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MINISTÉRIO E MINISTROS

I - SER MINISTRO NÃO É SER CHEFE

O
Senhor quer manifestar-se através da sua igreja, quer que sejamos cheios da
sua glória. Ele quer expressar todas as suas riquezas e sabedoria aos homens,
e para isto usará os santos, os chamados do seu nome, a quem enviará
capacitando-os em diversos serviços conforme às riquezas de sua graça: “E ele designou
alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para
pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que
o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do
conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da
plenitude de Cristo. O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um
lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina
e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro. Antes, seguindo a verdade em
amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Efésios 4:11-15).

Uma das formas de equipá-los e manifestar a sua vontade clara e nítida, é através da sua
palavra. Para isto usará os ministros da palavra, que tem o trabalho de ministrar Cristo à
igreja, pois só Cristo é o alimento necessário e suficiente para o crescimento espiritual. É
certo e o dizemos com tristeza que neste tempo muitos ministros não têm realizado o
serviço que corresponde aos santos, e monopolizaram a igreja para si. Mas isso não é
bom. E ainda que isto pareça certo em muitos ambientes cristãos, Deus segue abençoando
a sua igreja, provendo ministros de Cristo para o seu povo. Graças ao Senhor por
compartilhar do que é seu.

A Bíblia mostra claramente que a obediência meramente como obediência não é


necessariamente uma coisa boa. Nós podemos obedecer à injustiça tanto quanto à justiça;
podemos obedecer aos homens quando deveríamos obedecer a Deus. Portanto, é muito
importante que entendamos a verdade viva em relação à autoridade e à obediência, e que
aprendamos a separá-las das imitações e das aplicações erradas. Pois aquele que obedece
cegamente a ministros com ensinamentos ignorantes ou mentirosos, cai em desgraça, mas
aquele que obedece a ministros que ensinam a verdade de Deus não os obedece visto que
obedecem a o próprio Deus. Lembrando que Deus odeia o sistema de hierarquia
imperialista de acordo com livro de apocalipse: “Mas há uma coisa a seu favor: você
odeia as práticas dos nicolaítas, como eu também as odeio” (Apocalipse 2:6). Uma das
doutrinas dos nicolaítas (Nicolau era um ex diácono da igreja, daí a doutrina nicolaítas)
era adotar o sistema de hierarquia nas igrejas, onde o pastor e os ministros são chefes
intocáveis, que mesmo sendo perversos nos púlpitos ninguém pode contestá-los. Em atos
17 quando Paulo escreve que os cristãos de Beréia eram mais nobres que os de
Tessalonica por conta de que tudo que ele pregava os bereanos iam nas escrituras para
ver se estava de acordo, pois não queriam ser enganados por já naqueles tempos haverem
muitos falsos profetas, e nos dias de hoje tem muito mais.

II-TIPOS DE MINISTÉRIOS

aulo define os tipos de ministérios: “E ele designou alguns para apóstolos,

P outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e


mestres” (Efésios 4:11). O Senhor deu à igreja apóstolos, profetas, evangelistas,
pastores e mestres, estes cinco ministérios lançam mão da palavra, e transmitem a voz do
Senhor, transmitem a vontade do Senhor, inspirados nas escrituras que já foram reveladas.
Temos um outro ministério também que é do diaconato: Naqueles dias, crescendo o
número de discípulos, os judeus de fala grega entre eles queixaram-se dos judeus de fala
hebraica, porque suas viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição diária de
alimento. Por isso os Doze reuniram todos os discípulos e disseram: "Não é certo
negligenciarmos o ministério da palavra de Deus, a fim de servir às mesas. Irmãos,
escolham entre vocês sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito e de sabedoria.
Passaremos a eles essa tarefa e nos dedicaremos à oração e ao ministério da palavra".
Tal proposta agradou a todos. Então escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do
Espírito Santo, além de Filipe, Prócoro, Nicanor, Timom, Pármenas e Nicolau, um
convertido ao judaísmo, proveniente de Antioquia. Apresentaram esses homens aos
apóstolos, os quais oraram e lhes impuseram as mãos. Assim, a palavra de Deus se
espalhava. Crescia rapidamente o número de discípulos em Jerusalém; também um
grande número de sacerdotes obedecia à fé (Atos 6:1-7). Apalavra diácono significa
“aquele que serve”, em lato senso todos somos diáconos porque servimos, mas em estrito
senso alguns tem o cargo de diácono nas igrejas. No seio da igreja cristã somente os
ministros que discipulavam e pregavam para os crentes, os diáconos cuidavam da parte
administrativa, arrumação, levar alimento aos pobres e viúvas, etc. No entanto vemos nas
escrituras Estevão pregando na sinagoga onde foi apedrejado, porém ele pregava aos
gentios que é uma ordem de Cristo a todos os servos de Deus: “E disse-lhes: "Vão pelo
mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas. Quem crer e for batizado será
salvo, mas quem não crer será condenado.” (Marcos 16:15,16).

Há dois ministérios que não existiram na bíblia, porém foram criados para as igrejas
atuais: obreiros e ministros de louvor. Obreiro é todo aquele que faz a obra e os ministros
do louvor da época eram os pastores, profetas e nos tempos de Moisés os levitas,
resumindo: apenas os ministros conduziam o louvor a Deus, até porque era uma das
formas de adoração nas reuniões da igreja.

Diante de tudo o que foi aprendido aqui, é sabido que não há na igreja melhores nem
piores, maiores ou menores, o que existe são atribuições de funções para uma boa, perfeita
e agradável execução da obra de Deus: “Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora
tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo,
assim também com respeito a Cristo. Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em
um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi
dado beber de um único Espírito. O corpo não é composto de um só membro, mas de
muitos. Se o pé disser: "Porque não sou mão, não pertenço ao corpo", nem por isso deixa
de fazer parte do corpo. E se o ouvido disser: "Porque não sou olho, não pertenço ao
corpo", nem por isso deixa de fazer parte do corpo. Se todo o corpo fosse olho, onde
estaria a audição? Se todo o corpo fosse ouvido, onde estaria o olfato? De fato, Deus
dispôs cada um dos membros no corpo, segundo a sua vontade. Se todos fossem um só
membro, onde estaria o corpo? Assim, há muitos membros, mas um só corpo. O olho não
pode dizer à mão: "Não preciso de você! " Nem a cabeça pode dizer aos pés: "Não
preciso de vocês!" Pelo contrário, os membros do corpo que parecem mais fracos são
indispensáveis, e os membros que pensamos serem menos honrosos, tratamos com
especial honra. E os membros que em nós são indecorosos são tratados com decoro
especial, enquanto os que em nós são decorosos não precisam ser tratados de maneira
especial. Mas Deus estruturou o corpo dando maior honra aos membros que dela tinham
falta, a fim de que não haja divisão no corpo, mas, sim, que todos os membros tenham
igual cuidado uns pelos outros. Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com
ele; quando um membro é honrado, todos os outros se alegram com ele. Ora, vocês são
o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo”
(1 Coríntios 12:12-27).

III - CONDIÇÕES PARA INGRESSAR NO MINISTÉRIO.

ejamos o que o apóstolo Paulo nos ensina: “Esta afirmação é digna de

V confiança: se alguém deseja ser bispo, deseja uma nobre função. É


necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher,
sóbrio, prudente, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar; não deve ser apegado ao
vinho, nem violento, mas sim amável, pacífico e não apegado ao dinheiro. Ele deve
governar bem sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade.
Pois, se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de
Deus? Não pode ser recém-convertido, para que não se ensoberbeça e caia na mesma
condenação em que caiu o diabo. Também deve ter boa reputação perante os de fora,
para que não caia em descrédito nem na cilada do diabo. Os diáconos igualmente devem
ser dignos, homens de palavra, não amigos de muito vinho nem de lucros desonestos.
Devem apegar-se ao mistério da fé com a consciência limpa. Devem ser primeiramente
experimentados; depois, se não houver nada contra eles, que atuem como diáconos. As
mulheres igualmente sejam dignas, não caluniadoras, mas sóbrias e confiáveis em tudo.
O diácono deve ser marido de uma só mulher e governar bem seus filhos e sua própria
casa. Os que servirem bem alcançarão uma excelente posição e grande determinação na
fé em Cristo Jesus” (1 Timóteo 3:1-14).

Em relação as mulheres, muitas tem sido ungidas a pastoras nas igrejas atuais, prática que
era negada pelo apóstolo Paulo: “Para isso fui designado pregador e apóstolo mestre da
verdadeira fé aos gentios. Digo-lhes a verdade, não minto. Quero, pois, que os homens
orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira e sem discussões. Da mesma forma
quero que as mulheres se vistam modestamente, com decência e discrição, não se
adornando com tranças, nem ouro, nem pérolas, nem roupas caras, mas com boas obras,
como convém a mulheres que professam adorar a Deus. A mulher deve aprender em
silêncio, com toda a sujeição. Não permito que a mulher ensine, nem que tenha
autoridade sobre o homem. Esteja, porém, em silêncio. Porque primeiro foi formado
Adão, e depois Eva. E Adão não foi enganado, mas sim a mulher, que, tendo sido
enganada, tornou-se transgressora. Entretanto, a mulher será salva dando à luz filhos se
elas permanecerem na fé, no amor e na santidade, com bom senso” (1 Timóteo 2:7-15).
Deus fez homens e mulheres cada um tendo cada um à sua posição e o seu papel, seja no
lar ou no ministério, onde o homem é o cabeça e a mulher auxiliadora. Se Paulo dizia que
para exercer o ministério o homem tem que governar bem a sua casa senão não pode
governar a casa de Deus, então como pode a mulher governar a igreja se não governa a
sua casa, visto que este papel também é do homem? A resposta é simples: Não pode, pois
a liderança e governo de Deus são para os homens.

Muitos líderes ainda concordam que a mulher não pode exercer o episcopado, mas
acreditam que podem ser missionarias dando-lhes mesmas prerrogativas de um pastor na
igreja, no tocante a tomada de decisões, aconselhamentos e ensino. Se os missionários da
igreja primitiva eram, apóstolos, bispos ou pastorem em geral, observamos que os textos
de Paulo não serviram para eles, visto que trocaram apenas o nome pastora por
missionária. O que devemos entender é que os missionários na igreja primitiva eram
homens capacitados por deus, para fazer discípulos por onde passavam e ali fundavam
uma congregação fazendo discípulos, elegiam os mais capacitados como ministros, e
então deixavam a igreja na responsabilidade deles para poderem continuar sua
peregrinação por outras terras fundando novas igrejas. Esta conclusão mostra que é um
erro colocar as mulheres como missionarias, visto que não é um cargo onde uma pessoa
que nunca nem saiu se quer do próprio estado exerce uma função de líder, e sim um ato
de fazer missões por parte dos pastores, apóstolos e ministros que eram classificados
como missionários e enviados para tal.

A liderança da igreja local tem duas esferas principais de atuação: o governo e o ensino.
O ministro, quando designado para essas tarefas, tem o dever de exercê-las na “Igreja de
Deus” (1Tm 3.5). Para isso, ele precisa saber “governar a sua própria casa” e ser “apto
a ensinar” (1Tm 3.2,4). Liderar o rebanho de Deus, segundo o Novo Testamento, é ser
um guia, se doar a causa, é estar disponível “para servir” e “não para ser servido”
(Mateus 20.25-28; Mc 10.42-45). Com o objetivo de exercer competentemente esta
função, o presbítero e o bispo ou pastores, devem ser pessoas experientes, idônea e
prontas a serem exemplos na igreja local. Ensinar e governar com equidade e seriedade é
o maior compromisso de todo homem de Deus chamado para tão nobre tarefa e para isso
ele deve manejar bem a palavra de Deus tanto para aplica-la em si mesmo quanto para
ensina-la aos outros.

Ungir os enfermos: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e
orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor” (Tiago 5.14). O ato da unção
dos enfermos não pode ser banalizado na igreja local. Ele revela a proximidade que o
presbítero deve ter com as pessoas. O membro da igreja local tem de se sentir à vontade
para procurar qualquer um dos presbíteros e receber oração ou uma palavra pastoral. Tal
obreiro foi separado pelo Pai e pela igreja para atender a essas demandas. Nos dias de
hoje não adotamos mais os presbíteros como líderes de igrejas, devendo esses serem
ungidos a pastor. Porém o fato de termos essa condição, não impede que os presbíteros
bem como bispos e pastores, continuem a ungir os enfermos ou façam qualquer outra
atividade, pois todos os cargos se equiparam em função. Na falta de um o outro é
plenamente capacitado para apascentar o rebanho, haja vista a sabedoria e tempo de
experiência vividos tanto em vida quanto no evangelho.

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