CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE CAMPO GRANDE

Rod. BR 163 – Av. Gury Marques, 3.203  Chácara das Mansões

Campo Grande (MS)  79079-005  (67) 3345-6100

Prática Jurídica –NPJ

ACADÊMICO (A): Gilmara Aparecida de Oliveira Moura RA:255237313042
DATA: 28/08/18 NOTA
TURMA:
CURSO: DIREITO SÉRIE: 9
NOTURNO
PRÁTICA JURÍDICA:
PROFESSOR: DARGUIM JULIÃO VILHALVA JUNIOR

Quesito Avaliado Valores

Endereçamento correto (0,30).

Indicação correta do polo (0,80).

Indicação correta da ação cabível (0,20).

Fundamentação da Peça( 0,50).

Indicação do endereço para as intimações (0,20).

Fatos e Fundamentos jurídicos (1,60).

Fundamentos legais (0,80)

Fundamentação para a concessão de gratuidade de justiça nos termos da Lei n.

1.060/50 e pedido para benefício da Justiça Gratuita (0,70)
Fundamentação para concessão de prioridade na tramitação por se tratar de pessoa
idosa, na forma do art. 1.211-A do CPC ou art. 71 da Lei n. 10.741/03. (0,50) e pedido de
prioridade na tramitação, na forma do art. 1.211-A do CPC, por se tratar de idoso. (0,20)
Requerimentos (2,40)

Pedidos (0,90)

Valor da causa (0,40)

Rol de testemunha (0,50).

3. (Direito Civil -XII EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2013.3) FGV - Prova aplicada em
09/02/2014)
Maria de Fátima, viúva, com idade de 92 (noventa e dois anos), reside no bairro “X”,da cidade
“Z”, com sua filha Clarice, a qual lhe presta toda a assistência material necessária. Maria de
Fátima, em virtude da idade avançada, possui diversas limitações mentais, necessitando do
auxílio de sua filha para lhe dar banho, alimentá-la e ministrar-lhe os vários remédios que
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controlam sua depressão, mal de Alzheimer e outras patologias psíquicas, conforme relatórios
médicos emitidos por Hospital Público Municipal. Ao ponto de não ter mais condições de
exercer pessoalmente os atos da vida civil, a pensão que recebe do INSS é fundamental para
cobrir as despesas com medicamentos, ficando as demais despesas suportadas por sua filha
Clarice.

Recentemente, chegou à sua residência, correspondência do INSS comunicando que Maria de

Fátima deveria comparecer ao posto da autarquia mais próximo para recadastramento e
retirada de novo cartão de benefício previdenciário, sob pena de ser suspenso o pagamento.

Diante disso, Clarice, desejando regularizar a administração dos bens de sua mãe e atender a
exigência do INSS a fim de evitar a supressão da pensão, o procura em seu escritório
solicitando providências.

Diante dos fatos narrados, elabore a peça processual cabível

Autos nº : XXXXXXXXXXXXXXX
Natureza : Interdição (curatela de interditos)
Requerente(s): Clarice XXXXX.
Requerido(s) : Maria de Fátima XXXXX

SENTENÇA

Vistos etc.,

Ambas qualificadas na inicial, assevera a autora Clarice XXX que sua mãe
Maria de Fátima XXX possui limitações mentais e físicas não podendo praticar os atos
próprios da vida civil, pleiteando a interdição desta, para que com esta nomeação possa
exercer o encargo de sua curadora, propôs assim a presente ação de interdição visando à
suspensão da capacidade de fato desta, buscando pela nomeação por este Juízo para
exercer o múnus da curatela de sua mãe, esta a qual é pensionista da previdência social.
A inicial veio instruída com os documentos de fls. XX/XX e foi recebida às fls. XX/XX,
no mais fora contestada as fls. XX/XX e recebida às fls. XX/XX, no qual sustentava que
a inicial era inepta por conter fatos, inverídicos, alegando inexistência de provas da
incapacidade para tal interdição com embasamento no art 330, I, § 1º,II.
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Foi concedido a requerente aditar sua inicial conforme o art.321 CPC, a fim de
sanar o defeito ali presente, esta a qual apresentou a devida correção.

Juntou os documentos de fls XX/XX. Às fls. XX/XX, em audiência própria, a

interditanda foi entrevistada minuciosamente por essa magistrada. Nomeado perito à fl.
XX, este colacionou respostas aos quesitos do Juízo às fls. XX, concluindo que o
interditando somente possuem limitações devido à idade de 92 anos, apresentando
capacidade para reger os atos da vida civil. Às fls. XX o Ministério Público, através do
Promotor de Justiça, manifestou-se desfavorável ao acolhimento do pedido.

Os autos vieram conclusos para a sentença

É um breve RELATÓRIO. FUNDAMENTO E

DECIDO.

O objeto da ação é improcedente. Visto que a interdição e curatela, é uma

medida de proteção por meio do qual se declara a incapacidade para a prática dos atos
da vida civil.

Nas palavras de Silvio Rodrigues, trata-se do “reconhecimento da inexistência,

numa pessoa, daqueles requisitos que a lei acha indispensável para que ela exerça os
seus direitos direta e pessoalmente”, ou seja não há porque se falar em interdição em
alguém que esta lúcida e é plenamente capaz de manifestar suas vontades, tanto que se
manifestou sobre não querer ser interditada, através dos tramites do processo. (1995, p.
41),

Sendo em circunstancias de enfraquecimento das competências intelectuais

somente, não acarreta em si a incapacidade, pois esta somente se apresenta quando não
há mais a possibilidade de manifestação da vontade do interditando, necessitando assim
de representação e a devida proteção, mas que para tal é preciso a caracterização da
ausência de entendimento para a prática do ato ou a impossibilidade de expressão da
vontade determinada por uma causa duradoura.

Essa caracterização é expressa tanto com laudo médico como em relação ao seu
comportamento perante a vida em sociedade.
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Conforme art. 1.767, CC, dispõe estão sujeitos a curatela: I - aqueles que, por
causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; II - (revogado) III -
os ébrios habituais e os viciados em tóxico; IV - (revogado); V - os pródigos

Para tanto a interdição e consequentemente uma curatela tem como principal

característica proteger aqueles que, embora maiores, não apresentem condições mínimas
de regência da própria vida e da administração de seu patrimônio.

Com efeito, quando a sr ª Maria de Fátima manifestou se através da

contestação, demonstrou que tem discernimento do que estava acontecendo, e que era
contraria a sua interdição, não cabendo tal instituto, visto que esta possui entendimento
e determinação nos seus atos, vindo a ser corroborado por todos os meios acostados nos
autos.

Posto isso julgo improcedente tal interdição e com base na fundamentação supra
e nos termos do inciso I do art. 487 do Código de Processo Civil, JULGO EXTINTO O
PROCESSO COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO,

Custas iniciais já recolhidas à fl. XX, devendo os autos serem encaminhados à

contadoria judicial, para apuração das custas finais, as quais ficarão a cargo da
requerente, se houver.

Transitada em julgado, arquivem-se estes autos com as anotações de praxe.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

XXXXXXX, XX de XXXXX de XXXX.

XXXXXXXX
Juíza de Direito