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\asowa 7 ‘Tada & carespondencin quer SCAN quer relaiva ® snincio © asinatns do eDiseio da Repiblican, deve ser diisida & imprensa |. ses sice Segunda-feira, 15 de Junho de 2015 DIARIO DA REPUBLICA ORGAO OFICIAL DA REPUBLICA DE ANGOLA TASSINATURA 1 Série- N° 87 Preco deste ntimero - Kz: 580,00 ‘ prego de cada Tinka publicata nos Dat ha Replica 16 2" sie € de K2: 75.00 e arn 1.32 sie Kz: 95.00, arscido do rexpetivo Ane Kz: 47061500 Ke 27790000 Ke 145 son00 Ke 547000 imposto do selo, depentendo a publicagao da 8. serede deposit prévioa efectuarnatesturria. a Tngrensa Nacional -E.P [Nacional - EP, ea Lannda, Rus Henrique de Curvatho a? 2, Cidade Ata Caixa Postal 1306, | ALS ‘wovwimprensanscinal gova0 End. teleg: | A2é sie cngeensay, AS! série SUMARIO Assembleia Nacional Leia 7a ‘Aprova® Lei Geral do Trabalho, — Revo Lei 200, de 11 de Fevereiro, bem como toda a leislagto que contreriao dispost na presenteLei Leta 915 Leido ReustoEletoralOficins,queestbelece os prncpios eas ears finvlomentsisrlaivos xo reas letra do cidadiox mgolanoe maior, para efeitos de posterior tratamentoeletoral no imbito dda Comissto Nacional Bleiteral. —Revoga a Lain? 308, de I de Jal — Lei do Regist Eleitoral e denis legslg to que contrac 2 diposto na presente Le Lantos ‘Let do Turismo, que estabelece o quake lesa de suport cezaniz mantrzgo, salizao,prmnyde femano das actividades tistics ASSEMBLEIA NACIONAL Leine TAS 15 de Sash © processo de criagao das condigdes mais adequadas para a aplicago das politicas pitblicas e dos programas nacionais cam vista a assexurar o crescimento € 0 desen- volvimento econsmico € social do Pas, exige a adop¢d0, 0 aperfeigoamento ou a modifieagio de distintos instruments de govemagao, com vista a concretizar, de forma dinimica e ‘aradual, esses objectivos, ‘Nesta conformidade, importa rever a Lein.° 200, de 1 de Fevereiro —Lei Geral do Trabalho, no sentido de tomé-la num meio mais effeaz que contibua, nas circunstincias atuais, para o aumento da geragao de emprego € a sua estabilidade, para uma crescente dinamizagao da actividade econdmica, para uma maior resp onsabilizagéoe dignificaglo dos sujeitos da relagao laboral e para a consolidagao da justiga social A Assembleia Nacional aprova, por mandato do Povo, nos termos combinados da alinea b) do n° 2 do artigo 161.°, don. 2 do artigo 165° ¢ da alinea d) don,* 2 do artigo 166°, todos da Constituigao da Repiblica de Angola, a seguinte: LEI GERALDO TRABALHO CAPITULOT Principios Gerais ARTIGO 1 ‘Aambito de atic) 1A Lei Geral do“Trabalho aplica-sea todos os trabalhadores ‘que, no temiterio da Repiblica de Angoln, prestam actividad ‘emmnerada por conta dum empregador no ambito da organizagio sob a autoridade € ditecgao deste, tais como nas empresas piblicas, mistas, privadas, eooperativas, organizagies sociais, ‘orzanizagesinternacionais enastepresentacGes diplomticas econsulares 2. A Lei Geral do‘Trabalho aplica-se ainda 4) Aos aprendizes € estagirios colocados sob a auto- ridade dum empregador, b) Ao trabalho prestado no estrangeiro por nacionais ot estrangeiros residents contratados no Pais a0 servigo de empregndores nacionais, sem prejuizo das disposicdes mais favordveis para o trabalha- dor e das disposigdes de ordem publica no local de trabalho, 3. ApresenteLeiaplica-sesupletivamente aos trabalhadores cestrangeiros nto residentes. ARTIGO 2 (Exchusies do iit de micas) los do amibito de aplicagao desta Lei 4@) Os trabalhadores ao servico das representayoes diplomaticas ou consulares doutros Paises ou de Ficam exe 2446 DIARIO DA REPUBLICA. conganizagGes intemacionais, que exercem activie dade no ambito das Convengves de Viena; b) Os associados das cooperativas e organizagbes ‘ndo-governamentais, sendo o respectivo trabalho regulado pelas disposigdes estafutarias, ou na sta falta, plas disposigoes da Lei Comercial; ©) O trabalho familiar; @ O trabalho ocasional, @) Os consultores e membros do éegio de administra- 40 ou de direegio de empresas ou organizagbes socinis, desde qe apenas realizem tarefasinerentes atais cargos sem vinculo de subordinagao titulado por contrato de trabalho; # Os funcionstios publicos ou trebalhadores exercendo a sua actividade profissional na Administracio Publica Central ou Local, num instituto piblico ou qualquer outro organismo do Estado, antigo 5° (etnicces Para efeitos da presente Lei considera-se: 1. Armador: toda a pessoa singular ou colectiva por conta de quem tem uma embarcario armada 2. Centto de trabalho: cada urna das unidades da empresa, fisicamente separadas, em que € exercida uma determinada actividade, empregando um conjunto de trabalhadores sob uma autoridade comm, 3. Contrato de trabalho: & aquele pelo qual um trabathador se obriga acolocara sua actividade profissional a disposico dum empregador, dentro do ambito da organizagio e sob a direegto ¢ autoridade deste, tendo como contrapartida uma remuneragae, 4. Contrato de eprendizagem: éaquele pelo qual o empre- szador industrial ou agricola on umn artesio se obriga a dar ot 1 fazer dar uma formacao profissional metédica, completa e pritica a uma pessoa que no inicio da aprendizagem tena idade compreendida entre catorze (14) e dezoito (18) anos, € esta se obriga a conformar-se com as instrugdes ¢directivas dadas ¢ a executar devidamente acompanhada, os trabalhos ue the sejam confiados com vista a sta aprendizagem, nas condigdes e durante o tempo acordados, 5. Contrato de estsio: é aquele pelo qual um emprezador industrial agricola ou de servigos se obriga a receber em trabalho prtico, a fim de aperfeigoar os scus conhecimentos e adeqnd-los ao nivel da habilitagao academica, uma pessoa detentora de um curso técnico ou profissional, ou de um curso profissional ot laboral oficislmentereconhecido, com dezoito (18) a vinte ¢ cineo (25) anos, ou uma pessoa com dezoito (18) a trinta (30) anos nao detentora de qualquer dos cursos mencionados, desde que, numn caso ¢ nowtro, © estagiario nao tenha antes celebrado uum contrato de trabalho com 0 mesmo ou outro empregader 6 Contrato de trabalho no domicilio: & aquele em que a prestagdo da actividade laboral ¢ reatizada no domicilio ou temcentro de trabalho do trabalhador ou em local livremente cescolhido por esse sem sujeigéo a direcgo e autoridade do empregadr, desde que pelo salatio auferido, 0 trabalhador deva considerar-sena dependéncia econémica daquele 7. Contrato de trabalho rural: € 6 que é celebrado para © ‘exervicio de actividade profissionais na agricultura, slvicultura ‘epecuria, sempre que o trabalho esteja dependente do ritmo das estagves € das condigbes climatericas 8. Contrato de trabalho a bordo de embarcagies: €aquele ‘que écelebrado entre tm armador ou o set representante eum, rmarinheiro, tendo por cbjecto um trabalho a realizar a bordo ‘de uma embarcagao da marinha, do comércio ou de pesca 9. Contrato de trabalho a bordo de aeronaves: € aquele «que € eclebrado entre o emprezador ou seu representante ¢ ‘mia pessoa singular tendo por ebjectoum trabalho arealizar ‘abordo de aeronave de aviagao comercial 10. Contrato de tarefa: €aquele que é celebrado entre un ‘empreiteito ou nim proprietirio de obra, estabelecimento on industria com uma pessoa singular ou colectiva que na base ‘de uma subempreitada se encarrega da realizagao de tarefas ‘ou servigos determinados. 11, Contrato de grupo: ¢ aquele pelo qual um grupo de trabathadores se obriga a colocar asa actividad profissional 4 disposigdo de um empregador, sendo que o empregador iio assume essa qualidade em relagio a cada um dos membros do ‘smupo, mas apenas em relaglo ao chefe do grupo. 12. Despedimento individual por justa causa: a ruptura do contrato por tempo indeterminado, ou por tempo determi nado antes do seu termo, depois de eonchido o periodo de cesperigncia, quando houver, sempre que resulte de deciso inilateral do empregador: 13. Bupregador: € toda a pessoa singular, colectiva, de direito public ou privado, que organiza, drige e recebe 0 trabalho de um ou mais trabalhadores, trate-se de empresa mista, privada ou cooperativa ou de orzanizagao social, 14. Binpresa: ¢toda a organizagio estavel e relativamente contimada de instrumentos, meios ¢ factores azregados € ‘ordenatdos pelo cmprezador,visando uma actividade produtiva ‘ou presiagio de servigo e cujos trabalhadores estao sujeitos, individual ecolectivamente aoregime da presente Lee demais fontes de Direito do Trabalho, 15. Bmpresa (micro, pequena e média empresa: 0 que se encontra determinado na Lei das Micro, Pequenas € ‘Médias Empresas. 16 Falta: 6 auséncin dotrabalhador do centro detrabatho durante 0 periodo normal de trabalho didrio. 17. Horario veridvel: ¢ aquele em que o inicio € 0 temo do trabalho nio so comuns a todas os trabalhadores, € em ‘que cada um goza de liberdade na escolha do seu horério de trabalho, dentro das condigdes estabelecidas por lei 18. Infracedo disciplinar: € © comportamento culposo do trabalhador que viole os seus deveres resultantes da relagio juridico-laboral, designadamente os estabelecidos no artigo 44° da presente Lei 1 SERIE -N¢ 87 ~DE 15 DE JUNHO DE 2015 2447 19, Local de trabatho: é 0 centro de trabalho onde o traba- Ihador exerce asta actividade com reaularidade e permanéncia. 20. Marinheiro: é toda a pessoa singular, dum ou doutro sexo, que s€ obriga, para com 0 armaclor ou 0 seu repre- sentante, a exercer a sua actividade profissional a bordo de ‘uma embareagao 21, Minor: ¢toda apessoa singular com idade compreendida entre os 14 € 18.anos de idade 22. Nomeaciio:é 0 acto pelo qual um trabalhiador, perten- cente ou nde ao quadro de pessoal da empresa, é constituido pelo empregador, com o seu acordo expresso, com carécter temp orario e exclusivamentenas situagbes previstas nesta Le, ‘na quatidade de dirizente duma empresa de qualquer natureza ou duma sua unidade estrutural, ou incumbido do cxercicio de fungoes caracterizada pela exigancia duma especial relagao de confianga, 23, Periodo normal de trabatho: & o periodo durante © qual o trabathador esta disposigao do empregador para execugdo das tarefas profissionais @ que se obrigou com © estabelecimento da relagio juriico-Iaboral,e que tem como contrapartida o salétio-base 24. Regime de disponibilidade: ¢ 0 regime em que 0 trabalhador, fora do seu periodo normal de trabalho, deve imanter-se 4 disposicio do empresador, dentro ou fora do centro de trabalho, durante certo periodo de tempo, a fim de ocorrer a necessidade extraordinarias e imprevistas de prestagao de trabalho. 25, RenuneragZio: é0 conjunto das prestagbes econsmicas devidas porumempregador aum trabalhador em contrapartida do trabalho por este prestato em relaeao aos periodos de descanso legalmente equivalente a prestagao de trabalho 26, Tarefeiro: 6a pessoa singular ou colectiva que, mediante contrato de subempreiteiro celebrado com wm empreiteiro ou eontrato de empreitada celebrado com o proprietirio da obra, estabelecimento ou indistra, se enearrega da realizagao, de tarefas ou servigos determinados, correspondents & sua especializago profissional ou actividade, contratando para isso trabalhador a termo certo ou incerto ¢ fornecendo-thes as ferramentas ¢ as matérias-primas necessérias. 27. Trabalhador: ¢ toda a pessoa singular, nacional ou estrangeita residente, que voluntariamente se obriga a colo- cara sua actividade profissional, mediante remmera¢io, a0 servigo dum emprezadat, no ambito da organizacao ¢ sob a autoriciade ¢ direcgao deste. 28. Trabalhalor estrangeiro néio residente: considera-se trabalhador estrangeiro nio residente o cidadao estrangeiro com qualificagao profissional, técnica ou cientifica em que © Pais nao seja auto-suficiente, contratado em Pais estrangeiro para exercer a sua aetividade profissional no espago nacional or tempo determinado, 29. Trabalhador estudante; éaquele se encontcaautorizado elo empregador a frequentar estabelecimento de ensino ou de formagao técnico-profissional, no periodo correspondente ao horério de trabalho. 30. Thabalhador nocturno: é aquele cujo horstio de tra- balho ¢ totalmente noctumo ou inclui pelo menos trés horas de trabatho noctuno. 31, Trabalho obrigatorio ou compulsério: é todo 0 trabalho ‘ou servigo exizido dum individuo sob ameaga ou coaegto, € para o qual elendo se oferecen livremente 32. Trabalho extraordlinévio: & 0 prestado fora do periodo normal de wabalho didi, em antecipagao no profongamento do periodo normal, no intervalo de descanso € refeigao eno dia cu meio-dia de descanso complementar ¢ semnanal 33. Recuperacdo de interrupgdo do trabalho: ocorre em sittuag es de paragem da actividade com interrup 0 colectiva do trabalho num centro de trabatho on parte deste por razées de forga maior que nao sejam resultantes de greve ou outras situagdes de conflito laboral, nem de férias ou dias feriados, as horas de trabalho perdlidas podem ser recuperadas nos scis meses seauintes por decisiio do empresador 34. Modulagéio de hordrios: ocorre por convensie colectiva de trabatho ou acordo do empresador com 0 érstio representative dos trabalhadores, ARTIGO 4° (ireto a0 trabalho) 1. Todos os eidadaos tém direito ao trabalho livremente «scolhido, com ignaldade de oportunidades ¢ sem qualquer deseriminagio baseada naraga, cor, sexo, origem étnica, estado ivil, oriaem € condigio social, razbes relisiosas, opiniso politica filiagio sindical e lingua. 2. 0 direito ao trabalho ¢ inseparivel do dever de traba- Thar, sem prejizo das limitagoes derivadas da dimimu da capacidade de trabalho por razdes de doenga comum ou profissional ou ainda de invalidez. 3. Todos 0 cidadios tém direito livre escolha eexercicio daprofissio, sem resrigbes, salvo as excepgGes previtns pore 4.Ascondiedes an que 0 tabalhio éprestado devem respeitar 18 liberdades € a dignidade do trabalhador, permitindo-the satisfazernormalmente as tas necessidades eas da sua familia, protegera sua satide e gozar de condigoes de vida decentes, ARTIGO s* @yoibigdo do trabalho oinizatino ou compulsive) 1. 0 trabalho obrigatério on compulsive € proibido, 2. Niio ¢ trabalho obrigatério ou compulsivo: 4a) 0 trabalho on servigo prestado exchisivamente 20 abrigo das leis militares ou de servigo civico de interesse geral prestado de forma voluntéria; b) O trabalho prisional em insttuigdes penitencidrias, ¢) Os trabalhos comunitérios, considerados obriga- ¢8es civicas nonnais, decididos livremente pela comunidade ou desde que os seus membros ot representantes directos tenliam sido consultados sobre as necessdacies dos mesmos: @) 0 trabalho ou servigo exigido em casos de forea ‘maior, designadamente guerra, inundagoes, fome, epidemias,invasto de animais,insctos ou parasitas rejudicinis © de modo geral todas as circunsténcias

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