Você está na página 1de 7

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DO

JUIZADO FEDERAL DA SUBSEÇÃO DE ASSIS – ESTADO DE SÃO PAULO.

Adicional de 25% sobre os benefícios


previdenciários de auxílio doença e
aposentadoria por invalidez recebidos
desde 01/2013, limitado à prescrição
quinquenal.

NB nº xxx

qualificação, por seu advogado (mandato anexo), Dr. João Carlos


FazanoSciarini, brasileiro, solteiro, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil – 27ª
Subseção - Assis sob nº 370.754, com escritório a Rua Manoel Lopes de Campos, n°
241, VL Zulmira, CEP 19814-130, onde recebe notificações e intimações, vem,
respeitosamente, à presença de V.Exa.propor a presente

AÇÃO DE COBRANÇA

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, Autarquia


Federal, vinculada ao Ministério da Previdência Social representado pela Procuradoria
Local, com sede na Av. Nove de Julho, 975 - Centro, Assis - SP, 19800-021, com fulcro
no artigo 201, inciso I, da Constituição Federal c/c artigo 45 da Lei nº 8.213/91, pelas
razões de fato e direito a seguir aduzidas.

PRELIMINARMENTE

I. DA TUTELA DE EVIDÊNCIA

Desde logo, registre-se cuidar-se a pretensão autoral de requerimento


com natureza alimentar, a qual, com base na comprovação dos pressupostos dos arts.
294 e 311 do CPC, entende ser possível a obtenção de provimento favorável já em
primeira instância, por meio de pedido de tutela de evidência.
O Código de Processo Civil em vigência trouxe a possibilidade do
pedido de tutela de evidência como espécie de “antecipação dos efeitos da tutela” ligada
a pedido incontroverso:

Art. 311. A tutela da evidência será concedida,


independentemente da demonstração de perigo de dano ou
de risco ao resultado útil do processo, quando: II - as
alegações de fato puderem ser comprovadas apenas
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de
casos repetitivos ou em súmula vinculante; IV - a petição
inicial for instruída com prova documental suficiente dos
fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não
oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Parágrafo
único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá
decidir liminarmente.

Na presente situação, além da evidente existência de teses


jurisprudenciais e dispositivos legais que corroboram com o pleito autoral, conforme
fundamentação exposta nesta Inicial, cumprida também está a exigência de que tudo o
quanto relatado deva estar devidamente comprovado por robusta documentação.

Como se percebe, a Demandante acostou: a) cópias de Laudos e


receitas médicas, atestando o quadro clínico grave e incurável; b) cópia do comunicado
de decisão positiva do INSS quanto ao adicional de 25%; e, c) cópia do processo
administrativo;

Diante de todo o exposto, pugna pela concessão da tutela de evidência


em caráter de medida liminar inaudita altera pars, pela condenação da Ré a pagar os
atrasados devidos à Requerente, sobre o adicional de 25%, que diz respeito ao período
desde a DER, até o mês de concessão, já que o estado de saúde da Requerente não
sofreu alterações desde a concessão de sua aposentadoria por invalidez, no prazo
máximo de 30 dias.

II. DOS FATOS


Informar a necessidade do auxilio de terceira pessoa, qualificar a
doença e desde quando tem a doença e necessidade (prescrição qüinqüenal)

III - DO DIREITO

Por ter sido concedido o primeiro benefício em xxx (auxílio doença),


o segundo em xxx e, por fim sua a aposentadoria por invalidez somente em xxx, todos
os valores dos acréscimos retroagidos desde a concessão do benefício, deveriam ter sido
pagos e atualizadas monetariamente. Porém, em detrimento ao beneficiário, a Autarquia
não pagou os acréscimos desde seu efetivo direito.

A jurisprudência do TRF-3 é clara no sentido de admitir o direito ao


pagamento do adicional, desde o momento em que for constatado em perícia, a
necessidade de auxilio de terceiros para praticar atividades cotidianas, o que ocorreu no
caso em tela, desde o dia 14 de maio de 2009, ou seja, desde que sofreu o AVC, a
Requerente necessita de cuidados especiais e acompanhamento de terceiros.

Vale mencionar julgado importante deste tribunal, que corrobora com


o pleito:

“PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO.


REMESSA OFICIAL. NÃO CABIMENTO. ART. 475,
§ 2º, DO CPC/1973. APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ. ACRÉSCIMO DE 25%. ART. 45 DA
LEI 8.213/1991. TERMO INICIAL ALTERADO.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS MANTIDOS. (...)
O laudo pericial produzido na ação proposta perante o JEF
e que culminou na concessão da aposentadoria por
invalidez fixou a data de início da incapacidade em
18/07/2001 e reconheceu que o periciando, já à época,
necessitava da assistência permanente de outra pessoa,
sendo devido o acréscimo de 25% desde a concessão da
benesse. - Mantenho a verba honorária em 10% (dez por
cento) sobre o valor das parcelas vencidas até a data da
prolação da decisão concessiva do benefício, consoante §
3º do artigo 20 do Código de Processo Civil de 1973,
Súmula n. 111 do Superior Tribunal de Justiça e
jurisprudência desta 9ª Turma, sendo inaplicável a regra
da majoração dos honorários advocatícios em sede
recursal (artigo 85, §§ 1º e 11, do vigente CPC), tendo em
vista que a sentença impugnada foi publicada antes da
vigência do novo Código. - Remessa oficial não
conhecida. Apelação da parte autora parcialmente
provida.” (grifo nosso)

No mesmo diapasão, conforme ressente entendimento da TNU, o


direito da Requerente é evidente, quando demonstrada sua necessidade de
acompanhamento de terceiros, desde a concessão de sua aposentadoria por invalidez, e,
ainda, a mesma TNU afirma que a autarquia Requerida deveria ter concedido tal
acréscimo na data da primeira perícia, que constatou a necessidade ora destacada.

Vale a ementa do Acordão, proferido em 14/09/2017, onde a autarquia


Requerida vislumbrava Uniformização de Interpretação da Lei, buscando combater a
possibilidade do pedido do acréscimo de 25% no benefício, mesmo demonstrada a
necessidade desde a DER, e a TNU, por unanimidade, decidiu negar o provimento ao
incidente:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.


ASSISTÊNCIA NÃO EVENTUAL DE TERCEIROS.
ADICIONAL DE 25%. TERMO A QUO DO INÍCIO DA
PERCEPÇÃO DA VANTAGEM. REQUERIMENTO
ORIGINÁRIO. DESNECESSIDADE DE PRÉVIO
REQUERIMENTO. INCIDENTE CONHECIDO E NÃO
PROVIDO. (TNU – Pedido: Nº 5047878-
04.2012.4.04.7100/RS, Relator: JUIZ FEDERAL
FERNANDO MOREIRA GONCALVES, Data de Julgamento:
14/09/2017, TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO,
Data de Publicação: 22/11/2017).

O pleito tem amparo jurisprudencial, e também legal,de acordo com o


artigo 216, inciso Ida Instrução Normativa nº 77, a qual o Requerido é signatário, é
dever da Requerida, acrescer em 25% o benefício do aposentado por invalidez, desde o
momento da comprovação da necessidade de acompanhamento de terceiros para
atividades corriqueiras, senão vejamos:
“Art. 216. O aposentado por invalidez a partir de 5 de abril de
1991, que necessitar da assistência permanente de outra
pessoa, terá direito ao acréscimo de 25% (vinte e cinco por
cento) sobre o valor da renda mensal de seu benefício, ainda
que a soma ultrapasse o limite máximo do salário de
contribuição, independentemente da data do início da
aposentadoria sendo devido a partir:

I -da data do início do benefício, quando comprovada a


situação na perícia que sugeriu a aposentadoria por
invalidez;” (grifo nosso)

Novamente, convém destacar que desde que teve o AVC, não houve
qualquer alteração do estado de saúde da Requerente, logo, desde a primeira perícia
realizada, até a presente data, o adicional de 25% deveria ter sido implantado ao
benefício previdenciário.

A exegese do dispositivo legal mencionado, nos traz a reflexão no


sentido que deveria ter sido observado pela Requerida, o direito ao pagamento do
adicional, no momento da concessão do benefício, o que não ocorreu. Por esta razão, a
Requerente vem sofrendo significativa perda no valor de sua aposentadoria, e sofrendo
prejuízos, já que precisa de auxilio de terceiros em TODOS os momentos do dia.

No mesmo sentido, deverá ser aplicado o artigo 45 do Decreto Lei nº


3048/99, que destaca o direito da Requerente, já que está necessita de assistência
permanente de outra pessoa, desde a DER, faz jus ao acréscimo de 25% em seu
benefício previdenciário, senão vejamos:

“Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do


segurado que necessitar da assistência permanente de
outra pessoa será acrescido de vinte e cinco por cento,
observada a relação constante do Anexo I (...)”

Sobre o reajustamento do benefício, bem como sua atualização,


destacamos o artigo 41-A da Lei de Planos de Benefícios da Previdência Social, que
prevê a utilização do INPC, cito:
“Art. 41-A. O valor dos benefícios em manutenção será
reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do
salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas
datas de início ou do último reajustamento, com base no
Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC,
apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE”

DOS PEDIDO PEDIDOS E REQUERIMENTOS:

1) O recebimento da presente ação, determinando a citação do Requerido para


responder aos termos da presente ação, sob pena de confesso e efeitos da revelia.
2) Requer seja determinado ao I.N.S.S. que apresente todos os documentos
referentes aos processos administrativos do Requerente, onde solicitou qualquer
benefício, em especial N.B.: xxx;
3) Tendo em vista o pedido de obrigação de fazer, requer em caso de
desobediência, seja aplicada multa diária – astreintes – no valor de R$937,00, na
forma prevista no art. 497 do C.P.C., c/c art. 77, IV, do C.P.C. 3.
4) A procedência total da presente ação condenando-se o Instituto Nacional do
Seguro Social – I.N.S.S., ora Requerido, nos seguintes pedidos:

a) ao pagamento de todas as parcelas com a devida correção monetária, do adicional de


25%, devidas a partir da data inicial do benefício, acrescidos juros moratórios, limitadas
a prescrição quinquenal;

b) ao final, julgar procedente a presente ação em todos os seus termos, condenando-se o


Réu ao pagamento do principal, atualizado monetariamente e acrescido dos juros
moratórios, custas processuais e demais cominações legais, bem como os honorários
advocatícios no percentual de 20%;

Informa desde já que o Requerente não tem interesse na realização de


audiência de conciliação ou mediação, nos termos do artigo 319, VII do C.P.C.
Além das já acostadas com esta inicial, protesta provar o alegado por
todos os meios de provas em direito admitidas, pericial, depoimento pessoal do
representante do Requerido, protesta ainda pela juntada de novos documentos.

Dá-se à presente ação, o valor de R$50.480,26 (cinquenta mil,


quatrocentos e oitenta reais e vinte e seis centavos).

N. Termos,

P.E. deferimento.

Assis, xxx.

JOÃO CARLOS FAZANO SCIARINI

OAB/SP 370.754

Você também pode gostar