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receu ern favor de uma economia-mundo, em que o¢condmi¢o (é nats que uma mera ciéncia operacionalizadora de solugdes, ela é urn modo de pensar, cla conforma uma visio de mundo, gue estende sua influéucia além de si, desde um principio de racionalizagio estrmégico utilitério, em concomitincia com Os avangos técnices e cientiticos, seus aliados imprescindiveis, tais coms: novus tecuologias, globalizagio da midia, etc” (Sidekum, 1999), Desea forma, vivemos varios paradoxos entre o“antigo™ ¢0 “novo”, om seja, das culruras colonialistas que aliamn-se bs culturas que emergem da mundializagio, Logo, nosso desafio tico como profissionais-imerventones socials €, por assim di- er, no minimo complexo, Temos um longo € érduo caminho do reflexes ¢ debates, pois somos sujeitose sujeitados a nossa cultura contemporiines, tl qual as pessoas para as quais dirigi- mos nosas ages interventivas. (© que é uma intervengio psicossocial Diante dos aspectos éticos ¢ ideoligicos discutidos, po- demos perguntar o que é, eato, uma intervenciio psicossocial? ‘Lembramos que ha um bom mimero de teGnicos e teorias que podem estar mercé desta pritica. Assim nosso objetivo, nesta parte deste capitulo, é de sbordar sumariamente a respeito de possibilitar melhores Para Sanchez-Vidal (1991), sua drea de aplio se configura nos ‘sistemas macro c/ou meso-sociais © no complexo proceso de interngo sujeito/meio social. Abrange saiide mental.educagio Politica, economia, ef¢,.ow seja, a vida social em relaybo direta como das estratéyias que serio usadas © dos objetivas que se Propée atingir: Na verdade, ndo existe um conjunto estabcleci- do de estrantgias globais ou de téenicas especificas que soja identificrde para este fins. O que hd xo téenicas ¢ estratégian interventivas de diversos campos compativeis com os objeti- vos proprios da intervenglia comunitina, a partir de: wirias lie nhas tedricas, e que sido utilizadas pelos trabalhadores da inter- vengdo psicossocial (Sdinchez- Vidal, 1988). Para tanto, vamos referenciar sumariamente dois autores: com suas abordagens sobre esta quest{io. Sénchez-Vidal (1991) delineia “como pode ser estruturada” uma intervengéo ¢ Enriquez (1994) alude “como pode ser conduzida” esta pritica, Aelaborago de um proceso de intervengiio depende dos objetivos que se propde atingir. Simehez-Vidal (1991), sugere Um process compost por seis fases, que niio sho rigidamente seqilenciais. Primeiramente,é necessdrio adefinigdo ¢ andlixe dotema ou problema a ser enfocado, bem como do grupo-atvo, 8 ae cessirio 0 facilitador-interventor clarificar ¢ delimitar a quem ird direcionar seu trabalho e qual o objetive geral de paride. Analisar 9 conjunto, com relagaio aos seus problemas, recursos: ¢ a relacfo entre os componentes ¢ o sistema social total, Estas tarefas podem ser realizadas com base no conhecimento expe- rencial do profissional sobre o tema ou por meio de decumen- tagio indireta. A intervengiio pode estar direcionada a uma co. inunidade onde hd uma delimitagio social e geogréfica da to. miftica, o que facilita o acesso avaliativo ¢ interventivo; a um problema que centra e simplifica o proceso, porém dificulta a agio, devido a falta de delimitagdo geogréfica; ou a um tema.A ‘importincia do tema é fundamental para o interventor e para a comunidade. Para.o profissional, porque contribui para ampliar seus conhecimentos e experiéncias, assim como parao auxiliar no desenvolvimento das priticas psicassaciais. Com relago & comunidade, o processo #} ser& possivel se houver uma parti- 28 cipagdo interessada © comprometida com o tema a ser desen- volvido, ou seja, se tiver continente As necessidades ¢ expee- tativas da mesina. Em seguida, faz-se uma avaliagio micial, referente a um levantamento das necessidades existentes no sistema social ou Comunidade para posterior planejamento da intervengdo. £ necessdrio ter uma visio global do siste- ma ou comunidade que participardé do proceso, realizando uma avaliagdo criteriosa, sobre sua organizagio, dificulda- des, capacidades, recursos, pensando na viabilidade de um programa para a mesma, Nesta fase, realiza-se o delineamento/planejamento ¢ or- gonizagSo do programa interventivo. Esta inclui a criaglo & desenvolvimento de agdes integradas, precedida da anilise © da avaliagiio, nas quais houve contato direto ou indireto com a redlidade social ¢ psicossocial que precisa ser transformada, Com os dados obtidos na fase anterior, pode-se determinar on objetivos da intervengdo; estabelecer as cstratégias para atingit apopulagiio alvo e, também, obter recursos ¢ Organizar progra- programas, Sachan'Ihie CDI) dott cog “come or soshene coerente de agdes destinadas a.alcancar uns objetivos ou resol- ver um problema” (p. 293). Destaca suas partes bisicas que ‘SSo: determinar os objctivos, estabelecer o comeddo do progra- ‘ma;-analisar a conexio entre objetives ¢ componentes; onzani- Zit © programa ¢ obter recursos. 14 Craig ¢ Metze, citados por ‘Tomero (1988) entendem por programa “uma atividade ou sé- Ne de atividades encaminhadas a modificar o estado inicial, Psicolépico, econdémico ou educacional de um individuo ow ‘Stupo de individuos” (p. 90). Com relagao a isto, a elaboracio de programas de intervengito deve considerar 0 contexto cultu- Tal, social ¢ econéimico (Estramiana, 1992). A importincia de 4M programa de intervengSo psicossocial e de sua elaboragho ne consiste em possibilitar ao cientista-profissional social organi- dar as agdes directonadas a um determinade grupo, Além de unir os referenciais tedricos & agilo visa a modificagho psicos- social, Outra fase ¢ a da implantagio, na qual sera feita a aplica- go do planejamento de modo flexivel, sendo possivel realizar modificagdes ¢ corregdes através do feedback avaliativo da co- munidade, Esta fase ¢ de fundamental importincia, pois é pela que ocorre o contato face-a-face como grupo alvo, cspago para 48 mudangas ¢ transformagSes sociais, cm que ax éticas do fa- ctlitador-interventor se evidenctam e us éticas nas relagdes do grupo podem ser discutidas ¢ modificadas, bem como suas cons- ciéncias criticas, surgindo agdes a partir do propria grupo que possam incentivar de fato seu bem-estar psicossocial. ‘Segue a fase da avaliacde da intervengda. Com esta fase temos a legitimagiio da ago social de interventor, Sem divida em algum momento serd necessirio analisar como esti se de- senvolvendo @ programa, ¢ se os objetivos estiio sendo nlcan- gados, ou seja, uma mediaglio das conseqliéncias desejdveis, ou ndo, de uma agio executada para facilitar a obtengio de metas que sc estima ulcangar, Avuliar programas, pois, consiste em um questionamento do “como fazer”, “que paradigmas ¢ valores estio implicitos neste fazer" ¢ “como propiciar o fazer do grupo” permanente, Desta maneira, 2 avalingfio deve estar presente em todos os ni- veis do proceso; desde a fase de diagnéstico passando pela fase do desenho, implantagio, execugiio, resultados © efeitos.Alguns instrumentos podem auniliar a efetivagio do processo de avaliaglo, tais como, questiondrios; entrevistas estruturadas, nilo estruturadas ou focalizadas; observagdes, recompilagées e andlise documental. E importante salientar que @ avaliagiio de programas nio é uma turefa ficil, Existe uma série de limitagGes inerentes a este processn, Estas podem ser metodoldgicas (auséncia de objetivos, falta de cocréncia nas aa intervengées, etc.), eatruturais (relacionadas com as diferentes ofientagdes dos interventores € das pessoas envol vidas na cna- go do programa), politico-admmmnistrativas, de custo para exe- cugio do programa, pessoal qualificado, etc, (Coursey apud Tomero, 1988). Apesar das limitagées que esti presentes, a consideramos come um recurso imprescind{vel que possibilita trabalhar de um modo cocrente ¢ seguro norteando a implanta- (gioe aplicabilidade de uma imtervengo psicossocial. Cabe res- salter ainda, que trata-se de um proceso dindmico ¢ requer a participagio dos envolvides no programa. Como tltima fase esti a disseminagao de programas interventivos, que consiste em difundir programas j4 aplicados com resultados conhecidos para outros sistemas. Ou seja, pro- gramas que tiveram bons resultados em determinados grupos- alvo podem ser estudados quanto A viabilidade de sua implan- lagiio para outros grupos com problemiticas semelhantes, con- siderando as peculiaridades grupais. Em todas as etapas do proceso de intervenglio psicosso- ciul, precisamos ter presente os principios que embasam esta Proposta, bem como seus objetives, para possibilitar ao grupo- alvo a atuaglo cooperativa. Ao longo do processo hd necessi~ dade da efetiva participagio do grupo-alvo, contribuindo para 9 desenvolvimento do processo, além de avaliaghes constan- tes, 0 que permite © repensar, ¢ modificar o que for necessino, conseguindo, desta forma, agdes mais efetivas ao bem-estar. ‘Através de outra forma de abordagem, Enriquez (1994) coloca alguns aspectos que dizem respeito ao mado de “ser” de {ima intervengaio. Primeiramente. devemos terem vista que esta Prétea trabalha com grupos possuidores de sva organizacllo ¢ ‘estrutura, bem como de problemiiticas que querem ver resol vi- das. Durante processo de intervengo, a3 pessoas falam de seus soffimentos ¢ expectativas, ou seja, de sua vida cotidiana. Dessa maneira, “para que 0 processo de muckinga passa ser inau- Burado, € necessario que cle scja cvocado, vivido © ‘expeni- Hn mentado” por grapes que tém certs conas de liberdade & de Fesponsabilidade" (p, 214), Para este autor, © direito h expressiio por parte de todos 08 SUYeILOs participantes & um akpecto fundamental que deve Ser garantido durante o trabalho interventivo, Einecessiirio que © poder inerenle wo grupo ndo Impega alguns de seus membros de falarem seus sentimentos, OpINiGen © ck pectativas, “mus deve: foci itar a expressiio dos “exchuidos' ¢ suscitar o mascimente de novos grupos sociais" (Enriquez, 1994, p, 215), Temos, portanto, » necessidade de Permhitir novos carn Pos € novos objetos sociais, OU $eja, que o que niio é falado ou nie pode ser falado © soja. Pois, muitas vezes 4 problemitica do grupo no encontra-s¢ tio que aparece de imediato, mas nas relagdes de poder, de exclusiio, de papéis estanques, etc, Ax. sim, é Mmportante que haja expage para um olhar “transforma- dor do mundo, que faz surgir um ‘real’ percebido, um real ray- Bandlo os véus da reulidade tal qual cla é sempre mostrada pelos Buardibes do poder” (p, 215), O imaginéno e o simbGlica, SOMO Outro Aspect, sempre farem parte da constituigiio das relacdes ‘grupais ¢ surgem nas ex- $obusca uma nova signiticaso para. as vivéncias,haverd sempre A transforma o destus instincias através do que podemos chamsar ‘demutior conscientizagSo e autonomia dat pessoas, “Ea busca de tums ‘nova order simbélica® que $6 pode existir na medida em que ocartem atos novos, na medida em que as relagdes se © Se recstruturam de outra forma” (p, 216), Enriquez (1994) também coloca que as formas de pensa- ‘mento ¢ linguagem do grupo devem ser questionadas, Opensa- mento dos grupos ¢, portant sua linguagem, muitas vezes en- contra-a€ éslanque ¢ com uma légica rigida, nfo permitindo Que percebam outras instiincias de suas Nealidades, problemétj- cas, ‘alores, et-. limitando-Ihes quanto consciéacia crftica, Esta logiea rigida de pensamento “deve se encontrar e confrontas R com um modo de pensamento associative, imaginativo, analdgico, metaférico, no qual a8 coisas ¢ seus contririns pos. sam ser consideradas, no qual as relagdes de equivalésicia (mes.- mo absurdas 4 primeira vista) possam scr colocadas”(p.216), ‘Além do mais, a instimcis do poder tem que ser conside- ida. A medida que os grupos questionarcm, eapressarem seus conflitas ¢ diferengas, sempre se estani referenciando 0 poder ‘instiwide, © Poder que estd preseme no proprio grupo € nas relagdes entre seus membros, Uma intervengiio ™ destréi as cer- tezas ¢ introduz © novo ¢ 0 descontinuo” (p. 219). Assim, atra- ‘és destes questionamentos, hi possibilidade dos grupos de Planejar agées transformadoras da realidade. z Por tiltimo, Enriquez (1994) refere-se aos limites de uma interven¢So, dizendo que ela nio questiona o poder, mas sko 0s SFUpOS sociais que podem a partir dela Promover aches; nia realiza mudanca, apenas a favarece; ni transforma cstruturas, facilita para que of grupos desejem tals trunsformages: niko ealiza anélises, entretanto abse expage para que 0 grupo faga suas préprias anilises. Portanto, come resultados da intecven- $40 teremos algum nivel de mudanca ‘BOS grupos na qual esta Phitica atuou apenas como um facilitador do. ‘Segundo esta Perspectiva, a intervencio psicossocial diz TsPtito & relago individuo © coletivo, na interago dos siste. Tat musero-mese-microssociais. Permite pautar os miveis dé ané- lisecda realidad © das varias relapdes referentes aes fenémenea Sstedados, bem como as de intervengo que se pretenda atin. Bir. Pode cstar associada a outras mucro-teonas qué possibili- "eM aprofandar os nfveis explicativos dentro da enfocue adota. a de. Assim, esta abordagen permite que se associe nuera-tearas, que podem serditas “elacionais", tendo ern vista que elaéuma teoria sistémica, Apresentacio de uma interven¢ao psicossocial ‘Oexemplo que vamos ilustrar baseou-s¢ ta posigiio pro~ posta por Sinches- Vidal (1991). Trata-se de wma Intervengaa Psicossocial Com Jovens em Busca de Emprego. Teve inicio em agosto de 1997 e proszeguiu até jutho de 1999, Este projeto foi desenvolvido e aplicado pelo Grupo de Pesquisa em Psico- Jogia Comunitéria da PUCRS. A Intervengilo foi plane|ada.atra- vés de um levadtamento de necessidades com jovens desem- pregados em wm estado sobre “Aspectos Psicossociais € de Saiide do Jovem Portoalegrense” (Sarriera € cols., 1996), de argo de 1994 até jutho de 1997, Gostariamos de pontuar que para a elaboragdo de uma intervengiio é necessdrio que haja uma avalingio dareatidade. Neste momento (ou quem sabe, até previamente), deve se imi- iar a discussdo e uma reflexiio por parte dos profissionais- interventores a respeito de seus valores, pressupostos © paradigmas que embasarlo suas agGes. Esta discussfio deverd ‘ocorrer em todo 0 processo de intervengio. 86 a partir daf seri poss{vel estabelecer critérios para que as. ugdes contribu om significativamente 10 transformagao da conseiémeia soci- aldo grupo-alvo. Logo, estabeleceu-se como meta desta intervengiio de- senvolver um Programa de Insergi Sécio-Laboral a partir da literatura empirica e do diagndstico realizado na populaglo- alvo, Definiu-se como grupo-alvo jovens desempregados. Os objetivos estabelecidos visavam auxiliar o esclarecimento dos projetos vitais e profissionais destes jovens, ampliando ax habitidades sociais para.a procura de emprego, sprofundando aconsciéneia de cidadania e trabalho. Buscou-se estabelecer “4 parceria com as instituiydes pablicas ow privadas que visas- sem © apoio para o desenvolvimento de alternativas que objetivem orientagde paicossocial dios jovens Ueserpregados Participaramt da Interven¢bo 36 sujeitos, pertencenites a familias de baixa renda, que freqiemtavam os cursos profissio- nolizantes de beleza, horelaria © auailiar de cseriténo, oferect- dos por urna escola profissional zante juno a um bairro de classe popular de Porto Alegre, em julio de 1998. Dentre os jovens participantes, 91.7% cram do sexo feminino ¢ 8.3% do sexo masculino, com idades entre 14 21 anos (m= 16,92;dp=1,75). (Os turmnos variavam entre manhi, com 44,4% dos jovens, ¢ tar de, com 55.6%: * ‘Foi claborado um questiondrio geral de avaliag3o, espe- cificamente para este programa. A aplicagio foi feita em dois momentes, pré ¢ pos intervengao. Este instramento foi com- posto por dezesseis questies referentes a aspectos da inseryao po mereado de trabalho. ‘objetivo deste instrumento foi, inicialmente, levantar algumas necessidades e déficits especificos dos participantes de cada grupo de intervengao visando, assim, uma melhor ‘$40 entre 05 escores iniciais ¢ finais dos participantes, poden- do, entio, avaliar de forma global a efiedcia do programa. ‘As questiies correspondentes ao primeira midulo gira- vam em tomo de atribuighes extemas e dificuldades pessoais percebidas para a aquisigSo de emprego, projetos vitais¢ estra- tégias para a realizagilo dos mesmos. Para segundo médule. tas e deveres do jovem trabalhador. programa foi desenvolvide mas dependéncias da ¢sco- 35 valor, Como recursos, form utilizados uta apurelha de televi- so 6 videocassete, aldny de wuterial grifive (enrtolinas, cane~ tas, sesours, cohen), nevistas e jomais, Os etisaios comportoniett- iis foram gravadas eer vided, No primeira contaio com 08 grupos, Sos Apresentarios © Hos inteiramos melhor cla cealidade daqueles grypos especifi- cos, amavés das apresentagdes pessouls ¢ de expectativas de eada um frente & propasta de maballs, Com o objetivo de se srabathar 6 auto)-coneeito € nos aproximarmos mais de uma dis- curslp acerea dos projetas que cuda wit possuia para saa vida Jaboral, atilizamos slgumas idenicas, no que denominantos “Mddulo (”, Nesta etapa empregamos uma técnica de frasos imcompletas, inspirada no madelo proposto por ‘Behoslavsky (21998), onde propdnhamos que, etry trios, completassem frases -cajos enunciadis referiam-se 2 busca de emprego © planeja- ments profissionsis. A segunda iéculea empregada fol de composiglio de canazes, com material grifico € recortes, onde o8 jovens podiam expresdar ax idéias que passufass de si. Em ambos os momentos os jovens se reunjan em pequerios grupos: acotnpanhados por um mnitor do grupo de pesquisa que cola horava ¢ participava das discusses dos grupos. Apés preen- chidas as frases. ou compostos op cartazes, O6 pequends grspox apresentavam: seus resultados para o grande grupo, que discu- tia @ comentava, acrescentando novas \ddias & pontos de vista As quest6ies propostas e imbalhadax nos pequentos grupos. No momento que denominamas “Médulo (0", vtilizamios séenicas que promovessem win teinarnento em habilidades so- ciais. Este reinamento consistiu em uma apteseritinglic {ictal de umn video, eluborado pelo grapo de pesquisa, Neste video esiavam representadas diversas situagées de busca de erspre~ Bo, que cram evaliadas ¢ comentadas pelos jovens manitores do grupo de pesquiaa. Nestes comentérios emergiart as atribai- gGes, ctengas ¢ conbecimentos experiencindos que possufarn » frente a postures de busca de cimprego. Apés a discussiio, as mouitores participarant com os jovens de uma série de ramutizagbes de sttuartes de husca de emyregs., ye exam dis- lidade, vocabuldrio © owas habilidades de tram social que 0 _gfupo padessse apantar. No “Médula IT” foram trahathadas questises como for- mas de busca de emprego, pré-requisitos, tipos de tabalhys, re- muneragao ¢ legislagio trabalhisea, Em umn primeins moments, através de recomtes de jormal, cada jovem buscou individual- (wienfe antncios de cmprege que o atraissem. no grande grupa, foram discutidos as pos de ernprego, ¢ tra. balho tempordrio, pré-requisitos, graus de qualificsg’o ¢ babi- Tiago © o meseado de trabalho, utitizanide cartszes compostes elas ofertas que cada um hayia encontrade. Ew auto thomen: 10, ox monitores do grupe de pesquisa comentavam aspects dat ies, soneados c apresemtadios pelos jovens. Apes, foi utilizade questonaine un O tratamento extatistico foi realizado através do contran- te de médias para grupos repetidos,utilrando © tewe “Y' de pessoal e profissional aps a apticayin da tntervengin, Como parte de unt contexto de classe social desfiverivel, o jovem enfrenta dificuldades coneretas para dedivarese exclusivamen- te a0 seu preparo protissional, o que influi ta sua percepgiio de capacidade ¢ auto-estima, fefletindo mo seu comportamento para a busca de emprege. Existe consciéncia por parte do Grupo de Pesquisa da ne- cessidade de dar continuidade aos estudes, convertendo-se © Programm num incentivador do seu engajamento educacional, através da. wndlise das exigéncias do mercado de trabalho, A‘ sim, ac resgatar e redescobrir capacidades ¢ interesses, a ado- lescente senite-se mais seguro quanto & busca de emprego. Os projetos vitals desses jovens yelacionam-se A possibi~ lidade de obterem, pelo proprio trabalho, bens materinis, alian- do-se a mais um reforgo para a renda famifiar, ¢ nflo mais camo apenas um elemento no peodutivo em casa. Desejana um futu- ro. com conforto, seguro e garantide, ‘Programa conseguiu,, de forma aceitével, trabalhar uma proposta dindmica ¢ motivadora para o desenvolvimento das habilidades sociais e de procura de emprego, embora conside- rando que os avangos foram relativos devido ao pouco tempo da intervengdo. A forte referéncia A necessidade de se ter habi~ lidades na Comunicagtio, assim como uma apresentagiio ade- quada para a busce de emprego so um exemplo do movitnento de mudanga, discutido e obtide apds a Intervengiio, ede aquisi- gio de habilidades aprendidas para a procura de emprego. Sen- tir-se mefhor preparado, traballiando questbes de auto-estima e valor, incitaran 0+ jovens a terem muior confianga cm vence- fem as dificuldades para o momento da entrevista de emprezo, tal como hubilidades em aceitar ¢ lidar com criticas de forma construtiva. As crengas sobre os fatores que Jevam a conseguir em- prego modificaram de forma positiva, naqueles indicadores que foram mais trabalhados, valorizando-se a propria capacidade aa do jovem, Isso significa que durante a intervengso houve uma diferenciagly quanto As expectativas pessoais © socials Ho que conceme & busca de emiprego. Os jovens apresentaram-se mais 4 de suas responsabilidades possibvilidades pessoas, no invés de atribuirem apenas a fatores externos suas dificulda- des na insergdio laboral, O Programa possibilitow uma melhora no auto-conheci+ mento dos jovens ¢ na sua auto-estima, contribuindo na defimi- go de seus projetas vitaise profissionais, desenvolvendo habi- lidades sociais ¢ de procura de emprego, ¢ ajudando na relativizagio de atirades © crengas com relaglo 4 consecugao do trabalho. Foi, também, um espago rico & exploragiio € co- nbecimento de direitos ¢ deveres dos jovens ainda no prepara- dos para o mercado de trabalho. O “Manual de Orientagio para o Trabalho”, claboraco pelo grupo de pesquisa em Psicologia Comunitéria, foi forne- ido para cada jovem ¢ constituiu uma sintese dos contedides vistos e trahalhados no curso, sendo muito bem aceito pelos mesmos.como um material de apoio importante. Enquanto pro- fissionais sociais, sabemos da complexidade da intervencilo psicossocial, enquanio um processo dindmico, que envolve © facilitador-interventor ¢ 0 yrupo-alvo, ou seja, a comunidade a que se destina. Devido a isso, o profissional precisa ter muita clareza de seus valores, a partir deles, de seu referencial te6ri- co, da sua postura ética-técnica, dos objetivos aque se propoe, bem como as ténicas € estrstégias que iré utilizar a fim de alcangar as metas propostas, como discutimos nas outras partes deste capitulo, Acreditamos ainda que, durante todo o proceso, © pro- tanto, entendemos que reflexdes acerca das éticas que permeiarn essa poitica se tornam fundumentais, para a construgio dos Piradigmas cientificos emengentes ¢ das priticas que dai adviriio, A intervengdo psicossocial pode ser uma pritica que au- xilie a construgio dos novos rumos ¢ sontides de vida que bus- caMos Nesta Contemporaneidade, ao valorizar a interagiio do ser humano ¢ seu contexto. sua mitua influéncia, bem como considerar ai capacidades ¢ recursos préprios dos grupos-alvo Para a promo¢ao do bem-estar psicossocial, Referéncias bibliograficas BRITO, C E. A transigin de paroalijgmos © a questies Metolobigion. 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