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História Moderna: da Formação do Sistema

Internacional

Aula 9: Revolução Francesa

Objetivos da Aula

1- Definir o sentido de revoluções burguesas;

2- Estabelecer a situação da França pré-revolucionária;

3- Distinguir as diversas fases dessa revolução.

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Introdução

Na aula anterior, vimos a primeira das revoluções burguesas a eclodir na


Europa, a Revolução Inglesa, ocorrida na Inglaterra do século XVII.

Mas seria na França do século XVIII que ocorreria o conflito que se


tornaria sinônimo de revolução burguesa, a Revolução Francesa.

Por que chamamos esses movimentos de revoluções burguesas?

Sabemos que o regime de governo característico da Idade moderna foi o


absolutismo, não é?

Embora, para que houvesse a centralização do Estado que daria origem


a esse regime, tenha sido necessária uma aliança entre o rei e a burguesia, a
concentração de poder, nas mãos de um rei absolutista, favoreceu o
fortalecimento burguês, mas só até certo ponto.

À medida que o monarca concentra em si todos os poderes, também


regula e interfere diretamente na economia.

Isso quer dizer que o desenvolvimento comercial, que interessava


diretamente aos burgueses, acabou sendo limitado pelas políticas reais.

Com a propagação das ideias iluministas e, em especial, dos princípios


liberais propostos pelo escocês Adam Smith, a burguesia passa a reivindicar
maior autonomia e participação no Estado o que, em um governo absolutista,
não iria ocorrer.

Essa conjuntura foi comum tanto na Inglaterra quanto na França, onde o


poder dos reis impedia o pleno desenvolvimento do comércio de acordo com a
vontade burguesa.

Na Inglaterra, o desfecho da Revolução Inglesa foi a assinatura da Bill of


rights, que limitava os poderes do rei e os transferia para o Parlamento.

O cenário social

Na França, o movimento revolucionário, embora liderado pela burguesia,


vai muito além dessa classe, pois envolve a população francesa, mas também
culmina na deposição do rei, no fim do absolutismo e na aquisição de mais
direitos para o povo.

Se tivéssemos que resumir, diríamos que as revoluções burguesas


europeias puseram fim ao Antigo Regime e estabeleceram uma nova ordem
política e econômica na Europa, que se espalharia pelo mundo formando as
bases do estado contemporâneo.

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Também a influência do clero e poder católico permaneceram, ainda que
a reforma protestante tenha retirado da Igreja Católica o seu monopólio
religioso.

O que devemos entender é que mesmo quando um sistema entra em


crise ou desaparece, ele nunca é completamente extinto.

É mais fácil percebermos isso quando falamos sobre cultura.

Podemos tomar como exemplo os contos de fadas, que existem há séculos e


se tornaram parte de diversas culturas, inclusive a brasileira.

Os exemplos são inúmeros: folclore, música, literatura..., mas a cultura é


apenas um aspecto desses legados. Eles também existem na política e na
economia.

Ainda que o comércio tenha ganhado destaque, a economia agrária e a


questão da propriedade fazem parte importante da economia.

Na França, embora o feudalismo tenha sido substituído pelo


absolutismo, os nobres e o clero continuaram tendo grande importância política
e detendo diversos privilégios que eram negados à população.

A burguesia crescia e se fortalecia com o desenvolvimento do comércio


e com o estímulo proporcionado pelas grandes navegações, mas não tinha os
mesmos direitos das elites.

Entre os burgueses, essa distorção era ainda mais evidente, pois era o
capital acumulado por esta classe o responsável pelo sustento da luxuosa corte
francesa.

O momento político de transição

Como estudamos, durante a Idade moderna, há o crescimento das


cidades, que ficou conhecido, incialmente, como renascimento urbano.

Isso não quer dizer que a maioria da população abandone o campo e


passe a habitar as cidades.

Esse processo é longo e fruto de diversos fatores. Na Europa do século


XVIII, a maior parte da população ainda habitava o campo.

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“Para começar, é preciso sublinhar a esmagadora predominância da
sociedade rural sobre a sociedade urbana. Isso ainda é verdade em 1789 para
todos os países do mundo. (...) Mesmo os países mais avançados
economicamente, os mais evoluídos socialmente, a Inglaterra, as Províncias
Unidas, a Itália do Norte, têm ainda uma forte maioria rural. Na França de 1789,
em uma população global que pode ser calculada em 26 ou 27 milhões de
habitantes, mais de 20 milhões vivem no campo; em outros países, essa
porcentagem não se limita aos 80%, mas sobe a 85, 90, 95%.”

REMOND, René. O Antigo Regime e a Revolução. São Paulo: Cultrix,


1986. p. 41

O momento político de transição

A sociedade estamental é dividida em estamentos:

a. Clero: O primeiro estado composto pelo clero era dividido e alto e


baixo clero. No alto clero estavam os mais importantes cargos da
Igreja, como os bispos e no baixo, os padres.

b. Nobreza: No segundo estado, havia a nobreza; a nobreza rural,


proprietária de terras e a nobreza de toga.

c. Povo: Por último, o terceiro estado que era formado pelo resto da
população, desde a alta burguesia, composta pelos banqueiros, os
trabalhadores urbanos, até os camponeses.

Vamos construir então, os antecedentes que, na França, precipitaram a


Revolução Francesa.

Primeiro, a maior parte da população ainda habitava o campo, e, mesmo


aqueles que viviam nas cidades, não participavam da vida política, dominada
pelo absolutismo.

Ainda que somente o povo trabalhasse e, portanto, movimentasse a


economia, era submetido a altos impostos, que deveria sustentar as classes
que não produziam, como o clero e a nobreza.

Esses, além de constituírem uma elite, não pagavam impostos, ou seja,


quem trabalha e sustenta o Estado não tem direitos políticos e que não produz
e vive dos impostos e que determina todas as decisões e rumos que o país
deve seguir. Esse modelo é chamado de sociedade estamental.

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Sociedade Estamental: Ela é bastante rígida, dividida em classes onde há
pouquíssima mobilidade social. Mesmo que um burguês compre títulos de
nobreza, ele sempre será visto como um nobre de segunda classe já que o
princípio da nobreza é transmitido pelo nascimento.

A principal reivindicação do terceiro estado era a abolição dos privilégios


dos nobres e clérigos. Os burgueses, em particular, exigiam uma maior
participação política, já que entendiam ser os financiadores do Estado francês.

Mas os opositores do regime eram duramente perseguidos e acabavam


sendo julgados e enviados à Bastilha, uma fortaleza que funcionava como
prisão e acabou se tornando símbolo do autoritarismo dos reis absolutistas.

Nesta charge da época,


podemos ver as críticas feitas à
estrutura estamental, onde o terceiro
estado carrega os dois primeiros nas
costas.

A riqueza desmedida

Para termos uma ideia dos gastos que recaíam sobre o terceiro estado,
só os custos com o sustento da corte constituíam 10% das despesas de todo o
país.

A total indiferença da nobreza diante da alta carga de impostos cobrada


pode ser exemplificada com a construção do maior palácio da França e um dos
maiores do mundo: Versalhes.

Desde o século XII, a sede da monarquia francesa era o Palácio do


Louvre, que abriga atualmente o museu.

No século XVII, o Rei Luís XIV, o rei sol, iniciou a construção de um


palácio que refletisse a grandeza da monarquia e de seu governo, e autorizou
que um novo palácio, maior e mais suntuoso, fosse erguido. Esse projeto,
construído com o dinheiro do povo, deu origem a Versalhes, com seus 700
quartos e mais de 2 mil janelas, e foi a residência do rei até a Revolução
Francesa.

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Para agravar o quadro, em finais do século XVIII, a Inglaterra viveria a
Revolução Industrial, que alteraria todo o sistema produtivo inglês. Com essa
revolução, os produtos ingleses passaram a ser produzidos em maior
quantidade e em menor tempo, fazendo com que seus preços caíssem.

Era mais barato importar produtos ingleses que comprar mercadorias


nacionais na França.

Essa situação levou a uma enorme crise mercantil, já que as


mercadorias francesas passaram a encalhar e não podiam fazer concorrência
aos preços praticados pelos ingleses.

Uma crise eminente

Em 1787, uma seca provocou uma devastação nas colheitas e o preço


dos alimentos disparou, espalhando a fome entre o povo.

Os cofres franceses estavam vazios, pois além dos gastos nacionais,


altíssimos, a Coroa havia apoiado a independência dos Estados Unidos e gasto
uma pequena fortuna com esse empreendimento.

Para tentar contornar a crise, o rei formou uma Assembleia de Notáveis,


com representantes dos três estados.

Do terceiro estado, foi convocada a alta burguesia para determinar


medidas que saneassem a economia. A proposta feita era o aumento dos
impostos territoriais, que recairia sobre a nobreza provincial, que é claro, se
recusou.

O fracasso dessa assembleia precipitou a convocação da Assembleia


dos Estados Gerais.

O ministro responsável era um burguês,


Jacques Necker, que aumentou o número de
representantes do terceiro estado nessa
assembleia.

Propôs mudanças que concediam mais


poderes aos burgueses, mas o clero e a
nobreza não aprovaram.

Na prática, o primeiro e o segundo estados não queriam nenhuma


alteração que pusesse em risco seu modo de vida ou os obrigasse a abrir mão
de seus privilégios.

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Em um país em franca crise, essa perspectiva era irreal. Visivelmente, o
terceiro estado já não podia arcar com os custos da manutenção das finanças
e uma mudança pacifica ou revolucionária, era inevitável.

Para manter seu status quo, o primeiro e o segundo estados queriam


que a votação se desse por estamento, e não por voto universal. Assim,
mesmo o terceiro estado tendo o maior número de representantes, teria direito
somente a um voto e seria, certamente, sempre derrotado em suas
proposições.

O insucesso das tentativas de negociação entre os estamentos fez com


que o terceiro estado se autoproclamasse Assembleia Nacional.

O rei ordenou o fechamento da assembleia, mas os membros reuniram-


se na sala de jogos e receberam a adesão de uma parte do clero e da nobreza
que havia sido influenciada pelos ideais iluministas.

Diante disso, o rei foi obrigado a dar início às negociações para as


reformas.

O Rei: Cabe lembrar que o Rei Luís XVI era neto do rei sol e, tal como o avô,
acreditava e defendia o absolutismo. Sua esposa, Maria Antonieta, da Áustria,
apoiava o marido e a indiferença dos reis diante da fome da população pode
ser notada em uma famosa frase atribuída a esta rainha: “Se o povo não tem
pão, que coma brioches.” É bastante improvável, que a rainha tenha de fato
feito essa afirmação, mas ela ficou conhecida por ilustrar com clareza o
pensamento da nobreza palaciana da época.

Em 9 de julho de 1789, a Assembleia Nacional iniciou os trabalhos para


redigir uma constituição e elegeu-se Assembleia Constituinte. Os constantes
embates entre os três estados, que culminaram com a demissão do Ministro
Necker, provocou a indignação geral.

A Queda da Bastilha

Em 14 de julho, a população invadiu a Bastilha, evento conhecido como


o início da Revolução Francesa. Essa é a primeira fase da revolução,
conhecida como fase da Assembleia.

A queda da Bastilha tem um significado muito mais simbólico do que


prático. A invasão provocou a libertação de poucos presos, mas é o sentido da
prisão que torna esse evento tão importante e por isso considerado o marco
inicial da revolução.

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A Bastilha significava a opressão e a falta de liberdade da população já
que para lá eram levados os que se opunham ao absolutismo. Mais do que
isso, essa invasão significou o começo da resistência da população, cujo
desfecho seria a deposição do Rei Luis XVI.

O assalto à Bastilha ecoou por toda França. No campo, o povo


saqueava e incendiava castelos, terras e títulos de propriedade da nobreza. A
aristocracia entrou em pânico e seguiu-se o período conhecido como grande
medo.

Em 4 de agosto, a Assembleia abole os direitos feudais, desobrigando


os camponeses a pagarem tributo em trabalho aos nobres e à Igreja.

Uma declaração universal

Em 26 de agosto é aprovado um dos principais documentos da história


dos direitos: a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

Essa declaração constitui um dos fundamentos não só do Estado


francês, mas de diversos Estados contemporâneos.

Seus princípios se propagaram para muito além da Europa e foram


utilizados como fundamento em movimentos de contestação a opressão,
inclusive no Brasil Colonial.

Nessa declaração, vemos aplicadas diversas ideias defendidas pelos


iluministas, como a liberdade, a igualde jurídica e o direito à propriedade e à
liberdade de expressão. Seus artigos são extremamente avançados para a
época e sua importância é objeto de estudo da História, do Direito e da Ciência
Politica, entre outras disciplinas, até os dias de hoje.

Segundo essa declaração:

1. Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direito (...)

2. A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos


naturais e imprescritíveis do homem; esses direitos são a liberdade, a
propriedade, a segurança e a resistência à opressão.

6. A Lei é a expressão da vontade geral: todos os cidadãos têm o direito


de participar de sua elaboração, seja pessoalmente seja por meio de seus
representantes.

11. A livre comunicação de pensamento e de opinião é um dos direitos


mais preciosos do homem; todo cidadão pode falar, escrever e imprimir
livremente (...).

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Luis XVI se recusa a aprovar a declaração de direitos, provocando uma
enorme reação na população.Versalhes foi invadido e o rei obrigado a se
transferir para outro palácio.

A Constituição também previa o confisco dos bens da Igreja e a


reformulação do estatuto eclesiástico.

Os membros do clero passariam a ser funcionários do Estado e os bens


confiscados seriam utilizados para sanear as dívidas públicas.

Os membros do baixo clero aceitaram e alguns até apoiaram a


revolução e as mudanças, mas o alto clero opôs-se e muitos fugiram e
tentaram organizar movimentos de resistência contra o que julgava um roubo à
instituição católica.

A Constituição Francesa

Em 1791, a constituição francesa estava pronta.

Esse documento estabelecia que a França adotaria a monarquia


constitucional, dividida em três poderes, que limitava o governo do rei através
do parlamento.

Os membros da assembleia parlamentar teriam um mandato bienal e


seriam eleitos. Mas o voto não era universal e sim, censitário, ou seja, era
necessária uma renda mínima para poder exercer esse direito.

Essa medida demonstra o caráter burguês da nova constituição que


garantiu para si o direito de voto, já que essa classe era a que detinha maior
poder financeiro.

E os privilégios e os estamentos foram eliminados, mas os ideais de


liberdade da revolução não se estenderam para as colônias francesas. Nelas
ainda vigorava a escravidão, a exemplo do Haiti.

Ainda em 1791, o Rei Luís XVI, que ainda vivia na França, tentou fugir
do país para tentar organizar um movimento de resistência. A fuga de Luis XVI
foi frustrada e o rei foi preso e seria condenado à morte pela guilhotina no ano
seguinte.

Ainda que a burguesia tivesse como objetivo comum a luta pelos


direitos, ela não era uma classe homogênea e tampouco o terceiro estado.

Havia diversos grupos em seu interior que discordavam entre si. Essas
cisões ficaram ainda mais evidentes com o estabelecimento da Constituição.

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Cabe lembrar que as nações europeias, em sua maioria monarquias, via
com terror o que acontecia na França e julgavam que, se o movimento se
espalhasse, todas as casas reais da Europa estavam em perigo.

As novas classes dominantes e suas influências

A parte mais pobre da população, chamada de sans-culottes defendia


medidas como o tabelamento de preços - que afetava diretamente o comércio
– e exigia maior participação política.

Os girondinos, alta burguesia, tendiam para o lado moderado e


buscavam impedir o acesso das massas ao poder.

Os jacobinos constituíam o grupo mais radical da revolução e eram


formados por membros da pequena e media burguesia, liderados por
Maximilien de Robespierre.

Em 1792, a França declarou guerra à Áustria, país de origem da Rainha


Maria Antonieta. Para lá haviam fugido muitos nobres franceses e esse reino
buscava reunir esforços para conter os revolucionários franceses e devolver o
poder de fato ao Rei Luís XVI.

Com a invasão da França pelas tropas austríacas, a reação popular foi


imediata. O povo invadiu o palácio real e exterminou os membros da nobreza.
O exército nacional foi convocado e a guerra terminou com a vitória francesa.

Esse conflito marca o fim da Assembleia e o inicio de uma nova fase, a


Convenção.

Em 1792, a França declarou guerra à Áustria, país de origem da Rainha


Maria Antonieta. Para lá haviam fugido muitos nobres franceses e esse reino
buscava reunir esforços para conter os revolucionários franceses e devolver o
poder de fato ao Rei Luís XVI.

Com a invasão da França pelas tropas austríacas, a reação popular foi


imediata. O povo invadiu o palácio real e exterminou os membros da nobreza.
O exército nacional foi convocado e a guerra terminou com a vitória francesa.

Esse conflito marca o fim da Assembleia e o inicio de uma nova fase, a


Convenção.

A Convenção Nacional que substituiu a assembleia era formada por


jacobinos. Suas primeiras medidas foram rever a constituição e instituir o voto
universal segundo o qual todos os cidadãos, do sexo masculino, teriam direito
a votar. Foi instituída a República e em 1793, o rei e a rainha foram
decapitados.

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A convenção estabeleceu um novo calendário, pondo o dia 22 de
setembro de 1792 como Ano I. Os meses receberam nomes ligados às
estações do ano.

A configuração política e as mudanças ocorridas na Revolução Francesa


foram tão significativas que algumas definições que utilizamos hoje, como
direita e esquerda, nasceram nesse processo revolucionário.

Quando reunidos em assembleia, os jacobinos sentavam-se à esquerda,


que virou sinônimo de radicalismo e oposição, enquanto os girondinos
sentavam-se à direita, por isso associarmos a direta aos grupos moderados e
de situação.

Durante a Convenção, por sentaram-se no alto, os jacobinos eram


chamados de montanha e por sentarem-se embaixo, os girondinos eram
chamados planície.

Os demais grupos ficaram conhecidos como pântano.

O “período do terror”

A condenação do rei à morte gerou diversas controvérsias.

Se por um lado consolidou definitivamente a burguesia no poder, por


outro opôs os muitos partidários da monarquia.

Os nobres remanescentes incitaram diversas revoltas no interior e na


política externa, as monarquias europeias se indispuseram com os
revolucionários franceses.

Foi decretado que a pátria estava em perigo e instituído o chamado


comitê de salvação nacional, liderado por Robespierre, Saint Just e Danton e
um tribunal designado a julgar os inimigos da revolução.

Essa é a fase mais sangrenta da Revolução Francesa, que ficou


conhecida como período do terror.

Ninguém estava livre de ser acusado e sofrer a morte na guilhotina.


Estima-se que mais de 300 mil pessoas foram processadas, dentre elas,
Danton, que diante da violência defendia uma postura radical.

Robespierre: Mais radical entre os revolucionários, Maximilien Robespierre


desencadeou o período da Revolução conhecido como Terror, em que muitos
franceses foram guilhotinados. Mas acabou levando um tiro e sendo preso.
Depois, foi condenado à guilhotina e decapitado no dia seguinte a essa cena
que se vê na gravura, com ele ao centro.

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Essa é a fase mais sangrenta da Revolução Francesa, que ficou
conhecida como período do terror.

Ninguém estava livre de ser acusado e sofrer a morte na guilhotina.


Estima-se que mais de 300 mil pessoas foram processadas, dentre elas,
Danton, que diante da violência defendia uma postura radical.

Um novo tempo

Danton foi morto em 1794. Opositores, sans-culottes, nobres, a


guilhotina não fazia distinção!

Relatos da época revelavam que as ruas de Paris estavam regularmente


cobertas de sangue devido ao elevado número de execuções.

A violência jacobina fez com que esses perdessem o apoio do povo, o


que abriu espaço para a retomada de poder pelos girondinos, que prenderam e
executaram Robespierre e Saint Just na guilhotina.

A convenção foi substituída, em 1795, pelos girondinos, que trataram de


organizar novamente a Constituição. Ela estabelece que o poder executivo
seria exercido por cinco diretores – por isso o nome, diretório – eleitos pelo
Legislativo e a população foi desarmada.

Nesse mesmo ano, os realistas, que defendiam o retorno da monarquia,


articularam um golpe contra o diretório, sendo frustrados por um jovem general,
Napoleão Bonaparte, que por sua atuação, recebeu o comando do exército e o
direito de fazer parte do governo.

Anos mais tarde, Napoleão assumiria o poder através do golpe do 18 de


Brumário.

Terminava a Revolução Francesa e um novo período seria inaugurado, a


Era Napoleônica.

Síntese da Aula

 Relacionou argumentos para analisar a Revolução Francesa;

 Identificou a influência iluminista na elaboração da Declaração de


Direitos do Homem e do Cidadão;

 Reconheceu os motivos dessa revolução ser considerada um marco


para o início da Era Contemporânea.

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