Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TÍTULO??????
Ou seja, cada termo, exceto o primeiro, é igual à soma dos seus dois antecessores imediatos.
A forma das equações a diferença lineares é dada por:
equação (1.2) é de ordem n. Ainda, se bn+1 = 0 a equação (1) é definida como uma
equação a diferenças linear homogênea.
Populações que não apresentam sobreposição de gerações, isto é, os adultos morrem
e são totalmente substituı́dos por seus descendentes, são melhor descritas por equações a
diferenças (EDELSTEIN-KESHET, 1998).
Uma equação a diferenças de primeira ordem em dinâmica de populações tem a
forma:
xt+1 = f (xt ), (1.3)
N1 = rN0 ,
N2 = rN1 = r(rN0 ) = r2 N0 ,
N3 = r(N2 ) = r(r2 N0 ) = r3 N0 ,
..
.
3
Nn = rn N0 , (1.6)
Nt+1
Neste modelo, como a taxa de crescimento per capita é Nt
= r constante, dize-
mos que o crescimento é independente da densidade. Como resultado, se r > 1 população
cresce indefinidamente. Do ponto de vista biológico, esperamos que o crescimento seja
limitado pois haverá fatores como escassez de recursos ou espaço, que limitarão o cres-
cimento da população. Desta forma, pasaremos a estudar o chamado Modelo de Ricker
que apresenta crescimento dependente da densidade.
Modelo de Ricker
Ht
Ht+1 = Ht eλ e− k = f (Ht ) , (1.7)
Ht
ht = , (1.8)
k
e desta forma obtemos a versão adimensional do modelo:
h = heλ−h , (1.10)
h − heλ−h = 0,
h(1 − eλ−h ) = 0.
primeira da função f .
Aplicamos o critério de estabilidade para as soluções de equilı́brio da equação de
Ricker. Para isto, calculemos
f 0 (h) = eλ−h (1 − h). (1.11)
ou seja, λ < 0.
Agora, h2 = λ é estável se, e somente se,
Vx = {(i−1, j−1), (i−1, j), (i−1, j+1), (i, j−1), (i, j+1), (i+1, j−1), (i+1, j), (i+, j+1)}.
E a vizinhança de Neumann (Figura 1.2(b)), consiste dos quatro vizinhos mais próximos,
isto é,
Figura 1.2: Vizinhança de Moore (a) e Vizinhança de Neumann (b). O tom de cinza mais
claro representa os sı́tios que pertencem a vizinhança do sı́tio central.
(a) (b)
Fase de dispersão
0 µX
Hx,t = (1 − µ)Hx,t + Hy,t , (1.14)
4 j∈V
x
0
onde Hx,t e Hx,t representam a densidade de indivı́duos na posição x antes e depois da
dispersão na geração t, respectivamente.
Para os sı́tios dispostos na fronteira do domı́nio é necessário impor um conjunto de
regras que descrevem a movimentação, e estas recebem o nome de Condições de Fronteira.
As condições de fronteiras mais usadas são:
Fase de reação
0
Hx,t+1 = f (Hx,t ),
0 µX
hx,t = (1 − µ)hx,t + hy,t , (2.1)
4 y∈V
x
0
onde, hx,t e hx,t representam as densidades dos insetos na posição x = (i, j) antes e depois
da movimentação respectivamente, µ a fração de indivı́duos que abandona o sı́tio de origem
e se dispersa para os quatro sı́tios vizinhos mais próximos (vizinhança de Neumann) e
1 − µ é a fração de indivı́duos que permanece no sı́tio original.
Aqui estamos considerando que os indivı́duos se movimentam de maneira aleatória,
ou seja, não são influenciados por fatores como a densidade local dos indivı́duos.
Para a etapa de reação temos a seguinte equação:
0 0
hx,t+1 = hx,t eλx −hx,t . (2.2)
distribuição espacial das plantas, isto é, irá depender de x. Deste modo definimos λx por
λ se x for um sı́tio da cultura principal,
1
λx =
λ se x for um sı́tio da cultura com antibiose, onde λ2 < λ1 .
2
Os principais aspectos que serão analisados neste trabalho são: os efeitos que a
área da cultura secundária que apresenta resistência do tipo antibiose bem como sua
distribuição espacial no domı́nio causam na densidade populacional dos insetos. Vamos
descrever os experimentos computacionais que serão implementados neste capı́tulo.
Figura 2.1: Cultura secundária (em preto) disposta em torno do domı́nio principal (em
branco).
Figura 2.2: Diferentes arranjos da cultura secundária distribuı́da na forma de listras entre
a cultura principal.
tk P tk P
h̄tx − htx
P P
t=1 x∈Ω t=1 x∈Ω
E= tk P
, (2.3)
P
h̄tx
t=1 x∈Ω
domı́nio composto somente pela cultura principal, htx representa a densidade das pragas
no sı́tio x ∈ Ω e tempo t mas com o domı́nio composto pelas duas culturas e Ω é o domı́nio
formado pelos sı́tios da cultura principal (Dalmolin, 2017).
Assim, o percentual de redução da população de insetos na cultura principal com
a presença da cultura com antibiose é dado pelo valor E. Portanto, quanto maior for a
redução da população de pragas do caso homogêneo para o caso heterogêneo, maior será
14
o valor de E.
2.2 SIMULAÇÕES
Figura 2.3: Distribuição espacial dos indivı́duos na cultura principal para diferentes etapas
de tempo com os indivı́duos são liberados no centro do domı́nio. Parâmetros: (a) - (c)
λ = 0, 1 e µ = 0, 6 e (d) - (f) λ = 0, 1 e µ = 0, 1 .
Figura 2.4: Distribuição espacial dos indivı́duos na cultura principal para diferentes etapas
de tempo com os indivı́duos liberados de forma aleatória no domı́nio. Parâmetros: (a) -
(c) λ = 0, 1 e µ = 0, 6 e (d) - (f) λ = 0, 1 e µ = 0, 1 .
Após 600 geração, nas figuras 2.3 e 2.4, notamos que cada um dos 1600 sı́tios
do domı́nio composto somente pela cultura principal possui densidade máxima igual a
0, 1. Desta forma, a densidade total de insetos assume valor máximo igual a 160, como
observamos nas figuras 2.5 e 2.6. Na figura 2.6, a população total atinge o equilı́brio
mais rapidamente em virtude da distribuição inicial ter sido tomada em diversos sı́tios do
domı́nio.
Figura 2.5: Densidade total de indivı́duos presentes na cultura principal sem a presença
da cultura secundária (indivı́duos inseridos no centro do domı́nio). Parâmetros: µ = 0, 1
(cinza) e µ = 0, 6 (preto).
Figura 2.6: Densidade total de indivı́duos presentes na cultura principal sem a presença
da cultura secundária (indivı́duos inseridos de forma aleatória no domı́nio). Parâmetros:
µ = 0, 1 (cinza) e µ = 0, 6 (preto).
Figura 2.7: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária ao redor do domı́nio. (a) - (c)
Correspondem a 1 fileira, (d) - (f) correspondem a 2 fileiras, (g) - (i) correspondem a 3
fileiras, (j) - (l) correspondem a 4 fileiras, (m) - (o) correspondem a 5 fileiras, (p) - (r)
correspondem a 6 fileiras. Parâmetros λ2 = 0, 01 e µ = 0, 1.
Figura 2.8: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária ao redor do domı́nio. (a) - (c)
Correspondem a 1 fileira, (d) - (f) correspondem a 2 fileiras, (g) - (i) correspondem a 3
fileiras, (j) - (l) correspondem a 4 fileiras, (m) - (o) correspondem a 5 fileiras, (p) - (r)
correspondem a 6 fileiras. Parâmetros λ2 = 0, 01 e µ = 0, 6.
Através da distribuição espacial dos indivı́duos ilustrada nas figuras 2.7 e 2.8,
percebemos que a densidade dos insetos na cultura principal é maior do que a densidade
na cultura secundária. Esse fato ocorre pois a cultura secundária apresenta resistência do
tipo antibiose e isto reduz o fator de crescimento dos indivı́duos.
Como podemos observar na figura 2.9 que compara a densidade total de inse-
tos presentes somente na cultura principal sem a presença da cultura secundária (linha
contı́nua preta) com casos em que a cultura secundária está presente em torno do domı́nio
principal, o acréscimo de plantas com antibiose ao redor da cultura principal retarda o
crescimento da população. No entanto, os valores totais atingidos são levemente menores
do que aquele obtido sem a aplicação do controle.
Figura 2.9: População total de indivı́duos na cultura principal, domı́nio composto somente
pela cultura principal (linha contı́nua), 1 fileira (pontilhado), 2 fileiras (tracejado bem
pequeno), 3 fileiras (tracejado pequeno), 4 fileiras (tracejado médio), 5 fileiras (tracejado
grande), 6 fileiras (tracejado bem grande).
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
164
γ= 1600
≈ 0, 1025.
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
as dimensões variam de acordo com o número de fileiras da cultura secundária que são
adicionadas em torno do domı́nio com a cultura principal. Considerando µ = 0, 1 (figura
2.11), µ = 0, 6 (figura 2.12) e λ2 = −1.
23
Figura 2.11: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária ao redor do domı́nio. (a) - (c)
Correspondem a 1 fileira, (d) - (f) correspondem a 2 fileiras, (g) - (i) correspondem a 3
fileiras, (j) - (l) correspondem a 4 fileiras, (m) - (o) correspondem a 5 fileiras, (p) - (r)
correspondem a 6 fileiras. Parâmetros λ2 = −1 e µ = 0, 1.
Figura 2.12: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária ao redor do domı́nio. (a) - (c)
Correspondem a 1 fileira, (d) - (f) correspondem a 2 fileiras, (g) - (i) correspondem a 3
fileiras, (j) - (l) correspondem a 4 fileiras, (m) - (o) correspondem a 5 fileiras, (p) - (r)
correspondem a 6 fileiras. Parâmetros λ2 = −1 e µ = 0, 6.
Figura 2.13: População total de indivı́duos na cultura principal, domı́nio composto so-
mente pela cultura principal (linha contı́nua), 1 fileira (pontilhado), 2 fileiras (tracejado
bem pequeno), 3 fileiras (tracejado pequeno), 4 fileiras (tracejado médio), 5 fileiras (tra-
cejado grande), 6 fileiras (tracejado bem grande).
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
Veremos agora, os efeitos que a cultura secundária causa na densidade dos insetos,
quando ela se encontra distribuı́da na forma de listras entre a cultura principal.
• Vamos considerar o parâmetro λ2 = 0, 01 fixo e para os parâmetros de movi-
mentação µ = 0, 1 e µ = 0, 6.
As figuras 2.16 e 2.17 mostram a distribuição espacial dos indivı́duos no domı́nio
de dimensões que variam de acordo com o número de fileiras da cultura secundária que
serão inseridas.
28
Figura 2.16: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária no domı́nio. (a) - (c) Arranjo 1,
(d) - (f) arranjo 2, (g) - (i) arranjo 3, (j) - (l) arranjo 4. Parâmetros λ2 = 0, 01 e µ = 0, 1.
Figura 2.17: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária no domı́nio. (a) - (c) Arranjo 1,
(d) - (f) arranjo 2, (g) - (i) arranjo 3, (j) - (l) arranjo 4. Parâmetros λ2 = 0, 01 e µ = 0, 6.
A figura 2.18 ilustra a densidade total dos indivı́duos na cultura principal, para di-
ferentes arranjos das fileiras cultura com antibiose entre a cultura principal. O percentual
de decrescimento é mostrado na figura 2.19.
Figura 2.18: População total de indivı́duos na cultura principal. Sem antibiose (linha
contı́nua), 4 fileiras de antibiose (pontilhado), 9 fileiras de antibiose (tracejado pequeno),
19 fileiras de antibiose (tracejado), 39 fileiras de antibiose (tracejado grande). Parâmetro
λ2 = 0, 01.
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
Figura 2.20: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária no domı́nio. (a) - (c) Arranjo 1,
(d) - (f) arranjo 2, (g) - (i) arranjo 3, (j) - (l) arranjo 4. Parâmetros λ2 = −1 e µ = 0, 1.
Figura 2.21: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária no domı́nio. (a) - (c) Arranjo 1,
(d) - (f) arranjo 2, (g) - (i) arranjo 3, (j) - (l) arranjo 4. Parâmetros λ2 = −1 e µ = 0, 6.
Figura 2.22: População total de indivı́duos na cultura principal. Sem antibiose (linha
contı́nua), 4 fileiras de antibiose (pontilhado), 9 fileiras de antibiose (tracejado pequeno),
19 fileiras de antibiose (tracejado), 39 fileiras de antibiose (tracejado grande). Parâmetro
λ2 = −1.
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
(a) (b)
Pela análise da figura 2.24, notamos que os arranjos apresentaram um maior per-
centual de decrescimento da população para o caso λ2 = −1 quando comparado ao caso
λ2 = 0, 01.
Os resultados obtidos sugerem que, quanto maior for a área da cultura secundária,
ou seja, quanto mais fileiras inserirmos no domı́nio maior, será o percentual de decres-
cimento da população de insetos. Ainda, os maiores percentuais de decrescimento são
obtidos quando consideramos o caso λ2 = −1 do que o caso λ2 = 0, 01, pois uma cultura
que apresenta um alto grau de resistência é mais eficiente quando comparada a uma cul-
tura que apresenta uma resistência moderada. Notamos também que, quando os insetos
apresentam uma taxa de movimentação alta, sua densidade é menor, pois desta forma
mais insetos deixam a cultura principal e migram para a cultura com antibiose.
parâmetros µ = 0, 1 e µ = 0, 6.
As figuras 2.25 e 2.26 mostram as distribuições espaciais dos indivı́duos para dife-
rentes etapas de tempo e diferentes arranjos da cultura secundária.
Figura 2.25: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária no domı́nio. (a) - (c) Arranjo 1,
(d) - (f) arranjo 2, (g) - (i) arranjo 3, (j) - (l) arranjo 4. Parâmetros λ2 = 0, 01 e µ = 0, 1.
Figura 2.26: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária no domı́nio. (a) - (c) Arranjo 1,
(d) - (f) arranjo 2, (g) - (i) arranjo 3, (j) - (l) arranjo 4. Parâmetros λ2 = 0, 01 e µ = 0, 6.
Figura 2.27: População total de indivı́duos na cultura principal. Sem antibiose (linha
contı́nua), arranjo 1 (pontilhado), arranjo 2 (tracejado pequeno), arranjo 3 (tracejado),
arranjo 4 (tracejado grande). Parâmetro λ2 = 0, 01.
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
Analisando os resultados obtidos, notamos que à medida que são inseridas as fileiras
da cultura secundária, a população total de insetos diminui, ou seja, quanto maior for
o número de fileiras inseridas, maior é o percentual de decrescimento dos indivı́duos.
Novamente este percentual é ainda maior quando µ = 0, 6, isto ocorre pois os insetos têm
uma movimentação maior e assim mais indivı́duos migram para a cultura secundária, que
apresenta resistência do tipo antibiose e ficam expostos por mais tempo aos efeitos da
mesma.
38
Figura 2.29: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária no domı́nio. (a) - (c) Arranjo 1,
(d) - (f) arranjo 2, (g) - (i) arranjo 3, (j) - (l) arranjo 4. Parâmetros λ2 = −1 e µ = 0, 1.
Figura 2.30: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária no domı́nio. (a) - (c) Arranjo 1,
(d) - (f) arranjo 2, (g) - (i) arranjo 3, (j) - (l) arranjo 4. Parâmetros λ2 = −1 e µ = 0, 6.
Figura 2.31: População total de indivı́duos na cultura principal. Sem antibiose (linha
contı́nua), arranjo 1 (pontilhado), arranjo 2 (tracejado pequeno), arranjo 3 (tracejado),
arranjo 4 (tracejado grande). Parâmetro λ2 = −1.
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
Através das figuras 2.31 e 2.32, observamos que quanto maior for a área da cul-
tura secundária, maior será a redução da população de insetos. Como anteriormente, o
parâmetro µ = 0, 6 causa maior redução na população de insetos quando comparado a
µ = 0, 1.
41
(a) (b)