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Harrell
CAPITULO III :
O Olho de Vidro
(O SISTEMA OPTICO DA CAMARA)
Fig 3.1
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AS OBJETIVAS © Thomaz. W.M. Harrell
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CAPITULO III © Thomaz. W.M. Harrell
Lentes Divergentes
(negativas)
Plano-concava Bi-concava Concava-menisco
*Lente - Segundo o Dicionário da Fotografia.: As lentes são corpos transparen- 200mm 300mm
tes que servem para a reprodução optica de um objeto. São fabricadas com tipos Fig 3.5 As fotografias acima mostram como a distância focal da objetiva afeta
especiais de vidro e as suas superficies geralmente possuem um polimento
o angulo de cobertura e o tamanho da imagem formada . Todas foram tiradas
esférico concavo ou convexo. -
do mesmo ponto de vista. Fotos: Thomaz W. Mendoza Harrell 2005
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AS OBJETIVAS © Thomaz. W.M. Harrell
2. O ANGULO DE COBERTURA.
O ângulo de cobertura (ou ângulo de campo visual) de uma
objetiva refere-se a área que esta pode captar a sua frente. Objeti-
vas do tipo olho de peixe podem ter um angulo de cobertura de 180
graus por exemplo. Esta característica é determinada principalmente
pela distância focal da objetiva. Via de regra quanto menor a dis-
tância focal de uma objetiava maior será o seu ângulo de cobertu-
ra. Para melhor entender a questão do o ângulo de cobertura das
objetivas ver a ilustração abaixo e estudar detalhadamente as foto-
grafias na Figura 3.5. (Página anterior).
Angulo de Cobertura
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A abertura relativa de uma objetiva refere-se à capaci- A rigor o diafragma é um dispositivo e não uma caracteristica
dade máxima de transmissão de luz dessa objetiva. Uma obje- das objetivas porém hoje é impensável uma objetiva não possuir um
tiva que transmite muita luz é considerada “rápida” e uma que diafragma. O diafragma ou iris é o dispositivo utilizado para dimi-
transmite pouca luz é “lenta”, no jargão dos profissionais. nuir a quantidade de luz que passa pela objetiva. ( Na verdade o
diafragma é um dispositivo para diminuirmos o diâmetro efetivo
Esta capacidade é medida em pontos “f”. Chama-se de
abertura relativa por ser uma equação derivada de dois fatores:
a distância focal da objetiva dividida pelo diâmetro efetivo da mes-
ma (Ver quadro com formula abaixo).
Vejamos um exemplo: uma objetiva com distância focal de = f 2.8
100mm e um diâmetro efetivo de 50mm teria uma abertura relati-
va de f 2. Vemos portanto que o diametro efetivo de uma objetiva
torna-se um fator primordial para determinar quanta luz essa =f8
objetiva é capaz de transmitir. A formula é muito simples sendo
que divide-se a distância focal da objetiva pelo seu diametro efe-
tivo. ( Ver Fig. 3.8.) As objetivas que possuem um diametro efeti-
vo grande são mais utilizadas por fotografos de esporte e por = f 16
fotojornalistas pois permitem ao fotógrafo o uso de velocidades
maiores do obturador uma vez que possibilitam a fotografia com
Fig 3.9. A iris do olho humano regula a entrada de luz automatica-
luz em condições limitrofes. mente fechando ou abrindo de acordo com a quantidade de luz ambi-
ente. O diafragma ou iris de uma objeitva tem a mesma função e
permite regular a quantidade exata de luz que passará para o filme.
ABERTURA RELATIVA DE UMA OBJETIVA E OS
PONTOS 'f'
Distância Focal (DF) da objetiva). O diafragma ou iris de uma objetiva encontra a sua
= f (abertura relativa) melhor analogia na iris do olho humano.( veja fig 3.9).
Diâmetro Efetivo (DE) O funcionamento da iris ou diafragma
O diafragma ou iris é composto de uma série de folhas
Fig. 3.8.. Formula para determinar a abertura relativa de uma objetiva. Divi-
de-se a Distância Focal (DF) pelo Diametro Efetivo (DE). O resultado é a
metálicas sobrepostas. Quando o anel no corpo da objetiva marcan-
abertura relativa da objetiva. Este é fator que determina o numero “f” de do os pontos “f” é girado num sentido ou outro (ver fig. 3.10.) as fo-
maxima transmissão para a objetiva. lhas fecham ou abrem o diafragma alterando o tamanho do orifício
produzido. Este orifício regula a entrada de luz de acordo com o pon-
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sendo que as teleobjetivas proporcionam menos profundidade de desfocada mesmo utilizando o recurso do menor diafragma. Isto
campo quanto maior é a sua distância focal. As grande angulares torna-se evidente se olharmos para o primeiro exemplo ao pé da
por outro lado proporcionam grande profundidade de campo mes- página onde vemos que o diafragma está regulado para f 22 e o anel
mo em sua abertura máxima. de distancias para infinito. Mas se olharmos para o anel central da
Também de forma geral podemos afirmar que quanto mais objetiva onde se encontra a escala de profundidade de campo, vere-
próximo o objeto do plano do filme, menor será a profundidade de mos que o foco minimo com essa regulagem é de apenas 5 metros
campo obtida. Iso faz com que a fotografia em close up e principal- e não 3 . A arvore não será registrada em foco nítido por falta de
mente a macroforografia (de extrema aproximação) tenham o efeito profundidade de campo pois ela se encontra a 3m de distância! Para
de diminuir em muito a prolfundidade de campo que uma objetiva garantir que tanto a arvore quanto o plano de fundo estajam perfeita-
pode proporcionar. mente nítidos é necessário lembrar que o anel de foco da objetiva
3.2. A DISTÂNCIA HIPERFOCAL não deve ser regulado para infinito e sim para uma distância inter-
mediária entre infinito e a arvore. No segundo exemplo vemos a ob-
Simplesmente utilizar a menor abertura de diafragma não re- jetiva regulada para a distância hiperfocal dessa situação. Neste caso
solve todos os problems de profundidade de campo embora muitos o anel de foco não foi regulado nem para a arvore nem para o infiniito.
fotografos assim pensem. Saber que a menor abertura proporciona Em lugar disso foi regulado para uma distância um pouco maior que
maior nitidez e maior profundidade de campo é um fator importante 5 metros. Na realidade a operação foi de colocar a marca de infinito
mas leva alguns fotógrafos a querer fazer todas as suas fotografias oposto ao 22 da extrema dirieta da escala o que fez a marca para 3
com a menor abertura do diafragama. Embora isto realmente pro- metros ficar oposto ao 22 do lado esquerdo da escala. Esta é a fun-
porcione resultados, representa uma visão simploria da questão que ção primordial dessa importante escala que infelizmente não todas
geralmente leva a um desperdiço desse importante recurso além de as objetivas possuem. Todas as distâncias entre os dois extremos
forçar o fotografo a utilizar sempre velocidades lentas para compen- com a indicação da mesma abaertura estarão dendro da distância
sar a pequena abertura. Em determinadas situações fotográficas e hiperfocal. Esta regulagem garante que tanto a arvore como o pano-
necessário lançar mão do reurso chamado distância hiperfocal . rama no infinito estarão nitidos.
Para obtermos a distância hiperfocal da objetiva é necessário traba-
lhar o anel de foco junto com a abertura do diafragma. Isto significa
que quando se deseja o máximo de profundidade de campo de for-
ma a garantir que objetos em primeiro plano e em terceiro plano
(infinito) estejam em foco torna-se necessário deslocar o anel de foco
para um ponto intermediário entre esses dois planos além de fechar
o diafragma ao máximo. Desta forma, e só desta forma, a distância
hiperfocal poderá garantir foco entre objetos que se encontram em
diferentes planos dentro da imagem.
Vejamos um exemplo concreto. Numa situação como a mos-
trada ao lado, é desejável ter o panorama em foco mas a arvore em
primeiro plano também é um assunto importante e poderia ficar
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RESUMO DAS CARACTERISTICAS DAS OBJETIVAS: racterística é determinada principalmente pela distância focal da ob-
jetiva. Objetivas grande angulares (de pequena distância focal) tem
A função de toda objetiva é de formar a imagem que será registra- um ângulo de cobertura maior que as normais. Por outro lado as
da no filme fotográfico, no dispositivo de captação digital ou no filme objetivas de grande distância focal tem um angulo de cobertura mais
cinematográfico. As caracteristicas da imagem formada são deter- reduzido De forma geral podemos estabelecer a regra que : quanto
minadas principalmente pela distância focal da objetiva, a sua aber- menor a distância focal de uma objetiva, maior será o seu angulo
tura relativa e a abertura de diafragma utilizada. As principais de cobertura e maior será também a sua profundidade de campo.
caracteristiacas de uma objetiva são:
3. ABERTURA RELATIVA . As objetivas também tem uma abertura
1 DISTÂNCIA FOCAL. Toda objetiva tem uma distância focal. A relativa. A abertura relativa de uma objetiva representa a sua máxi-
distância focal de uma objetiva é a medida em milimetros, centimetros ma capacidade de transmissão de luz. A abertura relativa é derivada
da distância focal dividida pelo diâmetro efe-
tivo da mesma.
4.PODER DE COBERTURA.
O poder de cobertura de uma objetiva
descreve a capacidade dessa objetiva de
cobrir um determinado tamanho de negati-
vo. O poder de cobertura não deve ser con-
fundido com o angulo de cobertura. E um fa-
tor importante sobretudo quando se está fa-
zendo uso de lentes intercambiáveis.
5. A PROFUNDIDADE DE CAMPO.
A profundidade de campo diz respeito
ao poder de uma objetiva de estender o seu
alcance de foco além e aquem do objeto fo-
f 2.8 f4 f5.6 f.8 f11 f16 f22 calizado. Diferentes objetivas possuem di-
ferentes profundidades de campo. Via de re-
Fig 3.11 O efeito do diafragma sobre a abertura relativa de uma objetiva. gra as objetivas grande angulares possu-
em por si uma grande profundidade de cam-
po e as tele-objetivas pouca. É possível au-
ou em polegadas do seu centro óptico até o ponto onde ela produz mentar a profundidade de campo de qualquer objetiva mediante o
uma imagem nítida de um objeto situado no infinito. fechamento da iris ou diafragma. Este fenômeno é devido ao fato
de que ao diminuirmos a abertura estamos trabalhando com as
2. ANGULO DE COBERTURA. O ângulo de cobertura de uma
objetiva refere-se a área que esta pode cobrir a sua frente. Esta ca-
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partes centrais dos elementos e reduzindo os efetos de refração . A IMPORTÂNCIA DO PODER DE COBERTURA
7. A IRIS.
O diafragma ou iris e dispositivo utilizado para reduzirmos a É muito comum as pessoas confundirem os termos ângu-
abertura da objetiva. Dessa forma podemos controlar a quantidade lo de cobertura e poder de cobertura. Já vimos que o ângulo
ou intensidade da luz que atinge o filme. As aberturas do diafragma de cobertura de uma objetiva representa o ângulo do campo vi-
são calibradas em pontos "f ". Cada pontode diafragam representa sual que ela capta à sua frente. O poder de cobertura por outro
a matade da luz do anterior. Ainda outro fator afetado pelo fecha- lado, refere-se à area, formato ou o tamanho do negativo para o
mento da iris é a profundidade de campo (Ver item 6 nesta página e qual essa objetiva foi projetada. Embaixo vemos o caso de uma
ilustrações na página seguinte). objetiva cujo poder de cobertura é insuficiente para cobrir o ne-
gativo inteiro. este fenômeno ocorre quando utilizamos uma obje-
8. A DISTÂNCA HIPERFOCAL tiva feita para “cobrir” uma area de imagen menor numa câmara
De forma simplificada a distância hiperfocal é aquela que irá
que possui um formato de filme maior. Um exemplo: recentemen-
porporcionar a maior profundidade de campo para uma determina-
da objetiva. Infelizmente em muitas objetivas não existe escala de
te o meu cunhado comprou uma camara digital Nikon D-70 com
profundidade de campo na objetiva. Nestes casos a melhor regra a uma lente 18mm. Coloquei essa objetiva na minha Nikon N-80 o
seguir é de focalizar a objetiva em um ponto que fique aproximada- resultado foi esse que vemos abaixo. A lente possui um poder de
mente entre o ponto mais distante e o ponto mais próximo que se cobertura menor que
deseja ter em foco. Um exemplo: Quando desejamos que o horizon- aquele necessario
te situado no infinito esteja em foco a logica seria focalizar a objetiva para o filme 35mm
no infinito. Mas se desejamos outros objetos em segundo plano e que como se sabe é
até em primeiro plano tambem em foco o anel de foco da objetiva bem maior que um
deve ser regulado para o objeto em segundo plano e não no infinito. CCD. (Ver tamanhos
Desta forma quando o dia- relativos de filme vs.
fragma for fechado para a CCD no capítulo IX)
menor abertura possível o
ganho em profundidade se
extenderá até o infinito e in-
cluirá o primeiro plano tam-
bém.
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OS TIPOS DE OBJETIVAS
1. AS OBJETIVAS NORMAIS:
Fig 3.16A regra da diagonal do negativo é a melhor forma de podermos
Uma objetiva normal é definidia como tendo uma distância determinar se uma objetiva é normal ou não para o formato que está sendo
utilizado.
focal igual à diagonal do negativo para o qual ela será utilizada.
(Ver figuras 3.16 e 3.17) Esta regra é muito útil pois dentre todas
as que encontramos é a mais fácil de verificar e a mais “objetiva”.
Vejamos o exemplo a direita e abaixo: O formato 35 mm mede
al
24 x 36 mm e a sua diagonal é de 43mm, esta deveria ser a on
ag
Di mm
distância focal "normal" para esse formato. ( Ver Fig. 3.17). 43 35mm
Outra forma de se descrever uma objetiva normal é pelo seu
ângulo de cobertura . Diz-se que as objetivas normais se aproximam
do ângulo de visão do olho humano que é de aproximadamente
50o graus. Este critério porém parece bastante relativo uma vez
que é necessário fecharmos um dos nossos olhos e olhar fixamente
a nossa frente para chagarmos a uma aproximação deste angulo. Fig 3.17. A diagonal do negatiavo 35mm é de 43mm aproxima-
damente. Obs. A largura do filme inteiro é de 35 mm mas a
diagonal da área da imagem é que deve ser medida.
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mendamente complexos para diminuir os efeitos da trepidação. A seguem uma numeração padronizada pela qual cada ponto repre-
Dynalens é um sistema que utiliza objetivas que posssuem um senta a metade da luz do anterior. O diafragma ou iris controla ou-
fluido compensador interno que minimiza os efeitos de movimen- tros fatores como a profundidade de campo e a distância
tos bruscos quando fotografando ou filmando de helicópteros ou hiperfocal da lente.
aviões. Algumas das soluções mais modernas utilizam sistemas Vimos também que as objetivas podem ser classificadas em
eletrônicos de compensação de movimento que oferecem resulta- cinco grandes categorias sendo estas as normais, grande angula-
dos surpreendentes. res, teleobjetivas, lentes zoom, e objetivas especiais.
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