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Universidade Federal de Pelotas

Centro de Engenharias
Cursos de Engenharia Civil e Engenharia
Agrícola

Estruturas em Concreto Armado


Profª Estela Garcez

AULA 1 - Introdução ao Concreto Armado


Instalações de armazenagem
(Fonte: Prof. André Lubeck)

8
Projeto de uma instalação típica: (Fonte: Prof. André
Lubeck)

9
Projeto de uma instalação típica: (Fonte: Prof. André
Lubeck)

10
Projeto de uma moega concêntrica (Fonte: Prof. André
Lubeck) :

11
Projeto de uma moega concêntrica (Fonte: Prof. André
Lubeck):

12
Projeto de uma moega excêntrica:

13
1 – Introdução
•  O concreto armado é uma combinação de dois materiais bem
conhecidos pela humanidade:

Concreto Boa resistência à compressão

+
aço Concreto armado - ρ = 2.500kg/m3

Utilizado para suprir a deficiência do


concreto em regiões tracionadas
1 – Introdução
•  Pode-se dizer que a descoberta do concreto armado aconteceu em
meados de 1800, na França, por obra de Joseph Lambot;

Ø  Construção de um pequeno barco


com armação de barras de ferro,
com formato desejado, e
preenchimento com argamassa de
cimento.

Joseph Lambot
(1814 – 1887)

Ø  Joseph Lambot obteve, em 1855, a patente para o seu produto, denominado, então, de
“cimento armado”, designação que perdurou até o início do século XX.
1 – Introdução
•  Partindo da idéia de Lambot, Joseph Monier, em 1877, patenteou
um método para construção de vasos de “cimento armado”;

Ø  Construções sem embasamento teórico ou


experimentações.

Joseph Monier
(1823 – 1906)

•  Em 1886, o engenheiro alemão Gustav Wayss adquire de Monier a


patente para produzir construções com este material na Alemanha;
•  Juntamente com Matthias Koenen, publicam fundamentos teóricos
sobre o concreto armado;
•  Através da sua empresa construtora, Wayss & Freytag, disseminou
o uso do concreto armado, com filiais em vários países.
1 – Introdução
•  O concreto já tinha ampla aplicação no mundo desde 1900;
•  A partir de 1904, foram realizadas obras no Rio de Janeiro, São
Paulo, Santos e Belo Horizonte;
•  Foi dessa época o primeiro prédio construído em concreto armado
de São Paulo;

Ø  Primeira edificação em concreto armado de São


Paulo, datada de 1909.
1 – Introdução
•  O maior nome do concreto armado do Brasil, na primeira metade
do século XX, foi o do engenheiro Emilio Baumgart, também
chamado de “pai do concreto armado do Brasil”;

Ø  Destacam-se entre suas obras:


1)  Ponte Maurício de Nassau em Recife (ainda como estudante);
2)  Ponte sobre o rio do Peixe em SC (maior vão livre conhecido
na época – 68m);
3)  O edifício do jornal “A noite” no Rio de Janeiro (foi na época o
mais alto edifício em concreto armado do mundo – 104,75m);
4)  Edifício do Ministério da Educação e Saúde no Rio de Janeiro;
5)  Hotel Copacabana Palace no Rio de Janeiro;
6)  Hotel Glória no Rio de Janeiro.

Emilio Henrique Baumgart


Blumenau – 1889
Rio de Janeiro -1943
1 – Introdução
•  Obras em concreto armado

Ponte Maurício de Nassau - PE (178 m) Ponte sobre o Rio do Peixe - SC


(1917) Ponte Emilio Baumgart (68 m)
(1930)
1 – Introdução
•  Obras em concreto armado

Hotel Copacabana Palace - RJ


(1923)
Edifício do jornal “A Noite” - RJ
(1930)
1 – Introdução
•  Obras em concreto armado

Catedral Metropolitana de Brasília - DF Estátua do Cristo Redentor - RJ


(1970) (1931)
1 – Introdução
•  Obras em concreto armado

Igreja de São Francisco / Pampulha - MG Museu de Arte Contemporânea – RJ


(1943) (1996)
1 – Introdução
•  Obras em concreto armado

Estação Cabo Branco - João Pessoa/PB Rampa de acesso – Estação Cabo Branco
(2008)
2 – O concreto armado
•  O concreto é o material formado pela mistura dos seguintes
materiais:

Agregados (naturais ou britados)


+
Cimento
+
Água

•  Em função de necessidades específicas, são acrescentados


aditivos que melhoram as características do concreto fresco ou
endurecido.
2 – O concreto armado
•  A resistência do concreto endurecido depende de vários fatores:
1.  Consumo de cimento;
2.  Quantidade de água na mistura;
3.  Tipo de agregado;
4.  Grau de adensamento;

Consumo de cimento Resistência mecânica

Relação água/cimento Resistência mecânica

Tipo de agregado (seixos arredondados e lisos) Resistência mecânica

Grau de adensamento Resistência mecânica


2 – O concreto armado
•  Concreto armado = concreto + barras de aço;
•  Em virtude da baixa resistência à tração do concreto, as barras de
aço cumprem a função de absorver os esforços de tração na
estrutura;
•  As barras de aço também servem para aumentar a capacidade de
carga das peças comprimidas;
•  O funcionamento conjunto desses dois materiais só é possível
graças a aderência:

εs ≅ εc ⇒ Tensão (σ) x Deformação (ε)



2 – O concreto armado
•  Como vantagens do concreto armado sobre os demais materiais
estruturais podemos citar:
1.  Economia;
2.  Facilidade de execução em diversas formas;
3.  Resistência ao fogo;
4.  Resistência ao desgaste mecânico;
5.  Praticamente não requer manutenção;

•  Como desvantagens do concreto armado podemos citar:


1.  O elevado peso das construções;
2.  Dificuldades para a execução de reformas ou demolições.
3 – O comportamento do concreto
•  Concreto em compressão simples;

Ø  A resistência à compressão do concreto é determinada através de ensaios


padronizados de curta duração (carregamento rápido);
Ø  No Brasil, adota-se a resistência obtida em corpos de prova cilíndricos, com
ensaios realizados na idade padrão de 28 dias;

Ø  Normalmente adota-se: d=15cm Ø  Ensaio de compressão uniaxial para a


h=30cm determinação da resistência
3 – O comportamento do concreto
•  Concreto em compressão simples;

Ø  Não há proporcionalidade entre tensão e deformação;


Ø  O material não obedece a Lei de Hooke
3 – O comportamento do concreto
•  Concreto em compressão simples;
Ø  Devido a sua natureza aleatória, verifica-se
uma dispersão dos valores da resistência;
Ø  Usualmente, admite-se uma distribuição
normal de probabilidade;
Ø  A resistência característica à compressão
(f ck ) é um valor tal que existe uma
probabilidade de 5% de se obter resistências
inferiores à mesma;

n
2

fck = fcm − 1,645 σ ∑( f ci − f cm )


σ= i =1
( n − 1)

onde fcm é a resistência média e σ é o desvio


padrão das resistências
3 – O comportamento do concreto
•  Concreto em compressão simples;

Ø  Os concretos são classificados em grupos de resistência, conforme a


resistência característica à compressão fck;

Grupo I C10 C15 C20 C25 C30 C35 C40 C45 C50

Grupo II C55 C60 C70 C80

Ø  Os concretos são designados pela letra C, seguida do valor da resistência


característica à compressão aos 28 dias de idade, expressa em MPa;
Ø  Para concreto armado, deve-se empregar a classe C20 ou superior
(fck ≥ 20MPa);
Ø  A classe C15 pode se usada apenas em fundações e em obras provisórias.
3 – O comportamento do concreto
•  Concreto em compressão simples;

Ø  A resistência à compressão do concreto depende de vários fatores, como:

1.  Composição (consumo e tipo de cimento, fator água/cimento, etc);


2.  Condições de cura;
3.  Forma de aplicação da carga (ensaio estático ou dinâmico);
4.  Duração do carregamento (ensaio de curta ou longa duração);
5.  Idade do concreto (efeito do envelhecimento);
6.  Estado de tensões (compressão simples ou multiaxial);
7.  Forma e dimensões dos corpos de prova.
3 – O comportamento do concreto
•  Concreto em tração simples;

Ø  A resistência à tração do concreto pode ser determinada em três ensaios


diferentes:

1.  Ensaio de tração axial;


2.  Ensaio de compressão diametral (ensaio brasileiro);
3.  Ensaio de flexão.

Ø  Em função do fck, o valor médio da resistência à tração direta (axial) fctm,
pode ser obtido da relação:

f ctk ,inf = 0, 7 f ctm


2
fctm = 0,3 fck 3 , [MPa]
f ctk ,sup = 1,3 f ctm
3 – O comportamento do concreto
•  Concreto em tração simples;

Ø  Ensaio de compressão diametral;

2 Pu
f ct , sp =
π dh

onde d é o diâmetro, h a altura do corpo de


prova e Pu a carga de ruptura.
3 – O comportamento do concreto
•  Concreto em tração simples;

Ø  Resistência à tração na flexão;

6aPu
f ct , fl =
bh 2
3 – O comportamento do concreto
•  Módulo de deformação longitudinal do concreto;

Ø  O concreto apresenta um comportamento não-linear quando submetido a


tensões de certa magnitude;

Ø  Segundo a NBR 6118:2003:

Ec = 5600 f ck , [MPa]

Ø  O módulo secante é dado por:

Ecs = 0,85Ec
Ø  Usualmente adota-se:
εo≈2‰
εu≈3,5‰
3 – O comportamento do concreto
•  Evolução das propriedades do concreto;

Ø  As propriedades do concreto, como o módulo de deformação longitudinal e


as resistências à tração e compressão, sofrem uma contínua variação no
tempo;
Ø  Isso ocorre em virtude das reações químicas decorrentes da hidratação do
cimento;
Ø  Esse fenômeno, denominado envelhecimento, ocorre durante praticamente
toda a vida útil da estrutura, sendo muito acentuado nos primeiros dias
após a concretagem;
3 – O comportamento do concreto
•  Evolução das propriedades do concreto;

Ø  As propriedades do concreto em uma idade t dependem:


1.  Do tipo de cimento
a.  De endurecimento rápido (CP V-ARI)
b.  De endurecimento normal (CP I e CP II)
c.  De endurecimento lento (CP III e CP IV)

2.  Das condições de cura


a.  Temperatura
b.  Umidade
3 – O comportamento do concreto
•  Evolução das propriedades do concreto;

Ø  O efeito da temperatura na maturidade do concreto pode ser levado em


conta, substituindo-se a idade real “t” por uma idade equivalente “te”, dada
por:
⎡ 4000 ⎤
n ⎢13,65− ⎥
273+Ti ⎦
te = ∑ Δti e ⎣

i =1

onde Δti é o número de dias em que a temperatura foi igual a Ti oC.


3 – O comportamento do concreto
•  Evolução das propriedades do concreto;
Ø  Efeito da temperatura
no envelhecimento

fcm=18,7MPa aos 28 dias para T=10oC


fcm=20MPa aos 28 dias para T=20oC
fcm=21,8MPa aos 28 dias para T=40oC

ü  Te m p e r a t u r a s m a i s e l e v a d a s s ã o
favoráveis para o aumento de resistência,
principalmente nos primeiros dias após a
concretagem;
ü  A resistência final sofre pouca influência da
temperatura existente durante o período de
endurecimento;
3 – O comportamento do concreto
•  Evolução das propriedades do concreto;

Ø  O módulo de deformação longitudinal do concreto em uma idade “t” dias,


Ec(t), pode ser estimado através da equação:

1
2
Ec (t ) = ⎡⎣ βcc (t )⎤⎦ Ec

onde Ec é o módulo de deformação longitudinal aos 28 dias de idade.


3 – O comportamento do concreto
•  Resistência do concreto sob carga de longa duração;

Ø  Um fenômeno que ocorre é a redução da resistência do concreto sob carga


de longa duração;
Ø  Esse fenômeno descrito por Rüsch (1960), é conhecido como Efeito
Rüsch;
Ø  No ensaio convencional o concreto é levado à ruína em pouco tempo após
o início do carregamento (ensaio rápido). Se a velocidade de aplicação da
carga for reduzida, resultando em uma maior duração do ensaio, ocorre
uma diminuição da resistência.
3 – O comportamento do concreto
•  Resistência do concreto sob carga de longa duração;

Ø  fcm = 20MPa com to = 28 dias e to = 180 dias

ü  Considerando que em uma estrutura de


concreto armado nem todas as cargas
são aplicadas na idade convencional de
28 dias;
ü  E além do mais, nem todas as cargas
são de longa duração;
ü  As normas de projeto limitam a
máxima tensão de compressão no
concreto em 85% de sua resistência;
3 – O comportamento do concreto
•  Comportamento reológico do concreto;

Ø  O comportamento reológico do concreto corresponde a sua


deformabilidade dependente do tempo;
Ø  As deformações diferidas (dependentes do tempo) do concreto são
convencionalmente separadas em duas:
1.  Fluência: é o acréscimo contínuo das deformações que ocorre
mesmo para uma tensão constante;
2.  Retração: é a redução de volume na ausência de uma carga
externa;

Ø  Os efeitos indesejáveis da fluência e da retração são o aumento das


flechas de lajes e vigas; aumento da curvatura de pilares devido à fluência;
fissuração das superfícies externas devido à retração; introdução de
esforços indesejáveis devidos à retração; etc.
3 – O comportamento do concreto
•  Comportamento reológico do concreto – Fluência do concreto;

Ø  Abaixo é representado as variações da deformação de um corpo de prova


de concreto carregado no instante to;
Ø  A tensão aplicada é mantida constante até o instante t1, quando o corpo de
prova é descarregado;

ü  Uma parcela da deformação de


fluência é recuperável - ε ed
(deformação elástica diferida);
ü  Outra parcela é irrecuperável - εpd
(deformação plástica diferida);
3 – O comportamento do concreto
•  Comportamento reológico do concreto – Fluência do concreto;

Ø  Fatores que afetam a fluência do concreto;


1.  Resistência à compressão do concreto

ü  Quanto maior a resistência à


compressão do concreto menor
será a fluência;
3 – O comportamento do concreto
•  Comportamento reológico do concreto – Fluência do concreto;

Ø  Fatores que afetam a fluência do concreto;


2. Idade do concreto na aplicação da carga

ü  Quanto mais jovem for o


concreto quando da aplicação
do carregamento, maior será o
coeficiente final de fluência;
3 – O comportamento do concreto
•  Comportamento reológico do concreto – Fluência do concreto;

Ø  Fatores que afetam a fluência do concreto;


3. Esbeltez do elemento

ü  Quanto mais esbelto for o


elemento estrutural, maior será
o valor do coeficiente final de
fluência;
3 – O comportamento do concreto
•  Comportamento reológico do concreto – Fluência do concreto;

Ø  Fatores que afetam a fluência do concreto;


4. Umidade ambiente

ü  Quanto mais seco for o


ambiente, maior será o
coeficiente de fluência;
3 – O comportamento do concreto
•  Comportamento reológico do concreto – Retração do concreto;

Ø  É a redução de volume do concreto durante o processo de endurecimento,


devido à diminuição do volume de água dos poros;
Ø  Quando o tempo tende ao infinito, a deformação de retração, para um
concreto de fck=20MPa feito com cimento de endurecimento normal, é
igual a:
εcs∞=-63x10-5 para RH=50%;
εcs∞=-48x10-5 para RH=70%;
εcs∞=-20x10-5 para RH=90%;
Outras propriedades do
concreto...
4 – Aços para concreto armado
•  De acordo com a NBR 7480:2007, as armaduras para concreto
armado podem ser classificadas em:
1.  Barras – possuem diâmetros mínimos de 6,3mm
2.  Fios – possuem diâmetros máximos de 10mm

•  Segundo o processo de fabricação, as barras são obtidas por


laminação a quente e os fios são obtidos por trefilação ou
processo equivalente;
•  Para efeitos de cálculo do seu peso, considera-se a massa
específica do aço igual a 7850 kg/m3;
•  O comprimento das barras e fios retos deve ser de 12m com
tolerância de ±1%.
4 – Aços para concreto armado
•  Características das barras (NBR 7480:2007)
Diâmetro Massa e tolerância por unidade de
Valores nominais
φ comprimento

Massa nominal Máxima variação permitida Área da seção Perímetro


Barras
(Kg/m) para a massa nominal (mm2) (mm)

6,3 0,245 ±7% 31,2 19,8


8,0 0,395 ±7% 50,3 25,1
10,0 0,617 ±7% 78,5 31,4
12,5 0,963 ±6% 122,7 39,3
16,0 1,578 ±5% 201,1 50,3
20,0 2,466 ±5% 314,2 62,8
22,0 2,984 ±4% 380,1 69,1
25,0 3,853 ±4% 490,9 78,5
32,0 6,313 ±4% 804,2 100,5
40,0 9,865 ±4% 1256,6 125,7
4 – Aços para concreto armado
•  Características dos fios (NBR 7480:2007)
Diâmetro Massa e tolerância por unidade de
Valores nominais
φ comprimento
Massa nominal Máxima variação permitida Área da seção Perímetro
Fios
(Kg/m) para a massa nominal (mm2) (mm)
2,4 0,036 ±6% 4,5 7,5
3,4 0,071 ±6% 9,1 10,7
3,8 0,089 ±6% 11,3 11,9
4,2 0,109 ±6% 13,9 13,2
4,6 0,130 ±6% 16,6 14,5
5,0 0,154 ±6% 19,6 15,7
5,5 0,187 ±6% 23,8 17,3
6,0 0,222 ±6% 28,3 18,8
6,4 0,253 ±6% 32,2 20,1
7,0 0,302 ±6% 38,5 22,0
8,0 0,395 ±6% 50,3 25,1
9,5 0,558 ±6% 70,9 29,8
10,0 0,617 ±6% 78,5 31,4
4 – Aços para concreto armado
•  A forma do diagrama tensão-deformação dos aços, obtido em um
ensaio de tração simples, é influenciado pelo processo de
fabricação;

ü  As Barras obtidas por laminação


a quente apresentam um
patamar de escoamento;
ü  fy = tensão de escoamento;
ü  fst = tensão de ruptura;
ü  εy = deformação de escoamento;
ü  εu = deformação de ruptura;
ü  E s = 210GPa; é módulo de
elasticidade longitudinal;
4 – Aços para concreto armado
•  A forma do diagrama tensão-deformação dos aços, obtido em um
ensaio de tração simples, é influenciado pelo processo de
fabricação;

ü  Os fios obtidos por trefilação


não apresentam um patamar de
escoamento;
ü  A tensão de escoamento, fy, é o
valor convencional que
corresponde a uma deformação de
2‰;
ü  εu = deformação de ruptura;
ü  E s = 210GPa; é módulo de
elasticidade longitudinal;
4 – Aços para concreto armado
•  De forma análoga ao concreto, define-se uma tensão de
escoamento característica dos aços, fyk, obtida em um conjunto de
corpos de prova submetidos à tração;
•  As barras são classificadas nas categorias CA-25 e CA-50;
•  Os fios são da categoria CA-60;
•  CA indica um aço para concreto armado e o número é o valor de
fyk expresso em kN/cm2;
•  Assim, CA-50 significa que se trata de um aço para concreto
armado cuja tensão de escoamento característica é fyk=50kN/cm2
(500MPa);
4 – Aços para concreto armado
•  Barras lisas são restritas à categoria CA-25. As mesmas possuem
baixa aderência ao concreto.
•  As barras da categoria CA-50 devem obrigatoriamente ser
nervuradas;

•  Os fios da categoria CA-60 podem ser lisos ou podem possuir


entalhes para melhorar sua aderência ao concreto.
4 – Aços para concreto armado
•  Características exigíveis das armaduras – NBR 7480:2007

Valores mínimos de tração

Resistência característica de Limite de Alongamento após a


Categoria
escoamento fyk resistência fst ruptura em 10φ

(MPa) (MPa) (%)

CA-25 250 1,20 fy 18

CA-50 500 1,08 fy 8

CA-60 600 1,05 fy 5


4 – Aços para concreto armado
•  Características exigíveis das armaduras – NBR 7480:2007
Ensaio de dobramento a 1800 Aderência

Coeficiente de
Categori Diâmetro do pino conformação superficial
a (mm) mínimo
η

φ < 20mm φ ≥ 20mm φ < 10mm φ ≥ 10mm

CA-25 2φ 4φ 1,0 1,0

CA-50 3φ 6φ 1,0 1,5

CA-60 5φ - 1,0 1,5


5 – Durabilidade das estruturas de CA
•  A durabilidade das estruturas de concreto é um dos aspectos de
maior relevância dentro da filosofia das modernas normas de
projeto;
•  As exigências relativas à durabilidade estão se tornando cada vez
mais rígidas, tanto na fase de projeto, quanto na fase de
execução;
•  O descuido com a durabilidade tem contribuído para acelerar a
deterioração de diversas estruturas relativamente novas;
•  Geralmente, as normas de projeto consideram uma vida útil
mínima de 50 anos;
•  Durante esse período, não devem ser necessárias medidas extras
de manutenção ou reparo das estruturas;
5 – Durabilidade das estruturas de CA
•  A agressividade do ambiente pode ser classificada como:

Classe de agressividade Risco de deterioração da


Agressividade
ambiental estrutura

I Fraca Insignificante

II Moderada Pequeno

III Forte Grande

IV Muito forte Elevado


5 – Durabilidade das estruturas de CA
•  Classes de agressividade ambiental em função das condições de
exposição:
Localização
Classificação geral
Ambientes internos Ambientes externos
do tipo de ambiente
A B C D
Rural I I I I
Urbana I II I II
Marinha II III - III
Industrial II III II III
Industrial* III IV IV IV
Respingos de maré - - - IV
Submersa - - - I
Solo - - ** ***

* Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em


indústrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas.
** Adotar a classe I se o solo for seco e não agressivo.
*** Adotar a classe II, III ou IV se o solo for úmido e agressivo.
5 – Durabilidade das estruturas de CA
•  Os ambientes A, B, C e D são descritos como:

Ambiente A: ambientes internos secos (com umidade relativa do ar menor ou igual a


65%). Como exemplo: interiores de apartamentos residenciais e de conjuntos
comerciais, ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura.

Ambiente B: ambientes internos úmidos ou caracterizados por ciclos de molhagem e


secagem. Como exemplo: vestiários e banheiros coletivos, cozinhas e lavanderias
industriais, garagens.

Ambiente C: ambientes externos secos (com umidade relativa do ar menor ou igual a


65%).

Ambiente D: ambientes externos úmidos ou caracterizados por ciclos de molhagem e


secagem. Como exemplo: obras externas em geral, partes não protegidas da
chuva.
5 – Durabilidade das estruturas de CA
•  Critérios que visam evitar a deterioração e satisfazer as exigências
quanto à durabilidade na fase de projeto:
1.  Especificação de um concreto de qualidade apropriada;
2.  Cobrimentos mínimos para as armaduras;
3.  Verificação da abertura das fissuras;
4.  Correto detalhamento das armaduras.
5 – Durabilidade das estruturas de CA
•  A durabilidade das estruturas é altamente dependente das
características do concreto;

Classe de agressividade
Concreto
I II III IV

Relação água/cimento máxima 0,65 0,60 0,55 0,45

Classe de resistência mínima C20 C25 C30 C40


5 – Durabilidade das estruturas de CA
•  Cobrimentos nominais (cm) das armaduras do concreto armado
em função da classe de agressividade ambiental;

Classe de agressividade
Elemento estrutural
I II III IV

Laje 2,0 2,5 3,5 4,5

Viga e pilar 2,5 3,0 4,0 5,0

•  Em todos os casos, o cobrimento nominal de uma determinada


barra deve ser, no mínimo, igual ao diâmetro da própria barra.
5 – Durabilidade das estruturas de CA
•  No caso de peças de edifícios usuais, podem ser adotados os
seguintes limites para a abertura das fissuras, em função da
classe de agressividade ambiental:

1.  Classe I de agressividade: abertura máxima de 0,4mm;


2.  Classe II e III de agressividade: abertura máxima de 0,3mm;
3.  Classe IV de agressividade: abertura máxima de 0,2mm.

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