrGpiens (nus dirvedes borizoneal e vert jererogeneis desse meio. Isso determina que o maior empre 84 Aterramentos Eléiricos go desse tipo de medigio se resitinja 4 complementagio das informagdies resultantes de medics efetuadas cin eampo ou para fins especificos de pesquisa da resistividade média de tipos de solo ¢ materiais (brita, aein, ete) 5.2- Medigao local Os inconvenientes do processo anterior fazem deste segundo tipo de medicio o mais empregado, Se a terta fosse um conpo de dimensdes hem defini- das, a medligio da resistividade do solo ao local seria sim- ples: se injetaria no solo uma corrente de valor conhecido, detectando-se 2 queda de tensio resistiva causada no solo pela mesma, Estebelecendo-se a relagio entre tensio ¢ cor. xenite, obter-s¢-ia a resisténcia R do solo. Ora, conbecendo- sea resisténcia do solo e as suas dimensdes Hincares, chegar- se-ia ao valor da sua resistividade (por exemplo, p = RA/L para uma configutagio cilindrica}. Porém, a tetra é um cor- po tridimensional que nfo apresenta dimensdes definicdes para o percusso de corrente. A despeito dessas dificuldades, Frank Wenner {10} de- senyolveu um métndo simples de medica, no qual ele mostea que a resistividade do solo (p) tem uma relacio proporeional com © valor de resisténcia R medida no solo, através de una ‘constante geomeétrica determinada a partir da configuracio de cletzodos de medigio utilizada na implementagio do método. 5.2.1 ~ O métado de Frank Wenner Na referéncia {10} sic detalhados os desenvolvimen- analiticos que resultaram na formulacie do método de Resisténcia de aterramento e resistividade da solo 85 “Wenner. Neste capitulo, considera-se de forma mais objeti- ya aaplicagio do método. Para implementagiio de método, devem ser cravades no solo quatro hastes cilindricas igualmente espagadas ¢ dis jpostis em linha. O diimetro das hastes no deve exceder a um décimo do espagamento ¢ a profundidade atingida pelas, hhastes deve ser a mesma (vide figura 3.14 a seguir). Figuea 3.14 - Configuencio dos eletrados no Método de Prank Wenner Pelos terminals externos (1 € 4), injeta-se corrente no solo. A queda de tcasio eausada pela corrente é detectada entre os terminais internos @ ¢ 3). Estabelecendo-se a ela- fo entse a rensio ea corrente medidas, abtém-se umn valos da resistencia no solo entre 2.¢ 3, “R”. Frank Wenner mostrou que existe uma telagio li- near entre o-valor da resistividade do solo ¢ a resistencia medida: = KOR 69 © valorda constante K depend da yeometria empre- gada nas medicdes, Sendo “2” 0 espacamento entse as has- tes, “b” a profundidade das mesmas ¢ “R” a resisténcia me: s invemnos (2 € 3), tem-se: dida entre os termi 86 Alerramentns Elétricos Clg) Na formulagio da constante geométrica K, percebe- se que, nas condicdes ususis de aplicaeio, 0 valor do deans minador ¢ ia frago varia entre # ¢ 2, dependendo da relagio fundidade clas hastes ¢ do espacamento. Isso ime implificagoes na formulagho: entreap pi Seb é mito grinde comparido com a, denomina dor se aproxima da uvidade, tesoltande, ps4maR BAD = Se b & pequeno comparada com a, © denominader tende 2 2, ficando: ps2maR G12 Fim realidade, na sia formulagio Wenner considera 0 sole homogénco, Assim, 0 produce entre o valor R medide ppelt aplicacio do métndo (para cada espacamenta) e o Fator scoméirico K corresponde a resistividade desse sialo. O fa- tor geoméutica varia com 0 espagamento, a or ® so produto deve pormanecer constante @ igual ao valor da resistivicade do solo, Lotretinte, numa abordagem geral, 0 solo pode ser estnitifieads €, assim, « valor do produto deve, também, Variar ao mudar-se © espacaments, Logo, os dados obstides 4 partir da upficagio do métode nie Farne m efetivamente Resistincia de aterramente ¢ resistividade do sola 87 co perfil da resistividade do solo, mas sho utilizados pata al- eancar tal perf Nuin solo homogenco, quando se faz uma medicao um determinado valor “a” de afastamento entre as hastes, deve-se considerar que © valor de resistividade obtido corresponde aproximadamente & resistividade do. sole ero uma profindidade de mesmo valor de “a Isso € facilmen- ce compreendico, quando se pensa que as superficies equi- potenciais aptoximam-se de hemistérios (para distancia en tre elettodlos da onde dos espagamentos usuais). So vaiar- seo valor do afastamento entre as hastes segundo uma dire- gfe, anotando-se sucessivas di resistividade ss indicagts medida, pode-se constrair uma curva da resistividade do solo em fungio de suis profundidade. Quanto maint 0 afas- tamnento “a”, mais profundos so os eaminbos predominan- tes de corrente, Entretanto, raramente cem-se solos realmente homo- géneos. Na maior parte dos esos, 08 solos podem ser apro- s camadas hori- zontais (¢ menos usualmente em trés camadas). Nesse e280, ximados por um meio estratificado em du a0 aplicarse © método, considerande-se pequenos espaca- mentos entre os eletrods, a corrente vai fiuir hero superfi- cialmente ¢ os dados de medigin sio influenciados pratiea- mente apenas pets resistividade da camada mais superficial do solo, Quanto maine 0 espacamento, mais profandos so os caminbos de curtente no sole e, portant, maior & a in- Fludncia da resistividade do solo nas camadas mais profin- das nos resnltados de medig i, Pereche-se, assim, que o va Jor do espacamentn yuarda, ainda, uma relagie com a pro. fundidade, embers cal relagia 80 seja linear, r 88 Aterramentos Fléwiens Dessa forma, urvas resultantes da aplieacio do mé- todo de Wenner, relacionando a resistividade com 0 esppaga- mento (como aquelis apresentadas na figura 3.18), teaver muitas informagées subre 1 perfil da resistividade do solo em fungao da profundidade, Basexndo-se ness vam desenvolvids s curvas fo- metodologias para gemr modelos de estratificagao do solo, O que se procura com tais merodolo- its 6a identificagao de una configucacio de soln que gere os mesos resultados que agneles obtidos na medicio, Por cexemplo, num modelo de solo eseratifieado em duas cama das, procusi-se deseobrir os valores ,, p, ¢ by (respectiva- mente resistividacles da primeina e da segunda canada do solo e a profundidade da primeita camada), que resultasiam nos mesmos valores de R, observados ao executar a medi se capitulo, o objetivo restriage-se i analise do mé- todo de medisfo. A apresentagio de mewdologia para mo- delagem do solo & considernda em ourso trabalho do autor © pode ser referenciada em [254 Go. Consideragdes de ordem pritica e observar 6 De agamente idGatico entre as qa to hastes verticais colocadas em linha e a uma mesma pro: fandidade. As duas hastes externas Injetun # corrente alter- sada no solv de valor eficnz I) ¢ as duas hastes internas de- tectam 1 queda de tensdo (V) que ceorre entie elas devide a essa corvente, Estabele 0 “WARY, abtém-sen entre os eletrodos internos. Os instru \der-se a relaca valor da resistén mentos provieos de quatro terminals @ de corrente ¢ 2 de tensio) fosnecei directa mentew valor de R. A guna 3.15 flostia co metodo de medigio ¢ 0 eileulo da resistividlade: Resisténcia de aterramento e resistividade do solo 89 de Wenner, Figura 3.15 - nplemunagio pritia da config Na implementagio de método de Wennes, as hastes serticais devem estar firmemente craradas, assegurando-se nea superficie condurora esteja em eontato com solo em toda stia extensio, A profundidade recomendada par as 50 cm, sendo aconsethavel um valor rnastes é da ordem maior pata tervenos arenosos, aterros ¢ brejos, de forma a assejgutar um comtato intimo eleztodo-solo, No aso de ter- renos de grande resistencia meciniea, algumas vezes € di cilaleanear tal valor, sendo aceitével profundidade um pou- co menor {33} F importante denotar a influéneia das hastes no eesul tado da medigiio, Cada haste apresenta uma resistencia pko- unento, cujo valor é prdximo (em intensicade) ria de ater ny valor én resatividade do solo onde esti coloeada, Past earacterizat tal fato, basta aplicar a fOrtaula ca cesisténcia de uma haste vertical {R, = (P/2RL) [La AL /a) = I]t pars o caso especifica ce uma haste de Stem ¢ raio 05 cm, dados tipicns de hastes de medica: R, = 0.9.9. Ora, iso significa que, no caso de solos de alia resistividade, a soma da resis téncia de atersamento das duas hastes de corrente, que dio em série com a fonte de tensie de instrumente de me- aligao, pode lininar 0 valor da orrente no solo, 90 Aterramenios Elétricos Por exemple, num solo de 10.000 Qn, 2 conrente que ciscula pelo solo pode ser limitada a ordem de { mA, sea tonte de tensio fornecer 20 V, Tal intensidade de com, rente niio é usualmente adequada i sensibilizacio dos cir. exitos de medigio, 0 que pode oeasionar a indicagio de resultados falsos, Em realidade, o problema é efetivarnente sério.n0 caso. das hastes de corrente (1 e 4). As possiveis solugdes para a questo podem residie no emprego de tontes de tensio de valor mais elevado, no recurso a uma configuragio alterna va, apresentada adiante, ou, em iiltimo caso, em priticas do tipo umedecimento do sclo nas proximidades das hastes de corrente. Os cuidados nto sio to exiticns com relagao, ais bastes de poteacial (internas: 2 ¢ 3), pois as mesmas nto io percorridas pela corrente principal do citeuite. Devido as alvas impedincias do circuito de medigao de tensio, corrente que citcula pelo mesmo € muito reduzida, ¢ x que- cla de tensio no aterramento de cada haste € desprezivel em relagao Aquela que ocorre no circuito de medigio, Isso de- termina que a queda de tensdo nas duas hastes interinas ado influencie na teasio detectada pelas mesmas, N aplicag¢io do métocdo, podem ser utilizadas hastes de aterramento nos didmettos cometciais, pois a resisténcia R depende fundamentalmente da disténcia entee os eletro- clos, da profundidace e da resistvidade do solo, sendo pou- 0 influenciada pelas dimensGes dos eletrodos, se slo ob- servadas as testrigGes colocadas {104 Na pritica sio usualmente adotados valores sucess Vos muiltiplos de afastamento pata medi¢do segundo uma daca divegio: 1, 2, 4, 8, £6, 32 © 4 m. Assim, par cada Resistencia de atersamento e resistividade do solo 91 pagamento medido, ¢ possivel manter fixas as posigies da ss rimmeira e da terceiza haste da medli¢ao anterios ¢ deslocat Q stamentos sucessivos tem os a nas as duns outeas, poi Pn ‘oe duplo do valor atitizado na operagio precedente. Ou- 1,5; 3; 6; 95 18; 36; 72 m. No caso de cacia stil tra seqiiéncia us ‘ projeto de instalagtes de grande porte, podens ser usad: 3. esenti valores superiores de espagamento, A tabela 3.1 apresenta valores calculados da constance K para as distincias e pro- fandidades mais comuns. Os Bat 23,0 sikoo 100,64 “100,70 32 2outi 2018 (2,11 42,1 abel 3.1 = Velores da constanie K em fungio do espagamento e da pro- Findidade do eleteodins neces» Outro aspecto que merece atengio refere-se & ne sidade de cuidados quando o afastamento das haste val sen dlo aumento, As bastes de potencial podem fcat poscio- nadas na regio do patamar de potencial dos aterramentos dos eletrodos de corrente, Nesse caso, a diferenga de poten- cial entee ais hastes pode ser mito redazida, ¢ pode haver dificaldades para sensibilizagio dos circuitos de medio, com possibilidade de comprometimento dos resultados da 92 Alerramenios Elétrieos redigio, Para resolver esse problema, foi proposto por A 1. Kinyon {11} ama nova disposigio de eletrodos send, rer de afastamento que gera wnt maior valor medida (R) ¢ cujo desenvolvimento matemético, segundo o métado de Wenner, levou a uma nova formutacio. Na figura 3.16 ¢ jlus- trada esta disposigio e a Formula para eéleulo da resistivida- de do solo resultante {11} RW AD) Ve - 1, C2: Etetodes de orronte PAL P2 Eletoos de pote Figure 3.46 Motnels dle Sehulembess 5 pritien comum referir-se a essa vatiago do méto- dlo de Wenner, como méwdo de Schulemberg, Observe que quande D torna re ln de Wenner: igual a A, a fiirnnula se redus Aqpee P= 27AR (A= a = afastamento). Devide as cartetesisticas anisotiipics . © heteroggneas do solo, para se obter a resistividade du solo em cketermina- da regio é nee sitio efetuar-se wirios grupos de medicdes (variando © afasiaments}, cobrindo toda a Aven de interesse, No ease de wera siren rerengular de 10.000) my scum minim de seis medigde sucessivas, con Resistencia de aterramento @ resistividade do solo 93 L 5 ———_— ® 4 > e 3 a i Mere ——— aie ed yoru 3.17 - Pons de meadigion ABCD.E, — Diresite de mediices, y Se a geomeiria da atea é diferente, devesse tragar um retingalo imaginario crcuaserite A mesma € locat 08 eine co pontos como ¢ representado na figura. Sugere-se, para firva superior a 10,000 ar’, a divisio desta em retangulos menores, procedendo da mesma maneia para medir cada Em aterramentos pontuais devem ser efetuadas » Para um deles. duas medigdes ortogonais nos pontos em que: linhas de rransmissio, as medigGes devem set efetuadas na dirego a0 longo do seu percurso, Ourras disposigdes po- dem ser empregadas, em fangdo dos resultados abtidos, inclusive quando detectar-se ettos, como, por exemplo, aqucles causados pos inateriais condutores enterrados (n se ¢as0 2 leitara do instrumento aio varia) {39}. Para cada Giregdes pore-se tragar uma curva de resistivi- ama des dade em fangao do espagamento. Na pritica, para construir um modelo estratificado do , para cada espacamento, o valor mé. solo, € usual tomar-s icy das tesistividades obtidas nas varias diregdes. (Os rificos mostrados nw figura 3.18 correspondem gs resultados de medigio para solos com diferentes tipos 94 Aterramentos Elétricos Resistencia de alerramente e resistividade da solo 95 Resta, ainda, cecer alguns comentirios acerca do em- dle estratificugto, As mediodes de resistividade devem ser io da resistividade, efetuaehss quando 0 solo apresenta-se seco. Medigé prego de quatro terminals pesn a medi fem lugar dos tés terminals usados na medigio da resistén- sealiza. das com o sulo Gmido podem gezar resultados falsos. O tiki: ‘mo grifico da figura 3.18 ilustra o resultado de uma medica pouco adequacls, por ter side realizada logo apds a ocorrén. cig de terra: Para se medir's resisténcia de om aterramento, deve- cia de una chuva. O solo que otiginatiamente é esteatificado se fiver Muir corrente entre © aterramento ¢ um pon- om duas camadas, sendo a supetiue de maior tesistividade, : todistante no solo, Para isto necessario um eletrodo avostta um decréscimo na resistividade da eamada mais su. | ausiliae de cosrente para fechar o cireuito de cireula~ Perfilal, devilo 4 umidade rerida nessa camada apds a chuva sao de corrente no solo através da malha de atersa~ ‘mento, em medio, Para se conhecer a zesisténeia da malha, deve-se detectara queda de porencial que seorre AL aterramento, constituido dos eleteados & da ‘cama ap » china. no terra cireunvizinha, Isto € conseguido posicionande- > corres: se um eletrodo auniliar de potencial na regi pondente ao patamar de potencial, onde praticamente io mais ocorre queda de teasio no solo, Detecta-se, | dlessa forma, a queda de tensio no arerramenco da L malha, Rstabelecendo-se a relacio entre a queda de ‘eareatne ‘lcetnieesn or caceie ‘ 5 nado see censdo nesse aterramento ca corrente injetada no solo, ‘enceaete obtém-se a resistencia de terra da mala, Observe a nucessidade de trés terminais: a malha, que se consti «ai, simultaneamente num ¢letrodo de corrente ¢ de potencial, ¢ mais dois eletrados ausiliares (um de con vente © outro de potencinl), va vey + Ao medir-se a resistividade do solo, procura-se de- i nce serait Bese ee sel wotar as caracteristicas intvinsecas dio meio, Hvidente- ‘sae ‘menrieceivange * fendowuridydeansae mente mio se pode permitir que a resistencia de terra dlas hastes usadas para inserir corrente no solo intert ram ap valor medide, sendo necessario evitarse a ura 3.48 Res dh mgd wie ta doen pi dleteeedo da queda de tenste que vcore no aterna she vommnificagi de suka $4, 40} mento dos elctrodos de corremte, Apenas a queda de 96 Aterramentos Eléiricos es € a cortente no solo devem ser detectadas, As- sim, dovem ser utilizaclos circuitos de medli¢fo com tet- minais de corrente ¢ tensio separados (4 terminais), Colocando os terminals de cortente posicionados ex- fernamente no solo, é possivel detectar apenas a tensio no solo, através dos terminais ausiliares de potencial posicionados internamente, wre da influéncia das has- tes de corrente, Isto € possivel, porque © cizcuite volti- méitica do instrument é percorside por uma corrente de valor recuzidissimo (devido a sua alta impedincia), detcrminando que a queda de tensio, no aterramento dos eletrodos fle potencial seja desprezivel em relagio & queda de tensio no circuito woltiméitico, 5.2.2 - O método da haste vertical (“Driven rod method”) Este método, de aplicagiio rara em nosso meio, ba- se na medicio da tesisténcia de aterramento de um ele- trodo vertical cravado no solo, cuja resistividade se deseja conhecer, através do método da queda de potencial. A pat- tir do resultado da medicao (R), e da formula pata cdlculo da tesisténcia deste tipo de aterramento {tabela 2.7}, ob- tém-se 0 valor da resistividade aparente do solo 4 profundi- dade L. atingida pela haste: 2nL.Ry PF nat ra~ O19 CapiruLta 4 INSTRUMENTACAO PARA MEDICAO DE RESISTENCIA DE TERRA E RESISTIVIDADE DO SOLO 1 - Medicao de resisténcias elétricas O principio basico de medigio de resisténcia elética consiste em se fazer passar pelo correspondiente resistor uma intensidade de cotrente eétrica conhecida, dererminando- se a seguir a queda de tensfo causada ao resistor, Pela rela~ Gio entre o valor de tensio ea intensidade de corrente, ob- . Muitas vezes Gempregada cor- pata se evitara deteceio de que 1ém-se © valor da resisténc’ rente continua na medigi da de tensio de natuteza reativa (indutiva e capacitiva). aplicagio desse principio pode ser efetuada de for- mma primania com o emprego de uma Fonte de corrente, wm amperfmetzo © um volkimetro, ou mesmo por meio de ins- tromentos que fornegam a indicagio dircta do valor medido em ohms, A estrutura bisica desses instrumentos consta det ma fonte de potiwdia capaz de fornecet a corrente men- cionada na forma ¢ valor adequados; a 1 sistema de medisda composto de cixeuiro amper' métrico (sensibilizado pela corrente que percorre 0 resistor), de um circuite voltimétrico (sensibilizado pela 98 Aterramentos Etétricos queda de tensio no resistor) ¢ dispositivos que esta: belecem a relagaey emise as grandezas sensibilizads fornecendo o valor da resisténeia; 1 filiros pura ebistuagio de correites tensées expiiias, caja Fangio é evitar que qualquer corrente que nfo aquela prodhuzida pela fonte do instumento afeie os circui= tos de medicio, A figura 4.1 esquematiza os componentes do instru mente nem diagrama funcional - Fontes Potacie — wa unas Cirsita vimeuteo asieae Viguea 4.1 - Diagrama forcional de wr medidor de wsisténei A configueagio de cada um desses componentes de- pende principalmente da medida, destacaado-se ne: caracteristicas da resistencia a ser € aspecto a ordem de grandeza do seu valor e a preciso desejada na medicio, Assim, a fone te de potencis pode constituir-se num gerador de alta ten- sio {por exemple, da ordem de 1.000 V) para medicao de tesisténcins de isolamento ou, entie, num pilla de 1,5 V para medigio de resisténcias de valor maderado, O sistema de medigio pode ter seus circuits : amperimetrico e voli métrice completamente dlistintos (Coma punia Ponte de Instrumentagdo para medigga 99 Kelvin de precisin) ou comuns (como ne ease de um obini= metro série), Tal sistema pode, ainda, conter am galvani- metro para deteegio da condigio de tense nula (come nara ponte de Wheatstone), um insirumento de bobinas cruza- das ou, ainda, um indicador cletronico. © instrumente pode contat, ainda, com dispositivos para eliminagiio de eoreen- tes transitérins capacitivas, como no Megimeire, ou mio possuir qualquer dispositive dessa natureza, Cada particula- ridade geta uma confignracio distinta pata o aparelho, 2- Complexidades presentes na medicio de resis- tencia de terra e resistividade do solo A medigio da sesisréncia de terra e da tesistividade do solo apresenta dificuldades pio existentes aa medicao de as resultam de algumas con- éncia outros tipos de res digdes peculiares presentes nessa medigho: «A conducio clétrica através do solo, em condicdes de batxa freqiéncia, é predominantemente eletzolitica A aplicacio de potenciais no solo causa sua ionizacio ea passagem da corrente resulta et agho quimica, contra-cletromotrizes io estabe- conto estabelecimento de forea de origem galvanica, Poteneiais conrinuos Jecidos entre tipos diferentes de solo ¢ entre metal e solo pela agio galvinica. «A possivel presenga no solo de cortentes parasity de origens diversas » continaas - estabelecidas geralmente por fondme nos fisico-quimicos ligados av sale {por exemple, potencisis naturals) ou pelo reromo de circuites elétricns; 100 Aterramentos Elitricos + adteraadas - comans em regibes iadusteializadas constiment-se usualen em correntes de fuga ou de retorne de sistemas de fornecimente de eniergia eléerica ou, ainda, em correntes induzidas no solo por esses sistennas, Por isso, apresentam predomi. fantemente a freyiéncia de 60 Here: ou de se ferceire harménico, em nosso meio. Existem tam bém correntes de freqiténel elevadas oriundas dos sistemas de comunicagdes, Freqigne! encoatrada aliversas sie sci regides industralizadas, em fun- so do funcionamenty de morores; * sransitivia’ - principalmente as induzidas no solo por fendmenos aemostéticos, + A resistividade do solo depende de faores que po- dem variar rapiclamente 20 longo do dia, tornando sem sentido esfergos em obtes-se grande exatidio tas me- digdes de seu valor ou daquele ida vesisténcia de terra __ Além disso, deve-se comsiderar, entre outras coisas, a8 dificuldaces existentes nas condicées reais de aplieacic, as- sociadas ao posicionamento geométrico (distincia 0 profun- didades, exc} dos eletodos ausiliares, na implementacio dos meétodos de medigiio. Tais aspectos so determinanses na constituigio de um instramente para esse pe de medigio. 3 - Instrumentacdo para medicao de resistencia de terra e resistividade do solo Como foi explicado ao capitulo antevior, um instru. mente: ps a medicio de tesistividade do solo deve possuir Insirumentagan para medicaa 10 quatro terminals (dois de corrente e dois de tensio} paca que 1 que ocorten nes nia seiam detcemdas as quedas de sens arertamentos dos eletrodos de corrente imedigao de resistencia de terra nceessita de anés termoinais. A 20, no 4 vinstrumente para lieaedio de um terminal de corrente com um de tens paimeity tipo de instrumento, permite que © mesmo sirva também para medigio de eesisréncia de terra, As demas ca tacteristicas das dois tipos de instramentos slo quase idénti- cas. © que varia sto os métodos de medicio. Nas considers- cde seyuiintes sie feitas referéncias a umm insteumento de qquateo terminais, As variéveis determinaates de sua arquite- ura sio as complexidades anceriormente analisadas, 3. - Constituigio 3.4.1 ~ Fonte de poténcia Lim Instrumente cujo uso mais freqiente ocorre 0 campo deve ser provide de sea prdpptia Fonte de poténcia ‘ism tem a fungi basien de gerar uma corrente que percor- re.0 solo ¢ 0 citcuito amperimétrico do instrumento, sensi- bilizando-o € causando no solo uma queda de tensfio ade- anuada a sensibilizacko do cireuito yoltiméssice. Usuaimente, tal fonte constitui-se num yerador cle- tromecinico 2 manivela ou sum eiteuito oscilador eletrdni- co alimentada pat pithas ou baterias, 7 sente (de alguns miliampéres até algumas centenas de amp decor es tealizados com intensidades moderada tes) mostearam que o¢ valores medidas de resisténcin de rerta e de resistividade de solo praticamsente nao depenclem Uo valor de enerente injetada no sole {24}, Hsse é um as 102 Aterramentos Elétricos ecto bastante importante sobre o ponto de vista da pt cia fornecida pel ne Fonte, Isso ae € critica, quando a Fonte constituise num gerador a manivel 8S C280, a poten eléwvica € Tenitada pela capacidads do opemdoe ‘te the won poteneis mecinice 4 manivela, que erabucnte € razoeeh ‘Com elagao a fontes alimentadas por pithas ou barctias nd se pode dizer 0 mesmo, pois estas tém pequena eapacidade para fornecer poténeia, Usunlmente, as fontes desse tipo de Instrumente fornecem tensdes cujos valores de pico situ am-st na faisa entre 20 © 300 V ¢ correntes de valores de pico compreendidos entre 5a 1 mA, dependendo de suas limitacdes de poréneja @ faixa infevior € a mals uscal para instramentos a pilha ou bateria}, Os valores dessas coren- tes so determinados pelos niveis da rene clovadas impediincias intern: 0 gerada © por ao instramento, que objetivam tornar valores de corrente relativamente independentes do valor da resistencia a medic, En ourras pafavras, faze o Circuito fancionar praticamente como ume foate de coren- te, Fissa constancia a Essa constincia do valor méximo de corrente é interes- sante nos aspectos da especitie componentes empie; io ¢ do tempo de vida dos ados no ingtramento, Outta série de testes mostrou gue, devido as earncte- isticas clerroliticas da conducio arrayés do. solo, 9 uso de Corrente continua nas medighes tende a furneeer falsos re- sultados, a menos que a medica seja efetuada num inter: to de tempo muito reduvido. Isso acosre devida av estabe- Ieclmento de porenciais cle origem galviinica no sole, em decorténcia da aplicacio de tensdes continuas. Esse pro: seeors e proces € amo maior, quanto maior for 0 tempo de medigio 114, 15, 24, 47}. isso sugere o emprego de corrente alterna. la nas medigves. Deve-se aqui ressattar que, também em Insttumentagae para medicgo 403 lternada, ocorte o processo refesido, Porm, este é cortente a minimizado, pois o tempo disponivel para que veorra € bent iment, [A que o potencial que a originow muda de sentido a cada meio perfixtor a polarizagin € tango menor quanto maior jiéncia da onda gerada na fonte de poténeia, Deve-se, ainda, res: presenres no sn de corrente alt cia de efeiro pelicular nus condutores de medigao (que pos: suem alta condatividade) © 0 efeico de auticua indagio entre os condutores de teste € entre estes € 0 solo {17, 19, 24} Esces efcitos si considerivels, particularmente se a fre- fora fi ar duns possiveis fontes de erto ada: a evesrtual ccorrén- alidacia for elevada © os comprimentos dos condutores de teste forem guandes. Assim, a determinagio do valox da fre um compromisso: 1c glgneia a ser usada deve atender ser muito reduzido para minimizar efeitos galvinicos no solo e nio serelevado para no cansar efeito pelicalar ou de métua indugio entre as condurores. Valores adequados de Freqliéa- cia se localizam nas prosimidades de 100 Hz, Para estes va- Tores de Ereqiiéncia, a revisténcia medida em eoreente alter- anda (em peaticamente 0 mesmo valor daguele obtido em medigdes com corrente continust, efetadas num eurta ine tervalo de tempo {24}, Botretanto, € aconsellvivel que a freqiiencia nao se afasre em demasia da faisa de 60 Tz para que a resisténcin medida seja representativa das sokeitagies de maior interesse ne aterramento, que se constitaem nas de curto-ciscuito. A resisténcia medi- correntes de reginie da nia faiva de altas fregiiéncias pode ser bem diferente do valor de baisa freqiiéneis. Quer consideragio importante é forma de onda a ternada fornceida pela Fonte. Lista é fandamentaimente senoida) nos instramentos provislos de geradores a manive 104 Aterramentos Elsiricos In, devido & facilidade de geragio e filiragem ea conseqtien, te simplificacio do projeto do medidas. Nos aparelhos ele- trdnicos, a forma de onda mais usual € aprosimadamente quadnada, pois com este tipo de onda 03 transistores do sunplificador de poténcia do instruments trabalham em corte 9 saturacio, 6 que implica menor dissipacio de paréne Na figuea 4.2 uso mais comum. io apresentadas formas de onda de Vigura 4.2 - Formas ce nel persis mais corenns 3.1.2 - Filtros de onda A Finalidade desses dis positivos 6 assegurar gue ape- nas aguelas correntes geradas na fonte do instrumento in dluam na medicao, No solo podem estar presentes correntes ¢ rensdes es panas, As correntes continuas, de orivem gal nica ow mio, assim como as correntes impulsivas, resultantes de fendme- Hc cia provenientes de sistemas de comunicagic sio eliminadas dos pregando-se fileros. J as correntes alterhachas dle baixa nos iransirdtios ow, ainda, aquelas contentes de a feeqién- ircuitos do instrament com unya eelativa Faeilidlade, em- ajiéncia € vidor bem definide merecem um tratumente mais ctlidadoso, Na exisrén ia dessas correntes ¢ rensdes no silo, duas condicdes especificas deve ser eonsidenias Insiramentagde para medigaa #05 eas contentes tm freqiidncia diferente daquels da tei sf gerada pele insteumento; as cosrentes ém a mesma freqiténcia. A Bgura 43 mostra una tipiea distribuieio de tre- die um analisador de es- apiéncias ao solo, obeida através pectto colocado numa regio industrial, onde a Freqiién- cia do sistema de furnecimento de energia elétriea & de 50 Hertz, Observa-se n predominincia dos harménieos impares {21} aaa Figura 4.3 - Peril de Reghéneias 10 soe, Nos instramentos constituidos com fontes cletedni- teas, usualmence sao empreyadas Freqiiéncias de geracio eujo valor tem pequena probabsilidade de ser enconerado no solo, Ns no solo tein a mesma freqpiénecla dos sistemas de fornee cit des seu terecixo harmon oiaioria das vezes, as contentes significaticas presentes mento de energia ou a freqti co (60 Hy ¢ 180 Hz, em nosso meio}. Por iss, é comum 0 eamprego ds fregiicncias 70, 80, 6 E10 Az, denise outros. Os instrumentos clever ter capacidade de selecionat a tre sande freqiénckes cific: qiiéncia gerada por saa Fonte, rentes desta, através de fi 196 Aletramentos Eletricos Contude, s¢ estiverem presentes no solo cortentes de mesina freqléncia daquela gerada pela forte, podem ser introduzidos erros significatives na medigho. Essa é uma limitacio dos medidores eletnicns eomercializados, }4 os instramentos providos de geradores « manivela utiliza ar- tificios que apresentam melhores t tktados, No disn do ge- radlor estio acopladas as chaves de um tetificador mecinicn que glienremente, com a freqiiéncia yerada, retitica as correntes que petcorzemn os circuitos amperimérrico ¢ voltimétrico do aparelho. Qualquer sinal de freqiiéncia diferente tem valor incronicamente com a freqiténcia de rotagio e, conse~ médio zeto e no aferg a indicacko do aparelho (instrumen- to de bobina mével). Feito semelhante pode ser obstide atea- enguanco 9 ins- trumenvo cleirOnic gera apenas uma feeqdiéncia, ¢ conse- gue seleciond-ta, o instramento com getadora manivela pode vés do emprego de uma chave elerréniea, vatiar 2 ftegiiéncia da onda gerada, conseguindo selecionar anova freqiténcia gerada, Ora, se existe no solo corrente de mesma fregiiéneia que aquela gerada pelo instrumento, 9 elemento defletor fica oscilando sem atingit 0 equilfbtio, pois esvas correntes, em fungho dos fenvienenos que as originam ou da acio do chaveamenta citudo, 2m amplinde eatidvel. Para resoiver essa questo, basta aumentat a velocidl de de giro da manivela do gerador, pois isto acarteta cio deuma onda de maior fregiigncta, As chaves tetifieadoras sio comandadss pelo mesmo cixo do gerudor e,assitn, pas sam a selecionar a nova fregiiéncia, Alguns instrumentos cletrinices utilizam chaves para realizar a mesmo feito, Contado, essa retifi Jetedinicos € efe: 0.nos inseramentos tuada apenas para a vinica frogiténeia de getagio. Insrumentacso para medigao 107 io provides de gemdores de a por chaves acionadas pelo vivo do gerador, resultando numa onde quadrada, Na dercegin da corzente e tensto no solo, slo invertidas por chaves tamabém Alguns instrumentos cortente continua e a inverse desta corrente é eter par- tes negativas das onda acionadas pelo eixo (mesma Fregiiéncia), © que resulta em inédios positivos para a onda continua inietalmente valore invertida ¢ om valor médio nulo para ondas coatinuas ¢ de fregiiéncias diferentes da fegiiencia de inversio que, even- ranlmenie, estejam presentes no solo {25} 3.1.3 - Sistemas de medigio sses sistemas fornecem uma indicagio do valor da aesisténcia ao estabelecera relagio entre a tensio ea comten- te no sole, que sensibilizam espectivamente seus circuitos voltimétrien ¢ ampesimétrico, Para executar essa fungi, esses sistemas devem apre- sentar dispositives par ser sensibilizados pela corzente que eircult pelo solos 1 set sensibilizados pela queda de tensiio causada por essa eoerente no solos a esuibelecer a eagéio entre a teasto ¢a corrente teferi- das, seja por deflesdo, por comparicio, ou por outro principio, Mujtas vezes esses dispositivos nio sau distintns, con- fandindo-xe, A corrente é geralmemte detectada no circul- to amperimétricn por um transformador de corrente ou pela queda de rensio numa tesistincia tle valor conhecid. A tensio ¢ amostrada pelos dois terminais do eircuite vob 108 Aterramentos Fletricas timétrico, A alta impedtincia de eirenite voltimenico de- vermina valor muito reduzido para a cotrente que © per corre, minimizanda, assim, as quedas de tense nos eabos © contatos desse cireuito, 4 - Principios mais comuns de implementagio nos instrumentos comerciais 4.1. Emprego de um instrumento do tipo quocien- timetro Comp € sabido, 0 insmumesto quocientimetto & um aparelio de bobinas eruzadas, cuja deflexto do ponteito funcio da telagio entre as correntes que percorrem tais bobinas (bobinas amperimétrica e voltimétrica), Nese tipo de aplicagio, o circuite amperiménico do instrumento alimenta uma das bobi: com uma cortente proporcional Aquela que 6 insteumento faz citcular pelo solo. A outza bobina do instrumento € percozrida por uma cor- rente (, proporeional 4 queda de tensao causada no sulo pela conrente do instrumento, Geralmente igual a V,,,/8,, onde primeire termo é a queda de rensio cerectada no solo pelos rerminais do eireuio voltimétiice, & a corrente i, & R, é a resistencia interna colocada em série com a bobina {33} nese circuita, Instrumeniacao para medigan 198 ooo Lm seta sen ft. “ =] Wa 44.- Medidas ripo quaciencimenns, Por projeto, determinase o valor da constante k, indicada na Bgusa, ¢ 9 instrumento tem no seu mostrador uma indicagio direta da resisténcia medida no solo, entre os termingis voltimétricos (R, ,,}, em obms, Como vantagens, esse tipo de sistema apresenca ro bustez e simplicidade, além de dispensar a agio do operador na indicacin (aio secessita de ajustes). Contudo, apresenia a desvantigern de ter sua preciso sensivelmente influenciada pelo valor das corrcirtes yuc pe! currem as bobinas, Se essas correntes forem balsas, por exemplo, em decorréncia de elevadas resistencias de ntern- mento clos eleteodos ausiliases de corrente, os resultados de medigio podem apresentar errs consideraveis, 4.2 Comparagio pelo métode de zero Por este principi a queds de tensiv na terse ¢ com paruda, por meio de unt galvandmetro de bobina mndvel 110. Alerramentos Elétricns gado a um circuite retifieador, enm ema queda de tensto de valor ajuseé as duas tenses fo,

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