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1 - INTRODUÇÃO
Este trabalho descreve a importância de pensar e agir estrategicamente, para que a atividade
de manutenção se integre de maneira eficaz ao processo produtivo contribuindo,
efetivamente, para que a empresa caminhe rumo à Excelência Empresarial.
Esta nova postura é fruto dos novos desafios que se apresentam para as empresas neste
novo cenário de uma economia globalizada e altamente competitiva, onde as mudanças se
sucedem em alta velocidade e a manutenção, como uma das atividades fundamentais do
processo produtivo, precisa ser um agente proativo.
Neste cenário não mais existem espaços para improvisos e arranjos; competência,
criatividade, flexibilidade e trabalho em equipe são as características básicas das empresas
e das organizações que devem ter a Competitividade como razão de ser de sua
sobrevivência.
A condução moderna dos negócios requer uma mudança profunda de mentalidade e de
posturas. A gerência moderna deve estar sustentada por uma visão de futuro e regida por
processos de gestão onde a satisfação plena de seus clientes seja resultante da qualidade
intrínseca dos seus produtos e serviços e a qualidade total dos seus processos produtivos
sejam os balizadores fundamentais.
Na visão atual, a Manutenção existe para que não haja manutenção. Isto parece paradoxal à
primeira vista mas, numa visão mais aprofundada, vemos que o trabalho da manutenção
está sendo enobrecido onde, cada vez mais, o pessoal da área precisa estar qualificado e
equipado para evitar falhas e não para corrigi-las.
Aliado a isto, cada vez mais tem amadurecido as relações de parceria entre as empresas e
suas contratadas na área de manutenção. Neste contexto, uma nova estratégia está sendo
praticada com os chamados contratos de parceria baseados em disponibilidade e
confiabilidade das instalações, onde a contratada aumenta a sua lucratividade à medida que
melhora a disponibilidade e a confiabilidade das instalações da empresa onde está atuando.
Neste tipo de contrato NÃO MAIS SE PAGA “SERVIÇOS” MAS “SOLUÇÕES”.
Esta mudança estratégica da manutenção tem um reflexo direto nos resultados empresariais,
tais como:
• Aumento da Disponibilidade;
• Aumento do Faturamento e do Lucro;
• Redução da Demanda de Serviços;
• Redução de Custos;
• Redução de Lucros Cessantes;
• Aumento da Segurança Pessoal e das Instalações;
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* diretor da TECÉM - Tecnologia Empresarial Ltda.
Ao invés de falar-se em “mudança de cultura”, que é um processo lento não condizente
com as necessidades atuais, é preciso que a gestão implemente uma “cultura de mudanças”,
onde o inconformismo com a manutenção de paradigmas e de práticas seja uma constante.
Está presente uma grande necessidade de mudança, sendo que o papel mais importante e
estratégico do Gerente é o de liderar este processo.
Uma grande variedade de instrumentos gerenciais tem sido colocada à disposição do
homem de manutenção: CCQ, TPM, GQT, Terceirização, Reengenharia, entre outros. É
importante ter em mente que são, simplesmente, ferramentas e, como tal, a sua simples
utilização não é sinônimo de bons resultados. Muitos gerentes têm transformado estas
ferramentas em objetivos da manutenção, e os resultados são desastrosos. Por outro lado, o
uso correto destas ferramentas têm levado a excelentes resultados.
A figura 2.1 mostra o “cemitério” de boas ferramentas de gestão que, por terem sido mal
usadas, não levaram aos resultados desejados.
Não há nenhuma dúvida que as causas do sucesso começam pela definição correta da
Missão da Manutenção, seus Conceitos Básicos, seus novos Paradigmas e, evidentemente,
da aplicação de tudo isto. Dentro deste enfoque, a utilização destas ferramentas levarão,
certamente, a novos patamares de competitividade.
2 - MANUTENÇÃO ESTRATÉGICA
A atividade de manutenção precisa deixar de ser apenas eficiente para se tornar eficaz; ou
seja, não basta, apenas, reparar o equipamento ou instalação tão rápido quanto possível
mas, principalmente, é preciso manter a função do equipamento disponível para a operação,
evitar a falha do equipamento e reduzir os riscos de uma parada de produção não
planejada.
Boa parte das empresas brasileiras ainda atuam dentro do paradigma do passado, algumas
poucas já conseguiram caminhar para o paradigma moderno e, apenas, uma pequena
minoria já trabalha, hoje, dentro do paradigma do futuro e estão dando grandes saltos nos
resultados empresariais.
Na verdade o homem da manutenção do futuro precisa ser bastante “cabeçudo”, não no
sentido de ser teimoso mas no sentido de usar muito a cabeça para evitar que os problemas
aconteçam; em contrapartida terá os braços “bem curtos” para intervir o menos possível na
planta.
Sem esta mudança de paradigmas ter-se-á que fazer uma grande esforço para obter uma
melhoria pouco significativa nos resultados e esta pequena melhoria não será suficiente
para permanecer no mercado. Ver fig. 2
DISPONIBILIDADE
OPERAÇÃO MANUTENÇÃO
ENGENHARIA
Há bem pouco tempo, o conceito predominante era de que a Missão da Manutenção era a
de restabelecer as condições originais dos equipamentos/ sistemas.
Se no passado era comum um gerente dizer que seu principal problema era falta de gente,
hoje, não se tem dúvida, que o seu principal problema é o EXCESSO DA DEMANDA DE
SERVIÇOS, decorrente de uma CONFIABILIDADE não adequada.
A questão Falta de Gente X Excesso de Demanda pode parecer um jogo de palavras, mas
não é. Se no primeiro caso a solução passa pelo simplismo de se colocar mais gente o que,
diga-se de passagem, é um caminho pouco inteligente, no segundo caso os caminhos são
diferentes, como veremos adiante.
Fig. 3 - Retrabalho
Q - MANUTENÇÃO
DISPONIBILIDADE
CUSTO DE MANUTENÇÃO
Q - OPERAÇÃO
PRODUÇÃO
Q - INSTALAÇÃO
Q - qualidade
Fig. 5 - Visão Estratégica da Manutenção
A Gestão pela Qualidade Total - GQT, implantada em toda a organização, tem se mostrado
uma ferramenta bastante eficaz, quando aplicada corretamente, levando a uma grande
melhoria de resultados.
No bojo da GQT, diversos outros instrumentos têm se revelado importantes:
Gerência da Rotina;
Padronização;
Gerência pelas Diretrizes;
CCQ: Círculo de Controle de Qualidade;
5 S : trata-se de uma ferramenta poderosa e que deve ser o primeiro passo
na implantação da Gestão pela Qualidade Total;
evolução
1 2 3 4
tipos de manutenção
Gráfico 1 - Mudança de Paradigma na Manutenção
Não se pretende abordar aqui a questão da Qualidade Total na Manutenção, que será tratada
no capítulo 6 mas, apenas, chamar atenção para um ponto de suma importância: tem-se
observado, com frequência, mesmo em países do 1º mundo, que a manutenção tem girado
mal o ciclo PDCA - Plan -Do-Check-Act. (Planejar - Executar - Verificar - Atuar Corretivamente )
O grande erro tem sido o de fazer o giro apenas em torno do “Do”, ou seja, cada vez mais
tem se procurado executar melhor o reparo, tornando-o cada vez mais eficiente. Conforme
já visto anteriormente, é preciso buscar-se soluções definitivas e não se conviver com
problemas repetitivos ou seja, a mautenção deve buscar, sempre, evitar a falha e não
corrigi-la cada vez melhor.
Ao se percorrer o ciclo completo, outras maneiras podem ser encontradas de, atuando na
sua causa básica, aumentar, substancialmente, o Tempo Médio Entre Falhas - TMEF, ou até
mesmo, evitar que a falha não planejada ocorra; ou seja, tornando-se eficaz.
Exemplificando: não basta encontrar a melhor maneira de fazer a manutenção de selos
mecânicos; será que em determinadas situações a melhor solução não é trocar o selo por
acoplamento magnético?
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS