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Entre as várias interpretações da simbologia Rosa-Cruz, é possível no poema “O Encoberto” ver na rosa o círculo, que exprime
as ideias de perfeição, e a cruz, que representa todos os elementos até os conseguir alcançar (a fraternidade Rosa-Cruz, que
Fernando Pessoa defende e cujo símbolo é comum a alguns rituais da maçonaria, aparece como sociedade secreta que sonhava o
advento de um mundo pacífico e feliz).
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Realização
“Mar
Português”
O sonho
A concretização
A ordem
espiritual
no
Universo
A A
ordem ordem
espiritual no espiritual
Homem em Deus
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Nascimento Império espiritual emergente: Morte
“Brasão” “O Encoberto”
“Ó Portugal, hoje
O Quinto Império
Os construtores és nevoeiro… O império
do Império É a hora!” material
moribundo
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Ao longo da Mensagem, a figura de D. Sebastião evoluiu de símbolo de um príncipe infeliz,
desaparecido em Alcácer Quibir, no areal (primeira parte), para o mito que vai na “última nau, ao sol
aziago”, mas que surgirá entre a cerração” com o “pendão ainda / Do Império” (segunda parte), para,
guardado com Deus, regressar para criar o Quinto Império. É apresentado, também, como “O Encoberto” ou
“O Desejado”, que volta com o santo Graal (terceira parte).
Recorrendo a outros mitos como o das “Ilhas Afortunadas”, lugar do não-tempo e do não-espaço,
“terras sem ter lugar”, Fernando Pessoa considera que aí o “Rei mora esperando” até ao dia de encontrar
condições para regressar e fundar o Quinto Império.
As “Ilhas Afortunadas” fazem parte da tradição clássica, pois já em autores gregos aparecem
referidas como paraísos, local do repouso dos deuses e dos heróis míticos. É aí, nesse lugar, cuja presença só
se capta no sono através de sinais auditivos e pelo som das ondas, que se encontra “O Desejado”.
De acordo com o ocultismo, Pessoa procura uma certa legitimação da existência de um poder
absoluto, de um chefe excepcional, detentor do privilégio esotérico, capaz de realizar o sonho do Quinto
Império.
O conceito de Quinto Império, que surge na Bíblia e se tornou mito nas interpretações que sucederam
ao longo dos tempos, é retomado por Fernando Pessoa, na obra Mensagem, que anuncia um novo império
civilizacional, que, como o Padre António Vieira, acredita ser o português. O “intenso sofrimento patriótico”
leva-o a antever um império que se encontra para além do material. No esquema pessoano, o Quinto
Império, sendo espiritual, inicia-se com o Império espiritual da Grécia, como afirma no poema “O Quinto
Império”: “Grécia, Roma, Cristandade, / Europa – os quatro se vão / Para onde vai toda idade. / Quem vem
viver a verdade / Que morreu D. Sebastião?”
Ao longo de Mensagem, sobretudo da terceira parte, Pessoa exprime a sua concepção messiânica da
história e sente-se investido no cargo de anunciador do Quinto Império, que não precisa de ser material, mas
civilizacional.
Reavivando o mito sebastianista, anunciando o Quinto Império, Pessoa procurou, tal como Camões,
ser voz da consciência de identidade de que Portugal necessitava e necessita.
O discurso na Mensagem
Na obra Mensagem, a voz narrativa da épica tradicional dá, constantemente, lugar à voz lírica, num
discurso analítico-crítico, que reflecte sobre o passado heróico de conquistas, vibrando com o espírito do
povo português, e expressa a visão e as emoções do “eu” face ao acontecimento histórico, muitas vezes num
tom profético. Os poemas, em geral breves, apresentam uma linguagem metafórica e musical, bastante
sugestiva, com frases curtas, apelativas e, frequentemente, aforísticas (sentenciosas), onde abundam a
pontuação expressiva e as perguntas retóricas.
Desde o início, Pessoa pressagia ou ousa profetizar um futuro que cumpra Portugal. Em “Brasão”,
“Os Campos”, “Os Castelos”, “As Quinas”, “A Coroa” e “O timbre” são marcas de afirmação do passado,
de mágoa do presente e de antevisão do que há-de vir. Em “Mar Português”, há um presente de glórias, que
já não existe, mas que faz parte da memória-alma portuguesa, capaz de fazer renascer uma nova luz, de
permitir o advento do Quinto Império. Em “O Encoberto”, depois de manifestar a crença num regresso
messiânico, considera que, após a tempestade actual, a chama há-de voltar e a luz permitirá o caminho certo.
Por isso, acredita que “É a Hora” de traçar novos rumos e caminhar na construção de um Portugal novo.
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Mensagem
Benedictus Dominus Deus noster qui dedit nobis signum
Primeira parte
“Brasão”
Bellum sine bello
Segunda parte
“Mar Português”
Possessio maris
I - O Infante
II - O Horizonte
III - Padrão
IV - O Mostrengo
V - Epitáfio de Bartolomeu Dias
VI - Os Colombos
VII - Ocidente
VIII - Fernão de Magalhães
IX - Ascensão de Vasco da Gama
X - Mar Português
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XI - A Última Nau
XII - Prece
Terceira parte
“O Encoberto”
Pax in excelsis
Primeiro / D. Sebastião
I Os Símbolos Segundo / O Quinto Império
Terceiro / O Desejado
Quarto / As Ilhas Afortunadas
Quinto / O Encoberto
Primeiro / O Bandarra
II Os Avisos Segundo / António Vieira
Terceiro / (“’Screvo meu livro à beira-mágoa”)
Mostrengo
Presente na Mensagem, de Fernando Pessoa, corresponde à figura do Adamastor de Os Lusíadas, de
Camões. Como este, é o guardião do Mar Tenebroso, no cabo das Tormentas, mais tarde da Boa Esperança.
A figura do Mostrengo mantém toda a simbologia do fantástico que se contava e que amedrontava mesmo
os mais corajosos. O poema de Fernando Pessoa simboliza as dificuldades sentidas pelos portugueses na
conquista do mar, contrapondo o medo com a coragem que permite que o homem ultrapasse os limites. Ao
mesmo tempo, mostra a atitude de coragem do marinheiro português perante aquele ser “imundo e grosso”,
vencendo os seus medos. O “homem do leme” torna-se o símbolo do Portugal que não tem medo e é
representante de um povo de coragem que quer dominar os mares.
Ocultismo
Ocultismo ou ciência oculta é uma doutrina com teorias e práticas cujo objectivo é entender a vida,
desvendando os segredos da natureza, da humanidade, do espírito, de tudo. O ocultismo acredita que há um
propósito, um plano superior, na existência de qualquer coisa criada e na evolução do Universo.
Fernando Pessoa, na Mensagem, utiliza o ocultismo para criar o herói, “O Encoberto”, que se
apresenta como D. Sebastião. Procura uma certa legitimação da existência de um poder absoluto, de um
chefe excepcional, detentor do privilégio esotérico, capaz de realizar o sonho do Quinto Império.
Ordem Rosa-Cruz
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Ordem Rosa-Cruz ou rosacrucianismo refere-se a organizações, geralmente denominadas ordens ou
fraternidades, de carácter secreto, não sectário, que seguem ritos iniciáticos e práticas esotéricas, e que
ensinam a necessidade da busca do conhecimento e a cooperação entre as pessoas.
De acordo com a lenda, a Ordem Rosa-Cruz foi fundada por Christian Rosenkreuz (1378-1484),
cavaleiro alemão que estudara artes ocultas com mestres de Damasco, do Egipto e de Marrocos. A fundação
da Ordem terá acontecido na Alemanha, em 1407. A existência de Christian Rosenkreuz é, no entanto, posta
em causa por vários rosacrucianos, que vêem o nome como um pseudónimo de algumas personagens
históricas, como, por exemplo, o filósofo, estadista e ensaísta inglês Francis Bacon (1561-1626).
As variações dos símbolos da rosa e da cruz permitem a distinção das diversas fraternidades.
Quinto Império
Surge na Bíblia e torna-se mito nas interpretações que sucederam ao longo dos tempos. Em Portugal,
Bandarra (1500?-1556), Padre António Vieira (1608-1697) e Fernando Pessoa (1888-1935) reformulam o
mito.
De acordo com a Bíblia, Nabucodonosor, rei da Babilónia (604-562 a.C.), queria que os sábios lhe
revelassem o sonho que tivera e a sua interpretação. O sonho era uma enorme estátua com cabeça de ouro,
peito e braços de prata, ventre e ancas de bronze, pernas de ferro e pés de ferro e barro, além de uma grande
pedra que se desprendeu da montanha e lhe triturou os pés, fazendo tudo em pedaços. Foi o profeta Daniel
que lhe revelou e decifrou, mostrando-lhe que o nascimento e a queda de impérios acontecem pela vontade
de Deus, embora pareça dos homens essa missão. Daniel profetizou que depois da grandiosidade do Império
da Babilónia, sucederiam outros, que de acordo com as interpretações mais correntes são o Medo-Persa, o da
Grécia e o de Roma, sendo o Quinto Império universal.
Visão global
Os Lusíadas surgem como a epopeia das façanhas dos portugueses nos mares que os levaram à Índia.
Verdadeira alegoria do direito à imortalidade dos nautas portugueses pelos seus feitos históricos, esta obra
conta por fragmentos a história grandiosa de Portugal e os acontecimentos futuros, cuja visão os deuses são
capazes de antecipar.
Recorrendo à estrutura de poema, como a Ilíada e a Odisseia, de Homero, ou a Eneida, de Virgílio,
constitui uma narrativa que traduz as façanhas e o espírito do povo português, que foi capaz de trazer ao
conhecimento da Europa e da Humanidade povos desconhecidos, lugares ignorados e inóspitos (hostis) e os
caminhos marítimos para ligar os cinco continentes da Terra.
Na sua estrutura interna, Os Lusíadas seguem a organização da epopeia clássica, ao dividir-se em
quatro partes:
Existem quatro planos em que Os Lusíadas se desenvolvem e que se vão entrelaçando ao longo da
obra:
• Plano da Viagem (plano central);
• Plano da História de Portugal (plano encaixado);
• Plano da Mitologia (plano paralelo);
• Plano do Poeta (plano ocasional).
Na tradição épica, Camões mantém a presença de um narrador principal, Vasco da Gama (o herói
individual), que representava o povo português (o herói colectivo). Este herói narra a História de Portugal e
a viagem desde Lisboa até Moçambique. Ao narrador principal cabe o relato da viagem de Vasco da Gama
desde Moçambique até à Índia e toda a viagem de regresso. É ele quem passa a função aos outros narradores
secundários: Paulo da Gama, que, em Calecut, explica o significado das 23 figuras representadas nas
bandeiras; e a Fernão Veloso, que descreve o episódio dos “Doze de Inglaterra”; ou a Júpiter, que, através de
profecias, anuncia aos Portugueses “feitos ilustres” no Oriente; ao Adamastor, que vaticina “ventos e
tormentas desmedidas”, “naufrágios, perdições de toda a sorte” para a gente ousada que navegou nos seus
mares; à Ninfa Sirena, que descreve glórias futuras dos Portugueses; e a Thetis, que aponta os lugares onde
os Portugueses hão-de realizar feitos heróicos.
Os Lusíadas não cantam apenas a viagem marítima e a História portuguesa, mas revelam, também, o
espírito do homem da Renascença que acredita na experiência e na razão. A “Ilha dos Amores”, no fim da
obra, é bem o símbolo da capacidade dos Portugueses na exploração dos mares, graças às experiências
marítimas e ao seu espírito de aventura e à sua vontade indómita de conhecerem e, assim, estabelecerem a
harmonia no planeta, aproximando o Oriente e o Ocidente.
Mitificação do herói
A epopeia os Lusíadas relata a viagem à Índia e, entrecortando-a com episódios do passado e
profecias do futuro, mostra a história do povo que teve ousadia da aventura marítima. A intenção em exaltar
os heróis que construíram e alargaram o Império levou Camões a torná-los verdadeiros símbolos da
capacidade de ultrapassar “a força humana” e de merecerem um lugar entre os seres imortais.
Os navegantes e, em especial, o comandante das naus, Vasco da Gama, ultrapassam a sua
individualidade ou a particularização do herói colectivo, que é o povo português. São símbolo do heroísmo
lusíada, do seu espírito de aventura e da capacidade de vivência cosmopolita.
Numa leitura simbólica, a viagem, mais do que a exploração dos mares, exprime a passagem do
desconhecido para o conhecimento, da realidade do Velho Continente e dos seus mitos indefinidos ou sem
explicação para novas realidades de um planeta a descobrir.
Nos vários episódios e no recurso à mitologia, há elementos simbólicos importantes que podem
ajudar na interpretação dessa mensagem humanista e de exaltação lusíada que Camões nos deixou.
Ao contrário dos épicos anteriores (Homero ou Virgílio), Luís de Camões não escolheu um herói
individual que motivasse o título da sua obra, mas procurou que a sua epopeia anunciasse a história de todo
o povo da “geração de Luso”, “invicto e forte (…)/a quem nenhum trabalho pesa e agrava”. Os navegantes,
que chegaram à Índia, e todos os heróis lusíadas merecem realmente a mitificação. Os deuses não são mais
do que seres da fábula ou da lenda, criados pelos homens para justificarem o que lhes parecia de difícil
explicação (Canto X, est. 82).
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Por um lado, refere os “grandes e gravíssimos perigos”, a tormenta e o dano no mar, a guerra e o
engano em terra; por outro lado, faz a apologia da expansão territorial para divulgar a Fé cristã, manifesta o
seu patriotismo e exorta D. Sebastião a dar continuidade à obra grandiosa do povo português.
Nas suas reflexões, há louvores e diversas queixas aos comportamentos. Se realça o valor das honras
e da glória alcançadas por mérito próprio, lamenta, por exemplo, que os Portugueses nem sempre saibam
aliar a força e a coragem ao saber e à eloquência, destacando a importância das letras. Se critica os povos
que não seguem o exemplo do povo português que, com atrevimento, chegou a todos os cantos do Mundo,
não deixa de queixar-se de todos aqueles que pretendem atingir a imortalidade, dizendo-lhes que a cobiça, a
ambição e a tirania são honras vãs que não dão verdadeiro valor ao homem. Daí, também, lamentar a
importância atribuída ao dinheiro, fonte de corrupções e de traições.
Lembrando o seu “honesto estudo”, “longa experiência” e “engenho”, “Cousas que juntas se acham
raramente”, confessa estar cansado de “cantar a gente surda e endurecida” que não reconhecia nem
incentivava as suas qualidades artísticas.
Merecem destaque os momentos em que o Poeta:
• refere aquilo que o homem tem de enfrentar: “Os grandes e gravíssimos perigos”, a tormenta e o
dano no mar, a guerra e o engano em terra (Canto I, estâncias 105-106);
• destaca a importância das letras e lamenta que os Portugueses nem sempre saibam aliar a força e a
coragem ao saber e à eloquência (Canto V, estâncias 92-100);
• realça o valor das honras e da glória alcançadas por mérito próprio (Canto VI, estâncias 95-99);
• faz a apologia da expansão territorial para divulgar a Fé cristã; critica os povos que não seguem o
exemplo do povo português que, com atrevimento, chegou a todos os cantos do Mundo “e, se
mais mundos houvera, lá chegara” (Canto VII, estâncias 2-14);
• lamenta a importância atribuída ao dinheiro, fonte de corrupções e de traições (Canto VIII,
estâncias 96-99);
• explica o significado da Ilha dos Amores (Canto IX, estâncias 89-92);
• se dirige a todos aqueles que pretendem atingir a imortalidade, dizendo-lhes que a cobiça, a
ambição e a tirania são honras vãs que não dão verdadeiro valor ao homem (Canto IX, estâncias
93-95);
• confessa estar cansado de “cantar a gente surda e endurecida” que não reconhecia nem
incentivava as suas qualidades artísticas. Mesmo assim, reafirma-as nos últimos quatro versos das
estâncias 154 do Canto X, ao referir-se ao seu “honesto estudo”, à “longa experiência” e ao
“engenho”, “Cousas que juntas se acham raramente”;
• reforça a apologia das Letras (Canto V, estâncias 92-100);
• manifesta o seu patriotismo e exorta D. Sebastião a dar continuidade à obra grandiosa do povo
português (Canto X, estâncias 145-156).
Fogo-de-santelmo
Fenómeno meteorológico que ocorre, geralmente, em ocasiões de forte trovoada e que se caracteriza
por pequenas descargas eléctricas (projecções e irradiações luminosas de cor azul-violeta) nas pontas
metálicas ou nas partes salientes dos aviões, devido à concentração do campo eléctrico atmosférico nas ditas
zonas. É muitas vezes acompanhado de um zumbido ou estampido.
Máquina do mundo
Diz respeito ao cosmos, ao sistema do mundo. De acordo com a visão grega e ptolomaica, através
das notas de Pedro Nunes, no Tratado da Esfera a partir de trabalhos como De Sphaera do astrónomo inglês
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Sacrobosco, seguidas por Camões em Os Lusíadas, o mundo apresentava uma região celestial e outra
elementar.
A Máquina do Mundo, desde Ptolomeu, tinha a Terra no centro e em seu redor, em círculos
concêntricos (homocêntricos), Diana (Lua), Mercúrio, Vénus, Febo (Sol), Marte, Júpiter e Saturno.
Envolvendo estes sete céus, havia o Firmamento, seguido pelo Céu Áqueo ou Cristalino, depois o Primeiro
móbil, esfera que arrasta todas as outras consigo. Por último, ficava o Empíreo.
Mitologia
A palavra mito (“mythos”) apresenta-se como uma codificação da realidade ao apresentar uma face
explícita e outra oculta. A sua face externa é traduzida simbolicamente na explicação da realidade e
modelação da conduta; a sua face oculta acontece a um nível mais profundo de relações vitais, de difícil
explicação. Os mitos são crenças que têm origem num fundo emocional e se revelam através de um jogo de
imagens e símbolos. Os mitos procuram manifestar situações profundamente humanas de sentimentos e
desejos ou dar explicações elementares do Universo e da vida, sem a elucidação rigorosa da ciência, da
filosofia e da teologia. Surgem, em geral, como forças ocultas, ligadas às emoções, ao inconsciente, à
imaginação, ou são fenómenos da Natureza que o ser humano não consegue explicar.
Nereidas
Filhas de Nereu e Dóris, as Nereidas (ou nereides) são divindades marinhas que presidiam ao mar.
personificavam os seus caminhos e os seus aspectos aprazíveis. Com frequência, são representadas a
cavalgar no dorso de monstros marinhos.
Samorim
Samorim ou Samori (do malaiala tamudri ou samutiri, e do sânscrito samudri, rei do mar) era o título
do soberano de Calecut, na costa do Malabar (costa ocidental da Índia). O termo Samorim, no antigo
malaial, equivalia à designação indiana de Rajá atribuída aos soberanos da região.
Tétis
Nome que pode ser atribuído a duas divindades: com a grafia Tétis ou Thetis, é uma das Nereidas e
de Dóris; Tethys, ou também com a grafia Tétis, uma das Titânides, filha de Gaia ou Gé (a Terra) e de
Ouranos ou Úrano (o Céu).
A nereida Tétis é criada por Hera, tendo-lhe sempre uma grande afeição. Amada por Zeus, de acordo
com a lenda, resistiu-lhe para não magoar Hera, a esposa do soberano dos deuses; ou, segundo outra versão,
foi este que a não quis por temer uma profecia segundo a qual o filho que com ela fosse concebido o iria
destronar. Consta também que foi amada por Posídon (Neptuno), o deus do mar. mas é com Peleu, um ser
mortal, que acaba por casar e de quem tem sete filhos, entre os quais Aquiles. Camões, em Os Lusíadas, diz
que o Adamastor se apaixonou pela nereida Thetis, mas esta recusou o seu amor.
A titânide Tethys é esposa do Oceano e uma das divindades primitivas, que personifica a
fecundidade “feminina” do mar. Tem três mil rios e três mil Oceânidas (ninfas marinhas). São suas irmãs
Teia, Témis, Mnemósine, Febe e Reia (mãe de Zeus) e tem como irmãos os titãs Oceano, Céu, Crio,
Hiperíon, Jápeto e Crono (pai de Zeus).
Tromba marítima
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É uma massa de vapor ou de água, erguida em coluna e animada de um movimento rápido, agitada
por ventos ciclónicos, podendo atingir cem metros de altura e cerca de dez metros de diâmetro. É geralmente
acompanhada de ventos fortes, de relâmpagos, de chuva e de granizo, sendo muitas vezes aliada a um
movimento de aspiração, que levanta, no mar, uma coluna de água perigosa para os navios que se encontram
na sua passagem.
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