Você está na página 1de 6

AS POSSIBILIDADES DO USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE

AULAAS
RESUMO
Este artigo tem como objetivo demonstrar as possibilidades pedagógicas do
uso das novas tecnologias em sala de aula. Entendendo a tecnologia como
auxiliar no processo educacional, utilizada de acordo com os objetivos e
competências a serem desenvolvidos. A tecnologia abre novas possibilidades
em sala de aula em relação a abordagem do professor e a compreensão do
aluno. Para melhor compreender o tema, foi realizada a pesquisa bibliográfica
que consiste na leitura e análise de diversos livros e artigos. Assim, foi possível
constatar que a tecnologia é uma importante ferramenta para tornar a aula
mais interessante além de contribuir para inclusão social, pois a tecnologia está
presente no cotidiano e o seu conhecimento é necessário para inserção do
indíviduo na sociedade.
NTRODUÇÃO
Na atualidade a tecnologia está presente no cotidiano e em praticamente todas
as áreas de conhecimento humano. Faz-se necessária a inclusão da tecnologia
também nas escolas como parte do processo educacional. O interesse pelo
tema em questão é justificado pelo grande potencial existente no uso das
tecnologias em sala de aula. As possibilidades são reais e até mesmo
necessárias para formação de indivíduos com visão crítica. Contudo, é preciso
investir na formação de profissionais capazes de aproveitar as incontáveis
vantagens do uso da tecnologia em sala de aula. A tecnologia não apenas
ajuda no aprendizado como também é uma forma de proporcionar a inclusão
do aluno na sociedade. Assim, o principal objetivo deste artigo é demonstrar as
possibilidades pedagógicas do uso das novas tecnologias na sala de aula
levando-se em consideração que a tecnologia pode auxiliar no processo
educacional de acordo com os objetivos e competências que se pretende
atingir. Para tanto, foi realizada a pesquisa bibliográfica com base em autores
como Keski (2010), Leite (2010) e Pais (2008). Para Marconi e Lakatos (2003),
a finalidade deste tipo de pesquisa é colocar o pesquisador em contato direto
com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto. Para
melhor compreensão, a princípio será abordado como ocorreu a introdução das
tecnologias na escola brasileira. Além de apresentar os benefícios da
incorporação da tecnologia em sala de aula e a necessidade de capacitação do
professor para utilizar, se necessário as tecnologias na sua prática pedagógica.
No segundo tópico, são apresentados programas que tem como objetivo a
inclusão da tecnologia na educação e consequentemente a inclusão social.
Ainda no mesmo tópico são apresentadas formas de utilização das tecnologias
em sala de aula beneficiando a compreensão do aluno acerca do conteúdo
ensinado.

AS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO
A introdução das tecnologias na escola brasileira, de acordo com Leite (2010),
teve início a partir dos anos 60 e, surgiu no momento em que o país vivia num
contexto econômico cujo objetivo era inserir o Brasil no mercado econômico
mundial como produtor e consumidor de bens. Com isso, a proposta era levar
para sala de aula novos equipamentos tecnológicos produzidos pela sociedade
industrial. Na educação, essa inserção da tecnologia para modernização
pedagógica apoiou um modelo tecnicista que percebia a educação como um
universo fechado e por isso não envolvia questões sociais.
Nesse contexto surge a área de Tecnologia Educacional (TE) que, dentro da
visão tecnicista, significava dar ênfase aos meios na educação sem questionar
suas finalidades. A utilização da tecnologia na escola foi associada a uma visão
limitada de educação, baseada em fundamentos teóricos e ideológicos
externos (LEITE, 2010, p. 14).
Contudo, a partir dos anos 80, a Tecnologia Educacional passou a ser
entendida de forma mais critica o que permitiu a compreensão da utilização
tecnológica na educação como uma forma de integrar as questões sociais ao
cotidiano escolar, ampliando a visão critica dos alunos. A inclusão da
tecnologia no cotidiano da escola parece imprescindível, entretanto ela por si
só não é capaz de ser determinante para qualidade de ensino. O docente
precisa saber utilizá-la (se necessário) de acordo com o conteúdo que ele
pretende ensinar.
O domínio do professor deve se concentrar no campo crítico e pedagógico,
pois assim ele evita ser vítima de imposição tecnológica na sala de aula, e
pode ter a opção de integrar ou não a tecnologia em seu currículo, de acordo
com os objetivos e competências a serem desenvolvidos, e ainda escolher o
momento apropriado para fazê-lo. O professor não pode perder a dimensão
pedagógica (LEITE, 2010, p. 16).
A educação pode ser mediada pela tecnologia abrindo novas possibilidades em
sala de aula para auxiliar na formação do indivíduo. Quando bem utilizadas as
tecnologias promovem, de acordo com Kenski (2010), uma nova relação entre
a

abordagem do professor e a compreensão do aluno sobre o conteúdo


veiculado. “O desafio é o de inventar e descobrir usos criativos da tecnologia
educacional que inspirem professores e alunos a gostar de aprender, para
sempre” (KENSKI, 2010, p.67). É necessário investir na atualização dos
professores já que a escola perdeu o papel de principal meio de transmissão
de conhecimento. Os meios de comunicação, a televisão e a internet, por
exemplo, estão ao alcance de todos e o professor pode ajudar o aluno a fazer
uma leitura crítica, por exemplo, de um programa de televisão, promovendo
assim um debate produtivo sobre assuntos em voga.
A evolução dessas tecnologias vai desde a criação dos antigos sistemas
postais até a invenção do telégrafo, do telefone, do rádio, da televisão, do
computador, da telefonia celular, das redes de computador e de várias outras
interfaces criadas para melhoria do processo de comunicação (PAIS, 2008, p.
93).
Além disso, a incorporação das novas tecnologias em sala de aula promove
constante mudança e o professor precisa assumir uma postura dinâmica diante
da nova situação. Segundo Tajra (2001), a capacitação do professor para ser
completa precisa envolver além de conhecimentos básicos de informática,
novas formas de gerenciamento da sala de aula com os novos recursos
tecnológicos em relação aos recursos físicos e ao aluno que agora passa a ter
uma atitude ativa no processo. Além disso, a comunicação entre os
professores é fundamental para que experiências sejam compartilhadas e para
que as mudanças ocorram naturalmente.
TECNOLOGIA NA SALA DE AULA
Dentre as novas tecnologias pode-se destacar o computador e as suas várias
possibilidades em sala de aula. De acordo com Tajra (2001), na década de 80
os países desenvolvidos transformaram a inclusão dos computadores nas
escolas uma necessidade.

Em 1983, 53% das escolas dos EUA já utilizavam computadores com grande
apoio de empresas privadas que atuavam nesta área. A França, por meio do
Plano “Informática para Todos”, e a Espanha, por meio do Projeto Atenea,
estimularam a formação de professores para o atendimento de vários alunos
(TAJRA, 2001, p. 29).
No Brasil, em 1995 foi criado pela Secretaria de Educação a Distancia
(SEED/MEC) um projeto denominado Proinfo (Programa Nacional de
Informática na Educação) que visava a formação de Núcleos de Tecnologias
Educacionais em todo o país. De acordo com o Ministério da Educação, o
objetivo desses núcleos é capacitar professores para que estes possam
multiplicar a política da Informática Educacional. O mais recente programa
regulamentado foi o Programa “Um Computador por Aluno” (Prouca), trata-se
de um programa em que estados, municípios e o Distrito Federal podem
adquirir computadores portáteis para uso nas redes públicas de educação
básica. O computador é uma máquina que possui diferentes utilidades: a
interatividade, a criação de textos, planilhas, dentre outros recursos, tornando
mais fácil o desenvolvimento de várias habilidades que contribuirão para
formação do indivíduo. O professor capacitado pode encontrar várias formas
de utilizar os diferentes programas disponíveis para planejar as atividades
educacionais. Tajra (2001) afirma que ao elaborar projetos e planos de aula, o
professor terá mais segurança em relação às atividades e procedimentos que
deverão ser adotados antes da realização prática das aulas. O uso das
tecnologias pode ajudar os professores a inovar a maneira de expor os
conteúdos que são tradicionalmente feitos da mesma maneira. Os professores
de português podem utilizar ferramentas de publicação para criação de blogs e
processadores de textos para que os alunos realizem a correção ortográfica
dos mesmos enquanto o produzem. O uso de programas educativos pode
auxiliar na exposição de conteúdos de matemática, além da criação de
planilhas e gráficos no computador tornando a aula mais interessante. Com o
computador e a internet, os professores que lecionam geografia, por exemplo,
certamente podem aperfeiçoar as suas aulas visto que se pode viajar pelo

mundo através de ferramentas como o Google Earth ou fazer com que os


alunos se orientem através de sites de localização online. A internet é uma
fonte inesgotável de pesquisa assim os professores de história podem
aproveitar pedindo para que os alunos façam uma pesquisa prévia dos
assuntos que serão discutidos em sala de aula. Com recursos com editores de
imagem e programas de desenho é possível trabalhar técnicas de arte,
desenho, pintura e até mesmo escultura e colagem. Além disso, através da
internet, telescópios e microscópios eletrônicos e alguns conteúdos de biologia
e física podem ser melhor trabalhados. Recursos como a televisão, os jornais e
revistas que caracterizam-se como tecnologias de comunicação podem ser
utilizados em sala de aula para discussão de temas que estejam em voga.
Os jornais e as revistas são um grande veículo de comunicação e de
informação. O professor deve estar atento ao sensacionalismo das reportagens
contidas nos jornais e revistas, visto que as redações jornalísticas, geralmente,
utilizam expressões e argumentações que muitas vezes distorcem a realidade,
visando atrair a atenção do leitor e o atendimento do retorno comercial (TAJRA,
2001, p. 136).
O professor poderá auxiliar o aluno para que este enxergue a notícia além do
que está escrito, fazendo uma leitura crítica do assunto.
2 OS RECURSOS TECNOLÓGICOS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA NO
PROCESSO DE ENSINO-APERNDIZAGEM

As tecnologias são tão antigas quanto o homem. Na verdade foi a necessidade do homem
aliado à sua engenhosidade que fizeram surgir as mais diferenciadas tecnologias, ou seja, a
evolução social do homem foi fazendo com que as tecnologias gradativamente fossem
desenvolvidas em cada época. Na atualidade, de acordo com Kenski (2007), surgi um novo
tipo de sociedade tecnológica que é determinada principalmente pelos avanços das
tecnologias digitais de comunicação e informação e pela microeletrônica. Essas novas
tecnologias assim consideradas em relação às tecnologias anteriormente existentes -, quando
disseminadas socialmente, alteram as qualificações profissionais e a maneira como as pessoas
vivem cotidianamente, trabalham, informam-se e se comunicam com outras pessoas e com
todo o mundo. Dessa forma, emerge então, uma nova organização social conhecida pela
expressão “Sociedade da Informação”, que traz em um de seus aspectos: a presença dessas
novas tecnologias, que se acentuam cada vez mais. Enfim, esta sociedade atual,

Vivencia uma realidade em que as crianças nascem e crescem manuseando as tecnologias que
estão ao seu alcance. (...) A era da informação é fruto do avanço das novas tecnologias que
estocam, de forma prática, o conhecimento e gigantescos volumes de informações. (...) Estas
novas tecnologias permitem-nos acessar não apenas conhecimentos transmitidos por palavras,
mas também por imagens, sons, vídeos, dentre outros. (VIANA, 2004, p. 11, 12)

Diante disto, os professores necessitam de formação para interagir com uma geração mais
atualizada e mais informada, pois a sociedade tem avançado dia após dia em suas vastas
áreas/dimensões e com o advento da tecnologia não poderia ser diferente. A área tecnológica
tem tomado uma proporção grandiosíssima ao longo dos anos. As escolas, no entanto, por
serem parte indissociável desta sociedade crescente (tecnologicamente falando) sentiu a
necessidade de apropriar-se também do uso das tecnologias como um instrumento de difusão
e propagação da educação. Surge então, o termo tecnologia educacional, que é, portanto, a
adequação das tecnologias (ou recursos tecnológicos) como meio facilitador do processo de
ensino- aprendizagem e veiculação das informações, tendo como principal alvo o
desenvolvimento educacional. A tecnologia Educacional busca criar um ambiente no qual haja
possibilidades favoráveis à aprendizagem. Nesse contexto cabe então questionar, o que são
essas novas tecnologias? Segundo Kenski (2007) “ao se falar em novas tecnologias, na
atualidade, estamos nos referindo principalmente, aos processos e produtos relacionados com
os conhecimentos provenientes da eletrônica, da microeletrônica e das telecomunicações.
Estas tecnologias caracterizam-se por serem evolutivas, ou seja, estão em permanente
transformação. [...] Seu principal espaço de ação é o virtual e sua principal matériaprima é a
informação.” Com a rapidez do desenvolvimento tecnológico atual, ficou difícil estabelecer o
limite de tempo que devemos considerar para a designação do termo “novas tecnologias”,
tendo em vista o caráter evolutivo e de permanente transformação destas tecnologias. Além
disto, é necessário, refletir sobre o meio social, econômico e cultural que estas tecnologias
estão inseridas, pois sabemos que sua distribuição ainda é desigual entre os países. O que é
novo no Brasil pode não ser novo no Japão, por exemplo. Ao que se refere ao objeto de estudo
deste trabalho, iremos nos deter às novas tecnologias, relacionadas com os conhecimentos
provenientes da microeletrônica e das telecomunicações, onde iremos abordar mais
especificamente o uso das tecnologias áudio-visuais, multimídia e a internet. Durante a
execução do Projeto desenvolvido pelos pibidianos foram utilizados diversos recursos
tecnológicos, que perpassaram cada momento, que vai desde a construção dos planos de cada
aula até o decorrer de sua operacionalização em sala de aula com os alunos e a professora. De
acordo com as respostas dadas no questionário pelos pibidianos, foram utilizados:

Recursos multimídias de áudio e vídeo. Data Show, notebook, slides.

Esses recursos, apesar de estarem fora da realidade do alunado, foram utilizados para explanar
conteúdos de forma interativa bem como para atrair a concentração dos alunos, pois para eles
isso é novidade. (P1).

Internet, computador, data show, Xerox, cd, rádio, DVD. A internet foi utilizada para pesquisar
assuntos e atividades relacionadas ao tema da aula, o cd e o DVD para ensaio de peça infantil,

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da pesquisa realizada, fica claro que as tecnologias são necessárias
em sala de aula, mas não indispensáveis. A ideia é auxiliar o professor na
promoção de uma aula mais interessante que possibilite ao aluno novas
descobertas e inclusive a inclusão social visto que a tecnologia está presente
no cotidiano e para que um indivíduo possa fazer parte da sociedade
efetivamente precisa conhecer, por exemplo, o computador e as suas
utilidades. Contudo, deve-se investir na capacitação dos professores para que
eles integrem a tecnologia com a sua proposta de ensino com segurança sobre
o que estão fazendo.

A escola deve estar voltada para promoção da educação, os professores


devem compartilhar as experiências visando à melhora do processo de
utilização das tecnologias em sala de aula. Até mesmo por se tratar do “novo”,
muitos professores podem ter várias dúvidas e criar muitas expectativas em
torno da nova realidade. Mas é certo afirmar que o professor jamais será
substituído pelos recursos tecnológicos, é a atitude dele (dentre outros fatores)
que poderá aperfeiçoar o ensino e melhorar a educação. No Brasil, várias
ações estão sendo realizadas para que o acesso às tecnologias utilizadas na
sociedade moderna seja possível para todos, contudo ainda há muito a ser
feito.
REFERÊNCIAS
KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. 6.
ed. Campinas: Papirus, 2010.
LEITE, Lígia Silva (coord.). Tecnologia educacional: descubra suas
possibilidades na sala de aula. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2010.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de
metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
PAIS, Luiz Carlos. Educação escolar e as tecnologias da informática. Belo
Horizonte: Autêntica, 2008.
TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na educação. 6. ed. São Paulo: Érica,
2001.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Programa Nacional de Tecnologia Educacional.
Brasília, DF: MEC, Secretaria de Educação a Distância, 2009. Disponível em
<http://portal.mec.gov.br> Acesso em: 02 mai.2011.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Programa um Computador por Aluno. Brasília,
DF: MEC, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, 2009. Disponível
em <http://www.fnde.gov.br> Acesso em 04 mai.2011.

Você também pode gostar