Você está na página 1de 2

PEC do teto de gastos públicos é retrocesso social, diz

relator da ONU
dw.com/pt-br/pec-do-teto-de-gastos-públicos-é-retrocesso-social-diz-relator-da-onu/a-36712755

Confronto durante protesto contra PEC do teto dos gastos públicos em Brasília

Relator especial das Nações Unidas afirma que plano do governo brasileiro fere direitos
humanos e que é "inapropriado atar as mãos dos futuros governos durante duas décadas".

O relator especial da ONU para a extrema pobreza e direitos humanos, Philip Alston,
advertiu nesta sexta-feira (09/12) que os planos do governo brasileiro de limitar durante 20
anos os gastos sociais são incompatíveis com as obrigações do país em relação aos
direitos humanos.

Segundo Alston, o "principal e inevitável" efeito da proposta de emenda à Constituição é


que ela "prejudicará os pobres durante décadas". "Se for adotada, esta emenda bloqueará
despesas em níveis inadequados e rapidamente decrescentes em saúde, educação e
seguridade social e colocará uma geração inteira em risco de receber uma proteção social
abaixo dos padrões atuais", advertiu.

Na opinião do relator especial, "é completamente inapropriado congelar só a despesa


social e atar as mãos de todos os futuros governos durante outras duas décadas". Se a
emenda for aprovada, o Brasil entrará em "retrocesso social", afirmou Alston, que é
professor da New York University School of law e especialista em direito internacional e
direitos humanos.

O plano de mudar a Constituição para os próximos 20 anos vem de um governo que


chegou ao poder depois de um impeachment e que, portanto, jamais apresentou seu
programa a um eleitorado, uma situação que levanta preocupações ainda maiores sobre a
1/2
proposta de amarrar as mãos de futuros governantes, afirmou Alston.

A proposta de emenda constitucional (PEC) 55, conhecida como PEC do teto de gastos
públicos, é uma das prioridades do governo do presidente Michel Temer. Ela estabelece
um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos, quando eles terão aumento
limitado à inflação oficial dos 12 meses anteriores, isto é, não terão crescimento real.

A PEC foi aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados, tendo sido aprovada pelo
Senado em primeiro turno no final de novembro, e deverá passar por votação em segundo
turno no Senado na sessão da próxima terça-feira, a tempo de ser promulgada ainda neste
ano, dois dias mais tarde.

MD/efe/ots/kna

O mês de dezembro em imagens


Explosões em Bagdá deixam mortos
Ao menos 28 pessoas morreram e outras 54 ficaram feridas em consequência de
duas explosões registradas no centro de Bagdá. De acordo com policiais, dois
suicidas detonaram seus explosivos no bairro de Al-Sinek. Este foi o pior atentado
desde outubro, quando um suicida se explodiu numa cerimônia de condolências
num bairro xiita, matando ao menos 34 pessoas. (31/12)

2/2

Você também pode gostar