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O ESTADO DE S. PAULO
NAVEGAR
IMPRECISO
Novo round entre Apple e
Google definirá o futuro da TV
N
ão é sempre que isso aconte-
ce, mas tem um produto novo
na praça que dá um banho em
seu equivalente da Apple.
É a GoogleTV.
GoogleTV é um software que qual-
querempresa pode instalar em uma cai-
xa que se conecta à televisão. A primei-
ra, que saiu na semana passada, é da Lo-
gitech. Ainda neste mês deve sair outra,
fabricada pela Sony.
A caixa se liga a todo o sistema audio-
visual da casa. DVD, Blu-ray, cabo, som
e internet, seja com fio ou Wi-Fi. Daí,
gerenciaa conversaentre omaquinário.
Assim como um smartphone, tem apps,
aplicativos. O da CNBC, um canal pago
de noticiário econômico popular nos
EUA, abre numa tela a imagem da TV
VITORIANO
Asobrevidado cartão de visitas
Michael S. Rosenwald
The Washington Post
●Mesmo com apps
de celular e redes
sociais, o retângulo
branco é cada vez
mais procurado
O papel vem sendo substituído
por alternativas digitais com ra-
pidez. Mas tem um instrumento
nada virtual, cujas origens re-
montam à Era Vitoriana, que se-
gue firme. E mais: está em alta.
A cadeia de suprimentos para
escritório Staples declarou que a
demandadecartõesdevisitassu-
biu vertiginosamente – cresceu
doisdígitosemtrêsanos.AVista-
print, empresa de impressão on-
line, vende mais cartões de visi-
tasdo quequalquer outroprodu-
to.A OfficeDepot tambémregis-
trou vendas em crescimento.
“Há uma coisa genial com o
cartão de visitas: ele desempe-
nha uma única função muito
bem”, diz Ted Striphas, autor de
The Late Age of Print (A Era Tar-
dia da Impressão, Columbia Uni-
versityPress)eprofessorna Uni-
versidade de Indiana.
Quase toda a semana surge
um aplicativo para celular com o
objetivodeeliminaressespeque-
nos retângulos de papel. Um de-
les é o Bump, para iPhone, em
que basta tocar um aparelho no
outro para a troca de informa-
ções de contato. Facebook e
LinkedIntambémajudamaspes-
soas a organizar contatos.
Maso papeltemalgomais ínti-
mo e imediato. As pessoas que se
dedicam a criar alternativas a
eles“tentam resolverumproble-
ma que ninguém quer que seja
resolvido”, diz Peter Corbett, di-
retor-executivo da iStrategyLa-
bs, empresa de marketing digital
sediada em Washington.
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SEGUNDA-FEIRA, 11 DE OUTUBRO DE 2010
Pedro Doria
pedro.doria@grupoestado.com.br
A AppleTV poderia ter sido assim.
Aliás, a expectativa era de que seria. Ela
permite aluguel de filmes, se integra ao
gleTV estará disponível no Brasil. Já já
começa a entrar por Cumbica ou pelo
Galeão loucamente, nas malas de quem
iTunes e iPod Touch, iPhone ou iPad
podem servir de controle remoto. Mas
não se integra ao DVD, nem ao tocador
deBlu-ray, quantomaisaocabo. E,prin-
vai e vem de Nova York, Miami ou Te-
xas. Funcionará mais ou menos, já que
para muita coisa um cartão de crédito
americano será necessário. Mas, assim
cipalmente, não tem aplicativos. comoacontece com a loja iTunes da Ap-
enquanto permite ao usuário que nave- que já dispara a gravação de um progra- Apps são chave. E apps seriam possí- ple, o brasileiro sempre arranja um jeito
gue pelos indicadores, dê uma checada ma. Ou apenas para fazer a caixa alertar veis. A AppleTV roda o mesmo sistema de se integrar ao mundo altamente tec-
em quanto anda a Bolsa. o espectador no momento em que ele do iPhone e do iPad. A decisão de ex- nológico lá de fora.
GoogleTV deixa pesquisar na progra- iniciar. De quebra, ao menos lá no he- cluir os apps é artificial e visa proteger Temos, no entanto, um mercado fe-
mação televisiva através de uma caixa misfério norte, ainda é possível alugar as operadoras de TV paga e empresas de chado a este tipo de novidade. De legal,
de busca igualzinha à do site. Ela grava telecomunicações. no Brasil,persistiráapenas o CD eo Blu-
no HD a programação que o usuário in- Com um aplicativo, qualquer um po- ray, além de umas poucas gravadoras
dicar. Se os sites dos canais forem adap- SEM FUNÇÃO deproduzirvídeocomqualidade ecolo- pequenaseousadasquevendempor do-
tados – o da HBO, por exemplo, já foi – é Sistema desafia car direto na sua TV. Os estúdios de ci- wnload. Nosso conteúdo audiovisual
possível clicar em um link e assistir ao os distribuidores nema podem dispensar o atravessador persisteamarrado ao século 20 enquan-
programa em questão. – uma HBO da vida – e levar seus filmes to o mundo segue em movimento.
Para esportes, é estupendo. Um bom direto ao consumidor. E a própria HBO Tecnologia funciona assim: se blo-
aplicativo permite que se assista ao jogo filmes pela Netflix, a mais popular loca- tem liberdade de vender seu conteúdo queia demais, encontra-se um atalho.
enquanto os números de toda a rodada dora dos Estados Unidos. Ou comprar próprio sem precisar dar um tostão pa- Sempre. E assim será.
podem ser analisados minuciosamen- música via Amazon. ra a operadora de TV a cabo.
te. O da NBA, Associação Americana de E,posto que écoisa do Google,o celu- Quem produz conteúdo sai ganhan-
Basquete, já é assim. lar que roda o sistema operacional An- do.Quemrepassa, o distribuidor,ganha link
Elogo, logo, dá para imaginar o site de droid serve de controle remoto para to- um problema. http://blogs.estadao.com.br/pedro-doria/
um jornal incluindo na matéria um link das essas funções. AindanãohánotíciadequandoaGoo-
Peter, um desses viciados em
ARTE: FLÁVIA MARINHO
iPhone, não parece um defensor RIVAIS
Apps e redes
de tecnologias antiquadas como
o cartão de papel. Mas o público sociais querem
alvo do cartão de visitas não é A RESISTÊNCIA subsituí-los
formado por executivos da área
detecnologia.Oscartõessãousa-
dos por mães para combinar as
datas de reunião das crianças pa-
do papel
ra brincar,
por solteiros, iPhone
que os distri- Com o
buem em aplicativo
idas a bares, Bump, basta
por desem- CARTÃO DE VISITA bater o celular
pregados em em outro para
busca de um que dados de
trabalho. contato sejam
Outros 012345678910 transferidos
produtos de
papel vêm
sendosubstituídosporque a ver- Cartão de visita
são digital é melhor. Kindles e A revolução digital eliminou muitos 3
iPads permitem que se carregue produtos de papel. Mas o modesto
por toda a parte milhares de li- retângulo de 8 x 5 cm é cada vez mais CADÊ? O tal
vros. Mas os cartões de visitas popular cartonário não
sãotãoágeisquantoseus concor- está sempre
rentes digitais – você entrega o à mão
cartão e o seu novo conhecido DEFESA
sabe quem você é e como conta-
tá-lo. E eles ainda têm algo a 2 PASTA É preciso
RESISTÊNCIA
mais. “Mesmo hoje, as pessoas ter um cartonário
A demanda pelos
adoram ver seu nome impres- para guardá-los
cartões de papel TINTA As pessoas
so”,dizRobSchlacter,vice-presi- só cresce 1
adoram ver seus
dente de serviços comerciais e ACIDENTES
nomes impressos
de qualidade da Staples. 1
Cartão pode se
Quandoaspessoastrocamcar- perder, amassar,
tões, transferem mais do que da- rasgar, molhar
dos de contato, passam também CARTÃO DE VISITA
2 MEMÓRIA Além de 3 DE CABEÇA O visual do
impressões e histórias. O cartão 012345678910
dados de contato, ele cartão pode ajudar a
de visitas de Peter Corbett é pre-
to fosco e não dá para escrever
traz a lembrança de lembrar o nome da pessoa ACUSAÇÃO
quando foi entregue
nele. Quando ele dá seu cartão
para alguém, no geral a pessoa
diz: “Ei, não consigo escrever do do cartão que ela me deu, ti- que desenvolveu o aplicativo, o cartãode visitasetransferempa- pressãodigitalebaratearamaim-
aqui”. É a deixa para ele dizer nha uma árvore verde e fundo tráfego– são 20milhões deusuá- ra seu arquivo de contatos no pressão de cartões de visita pro-
que, quando trabalhou no Japão, azul. Então, procuro e encontro rios – cai no meio da semana e computador.Existematé aplica- fissionais. A Vistaprint oferece
percebeu que era falta de educa- exatamente aquele, com a árvo- aumenta nos fins da semana, su- tivos dos smartphones que esca- cartões de visita grátis em troca
ção escrever alguma coisa num re verde. Daí é só ligar. Isso não é gerindo que o seu uso, na maior neiamoscartõeseextraeminfor- de um anúncio no seu verso. Me-
cartão de visitas. possível com um aplicativo”. parte, não tem fins comerciais. mações.“Nãosouinimigodocar- gan Tracy Benson, dona de casa,
“O cliente fica sabendo um OBumpofereceumanova for- O irônico da sobrevivência do tão de visitas”, disse Patrick aceitou a oferta e agora vive dis-
pouco mais a meu respeito”, diz ma de interação social – o cho- cartãode visitas é que ela, na ver- Questembert, desenvolvedor tribuindo cartões para as amigas
ele. “Acho que hoje as pessoas queentretelefones.Masamanei- dade, só foi possível graças à tec- doScanBizCartdspara o iPhone. no playground. “Eu escrevia os
são mais visuais. Posso não me ra como está sendo usado indica nologia. Muitos empresários “Ele continuará existindo ainda endereços em pedaços de papel
lembrar exatamente o nome de que há algo estranho. Segundo que ainda valorizam a troca de um longo tempo”. que sempre perdia”. /TRADUÇÃO
alguém,mas acabome recordan- uma porta-voz da companhia cartões escaneiam detalhes do Os avanços no campo da im- TEREZINHA MARTINO
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