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PROCESSO PENAL

As normas penais são negativas → Ex. “matar alguém” A norma é – não deve
matar.

O Estado tem o dever abstrato de punir. Com a infração da norma, esse direito
se torna concreto. Mesmo assim, até a punição, é necessário passar pelas
garantis individuais.

Ao direito de punir do estado se contrapõe o direito de liberdade do indivíduo.


O direito de liberdade é transindividual, ou seja, é um direito de toda a
sociedade. Daí, surge o para o Estado o dever de garantir esse direito, mesmo
que o indivíduo não queira.

DIREITO DE PUNIR
X
Conflito é solucionado pelo
DEVER DE
Devido Processo Legal
GARANTIR A
LIBERDADE

O in dubio pro reo: É uma regra de julgamento: Art. 386, II CPP.

FAVOR REI/FAVOR LIBERTATI

É um princípio gênero, o mais amplo. É o “pai” do in dubio pro reo.


O sistema processual penal é a favor da liberdade. Sempre, num conflito, vai se
optar a favor da liberdade.
Ex. Princípio da legalidade favorece a liberdade, Lei que só retroage a favor do
réu, ne bis in idem.

EXTENSIBILIDADE DAS DECISÕES OBJETIVAMENTE BENÉFICAS

Art. 580 CPP - “Recursos”: A e B em coautoria e situações idênticas. Se apenas


A recorrer e for reformada a sentença para melhor, a decisão se estende para
B. O mesmo não acontece se a situação for ao contrário → MP recorre apenas
sobre A e é reformado para pior. A decisão não vai atingir B, pois para piorar a
situação do réu, só se houver provocação do MP em relação a este.
Também é um princípio que decorre do Favor Rei.
Se estende isso aos habeas corpus, por exemplo: Em operações policiais se vê
bem esse exemplo, em que várias pessoas são presas.

PROIBIÇÃO DA REFORMATIO IN PEJUS


Art. 617 “Recursos” - Se apenas o réu recorrer, não poderá ser prejudicado por
seu próprio recurso, Tribunal apenas poderá manter ou melhorar a pena.

Então Se a acusação recorrer e o réu também, pode: Manter, melhorar ou


piorar
Se apenas a acusação recorrer: O juiz também pode melhorar, manter ou
piorar.
Também decorre do favor rei.

* Proibição da reformatio in pejus indireta: Se apenas a defesa recorre e


reconhece uma nulidade, o processo vai voltar para o momento que ocorreu a
nulidade, para ter uma sentença válida. Mesmo assim, vai prevalecer o favor
rei, e a nova sentença NÃO poderá ser pior que a anterior. Como a acusação
não recorreu, precluiu para ela o direito.

→ Nulidade absoluta: pode ser arguida a qualquer tempo, e de ofício.


No processo Penal, contudo, há limite para a arguição de nulidade absoluta que
é o Trânsito em Julgado da sentença absolutória. (Favor rei)

Revisão Criminal (FAVOR REI DEMAIS)


→ Quando houver trânsito em julgado da sentença.
É meio para desconstituir a coisa julgada, porém somente PRÓ RÉU

Hipóteses:
• Prova nova que prova absolvição ou pena mais leve
• Surgem provas de que a condenação foi lastreada em provas falsas
• Quando a condenação é manifestamente injusta

Exceção → quando há absolvição imprópria (medida de segurança)

Legitimidade: Réu e seus sucessores.

Oportunidade: A qualquer tempo! Não prescreve, não preclui e nem decai.

Tribunal do juri (Também é Favor Rei)


Direito individual de ser julgado pelos seus pares;
Não é um direito da sociedade (e por isso está no art. 5º da CF)

“Soberania dos vereditos” Não pode o segundo grau modificar a decisão,


apenas poderá mandar para novo julgamento por um novo juri se entender que
a decisão foi equivocada.

No juri também cabe revisão criminal!

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CASO CONCRETO:

A foi denunciado por prática de furto. Durante o processo, surgiu prova de que
se utilizou de violência. O MP, nada faz. Juiz também não e condenou o réu por
furto. Apelaram acusação e defesa. Qual a decisão correta a ser proferida pelo
tribunal?

A) Manter a condenação por furto, pois afinal o réu subtraiu a coisa alheia.
B) Absolver o réu, que nunca mais poderá ser processado pelo mesmo fato.
C) Condenar por roubo

Aqui, destaca-se a importância da figura da Mutatio Libelli – Quando durante


o processo surge prova que mudam os fatos. O MP deve aditar a denúncia.
Súm 453 STF – Não cabe mutatio em grau de recurso

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